sexta-feira, 6 de abril de 2012

Uma quase antropologia das nights.

Que eu não nasci pra vida boêmia todo mundo já sabe. Gosto de dançar, é claro, e prefiro mil vezes as festas que as baladas. Mas de vez em quando, e com amigas animadas, elas acabam saindo bem divertidas. Se não, como costuma dizer a Anna, se tornam ao menos um objeto de estudo antropológico. É curioso.

É curioso porque logo na fila a gente encontra um monte de minissaias. Mesmo que esteja, sei lá, 5º de temperatura. Periguete Diva não sente frio, diz a lenda. E elas ficam lá, em grupinhos. As donas das minissaias, digo. Com suas saias tão coladas no corpo que poderiam entrar no útero, seus cabelos invariavelmente compridos e lisos, saltos gigantescos e fazendo caras de “atacar” para os homens. Principalmente aqueles que distribuem as entradas VIPS. Ainda na fila começa a pseudo-caçada. É onde a galera começa a estudar o tipo de gente que vai encontrar lá dentro, e possivelmente, já vai escolhendo seu alvo.

Quando a porta abre, todo mundo entra, e é hora de fazer o reconhecimento parte 2, agora já no terreno, e com luz apagada. Nessa hora, quem não fez esquenta ainda está bem sóbrio. Geralmente as meninas pegam os copinhos estilosos de bebidas, os meninos vão de cerveja, e vou de “um gole da bebida da minha amiga resolve”. Eu sei, mãe, que não devo beber no copo dos outros, mas eu juro que a Jéssica não iria colocar Boa Noite Cinderela no copo dela.

E eu começo dançar feliz da vida, até que dou de cara com algum gola polo azul marinho e me apaixono pra sempre, até que 2 minutos depois o vejo com alguma alisada de minissaia, enquanto aparece para me pentelhar algum regata branca. Porque eu já mencionei que sempre me lasco? É, eu sempre me lasco. Mas tudo bem, acaba sendo divertido passar o resto da noite dançando e dispensando as tentativas do regata branca, que chega a ajoelhar no meio da balada, te pedir em casamento, ligar pra mãe dele e dizer que encontrou a nora da vida dela. (Sim, isso aconteceu, enquanto o gola polo azul já tinha ido embora há muito tempo.)

Começa a dar 2h/3h da manhã, eu e minhas amigas ainda estamos no meio da pista, eu já comprei uma garrafa de água e estou com ela na mão, com o cabelo preso, morrendo de dor no pé por causa do salto, mas sem mais aquela empurração, obviamente. Isso porque a essa hora da madrugada as pessoas já arranjaram o que vieram procurar e estão se amassando pelas paredes, pelo banheiro, e alguns adiantadinhos já conseguiram levar as minissaias alisadas para os carros deles. Eu e minhas amigas continuamos dançando, e enquanto alguns já estão dando PT e colocando tudo pra fora nos banheiros, eu ainda estou na metade da minha garrafinha de água, dando é risada das investidas eternas do regata branca.

4h da manhã geralmente é a hora que a gente decide ir embora. Tem uns 5 gatos pingados na pista de dança, as paredes estão lotadas de recém-casais desentupindo as pias uns dos outros, e meu pé está no último estágio da dor absurda.

É no carro do pai da minha amiga, indo pra casa dela, que finalmente eu consigo tirar o salto e nós ficamos rindo horrores e conversando sobre a noite. Chegamos no prédio e eu, invariavelmente, estou morrendo de vontade de fazer xixi e fico dançando pelo corredor enquanto ela abre a porta de casa, ou, descobre que esqueceu a chave e liga pedindo pra mãe dela abrir a porta. A gente entra e se joga no quarto pra dar mais risada, e uma descansa os pés enquanto a outra toma banho. Depois, já de pijamas, a gente bebe mais água, tem ataques de riso na cozinha, sem motivo nenhum, e resolve que vai conversar antes de dormir. Acontecem uns 2 minutos de conversa, e então, a gente apaga. Pra acordar no outro dia, tipo 10h ou 11h da manhã, onde eu estou com rímel lá pela altura da bochecha, meio rouca, com os pés doendo, reclamando ou elogiando o DJ, e marcando a outra dessa pra daqui a sei lá, 1 ano.

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18 comentários:

  1. Ah, amiga, balada pra mim também é só uma vez por ano. E nem como estudo antropológico serve muito, viu. Essas "divas" que você citou me dão até vontade de rir, de tão ridículas. ELAS SÃO TODAS IGUAIS, já reparou?

    E eu ri muito desse post, a cara de "atacar", hahahahahahaha! E o de regata ajoelhando na balada, meu Deus, esses caras se envergonham.

