terça-feira, 31 de agosto de 2010

31 de agosto de 2010

Hoje faz 8 anos que me mudei pra o apê que eu morava em São Paulo. É estranho ainda chamar ele de apê que eu morava. Porque por muito tempo eu pensei que só sairia de lá quando não fosse mais morar com meus pais. Sempre imaginei meus filhos correndo naquele apartamento, chamando de casa da vovó. É estranho pensar nessa data sem estar morando lá. Porque tanta coisa ficou lá.. Foram quase 8 anos. No dia que fui fazer meu título de eleitor, a moça perguntou: Há quantos anos mora nessa residência? E eu respondi, sorrindo: 7 anos e 2 meses! Pensando em como era legal morar ali, e que eu ainda ia morar por muito tempo. Irônico pensar que foi exatamente nesse dia, algumas horas depois, que descobri que vinha morar em Curitiba. E de repente, no dia em que faz 8 anos que cheguei naquela casa, eu não estou mais ali. E pra falar a verdade, por mais que eu goste da minha casa nova, eu sinto falta daquela sala, daquela parede, daquele chão. Da minha escrivaninha azul, da janela atrás do computador. Não gosto de pensar que tem alguém morando no meu lar. Sim, porque aquilo foi muito mais que uma casa. Foi um lar. Nesse atual, engraçado… Talvez seja até uma forma de defesa, mas não consigo me imaginar muito tempo aqui. Não estou falando da cidade não, tô falando da casa. Ele tá super fofo, lindo, decoradíssimo. Mas não me entra na cabeça comemorar os 8 anos desse aqui. Pra falar a verdade, nem lembro do dia exato da primeira noite aqui. Repito: Não que seja ruim, porque não é MESMO. Mas aquele lá foi mágico.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Uma família de gente bacana!

Impressionante como tem gente que simplesmente aparece nas nossas vidas e as transforma em algo muito mais legal..

Quando comecei o teatro, em 2008, a turma era grande e eu só ficava pendurada nos meus amigos. Mas aí a coisa foi começando a rolar, e a gente começou a introsar com a galera. Vou falar sério. Eu não lembro mesmo qual foi o ponto onde as coisas mudaram. Mas de repente 2 ‘conhecidas’ viraram parte integrante do meu coração. Foi tudo tão rápido, que eu não sei quando aconteceu essa mudança. Só sei que quando caí em mim elas já estavam no meu ‘seleto hall’ de melhores amigos. Logo depois vieram a Má e a Bia, mas hoje o post fala de outra coisa.

Enfim, a Rafa e a Rê se tornaram tudo o que elas são pra mim hoje bem rápido, mas não é só isso. Pouco tempo depois fui na casa delas e conheci os pais, e eu também não sei dizer quando foi que de pais de amigas eles viraram melhores amigos também. E tem o Rô também, mais conhecido como o irmão mais velho, que implica comigo até, mas que eu amo também. E a Aline, namorada dele, que é um amor! Fora isso, ainda tem a tia Vera, o tio Cris, e olha só a intimidade da pessoa que escreve.

E eu falo assim mesmo pra justificar o título: Uma família de gente bacana. Porque é começar a conhecer um por um, pra ver que ali só tem gente legal. Uma energia boa!

Eu nem sei porque to escrevendo isso, tá até meio confuso, mas era só pra dizer que eu sinto muita saudade de todos eles! Pra dizer que a tia Sol, o tio Renato, a Rê e a Rafa estão em São Paulo, e aqui em Curitiba também, pois não saem do meu coração. E realmente pra dizer que os amigos são a família que nos permitem escolher. E que amo ter esbarrado em vocês no meio do caminho!

sábado, 28 de agosto de 2010

Ah, como valia!

