terça-feira, 26 de julho de 2011

Doce mel

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Eles chegaram bem antes de você. Por mais difícil que seja de imaginar, eles um dia nasceram, foram criança, brincaram de bola, se apaixonaram, namoraram e beijaram na boca pela primeira vez (!).

Conheceram o grande amor de sua vida, casaram, sonharam juntos. Tiveram seus filhos, que também foram crianças, brincaram de bola, se apaixonaram, namoraram, e beijaram na boca pela primeira vez.

Os filhos deles também sonharam, sonharam muito. Um dos grandes sonhos da vida deles certamente foi você. Eles sonharam, e quando virou realidade, todos te amaram ao mesmo tempo. Todos eles. Viram todos juntos a barriga despontar, e ansiaram roendo as unhas pelo seu nascimento. E aí, quando você nasceu gritando e os seus pais babavam em ti, eles gritavam aos quatro cantos que você finalmente tinha nascido, que tinha a boca do filho deles, o olhar da filha…

Os filhos eles amaram e curtiram, mas você, não. Em você eles se realizaram. Enquanto os filhos tinham que educar, eles só tinham é que amar! Quer obrigação mais gostosa? E eles amam. E como eles amam! Nos ensinam a amar, nos ensinam que abraços apertados são deliciosos e nos ensinam que não é errado comer biscoito na hora do jantar, desde que não contemos isso aos nossos pais.

Eles nos ensinam o valor do carinho, o valor das palavras, e têm, com certeza, o colo mais macio do mundo. Eles te fazem rir, sempre têm uma história pra contar, te defendem dos seus pais, encobrem suas travessuras e faz com que você morra de vontade de guardá-los em uma caixinha, para tê-los sempre ali ao lado.

E se a sabedoria popular gosta de dizer que eles são pais com açúcar, eu diria mais. Eu diria que eles são pais com mel. O mais puro mel.

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Feliz dia dos avós pra todos os avós do mundo.

E aos meus 4, obrigada. Eu tenho muita sorte na vida por ter vocês.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A vez da alegria!

O primeiro semestre do teatro foi improvisação. A gente era bem livre pra criar o que desse na telha. A gente ria pra caramba das nossas criações, e das dos nossos colegas.

Sobre o segundo semestre vocês sabem MUITO bem, porque né. Foi o semestre de ler, de se entregar ao drama, de sentir, de se emocionar. E vocês sabem, também que eu me apaixonei completamente por isso.

E aí eu passei as férias pensando: Meu Deus, e agora. O que eu vou fazer até novembro, no módulo de teatro infantil, e sem a Airen?

Hoje voltaram as aulas, na faculdade e no teatro. É óbvio que eu passei o dia com sono, e ansiosa pra chegar logo de noite e ver como ia ser o primeiro dia no módulo novo.

O primeiro pedaço da aula foram todas as turmas e professores juntos em uma sala bem grande, no andar de baixo. Sala onde vai ser ensaiado o musical desse semestre. Com direção de quem, de quem? Airen! (Mais alguém aí acha que vai ser perfeito esse musical?) Os professores se apresentaram, nós demos algumas risadas, e aí, era cada um seguindo seu professor e indo pra sua sala.

Fomos os últimos a sair. E como aquela era a sala da Airen, ela estava parada na porta esperando. Já tinha passado pelos outros baques: O último dia de ensaio, o último dia de peça, a avaliação individual, o último dia de aula, o piquenique depois da aula, e o último dia oficial de teatro do primeiro semestre. Faltava o mais dolorido: Dar aquele abraço de “oi”, e vê-la entrando em outra sala. Com outra turma. Fui pra minha sala com o coração super apertado. (Mais alguém aí acha que eu preciso aprender a praticar o desapego?)

E aí conversamos um pouco com a Lívia, que na verdade não é a nossa professora, porque a nossa está viajando e chega segunda. Mas por tudo o que conversamos, parece que as duas caminham de forma bem parecida, e nós gostamos da Lívia. Parece que vai ser um semestre bem bacana, a turma está muito bem disposta, nos jogamos no infantil hoje. Era para virarmos crianças. Brincamos de batata-quente, fizemos birra, eu e a Bruna começamos a nos empurrar e tivemos até aquela cena clássica de maternal, onde a professora põe as duas agachadas uma na frente da outra e manda pedir desculpas, um sarro. Ah, e claro, brincamos de cobra-cega. Era pra deixar a criança vir, não era? Pois bem. Se eu sou estabanada HOJE, pensem em como eu era quando criança. VIVIA roxa, tropeçando e me batendo por aí. É claro que as 3 pessoas que foram a cobra-cega antes de mim lidaram super bem com a situação, mas eu sou eu né gente. Fui correr atrás de alguém e enfiei a cara na quina da parede. E aí eu ri, ué, e saí correndo pro outro lado pra ver se conseguia finalmente pegar alguém e me livrar da venda.

