domingo, 30 de setembro de 2012

Dos platônicos, o mais dolorido

Suponhamos que não são 3 horas da manhã e que eu não tenho que acordar às 8h30 para ensaiar. Suponhamos também que eu não devesse estar dormindo com o texto decorado ao invés de estar aqui, escrevendo bobagens. Adorei essas suposições.

Como eu sou uma transgressora de regras, ao invés de dormir, estudar o texto, ou estar na balada, eu estava no facebook conversando com minha amiga felizmente encontrada sobre um assunto muito sério e importante para o futuro da sociedade, só que não, era sobre Instagram mesmo. O pior: ~Instagrans de famosos~ . Porque EGO é para fracos na era do Inxtatreco. O negócio é você mesma seguir a pessoa e se maravilhar com as fotos que nem precisaram de um paparazzi para serem tiradas.

E tudo estava muito bom e stalkermente divertidíssimo enquanto eu brincava de Giba, Jayme Matarazzo e Otaviano Costa, até que eu lembrei dele. Dele. Mateus. Mateus, o moço do sorriso lindo que me ganhou desde a primeira chamada que vi na televisão quando Maysa estava para estrear. Mateus Solano, o amor platônico mais sério da minha vida, o que mais me machuca e me aperta o coração. Lembrei dele, e mesmo imaginando a dor, perguntei pra Anna se ele tinha Instagram. Ela, que é stalker profissional, obviamente sabia que sim, e já me respondeu da seguinte maneira: SIM, mas eu parei de seguir por motivos de ‘dói demais’.

Eu sabia que certamente doeria demais. Mas eu sou assumidamente sadomasoquista quando se trata de Mateus, então, fui procurar sarna pra me coçar. Lembrando que é madrugada de sábado pra domingo, eu devia estar na balada, ou dormindo, ou estudando o texto do Submarino Amarelo, mas não, eu estava de moletom debaixo do edredom (e ainda estou), com o Instagram aberto no google chrome, escrevendo @mateusolano no campo de pesquisa. E… O instagram dele agora é bloqueado.

Sim, esse podia ser o fim da história, mas eu insisti e fui caçar o twitter dele (estou aprendendo tudo isso na escola Anna Vitória de stalkers). Que não é bloqueado. Não é bloqueado, e todas as fotos do Instagram também aparecem lá, então, tudo bem. E foi bem aí que eu passei alguns minutos dando asas para a minha dor. Até que comecei a dar de cara com twittes onde ele comemorava 1 ano de casamento chamando a esposa dele de ‘meu doce’, ou twittes dela dizendo que o dia tinha sido ruim, mas que tudo bem, porque agora ela ia jantar com seu marido lindo. Eu já estava quase em posição fetal de dor quando cheguei ao meu limite vendo uma foto dela com a filha dos dois no colo. A Flora é a cara dele. E isso não é justo, porque a Clara devia ser a cara dele. Clara. A minha filha que vai nascer daqui a alguns anos. Ela devia ter a cara dele.

E então eu fechei tudo o que estava fuçando pra parar de sofrer de platonismo agudo, porque isso é muito feio, e isso as adolescentes fazem aos 14 anos, quando eu não fazia e me achava super madura. Todo meu amadurecimento foi por água abaixo desde que eu coloquei os olhos em Mateus pela primeira vez, e então, basta eu dar de cara com ele na propaganda da Hering enquanto ando inocentemente pelo shopping pra não conseguir pensar em outra coisa por pelo menos 10 minutos, e sentir aquele aperto no coração. O mundo é mesmo muito injusto. E eu nunca devia ter ouvido falar de Mateus Solano.

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Simplesmente por motivos de ‘dói demais’.