casal chuva

Tinha feito sol o dia inteiro. Na hora que eles resolveram fazer um piquenique no parque, começou a chover. Ela ficou furiosa com a mudança de tempo. Pegou a cesta e correu para o primeiro lugar aberto. Ele chegou correndo logo atrás, largou a cesta. Levou-a pelos braços e fez ela perceber que nunca uma chuva repentina num dia de sol havia sido tão gostosa! Ele conseguiu fazer ela perceber em 10 segundos o que não havia percebido em anos: Que um abraço encharcado valia muito mais à pena que um vestido seco. Ah, como valia!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O dia em que eu (quase) virei Monroe.

marilyn-monroe

E aí que no teatro temos aula de maquiagem né. Na última terça, havíamos tido aula de maquiagem cotidiana, e eu maqueei minha colega. Ontem, ela deveria me maquear. Só não sabíamos que ia ser algo diferente, hahaha. O professor deu uma aula sobre maquiagem através das épocas, e citou várias maquiagens conhecidas e características. Então, ele disse: Pronto, estão livres. Criem.

Num momento de loucura, eu virei pra minha colega, devia ser umas 17h e pouco.. Falei: Rafa, você tem até 18h30min pra me transformar na Marilyn Monroe! Ela riu, eu ri, eu sentei, ela pegou a bolsinha de maquiagem, e começou. O professor descobriu que tinha alguém na sala que deveriam virar Marilyn, e achou o máximo. Quis tomar conta da maquiagem da Rafa, e quando eu vi, já tinha pintado minha sombrancelha de marrom, meu olho de preto, minha boca de vermelho, e tava me ameaçando com o delineador no meio do rosto, só porque eu não queria fazer a pintinha.

- Marilyn tem pintinha, pare de fazer drama. Foi o que ele disse.

Quem sou eu pra negar, então.

Ele deu então com a esponjinha do delineador no meu rosto e disse: Pronto, Marilyn está pronta. Foi aí que me deixaram olhar no espelho.

Quase caí pra trás.

E ele ainda fez questão de me arrastar pra cantina e falar: Gente, olha quem veio! Eu já tava ROXA de vergonha. Uma menina ainda gritou: É MARILYN MONROE! E eu só queria fugir.

Mas tive que me render, chegar em casa e tirar umas fotos. Depois de enfrentar a cantina, enfrento a internet.

E aí, deem o veredicto: Ficou um pouquinho parecida ou não?

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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Cobrindo pauta por aí.

O último trabalho de fotojornalismo foi esse. Cada grupo deveria produzir uma pauta, e no dia combinado, trocamos as pautas entre os grupos. E então, o grupo deveria cobrir a pauta que pegou. Para quem não entende de linguaguem jornalística, é assim: Um grupo escolhe qual será a reportagem, marca lugar, hora e tals. E o outro grupo pega isso e vai fazer a reportagem.

A pauta que meu grupo pegou para cobrir era um evento de apresentações de dança, num parque aqui de Curitiba. No sábado. Primeiro fiquei com muitos xingamuitonotwitter feelings. Ah, porque eu prefiro resolver tudo o que tenho pra resolver durante a semana e ficar a bel prazer no findi. Fazer o que.

Marcamos às 14h30min na entrada do parque. De manhã vi que estava sol e um pouco quente. Me animei pra vestir short! Com meia calça embaixo, mas ainda sim, animador, pois meus shorts estavam querendo criar mofo de tanto tempo que estavam guardados. Cheguei lá e Thaís já estava. Logo chegaram Amanda e Anna. E daí até que vi que o sábado tava sendo mais divertido que eu pensava. A organizadora do evento deixou que entrássemos na área de aquecimento, e conseguimos fotos bem fofas! Até de umas meninas de 6 anos amarrando a sapatilha, coisa mais meiguinha. Depois, tiramos mais fotos durante as apresentações, e quando acabou a primeira parte decidimos que já era o suficiente para o trabalho. Fomos então comer pastel de feira com caldo de cana na barraquinha do parque. Já que estávamos ali, claro que íamos fazer uma boquinha, hahaha. Pegamos nossa comidaria e fomos andar mais pra dentro do parque. Aí resolvemos sentar na beira do lago pra bater papo e tirar fotos nossas, porque adoramos um book, haha.