Saímos completamente ofegantes da aula, ávidos por um copo d’água, mas morrendo de vontade de brincar mais um pouco. A aula terminou com abraços, e estávamos conversando sobre como os abraços são importantes, e em como eles tem funções diferentes! Nas aulas de leitura, o abraço era ESSENCIAL no fim da aula, pois saíamos psicologicamente cansados, precisávamos no tocar, sentir a energia, sentir o carinho, o abraço revigorava. Os abraços no fim da primeira aula do infantil já foram diferentes, nós íamos correndo em direção um do outro, girávamos, pulávamos e ríamos.

Cada um tem sua mágica, com certeza. Me apaixonei completamente pelo drama, mas já percebi que pode sair algo muito interessante nesse infantil, que vai fazer meu olho continuar brilhando. Vamos lá! Que seja doce! (E que eu não me machuque em TODAS as aulas, né, porque senão vou ter que acabar fazendo papel de Barney na peça, de tanto roxo.)

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Essa sou eu pequenininha. Tá na hora de, de uma vez por todas, deixar ela tomar conta!

Porque dentro daquela sala, das 19h às 22h, nas segundas, quartas, e sextas, nós vamos nos lembrar de como é colorida a tal da infância.

Mas eu vou continuar franzindo a testa quando estiver preocupada com o andamento das coisas, porque né, se com meus 4 anos eu já fazia isso, imaginem aos 19…

sábado, 23 de julho de 2011

A decadência dos casais de novela

É que assim, eu sou noveleira, sabe. Um dia eu fui mais, com certeza. Aí eu entrei de cabeça em uma rotina que inclui faculdade de manhã, estágio a tarde, teatro a noite, e aí já viu. Praticamente não ligo a televisão.

Acontece que eu sou noveleira no espírito, sabe? Uma história bonitinha de novela me vence rapidinho, e aí eu já me pego pensando em como estão as coisas, em como aquele casal deve estar. Porque né, isso é fato, sempre tem um casal. Na verdade, vários, mas sempre tem AQUELE casal, que é a peça chave da novela inteira. Eis o motivo desse post.

Em teoria, eu não tenho mais tempo de ver novela. Acontece que chegaram as férias, e a falta da faculdade e do teatro me deram um tempinho extra. Junto com isso, a dona Anna Vitória fez-me o favor de ficar falando de O Clone no twitter. Eu já morria de vontade de assistir, e tinha, inclusive, baixado e assistido os primeiros 20 capítulos, nas férias de verão. Depois eu fiquei com preguiça de continuar, mas sempre me dava aquela vontadezinha. Pois bem. Depois de tanto a Anna falar, e eu morrer de vontade de ver, recomecei a baixar. Acabei de assistir o capítulo 46, obviamente estou completamente atrasada em relação aos que assistem pela Globo.

O capítulo 46 terminou basicamente com uma longa troca de olhares, em uma cena que deve ter durado mais de 1 minuto, sem fala, só com a troca de olhares entre 2 personagens, sendo que cada um estava de um lado da rua, e carros passavam no meio.

Um olhar, gente. Um olhar. E aquela música maravilhosa que embala as cenas de Jade e Lucas né. Só de ver os 2 ali, com aquela música, eu já me arrepio toda. Quando eles se encostam então, capaz de sair faísca, tamanha química.

Era assim também com Zuca e Luís, em Cabocla, 2004. Só de ouvir a música deles eu sorrio, até hoje, de lembrar. Os desencontros deles doíam em mim, de verdade, porque eles se amavam tanto, que a gente sentia também.

Do mesmo jeito que foi com Edu e Clara em Coração de Estudante. Deles eu prefiro nem falar muito, porque são me casal de novela favorito de todos os tempos. Mas sei que assisti uma das declarações dele pra ela 1 milhão de vezes, e se assistir agora, vou me encantar do mesmo jeito. E só de ouvir os primeiros toques de “Wherever you will go” eu já lembro deles e me encanto.

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Pra não mentir e dizer que nunca assisti malhação, assisti sim. Uma temporada. Betina e Bernardo. E céus, como rolei na cama de angústia enquanto eles não se acertavam. O que foi a declaração de Betina no alto-falante do aeroporto pedindo que Bernardo não viajasse? Incrível!

Meu último exemplo vai ser o casal Bel e Duda, de Cobras e Lagartos.. Incrível também, os desencontros deles me deixavam indignada, e eu ficava puta a cada capítulo que acabava sem que eles finalmente estivessem juntos. A música que os embalava era “Pra ser sincero”, e eu também não consigo ouvir sem ver a imagem dos dois.