{Não preciso nem comentar novamente sobre a dor do meu trágico sonho no qual a minha irmã namorava Mateus e passeava de mãos dadas com ele na minha frente. Eu acordei chorando tanto, mas tanto, que fico indignada com isso até hoje. Indignada com a CRUELDADE de ter sonhado com ele namorando a minha irmã na minha frente. A vida é tão injusta. Eu sempre lembro daquela música: “Quando a noite eu consigo dormir eu sonho é com você a me dizer pra não ter ilusões que entre nós não pode ser. E é mesmo assim. Nem mesmo no meu sonho eu posso ter você pra mim”.}

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Da menina que faz sempre igual

Sabe aqueles momentos mágicos onde você não está, mesmo que momentaneamente, com nenhum pepino na cabeça e pode se dar ao luxo de filosofar sobre qualquer assunto pirado que lhe venha à mente? Então.

E dei uma dessas numa sexta-feira dessas qualquer, enquanto almoçava no self-service que tem pertinho da minha casa, onde eu bato ponto em quase todas as sextas. Eu estava lá, comendo e viajando enquanto via as pessoas se servindo e se sentando. E eu, com minha mania de escrever, logo pensei que se eu fosse dona de restaurante eu iria escrever contos baseados nas pessoas que passavam por ali, inventando suas vidas, baseada pura e simplesmente na roupa que usam e no que costumam por no prato, se pegam sobremesa ou não. E aí, bem egocêntrica que sou, pensei que, caso a dona do restaurante realmente fizesse isso, eu daria um de seus contos mais curiosos.

Sabe a menina da música todo dia ela faz tudo sempre igual? Então. Sou eu. Porque eu sou muito fresca pra comer. Então quando eu conheço um restaurante novo, eu logo descubro algo que eu goste de comer ali e não mudo nunca mais. Tem uma confeitaria perto da minha casa. É super quentinha e aconchegante. Eu já fui lá um milhão de vezes. E nunca comi uma coisa diferente. A garçonete me chama de ‘menina dos puffets’. Isso porque eu, que geralmente vou com Helena, já sento e peço um prato de panquequinhas doces, outro de panquequinhas salgadas, e um bule de chocolate quente. E as tais panquequinhas deliciosas se chamam puffets no cardápio. Eu nunca nem cogitei pedir outra coisa. E a mesma coisa acontece no self-service.

Eu entro. Pego o meu prato. Coloco 2 colheres e meia de salada maionese e jogo uma colher de milho em cima da salada. Então coloco 2 colheres de arroz, pego 1 rondelli de presunto e queijo com molho branco, 2 colheres e meia de batatas-fritas, 2 sachês de sal, uma lata de coca-cola e um copo descartável. Sempre. Se eu chegar lá e só tiver rondelli com molho vermelho, eu já não fico tão feliz. Hoje, por exemplo, não tinha batata frita, só batata palha. E eu não fiquei tão feliz, porque ficou um buraco vazio no meu prato, já que eu não curto as batatas palhas.

E então, eu como. Depois, eu pego um picolé de brigadeiro e 5 chicletes de tutti-frutti, que eu sempre falo: “Quero cinco chicletinhos desse rosa”, apontando para o vidro. Hoje eu não tomei o picolé porque está muito frio e eu fiquei o dia inteiro tendo calafrios ontem. Não que eu teria consciência pra isso, porque pra mim o picolé é sagrado! Mas minha mãe estava junto e me proibiu. Então eu trouxe só os chicletes.

E o meu almoço de sexta-feira é sempre assim. Eu acho que a dona me vê entrando e já dá risada. “Lá vem a menina que come sempre a mesma coisa”, ela deve comentar com o  velhinho do caixa, que deve ser seu pai. Ou não, vai ver ela nunca nem reparou e eu que sou egocêntrica ao ponto de pensar que ela repara no meu prato. Mas é que eu como lá há 2 anos e meio! Acho que já deu tempo dela reparar que eu como sempre a mesma coisa. Acho que uma hora vou pensar eu mesma nesse conto e escrever sobre o que eu possivelmente pensaria da menina loira que parece ter uns 17 anos e come SEMPRE a mesma coisa.

sábado, 22 de setembro de 2012

Sobre o passado, os medos e os colos.