Depois daquilo, no carro, senti minha perna coçar um pouco.. Mas, nada demais. Pensei: Foi a grama que irritou. Tá. Foram todas as formigas de Curitiba que resolveram me atacar. E olha que eu estava de meia calça! E era fio 40! Pois elas ultrapassaram e fizeram um estrago na minha perna. Depois dessa, nunca mais sento direto na grama. Só se eu estiver de calça jeans. Humpf.

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Foto sem a Thaís porque alguém tem que fotografar nessa ‘família’.

domingo, 22 de agosto de 2010

Sonhar ou não?

Pra falar a verdade essa é uma pergunta que nunca passou pela minha cabeça. Porque pra mim não existe o ato de não sonhar. E se eu não conhecesse uma pessoa que diz pra mim que prefere não sonhar, eu não acreditaria que isso existe. Mesmo. Porque sonhar é uma parte muito importante da minha vida. É o que eu faço antes de dormir, quando estou no carro, quando ouço música, quando estou no meio da aula chata e não consigo prestar atenção..

Acho que sem os sonhos a vida seria incompleta. Porque eu acho que só a realidade não é suficiente. Porque às vezes a realidade é simplesmente dura e chata, e os sonhos podem ser uma fuga gostosa. Lógico que não dá pra viver de sonhos. Mas eu acho também que não dá pra viver sem sonhos. Há que existir um meio termo.

Vi uma frase uma vez que diz: ‘Sobre sonhos, antes o desespero de não os ter realizados do que o enorme vazio de não tê-los.’ E eu concordo em gênero, número e grau. Posso ser radical nesse assunto, mas acho mesmo que uma pessoa que não tem sonhos tem um grande vazio por dentro. Algo que eu não quero experimentar nunca. Porque o dia que eu parar de sonhar, é com certeza porque parte de mim morreu.

sábado, 21 de agosto de 2010

Os 18 dela!

Não foi a tanto tempo atrás que nos conhecemos. Ah vai, talvez tenho sido, mas passou tão rápido que não deu pra perceber. Eu tinha 4 anos, ela tinha 3. Ela já era ‘veterana’ na escola, porque a mãe dela trabalhava. Eu, com a minha mordomia de poder ter mamãe em casa, só estava vivendo o meu primeiro dia de aula naquele momento. Não lembro de muita coisa que me aconteceu nesse dia. Mamãe diz que eu disse tchau pra ela, e prontoacabou. Fiquei ali na escola como se sempre tivesse feito aquilo. Bom, disso eu não lembro. Mas lembro que vi uma menininha. Morena. De cabelinhos cacheados. Eu consigo lembrar de uma cena. Da gente no parquinho da escola. Trocamos meia dúzias de palavras e então eu perguntei: Quer ser minha melhor amiga? Com a desenvoltura de quem fazia essa proposta milhões de vezes, quem vê pensa. E ela disse: Sim. E pronto, começou! Existem boatos de que já tinhamos nos visto na pracinha, e conversado, enquanto eu brincava com um baldinho lilás. Mas acho que o marco da nossa amizade na minha cabeça ficou na minha proposta de melhores amigas, e é só a partir daí que minha memória me permite contar. Enfim, depois disso, já descemos no escorregador muitas vezes. Já fomos flor e bruxinha na peça da festa de primavera da escolinha. Eu já me ‘apaixonei’ pelo irmão dela quando tinha 5 anos e ele 6 e ela tentou impedir ele de me dar um fora pelo telefone (hahah, imaginem! Eu lembro perfeitamente disso, acho que traumatizei, hahahaha). Já brincamos de barbie. Já espalhamos amoeba na varanda pra jogar água e escorregar em cima, quando minha mãe descobriu e quase nos matou. Tivemos que encarar uma mudança de cidade aos 7 anos, e choramos muito por isso. Escrevemos cartas de despedidas uma para outra. Ligávamos e jurávamos que apesar de conversarmos com outras meninas, elas sabiam claramente que a melhor amiga não era nenhuma delas (observem a fidelidade!). Hoje a casa já caiu tem tempo e já não somos aquelas menininhas que sentavam no computador pra pintar desenhos da barbie. Hoje nós duas já temos 18. Hoje eu faço o 2º período de jornalismo e ela o 1º de direito. Hoje a gente continua se falando e trocando confidências como era aos 4 anos. Porque por mais que nos falemos menos, nos vejamos menos, não brinquemos mais de barbie, eu sempre sei que tem alguém, em algum lugar, que sempre estará ali pra mim. E ela sabe que eu também sempre estarei aqui pra ela. Ou melhor. Ali com ela. E hoje eu peço que Deus a proteja sempre, e dê muitos, muitos anos de vida! Muitos amigos, mas só porque eu tenho certeza que nenhum nunca vai tomar o meu lugar, assim como ninguém nunca tomará o dela. E não desejo 1000 amores pra ela não. Mande 1 só que valha por 1000, porque ela merece!
Feliz aniversário Arianne, minha eterna-melhor-amiga-de-infância! Que sua vida seja recheada de coisas boas, e que esses 18 sejam só o começo!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O glamour dos estetoscópios