Essas novelas todas são de 2006 pra trás. Eu sei, nem é tão antigamente assim, só 5 anos, que fizeram toda diferença, ao meu ver.

Esses casais aí tinham em comum o fato de que eu me arrepiava só de olhar. Parece que dava pra nós sentirmos o que eles sentiam, embarcar total naquela paixão, e sofrer quando eles não estavam juntos.

Não quero dar uma de nostálgica e dizer que só tinha coisa boa antes, porque, embora eu não esteja assistindo muita novela agora, acredito que deva ter algum ou outro casal que se salva, mas gente, que aconteceu com a química desse povo em cena? Pelas pouquíssimas cenas que vi do começo de Insensato coração, aquela Marina e aquele Pedro têm tão pouca química que chega a ser ridículo.

Viver a vida eu assisti inteira, e não arrepiei com nada. A declaração de Miguel pra Luciana foi o que chegou mais perto daquilo, mas foi linda só pelas palavras. Química não tinha nenhuma. E eu queria o Miguel pra mim.

Vou falar então de Escrito nas estrelas, que vi inteira também. Viviane e Ricardo. Nada. Cada beijinho sem graça, sem brincadeira. Ficava muito mais feliz quando ele beijava a Jane. Nela eu sentia veracidade no amor, mas né, ele nem ficou com ela no final.

Nem vou falar dos casais atuais de malhação, porque só de ver a propaganda já me dá vontade de explodir.

Enfim, essa é uma reclamação de uma apaixonada por casais da ficção: Galera, por favor! Assistam as novelas mais antigas e tentem aprender com eles. Não tô falando que é fácil, porque não deve ser MESMO. Eu fiz pouquíssimas cenas de casal nessa minha curtíssima jornada de teatro, e sei que é difícil pra burro. Mas eu tô só começando, não tô segurando nenhuma novela nas costas e não tenho nada com isso. Só quero assistir e ter a chance de suspirar, como estou fazendo com Jade e Lucas, e como fiz tantas vezes com os outros que citei.

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“Somente por amor, a gente põe a mão, no fogo da paixão, e deixa se queimar, somente por amor.. movemos terra e céu, rasgando os sete véus.. saltamos do abismo, sem olhar pra trás, somente por amor.. a vida se refaz, e a morte não é mais… pra nós.”

quarta-feira, 20 de julho de 2011

De onde saíram meus olhos azuis

Já falei aqui que quando a minha mãe engravidou, a minha avó disse que eu ia nascer loira de olhos azuis. E foi bem assim que eu nasci, apesar de ter um casal de pais com cabelos e olhos castanhos, e um quarteto de avós com as mesmas características.

Quando eu era pequena, eu achava um saco as pessoas falando o tempo inteiro que meu olho era lindo (Blasé, eu? Imagina!). Ouvi várias vezes pessoas me perguntando se eu não topava trocar de olho com elas, e é claro que eu falava que sim.

Um pouco mais crescida e entendida do mundo eu comecei a dar risada quando as pessoas perguntavam de onde diabos tinha saído a cor dos meus olhos. No fim das contas eu sempre dizia que minha bisavó tinha olhos claros, mas sempre dava uma enrolada daquelas clichês, dizendo que era filha do padeiro, apesar de eu ser indiscutivelmente parecida com o meu pai.

Chegou um dia onde, naturalmente, eu aprendi a amar a cor dos meus olhos, e permitir que as bochechas ficassem vermelhas quando alguém falasse deles. Mas a questão é: Os meus pais continuavam ali, com seus 4 olhos castanhos, e sempre tinha alguém pra perguntar se eu tinha sido trocada na maternidade.

Mas aí chegou o Ensino Médio, e, no meio de muita coisa inútil que a gente aprende lá, como por exemplo fórmulas de movimentação de roldanas (O.O) e logaritmos, a professora de biologia finalmente chegou na parte da genética. E aí, meus queridos, além de me divertir horrores nas aulas e ficar feliz da vida calculando probabilidades de ervilhas serem amarelas, eu aprendi a provar que meus olhos são possíveis sem que minha mãe tenha dado trela para o motorista. (Mesmo porque, nós nunca nem tivemos um motorista).

Com uma simples conta em forma de jogo da velha, eu posso mostrar que eu posso sim ter puxado genes das minhas bisavós, que estavam sendo carregados pelos meus avós e pelos meus pais sem serem usados, e aí, pimba. Deus resolveu atender a previsão da minha avó pra não deixar ela fazer feio aqui embaixo e me mandou de olhos azuis, cumprindo os 25% de chances de que isso acontecesse geneticamente.

Por que esse post hoje? Porque é aniversário dele, ora essa! 189 aninhos! E se ele não tivesse nascido, eu continuaria rindo com as pessoas que dizem que eu sou adotada, mas não teria uma forma tão simples de provar o contrário! E nem teria me divertido tanto na escola. (Oi, meu nome é Ana Luísa e eu sou aficionada por genética).