    Mas no final, o importante é dar risada e se divertir com as amigas, né?

    Beijo!

    P.S: Homens, não usem regata. Não somos obrigadas a lidar com suas axilas. Regata branca? Pior ainda. Grata, Taryne Zottino.

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  2. "Elas são todas iguais". Fato. To-das. Do mesmo jeito, com mesma roupa, mesmas atitudes. Chega a dar pena.
    Eu tenho ido a bem menos festa porque meu namorado não curte e pra dizer a verdade não estou sentindo falta nenhuma. Agora no sábado vou ter que ir num aniversário que vai ser na balada, aí vou passar por tudo isso aí que tu descreveu. O que fica mesmo é a diversão com os amigos. :)
    Beijo.

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  3. pera UMA VEZ POR ANO?? como VOCE VIVE??? aheahuaehuae fala sérioooo

    "tem ataques de riso na cozinha, sem motivo nenhum," - na minha terra chamam de alcool...=) ahahahaha


    fazer uns roles desses a cada 2 meses faz bem viu...ahahhahaa

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  4. Sua visão de festas me deprimiu, prontofalei. Quer dizer, a gente quase morre, mas é divertido! Dá vontade de voltar muito antes de um ano! Pelo menos em mim, a que dança loucamente fazendo o resto morrer de vergonha, enquanto ri da cara das piriguetes suga-macho e sente vergonha alheia dos desentupidores de pia nas paredes. Festas são pra lá de divertidas! Principalmente para futuros antropólogos, tipo eu :)

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  5. Se esse cara da regata branca for aquele, gente do céu, run to the hills! HAHAHAHA
    Invejo muito poder sair pras festas assim com as amigas. Sou certinha demais pra falsificar identidade mas, nas duas vezes que fui com UMA amiga, ela ficou a noite inteira pegando uns caras e eu, sozinha e feliz que sou, dispensei todos e dei mais moral pras músicas. Adoro ser sempre "A AMIGA", rs. Mas, tá. Depois dos 18 as coisas vão mudar! muahahah
    Ano que vem a gente já vai poder ir numas festas quando cê vier pra cá, Analu! UHUL! \o/

    Beijo, flor (demorei, mas vim! Agora diz que me ama!)

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  6. HAHAHAHA, ri muito com o seu post.
    Tu esnobou legal o carinha de regata branca, hein? =P Coitado! hahahahaha
    Caramba, me senti uma pré-histórica: nunca fui numa balada. Não sei, na prática, o que é isso tudo, essas investidas, esse amassamento do povo pelas paredes, essas coisas todas. Sim, eu sou estranha. Mas, na boa, não me atrai esse tipo de entretenimento. E eu só tenho 21 anos, hahahaha!
    Vai ver que não encontrei as amigas que vão me apresentar o mundo das balas. É, vejamos o que acontece nos próximos capítulos da vida de Erica Ferro =P.

    Post divertidíssimo o seu!

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  7. Bem assim. Me identifiquei horrores guria! HAHAHA minhas festas são desse jeito, não que eu vá a muitas, mas costumam ser da forma como você se descreveu, sem contar os 2 minutos de conversa antes de capotarmos pra acordar "lindas" ao meio dia. Beijos

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  8. Balada pra mim também é programa pra lá de esporádico, Analuzinha! Não sou dessas, mesmo. Também já tinha reparado nas 'minissaias alisadas' e sempre fico abismada como elas são TODAS IGUAIS! É como entrar em uma sala lotada de clones. Mas falando na tribo dos "camisetas brancas", te contei do dia que consegui um ventilador humano? Pois é, eu só atraio essas bizarrices mesmo! Mas um dia nós ainda sairemos todas juntas e vai ser divertido demais!

    Beijos, flor

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  9. Essa parece com muitas das várias baladas que já fui.Pude até ser sentir o cheiro(?) da fumaça do cigarro daquele povo ahuahuah e na boa? O melhor da balada e chegar em casa e fofocar com as amigas kkkkkkkk.
    Beijos!

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  10. Posso falar que adoro balada? É, ME JULGUEM. Claro que depende do momento, mas tenho fases total baladeira. Mas não pelos caras, nem pelas bebidas e pegação. É PELA MÚSICA E PELOS AMIGOS. Boa companhia, música boa e um lugar bacana eu amo! Mas sou dessas que fica com a garrafa de água na mão, bebe no copo da amiga que nao vai colocar boa noite cinderela na bebida, fica dando risada e dispensando os carinhas chatos (a não ser que seja um bonito pra caralho e gente fina, o que é difícil). Também já fui pedida em casamento no meio da pista, mas em vez de rir, finquei minhas unhas no braço do cara e falei "levanta daí agora". Ele me reencontrou numa outra balada semanas depois e fez a mesma coisa, afs. Sou dessas que dança no corredor querendo ir ao banheiro também. Enfim, CHOREI DE RIR! AMEI, AMEI!