medicina

Teve um projeto lá na faculdade que se chamou: Doador Universitário. Durante 3 dias, um stand foi montado, e ficavam ali enfermeiras. O barato da coisa era alunos se cadastrando para ser doador de medula óssea. A LINK, agência de relações públicas, que na real virou agência de comunicação, é uma agência escola lá da minha facul, que é bem bacana, toda formada e coordenada por alunos e tal. Foi uma das diretoras da link que trouxe esse projeto pra PUC, e os outros participantes ajudavam a coordenar na hora. Eu fiquei na quarta de tarde, dia em que o stand estava no bloco verde. Para os que não estudam lá (haha), o bloco verde é o bloco de Ciências biológicas e da saúde. E no meio daquele cheiro de hospital e daquelas pessoas andando de lá pra cá com pelo menos um pedaço da roupa branco, me deu uma saudadezinha do sonho que eu tinha de criança de fazer medicina. Aí já vem aquela cisma de universitário: Ai, porque eu não to fazendo medicina mesmo? Sim, porque cisma de universitário é algo engraçado. Eu amo meu curso, mas sempre que vejo algo legal de outro penso: Porque não to fazendo isso? Hahaha. Continuando, ali naquele bloco tinha também uma lojinha onde vende livros de medicina e estetoscópios! Cara, uma menina foi ali, de jaleco branco, e comprou um estetocópio vermelho! Me deu muita vontade vestir um jaleco branco, chegar ali e falar: Oi moço, quanto é o estetoscópio? Muuito glamour! Ai eu fiquei megadepressiva pensando aonde foi que eu errei, e porque diabos não estava fazendo medicina. Ai resolvi espiar pra trás da parede do stand das doações né. Aí vi uma menina estendendo o braço em cima da uma almofadinha. E as mãos de uma moça de jaleco branco amarrando o braço dela com uma ‘borrachinha’. E depois passando um algodão. E vindo com aquele monstro chamado agulha. Ai eu pensei: Thanks God, estou bem longe disso aí! O glamour do estetoscópio pra mim acaba com certeza na hora que aparecem algodões com álcool seguido de agulhas pavororas. Fico tranquilamente mais feliz com o papel e as palavras. Relatar os acontecimentos de forma legal também pode ter glamour se for bem feito. E nem precisa de furar alguém. =]