Sendo assim, parabéns, Gregor Mendel! E obrigada!

mendel

O google inspirou esse post.

sábado, 16 de julho de 2011

Draco dormiens nunquam titillandus

(Livre de Spoilers)

hogwarts

Um susto, eu diria. Foi mais ou menos a sensação que eu tive sentada na cadeira do cinema hoje, sozinha, com um pacote de pipoca no colo e um litro de coca- cola do meu lado. Enquanto eu esperava o trailler acabar, passou um filme na minha cabeça. Um filme que começou quando eu tinha 9 anos e meu pai abriu a caixa da submarino dizendo que tinha chegado um presente pra mim. Ele abriu, e tirou de lá de dentro “Harry Potter e a pedra filosofal”. Disse que estava todo mundo lendo pela cidade, e que tinha ouvido muito falar do livro. Olhei pra capa com cara de desconfiança, ele abriu, e leu comigo a primeira página.. E quando eu olhava a página e escutava ele lendo sobre a Rua dos Alfeneiros, número 4, eu jamais podia imaginar o que eu iria encontrar ali. Naquelas páginas. E depois dela, céus, quantas se seguiram…

Eu disse que foi um susto né? É, foi. Foi quando eu percebi que se passaram 10 anos. Uma década. Há 10 anos atrás eu tinha 9 anos de idade, gente. Nem me conhecia por gente ainda, e já sabia quem era Harry Potter. Harry Potter foi o primeiro livro “grande” e “sem figuras” que eu li. Há 10 anos eu comecei a esperar ansiosamente pelo lançamento de livros, pelo lançamento de filmes, esperei ansiosamente um livro de pré-venda chegar na minha casa. 10 anos. Eu passei 10 anos da minha vida esperando por Harry Potter. Sempre tinha alguma coisa pra lançar, fosse um livro, ou um filme. Minha sensação hoje é de: E agora? Vou esperar pelo que?

Quando eu fiz 11 anos, nos confins de 2003, a carta de Hogwarts não chegou pra mim. O que chegou, mais no final do ano, foi um exemplar de Harry Potter e a ordem da fênix, que eu lia na perua, voltando da escola. Do meu lado? Mais uns 5 com o mesmo livro no colo, usando a mesma pena amarela suja de sangue para marcar a página… Mas a carta, não. Essa não chegou. Então aquilo ali era realmente SÓ uma ficção? Ou não era, e eu tinha que me conformar em ser uma mera trouxa?

Harry Potter é um mundo fantástico, no qual cada vez que eu paro pra pensar eu não consigo imaginar em como J. K. Rowling é mágica. Como ela escreveu uma coisa tão perfeita em cada detalhe, tão mágico e tão cheio de valores…

Fico pensando em como seria se isso realmente fosse real, e aí, sou obrigada a lembrar do que diz Dumbledore, sempre tão sábio: – É claro que isso só existe na sua mente. E isso não quer dizer que não seja real!

E isso foi só uma das inúmeras coisas que toda essa obra me ensinou. Se está na minha mente (e no meu coração), é real. Mesmo que seja real só pra mim.

Obrigada por terem me ensinado tanta coisa. Obrigada por terem feito esses 10 anos serem tão especiais. Eu descobri a minha vida enquanto descobria a de vocês também. E isso ninguém nunca vai me roubar. Vocês me acompanharam em cada passo. Seguraram minha mão em tantos momentos.. E continuarão segurando. A série pode ter terminado, mas vocês jamais terminarão pra mim. Isso jamais será um adeus. É impossível se despedir de vocês, afinal, Hogwarts sempre estará lá para aqueles que precisarem dela. Digo mais. Hogwarts sempre estará lá para aqueles que merecerem.

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sexta-feira, 15 de julho de 2011

O dia em que eu não fui ver a estreia de Harry Potter

O dia estava lindo hoje, como esteve também durante toda a semana. Tempo agradável, sol, delícia. Eu tinha feito a mala de madrugada, lido a TPM de julho até quase 5h da manhã, dormi, acordei, almocei, fui pro estágio, tudo dentro dos conformes. Passei o dia ansiosa, porque assim que saísse do estágio eu ia pegar o ônibus pra Paranaguá, cidade do litoral do Paraná, onde iria assistir Harry Potter com a minha amiga que mora lá.

Cheguei toda pimpona com mala e cuia na rodoviária, e a Rafa lá, com nossos ingressos na mão. E… não tinha mais ônibus! Olha que legal! Perdi a programação do final de semana fora de casa, perdi a estreia do Harry, estou me sentindo a fã mais de quinta categoria do mundo, e é isso. Minha sina pra essa noite é ficar no twitter, olhando os personagens nos TT’s, e babar nos posts da Anninha e da Tary, que já viram.