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  11. Por isso que eu digo que sie bem escolher minhas amizades. Porque as mesmas opiniões que eu tenho sobre as piriguetes de microssaia e cabelos alisados são entendidas cem por cento por vocês. Elas se encaixam entre as três espécies do mundo que não sentem frio nunca. Os ursos polares, os pinguins e elas. Mas é uma delícia dançar, ver uma boa galera em volta da gente pondo tudo pra fora e segurar nossa garrafinha de água e, no máximo, uma latinha de energético e saber que amanhã de manhã só teremos os pés doloridos e a cara de urso panda. Beijo, Nalu!

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  12. Não sei dançar, então pra me levar pra pista de dança só se for Sertanejo ou forró, pode me julgar! Eu gosto de sair pro barzinho, com uma musica legal - se for ao vivo então, melhor ainda - e jogar conversa fora, ou mesmo de ficar em casa mesmo fazendo gordice e jogando video-game hahahahahahaha ou então jogando verdade ou desafio - que foi o que aconteceu quando a gente se conheceu -

    Hahahahaa acho que tambem não nasci pra boêmia hein? Mas achei muitíssimo divertido seu texto flor!

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  13. Muito bom o seu estudo antropológico! Eu acho a maior graça de gente baladeira e com pique para chegar em casa com o dia amanhecendo. Mas essa vida aí não é pra mim. Balada não é a minha não. Eu me canso (da música alta, dos bêbados, das periguetes, do salto) em 1 hora e tchau haha

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  14. Menina do céu, o que é isso? Uma descrição fiel e totalmente exata do que acontece comigo nas baladas? HAHA, Ana Luísa, nós temos ideias muito parecidas! Também não sou muito de baladas e, quando vou, acontece tudo isso aí: me encanto pelo cara bonito que vai praticar desentupimento de traqueia com as alisadas, aparece uma assombração após a outra pra me perturbar e, depois, já na casa de alguma amiga, risos aleatórios (e não causados por bebidas alcoólicas, deixo bem claro!)! E como pode essas meninas serem todas idênticas? É um caso a ser estudado!! Beijo, feliz Páscoa! o/

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  15. Ai Analu, somos muito parecidas! Engraçado que esse tipo de menina de cabelo chapado e saia bandage existe em todo lugar, né? Felizmente não topo muito com elas porque costumo ir em balada mais alternativa, onde elas não aparecem. Mas como aqui existe uma espécie de Augusta, rua com muitas baladas, sempre as vejo do outro lado da praça, na fila das baladas coxinha. E eu adoro sair pra dançar, mas quase sempre, quando saio, é pra ver show. Tem uma banda daqui que eu adoro que faz cover de Strokes, Killers, Muse e tudo que eu amo, e SEMPRE vou vê-los (semana que vem teeeeeeem) e aí é bem mais sussa, porque é numa balada alternativa de tiozinho, eu não preciso ir de salto (se liberta minha filha, só saio de bota ou coturno) e fico lá grudadinha no palco cantando tudo loucamente e babando litros pelo vocalista muito gato.
    A GENTE PRECISA SAIR JUNTAS UM DIA, SÉRIÃO!
    beijo, flor

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  16. Ah, e ri muito da parte do "Mãe, sei que não devo beber do copo dos outros" porque SEMPRE que vou sair meus pais rezam um terço falando pra eu não beber nada de ninguém e se for no banheiro e deixar o copo na mesa, é pra pedir outro! haha

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  17. ai dear, só agora eu li esse post...desculpa a demoraa
    mas fala ai, as noites comigo são as mais divertidas ever! HAHAHAHAHA
    aliaaaas, vc ta me devendo vir pra sao paulo p gnt ter mais uma noite dessas viu!?!?!?

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  18. Sério, Ana? UM ANO INTEIRO? Ah, mas eu não consigo mesmo!
    Eu ri litros com o seu post. Homem de regata? E branca? Putz que pariu! Quanto à vestimenta das gurias, realmente, são tri questionáveis. Mas eu tenho saias de bandagem. Devidamente aprovadas pelo Fritz. Agora aquelas que proporcionam olhares ginecológicos... São o cúmulo da falta de bom senso.

    Eu não consigo ficar sem sair por tanto tempo, mas nem que a vaca tussa! Se bem que ultimamente meus programas de entretenimento estão sendo mais lights, barzinhos, enfim. O Júnior só dança "coisas de salão" e eu também não curto muito essas "mudernidades"...

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