terça-feira, 17 de agosto de 2010

I love the way you lie

Mentiras são terríveis. Essa frase é comum, e todo mundo costuma afirmar que sempre prefere a mais terrível das verdades do que uma mentira. Acho não hein? Hoje ouvindo a música da Rihanna com o Eminem, cujo nome foi parar no meu título, fiquei pensando nessa frase, e de como as vezes, mentiras e o jeitinhos que as pessoas as contam são necessárias. E não são de fatos mentiras mentirosas. Podem ser sinceras, como dizia Cazuza. Ou vai dizer que quando você está mal prefere que alguém venha e diga: Olha, essa situação é terrível mesmo viu? Not. Por mais que você saiba que está na lama, só você pode achar isso. O melhor é que os outros nos abracem forte, digam aquela mentirinha de que não pode ser tão ruim, e te dizem que tudo vai passar. Prometem que tudo vai passar. Mesmo sem poder prometer. Eu amo o jeito como essas pessoas mentem. Amo o jeito como meus amigos me disseram que fariam de tudo para que eu não me mudasse. Eu sabia que não podiam fazer absolutamente nada. Eles também. Mas o fato deles dizerem isso preenchia seus corações e o meu com um pouco mais de calma. Amo também o jeito que minha avó dizia que nunca ia morrer, só porque eu pedia desesperadamente pra que ela dissesse isso. Amo o jeito dos meus amigos de me dizerem que eu era a garota mais linda da festa, quando eu bem sei que na verdade eles olharam pra 500 outras e nem lembraram de olhar pra mim. E nem reclamo, lógico, eles tem mais é que olhar pras novas, tão cansados de me ver, haha. Enfim, mentirinha pode ser carinho também. And I really love the way they lie.

domingo, 15 de agosto de 2010

Adeus?

Despedida. Apenas uma palavra. Que carrega uma enorme carga. Já me pego imaginando abraços, lágrimas, promessas. Pior é pensar qual é realmente o seu maior sentido. Quando a gente sabe que vai embora, ou que alguém vai fazer isso, queremos nos despedir. Seja para morar longe, para viajar, para ir apenas ao cabelereiro… Talvez essa vontade de ter esse último momento seja para dizer que ficou junto com aquela pessoa até o último segundo antes dela ir fazer sei lá o que. Só que na realidade, não aproveitamos esses possíveis últimos momentos como deveríamos. Pelo menos não na maioria das vezes. As vezes as pessoas fazem festas! As vezes elas simplesmente se reunem para chorar juntas. Mas na realidade, a maior das despedidas nunca somos capazes de fazer de fato. Aquela despedida de quando a pessoa se vai, pra sempre. Porque nunca temos certeza de quando esse momento vai ser, e por mais que falemos que não, sempre temos a esperança de ver aquela pessoa novamente. O último momento que você passou com uma pessoa, foi sempre uma despedida. Porque você nunca pode saber se vai vê-la de novo. Se todas as grandes despedidas fossem triviais, haveria bem menos choro. Mas com certeza, arrepedimento. Sempre haverá a vontade de mais um abraço. Mas isso acontece também quando houve a despedida. Quando a gente ama, sempre cabe mais um abraço. Sempre. Despedidas são difíceis, mas conviver com a falta da pessoa é bem pior. Seja essa falta temporária ou eterna. A despedida marca o ponto que separa o tempo que se esteve com a pessoa do tempo em que simplesmente não mais estará. E por isso machucam. Mas talvez seria uma ideia inteligente tratar esses momentos com um pouco mais de alegria. Afinal, neste momento, você está com a pessoa. E isso é um motivo pra sorrir. Pena que a prática é tão diferente..

sábado, 14 de agosto de 2010

Sobre Modigliani, amor, alma e olhos.