Enquanto isso eu vou ver se baixo alguma série, leio um pouco de Sushi (que vou te contar, eita livrinho que tá embaçado!), me afogo em cachorro-quente, suco de maracujá, sorvete, e tento arranjar alguma coisa pra fazer no final de semana para não estragá-lo por completo. E claro né. Arranjar de uma vez por todas ingresso pra ver Harry em grande estilo, porque já que já perdi a estreia mesmo, acho que vou esperar até domingo pra ir de IMAX.

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Hogwarts, por favor, espere por mim. Desse final de semana não passa.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Falta 1 ano

1 ano. 365 dias. 8760 horas.

Quando passar esse tempo, vai ser o dia em que a Laís vai entrar numa igreja vestida de branco pra encontrar o Rafael no altar.

Eu nem vou falar de novo que eu tremo nas bases toda vez que lembro disso porque parece que foi ontem que a gente brincava de Barbie no chão do quarto. Casar é uma coisa tão “de gente grande”, que assusta. Em julho do ano que vem a Laís vai estar casada. Vai ter uma casa dela e do Rafael, e não um quarto de solteiro na casa da madrinha Celma, onde a gente tantas vezes fofocou sobre tudo, fez festa do pijama, brincou de um milhão de coisas e trocou confidências. Preciso sentar e meditar sobre isso várias vezes pra ver se a ficha cai, hahaha.

Mas enquanto a minha ficha cai, a Laís prepara o casamento né? É. Ela vai viver agora toda essa coisa mágica de enxoval, degustação de docinhos, escolha de decoração, vestido e padrinhos. E é aí que entra o motivo do post de hoje.

Entrei no msn e recebi uma intimação para que entrasse no skype e ligasse a webcan. E aí a danadinha da Laís começa a puxar um papo meio sem pé nem cabeça, por fim diz que eu tenho que ficar muito bonita no vestido pro casamento dela, porque vou entrar de madrinha.

Pensem na minha cara na hora, deve ter sido ridícula. Fiquei abobada, rindo, e vermelha (é duro ser polaca, gente). Conseguiram absorver isso? Minha prima gente-grande tá casando, e eu, gente-grande, vou ser madrinha de casamento!

Fui madrinha do meu tio também, mas foi tudo meio de última hora, porque ele tinha convidado uma a menos. Amei o convite na hora, entrei toda orgulhosa, e adoro falar pra ele que ele é meu afilhado. Mas dessa vez gente, dessa vez teve convite oficial. Convite esse que minha avó já sabia, e ficava insistindo ansiosa pra Laís vir me falar logo.

Daqui a 1 ano, a Laís vai entrar deslumbrante na igreja, com um vestido branco maravilhoso. E eu vou entrar de madrinha, de braço dado com o meu primo, e um vestido maravilhoso também, porque eu não brinco em serviço né?

Moral da história: Tá todo mundo virando gente grande, isso sim. Mas gente grande que cresce acreditando na magia e no amor, porque eu não esqueço nunca da promessa viu?

casorio

Nós, no skype, poucos minutos depois do convite. Eu de pijama ainda com cara de abobada, a Laís com um sorrisão, e a Rafaela assistindo tudo de camarote, porque nós somos eternamente um trio, né?

terça-feira, 12 de julho de 2011

Receita para um final de semana simples e delicioso

Pegue algumas xícaras de uma sexta feira cinzenta, chuvosa, com nariz entupido e voz começando a falhar. Tente se distrair disso chegando em casa e fazendo docinhos. Enrolá-los e não comê-los é quase uma terapia de choque, então, tome cuidado. Vá para a escola de teatro assistir ao musical e encontre seus amigos, bata altos papos, e depois saia com a mais louca deles para ir assistir o professor querido em um show de sua banda de comédia. Coma batatas fritas, cante e pule loucamente durante o show, que começa as 22h30 e termina quase 2h da manhã. Depois disso, sente com sua amiga e o professor e batam altos papos sobre o assunto favorito dos 3: Teatro. Chegue em casa às 4h da manhã de sábado, sem voz nenhuma.

Acorde às 9h30, guarde os doces (aqueles que foram enrolados na sexta) em um pote, e parta para a escola de teatro. Assista uma peça fofinha de crianças, faça um picnic no passeio público com suas colegas e sua professora amada. Entre os assuntos, conversem inclusive sobre uma possível volta da peça! Sorria e sonhe com a possibilidade. Ah, um pouco antes disso, explique para um colega desentendido o significado de uma galharufa, e veja o sorriso no rosto da professora. Olhe para o seu pulso e veja com orgulho que a sua está ali, brilhando como nunca.