modigliani

Eu sempre achei que os olhos dizem muito sobre as pessoas. E eles são os órgãos mais sinceros que temos. Porque se a boca quer mentir, ele vai lá e desmente. Não adianta dizer que você não está apaixonado se seus olhos brilham à simples mensão do nome daquela pessoa. Não adianta dizer que está feliz da vida se a falta da alegria pode ser vista nos seus olhos. E hoje lembrei muito daquela frase que diz que os olhos são as janelas da alma. Eles, então, têm muita resposabilidade, e por isso, Amedeo Modigliani, autor da obra àcima, não pintava os olhos da amada, e sim, deixava esses buracos no lugar deles. Uma vez ela perguntou o porque, e ele disse: ‘Quando eu conhecer sua alma, pintarei seus olhos’. Essa frase me marcou demais, e me fez pensar em como são realmente complexos os “tais dos olhos”. Que nos fazem ver, e permitem que os outros vejam o que realmente acontece em nosso interior. Ah, antes de morrer, Modigliani venceu um concurso de pintores. O quadro vencedor era também um retrato da amada. Dessa vez, com os dois olhos perfeitamente desenhados. Quase chorei. Só o verdadeiro amor consegue compreender tão bem a alma. E os olhos.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Die Welle

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Foi um dos filmes que minha professora de português mandou assistir nas férias. Eu vi nas férias mesmo, mas hoje, conversando sobre o filme na aula, resolvi comentar algo sobre ele aqui. Nem vou fazer uma sinopse, só vou contar o básico pra poder comentar em cima disso, hehe.

Bom, pra quem não assistiu, o filme conta a história real de um professor que, dando aula sobre ditadura, pergunta aos alunos se eles acham ser possível um reestabelecimento da mesma. O filme se passa na Alemanha, mas a história real foi nos EUA. Enfim, a classe diz ao professor que é claro que não. E então o ele resolve fazer uma ‘brincadeira’ de simular uma ditadura. Só que essa simulação passa a fugir do seu controle.

O filme é interessante, pois mostra como a união, seja para o bem ou para o mal, fortalece as pessoas. Me lembrou o filme Vida de Inseto, onde os gafanhotos sempre ameçam as formigas porque são maiores, e então, as formigas, que são muitas, resolvem se unir, e enfim, conseguem vencer. É aquela velha história do: Você é grande, mas não é dois. A união realmente é capaz de muitas coisas, e muitas pessoas são capazes de loucuras para manter a força de um grupo. E as pessoas mais carentes (de afeto mesmo), são as que mais perdem a razão ao lutar pelo seu grupo. Fiquei pensando em como realmente não é difícil uma ditadura acontecer, e confesso que me assustou um pouco, haha, mas acredito que se, um dia, realmente conseguissem reestabelecer um regime autoritário, haveriam mais pessoas do outro lado. Pessoas conscientes de lutar contra a ditadura, mas unidas igualmente ao ‘outro lado da força’.

Acho que viajei legal no post, mas tentei passar o que andou passando pela minha cabeça desde que vi o filme…

domingo, 8 de agosto de 2010

Paiavô

Fiz um texto pro meu pai essa semana, então, sem saber exatamente o que escrever aqui no dia dos pais, resolvi homenagear meu avô. Porque pra ser meu avô, antes ele teve que ser pai. E não foi de poucos filhos não. E acho justo escrever pra ele, porque se não fosse ele eu não teria a família enorme que eu tanto amo.

Se foi por falta de televisão ou não, eu não sei. Sei que vovô fez 14 filhos. Um pai e tanto. Numa época em que os pais não eram tão carinhosos com os filhos, devo admitir. Vovó diz que só viu o vovô carregando um filho no colo uma vez: Era tio João Carlos com o pé quebrado. Em compensação, mamãe disse que vovô nunca levantava a mão pros filhos dele. Do jeito dele, a gente sabe que ele sempre soube amar. E esse carinho todo que ele tinha reservado, ele foi aos poucos aprendendo a demonstrar. E seus 29 netos e 8 bisnetos sabem bem disso. Pois é, prestem atenção no legado. Que nunca para de crescer. Na minha família ninguém dura muito no posto de caçula não. Sempre tá chegando mais um! E vovô ali, o patriarca, firme e forte pra receber. E mesmo todo quietinho e invocadinho (tem que ser tudo no diminutivo mesmo, brinco que ele é um avô de bolso, de tão pequenininho) a gente sabe que ele tem loucura por essa família. Quando ele dá os sutis tapas no meu ombro e diz: Ei menina! Eu tenho certeza que ele tá querendo dizer: Ah, como eu te amo! E com certeza é assim com todos. Os 14, os 29, os 8. E vai ser com todos os que ainda vão chegar.