Depois disso, volte para a escola, e encontre o outro professor amado. Aí então você, sua amiga, e seus 2 professores vão jogar baralho na praça até as 17h. Tudo isso enquanto conversam sobre tudo, riem pra caramba e comem docinhos. Volte para a escola, assista outra peça, converse com mais professores, abrace muita gente, fale de teatro como se não houvesse amanhã (mesmo sem ter voz) em um lugar onde todo mundo vai entender sua paixão por isso, e volte para casa feliz, às 19h.

Chegue em casa, tome banho, e então receba a visita ilustre que veio dormir em sua casa:

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Como se sua visita já não fosse irresistível, ela ainda usa pijamas felpudos, meias mais felpudas ainda, pega seu ursinho de pelúcia e faz isso:

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Aperte sua visita e encha-a de beijos, até ela dizer pra você que quer a chupeta porque chegou a hora de dormir. E aí ela realmente dorme, como se fosse uma mocinha.

Acorde no domingo com ela implorando pra que você acorde, e vá almoçar num restaurante meio chácara. Coma lasanha, e vá pro parquinho com sua visita. Empurre-a por várias vezes seguidas no balanço, e escute as risadinhas deliciosas. Quando tiver uma brechinha, sente v0cê mesma no balanço. Tinha tempo que você não fazia isso né? Continua sendo uma sensação deliciosa.

Chegue em casa depois, encontre sua amiga, batam horas de papo e comam chocolate. Terminem de se arrumar e saiam para o barzinho onde está havendo a comemoração pelo fim da mostra de teatro da escola. Veja muita gente legal, que adora conversar sobre o que? Ah, sim, teatro, aquele assunto que você ama. Além disso, cante enquanto os amigos tocam violão, beba goles da caipirinha de maracujá da amiga, veja os mais bêbados ficando mega engraçados, e volte para casa as 2h da manhã, com um sorrisão, daqueles que é notado só pelo olhar, sabe?

Sente na cama antes de dormir e agradeça pelo fim de semana maravilhoso.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sobre nunca crescer.

Era uma simples e cotidiana conversa de msn, onde eu contava altos detalhes apaixonantes do processo de "Vamos falar de amor sem dizer Eu Te Amo" para o Gary, um grande amigo meu.

No meio da conversa, eu cheguei a comentar com ele que a Airen disse pra mim que via o tempo todo o quanto eu sou apaixonada pelo que teatro, e que eu nunca devo deixar isso morrer. Contei que ela disse que quer continuar vendo o brilho da paixão no meu olho quando me encontrar pela escola ou for minha banca.

O assunto chegou a mudar no meio da conversa, mas o Gary tinha prestado atenção nisso. Não lembro sobre o que estávamos falando depois, mas teve uma hora que aconteceu o seguinte diálogo:

- Sabe Ana, tinha um amigo meu que amava tocar guitarra, e fazia isso muito bem! Dia desses eu perguntei pra ele porque ele tinha parado. Ele disse que não tinha mais tempo. Minha irmã, que também sempre amou ser atriz, hoje quase não pisa em um palco, porque é “mais adulta”, diz que não tempo…  Ana, posso te pedir um favor?
- Claro!
- Não cresça.

Depois disso ele falou ainda que era para eu nunca deixar essa magia e essa paixão com as coisas acabarem. Para eu nunca deixar de fazer o que amo porque não tenho tempo. Mas resolvi parar o diálogo no NÃO CRESÇA porque foi uma frase curta que disse tanto…

Sabe, nós ouvimos tanto durante a vida que temos que ser responsáveis, maduros, que temos que crescer e aparecer, e blá blá blá.. Mas as coisas mais importantes talvez poucos lembrem de ensinar.

Eu até acho que posso me considerar bem responsável e madura pra minha idade,  mas se crescer e aparecer significa deixar de acreditar e de me apaixonar com as coisas, ou deixá-las de lado porque não tenho tempo, desculpem-me, vou ter que pular esse verbo da minha vida.

Quando a gente é criança a gente acha que é legal ser adulto porque poderemos fazer tudo o que queremos. E aí, quando chegamos ao “ser adulto”, damos de cara com uma realidade bem diferente, onde parecemos ter cada vez menos espaço para fazer o que gostamos, isso sim. Quando viram adultas, as pessoas têm que fazer tanta coisa, que acabam deixando de lado o que querem e amam fazer.

Alguns podem pensar que o que vou falar agora é uma utopia idiota de uma menina de 19 anos que não sabe nada da vida. Querem saber? Pensem o que quiserem. Vou falar mesmo assim.

Para mim, o que eu quero fazer entra totalmente na categoria de coisas que eu tenho que fazer. Porque se temos que fazer tanta coisa na vida, sendo que nisso estão incluídas todas as milhões de obrigações mais chatinhas, temos sim que fazer também o que amamos e queremos. Fazer o que eu amo, portanto, é uma das minhas maiores obrigações.