Joãozinho Bussular, feliz dia dos pais! Tenha certeza de que todo esse seu legado te admira demais!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Owwn!

Quando eu entrei no teatro da escola, no começo de 2008, não acreditei quando o professor falou que quando o bichinho do teatro nos morde não conseguimos nos livrar nunca mais. Paguei a língua. Acho que foi uma coisa que me fez apaixonar desde a primeira aula, e desde então eu me tornei viciada naquilo. Contava os dias pra chegar as sextas-feiras. Claro, porque é quase fim de semana, mas também porque era o dia que eu ficava a tarde toda respirando teatro. Fiz em 2008, fiz em 2009, ri, me desesperei pra decorar falas, chorei de desespero antes de apresentação, entrei no palco confiante, sai com um sorriso de orelha a orelha. Acabou a escola, acabou teatro. Acabou passar a tarde inteira com meus amigos, acabou subir no palco, acabou. Vim pra Curitiba, entrei na faculdade, e desde então, todo mundo me cobrava: Ana Luísa, e o teatro? Você já procurou um lugar pra fazer? Eu queria, mas não tinha corrido atrás.

Minha colega da facul então falou que ela fazia, e fazia de formação. Eu cheguei em casa falando que queria fazer no mesmo lugar que ela, só que me contentava com a oficina mesmo. Foi quando papai falou: Não, você é ótima, eu vou pagar o de formação. Oi? Papai já tá me vendo a próxima Helena de Manoel Carlos. Enfim, me matriculei e as aulas começaram na terça.

8 pessoas legais (incluindo eu, que sou a mais legal de todas, claro, hahaha) e uma professora fantástica. A primeira aula já foi incrível, a segunda então, que foi hoje, nem comento. Ri a tarde TODINHA. Foi empatia instantânea, de todo mundo com todo mundo. E como dizia meu primeiro professor de teatro, aquele na escola, que fez tudo isso começar: Minha obrigação é transformar esse aglomerado de pessoas num grupo. Puxa, nem precisamos de esforço, sabe? Tenho certeza que já somos um grande grupo, e que ainda vamos passar muita coisa boa juntos nesses 3 anos de curso. E tenho dito!

Ah, preciso explicar o título né. É que assim, a professora tá tão apaixonada por nós que resolveu fazer uma rodinha no fim da aula, pra todos darem as mãos. Aí cada um deveria dizer uma palavra pra sintetizar o que foi a aula. O Jefferson então disse: Alegria. O Lucas então disse: Amizade. Ai eu, que nem tava de vez, disse: OWWN! Sabem, Owwn, de: Que fofinho? Pois é, eu soltei essa. Aí todo mundo riu. Depois disso, cada pessoa que falava, alguém falava: OWWN. No fim das palavras, a Gab (prof) disse: Agora escolheremos uma dessas palavras, nos abraçaremos e gritaremos ela bem alto. Qual vocês escolhem? Nem precisamos nos olhar pra responder. Foi meu OWWN, claro! E todos ensaiaram um OWWN bem bobo alegre, que nem foi o meu, e gritamos juntos e abraçados. Alguém tem dúvida de que seremos um belo grupo?

PS: Quando eu tiver uma foto eu posto.

PS2: Meu grupo do teatro da escola rendeu uns 90% dos melhores amigos que eu tenho na vida. Desconfio de que o teatro seja uma boa forma de unir as pessoas. =]

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Existe um cara..