Não quero estar sentada, daqui a 5, 10 ou 20 anos, pensando em como eu não tenho tempo para fazer o que amo, ou sobre como deixei de me encantar com as coisas e me entregar totalmente a elas.

Por mais que eu tenha outras milhões de obrigações, eu assumo comigo mesma uma que é tão importante quanto todas as outras: A obrigação de me dar o direito de fazer o que eu amo, e de me encantar com isso como me encanto hoje.

Quero continuar subindo em um palco, e deixando meu olho brilhar em cada ensaio. Quero rolar pelo tapete com uma criança dando gargalhadas, assim como faço com a Anna Beatriz. Quero colocar um biquíni, me jogar na piscina ao sol de quase 40 graus, e ficar horas dentro da água fofocando com minha prima até virar uma uva passa. E quero continuar parando para pensar em como estou feliz enquanto faço isso.

Porque se crescer significar parar de se apaixonar pela vida, eu prometo, ao Gary e a mim mesma, que não, eu não vou crescer.

Talvez um dos grandes problemas do mundo seja o fato de que as pessoas andam crescendo demais…

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Só mais uma tese louca

E então eu fiquei posts a fio falando do teatro. Está me dando um vazio começar um post que não vai falar disso, imaginem então o vazio que não estou sentindo em virar essa página da minha vida. Dramática, eu? Imagina. “Vamos Falar de Amor sem dizer Eu Te Amo” chegou ao fim. Foi indescritível e apaixonante participar disso, e eu estou repetindo só para fechar com chave de ouro. Ontem foi a conversa individual com a Airen sobre o semestre, que foi muito importante pra mim. Obviamente, saí da sala com o coração leve, mas um vazio batendo na porta. Vazio que a gente trata de aprender a lidar com ele, e encher de coisas novas e boas. O importante é saber que foi um capítulo muito bom, que vêm muitos pela frente, que a turma continua junta, e que a Airen vai estar sempre ali, na porta ao lado, para os abraços, os desabafos, os puxões de orelha, e os discursos lindos. Agora o blog deixa de ser uma-nota-só e volta ao seu normal, contando mais uma de minhas teses malucas.

Eu já tinha pensado nisso antes, mas dia desses, lendo um texto que falava sobre pesadelos, eu pensei, mais uma vez, em como eu gosto deles. Calma, não é sadomasoquismo, eu vou explicar.

Sabem quando a gente está vivendo um momento terrível da nossa vida? Aí temos aquele momento de raiva descontrolada, ou choro desesperador, e no meio disso, aquela frase, que se não falamos, pensamos: “Isso TEM que ser um pesadelo.” Mas não é.

A minha tese, portanto, é de que pesadelos são deliciosos. Porque eles DE FATO são pesadelos! A melhor parte é acordar deles, olhar em volta, ver a sua cama, seu quarto, e respirar com aquele alívio incrível, pensando: “Ufa, foi só um pesadelo.”

Eu acho uma delícia. Porque podemos chorar, gritar, sofrer, se desesperar, mas aí, puft! Como num passe de mágica, abrimos o olho, e está tudo no lugar onde devia estar. Não é fantástico? Eu acho. A sensação de alívio que é acordar de um pesadelo, ao meu ver, vale todo o sufoco que passamos enquanto estamos de fato sonhando a coisa ruim…

pesadelo

P.S.: Oi, meu nome é Ana Luísa, e de vez em quando eu faço posts sem pé nem cabeça!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

À Clara

Vamos Falar de Amor sem dizer Eu Te Amo (163)

Minha querida, vamos lá. Tem gente que vai achar esse texto completamente sem noção, mas o que importa é que eu acredito nele, e você também. Aliás, você acredita né? Você sempre acredita. Acredita em tanta coisa! Acredita que a vida vai ser maravilhosa, acredita em felicidade, acredita no amor. E como você acredita no amor!

Conviver com você durante esses meses foi complexo. Tinha dias que me machucava, tinha dias que me fazia muito bem. Em muitos momentos, você me lembrava da melhor parte de mim. Talvez, nesses momentos, você tenha mesmo sido a melhor parte de mim. A parte que sempre acredita, que sempre sorri, por mais que as coisas estejam ruins. Porque pra você o mundo podia acabar que você continuaria ali, sorrindo, com seus sonhos, livros da Jane, e suas margaridas.

Me despedir de verdade de você eu nunca vou. Você vai ficar pra sempre aqui, e eu espero nunca esquecer de acreditar. Nunca. Se um dia meu coração desistir, eu me lembrarei da força que tem o seu e talvez isso me faça levantar a cabeça e sorrir mais.

Clara, obrigada por ter me dado trabalho. Obrigada por ter me tirado do lugar comum, por ter me feito pensar, chorar, respirar, encarar, sorrir, me apaixonar mais. Pelo Caio, pela Jane, pela arte e pela vida. Obrigada por me fazer ficar encantada por margaridinhas. Agora eu não consigo mas ver um vasinho delas e deixar de sorrir. Olha, veja: Obrigada principalmente por me fazer sorrir mais! Não que eu sorrisse pouco, porque eu sorrio muito. Mas você sorri ainda mais. Você sorri SEMPRE. Então, obrigada. Obrigada por ter me ensinado a encarar um público pra falar de suas dores. Eles te entenderam, e isso deixou tudo muito especial. Obrigada por ter me escolhido para falar por ti. Agora vou parar de agradecer, você já entendeu.

Vou sentir saudades, bonitinha. Espero conseguir guardar muito de você comigo. Quem sabe um dia não nos encontramos de novo? Nos palcos, e na vida. Até lá, fique bem e continue feliz.

Clara
Clara. Acreditando, sorrindo e amando.
*Fotos do post: Éri Bührer

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Muito mais que uma diretora.

Acho que todos esses 129741 posts que eu fiz sobre a peça já deixaram isso BEM claro. Só que eu sou sistemática, e não gosto de deixar nenhuma dúvida, então, nada mais justo do que separar um post só pra você, Airen.

Já falei por e-mail, já falei pessoalmente, já falei por uma carta de 2 folhas frente e verso, mas quando a gente gosta tanto de uma pessoa, e tem tanta coisa à agradecer, nunca é demais.

Você é uma daquelas pessoas que nunca passam pela vida das outras sem deixar grandes marcas. Disso eu tenho certeza. Não é a toa que a cada turma pela qual você passa, ganha novos fãs. Quando eu entrei pela primeira vez na  sua sala eu era inocente, judiação. Não tinha noção da pessoa pela qual eu seria dirigida. E transformada, claro. Ah Airen, você nos ensina tanto. Ensina pra profissão e ensina pra vida. Além de ensinar, nos trata sempre com um carinho incrível. Um semestre. Tantas coisas aprendidas. Tantos abraços, apertões, sorrisos que nos impulsionavam, piscadelas cúmplices. Tantas coisas maravilhosas que ficarão registradas, e que transformam o fato de entrar numa sala de aula para ensaiar em algo indescritível. Eu ia pro cena hum feliz da vida, mesmo com um super frio e estando super cansada. Porque sabia que iam acontecer coisas muito boas por lá.

Já falei na carta que passei o semestre todo me orgulhando do fato de que, depois de cumprimentar e abraçar todos os seus fãs, você entrava na nossa sala. Para compartilhar conosco todas essas coisas que eu disse acima e muito mais. O semestre está no fim, e findada a semana que vem, não vai ser mais na nossa sala que você vai entrar. Eu, ciumenta do jeito que sou, estou tentando me conformar na marra com o fato de que vou ter que te abraçar e ver você entrar em outra sala, para dar muitos apertões e piscadelas cúmplices à sua nova turma, mas tudo bem. Dizem que o que é verdadeiramente nosso, a gente nunca perde.

Vou guardar comigo todas as coisas ensinadas. Os abraços tranquilizadores. Os lindos discursos sobre como não podemos nos desesperar, ou sobre como devemos confiar mais em nós mesmos. Vai ficar aqui a vontade enorme de trabalhar junto com você de novo (vontade essa que é minha e de toda a turma, com certeza, e você sabe). Tem tanta coisa pela frente, né?

O importante é que, antes, quando eu te via nos corredores, você era uma professora da escola. Agora você é muito, muito mais. É uma pessoa incrível, da qual virei uma super fã, e em quem eu confio de olhos fechados. Sei que guarda no teu coração um pouquinho de cada um de nós. E nós guardamos você, com certeza. No coração, e no pulso, através de uma galharufa que brilha muito. Na peça, eu colocava a minha no chão, perto do banquinho. E quando eu ficava com medo de algo dar errado, eu olhava pra baixo, e via ela ali. Brilhando. E me avisando que para as coisas funcionarem, é preciso lembrar da paixão pela arte. Da paixão por estar ali, naquele palco. E isso, isso eu prometo, Airen. Nunca vou deixar faltar.

Obrigada, obrigada, obrigada por tudo! 

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Foto tirada quase à 1h da manhã, depois da banca, na varanda do cena hum. Dava 4 graus em Curitiba, mas quem liga pra isso quando se sai feliz de uma banca? Tia Airen estava super orgulhosa de seus filhotes, nós estávamos com uma sensação linda de dever cumprido, é claro que eu tinha que tirar a câmera da bolsa pra comemorar.