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Foto retirada do site Getty Images

… que talvez nunca tivesse a ideia de ser pai no topo de sua lista de prioridades. Mas a gente tem que dar um desconto, ele não devia saber como era bom. Acontece que esse cara deu de casar com uma moça que amava essa idéia desde pequenininha. E ele também até que se animou pra ter um bebê. Já sonhava em dar uma netinha pra sua mãe, que teve 2 meninos, e perdeu 2 meninas. Nasceu a guria, e ele queria fechar a fábrica. Acontece que a moça, aquela que é casada com ele, veio de uma família de 13 irmãos. Jamais que ela ia deixar sua princesinha crescer como filha única. Decidiram ter outro filho, e dessa vez ele sonhou foi com o garotão. Já pensava nos autoramas, nos jogos de futebol. Um belo dia, no meio de uma ultrasson, a médica diz: É menina. E ele teve que se acostumar com a ideia. Depois dessa outra menina, a moça ainda perguntou se ele queria tentar um menino. Ele disse que não, pois já estava em desvantagem. – Se for outra menina, estou ferrado! E então eles fecharam de vez a fábrica.

Ele não teve o Caio que tanto queria, mas tem 2 meninas pra chamar de suas. 2 meninas que já passaram altas tardes brincando de ferrorama com ele. E também, 2 meninas que já o fizeram segurar bonecas dizendo: – Segura ai a sua netinha, pai.

E ele aprendeu a ser feliz. Entre trenzinhos e barbies, hoje eu tenho certeza de que ele é realizado. Mesmo quando eu e minha irmã tagarelamos sem parar na hora do jantar e ele manda a gente calar a boca porque quer ouvir o jornal nacional. Mas a gente fala mesmo, porque no fundo, temos certeza de que ter a gente em casa tagarelando todas as noites é que faz ele ser feliz. E se nós somos as princesas dele, é porque ele é com certeza o nosso super-herói.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Já deu de inverno

Porque no verão tudo fica melhor. Eu não preciso sair de casa parecendo um astronauta de tanta roupa. Aliás, no verão eu realmente tenho vontade de sair de casa! No verão, minhas bochechas ficam com aquele rosa vivo, de sol. No inverno, fica somente com aquele rosa de.. queimado de frio. No verão tudo fica mais colorido, as pessoas ficam mais alegres, a roupa que temos que colocar se resume a um short e uma blusinha. Isso quando não é somente o biquini. Dá vontade de ficar o dia todo na água, conversando de baixo do sol. Ou mesmo de deitar no chão só pra esperar uma brisinha de vento. Brisa essa que é maravilhosa quando chega. Ao contrário do inverno, onde eu tenho que ficar xingando esse vento insuportável de Curitiba, que praticamente me leva até o meu bloco quando chego naquela filial do pólo norte que os meros mortais costumam chamar de PUC. Não gente, eu amo a minha faculdade, mas que é particularmente frio lá, isso é. Quando vemos um raiozinho de sol, procuramos logo um espacinho para largartear ali. Mas hoje nem isso tinha. Frio e nublado. É por isso que eu digo: Chega de inverno. Cansei de criar mofo e de ligar aquecedor no banheiro pra tomar um simples banho. Cansei de acordar com vontade de chorar só de pensar em tirar o pijama. Sério, cansei. Quero sol, quero 35º graus no mínimo, quero ventilador ligado, quero mais vida. Quero fazer um post sem estar com os dedos congelados.

Vou colocar essa foto de consolo, só pra saber que o verão ainda existe, e que por mais que o inverno pareça durar para frente, eu sei que ele volta!

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“Do verão viemos, ao verão voltaremos'”

E tenho dito.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Ricordare è vivere

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Porque eu disse num post aí pra trás que quando eu comprasse um scanner eu colocava uma foto minha de bebê. Mas a dona Mari aqui disse que isso era desculpa, e que eu devia tirar uma foto da foto. Não achei que fosse ficar bom, mas tenho que admitir que não ficou ruim.

Essa sou eu com 7 meses. Com os olhinhos apertados, e uma boca sem nenhum dente. Roupinha cheia de desenhinhos e um lacinho bem maior do que o que a quantidade de cabelo necessitava. Mas vai falar que eu não era uma bebê fofinha?