Então que SETEMBRO é o novo AGOSTO. Sinto muito me colocar nesse papel chato de avisar para quem ainda não tinha percebido, mas é isso aí, galera. Os fardos setembrinos andam pesados. 2011 avisou, 2012 está comprovando, e vamos que vamos porque a vida é feita de fases.

Acontece que essa semana em especial a coisa ficou tão preta e bipolar que eu passei a segunda-feira sorrindo e o resto dos dias chorando. Mentira, vai. Durante terça, quarta e quinta eu só fiquei sem lugar, sem falar direito, comendo pior ainda, andando a esmo pelo apartamento e querendo dormir o resto da minha vida só pra não ter que ME encarar dentro do mundo. Na sexta-feira as nuvens chegaram mais perto e a tempestade desceu. Digamos que eu praticamente tenha chorado das 7h da manhã às 22h, com longos espaços onde a vida era em sociedade e eu precisava segurar o choro. Basicamente essa foi uma semana onde eu não vivi. Eu simplesmente existi, e eu acho que somente existir é uma perda de tempo danada, então fico muito chateada comigo mesma e é isso aí.

Acontece que pra fechar a semana com chave de ouro, a aula no teatro seria extremamente física e psicológica. Trabalharíamos o PASSADO e o MEDO. Interessantíssimo pra alguém que passou pelo menos 4 dias inteiros sem estrutura emocional nenhuma. Eu cheguei na escola às quase 18h com uma cara tão péssima que minha chefe me abraçou apertado, a responsável pelo financeiro (senhorinha, super mãe de todos) fez questão de que eu sentasse no colo dela pra ela fazer carinho na minha cabeça e dizer que ia passar, Airen praticamente me ninou durante uns 3 minutos, e até o chefe-dos-chefes, que tem fama de mau, me olhou com uma carinha de “calma, tudo vai dar certo”. Então imaginem o estado dessa que vos fala quando entrei na aula para fazer a atividade de fato.

Eu sou racional pra essas coisas, só pra deixar claro. Eu procuro me entregar bastante ao exercício, mas eu nunca surto. Eu achava lindo quem se matava de chorar e se atirava nas paredes durante os aquecimentos em Vamos Falar de Amor sem dizer Eu Te Amo, mas eu sempre ficava na angústia sutil. Dessa vez não. Dessa vez eu chorei pelo menos em 60% da aula.

Na parte dos medos o Hum foi gritando vários dos medos que tínhamos escrito nas folhas enquanto nós andávamos pelo escuro “sentindo” esses medos. Catarse total lembrar que estávamos em 9 pessoas correndo numa sala de olhos fechados enquanto ele gritava que estávamos cegos e nunca mais poderíamos ver nossos amigos, a cor de nossas cortinas, nossas fotos e nossa mãe. E os soluços desesperados quando o medo era o de ficar sozinho no mundo pra sempre? Agora, como ele mesmo disse ao fim da aula: Impressionante como quase todo mundo “matou a mãe” nos seus medos. Era geral: Todo mundo tinha um medo absurdo de perder a mãe.

E eu me contorci naquele chão berrando pra minha mãe não me deixar, enquanto ouvia urros de tudo quanto era lado da sala de pessoas desesperadas pedindo para as mães nunca partirem. E então eu também lembrei que na hora do passado, o que mais me fazia soluçar de chorar era me lembrar pequena, brincando com minhas primas, ou no colo da minha mãe.

Minha mãe reclama que eu nunca faço post pra ela no blog, nem no aniversário, nem no dia das mães, mas é porque eu acho muito difícil. Se declarar pra mãe parece muito piegas, e eu sempre me perco com as palavras. Porque eu sei que não dá pra quantificar o amor, mas se desse, minha mãe com certeza seria a dona da maior parte. Mãe, você provavelmente é a pessoa que eu mais amo no mundo.

Então que depois de velha a gente fica com vergonha de chorar no colo da mãe e vai chorar sozinha na cama, no chuveiro, ou no colo das amigas. Mas que eu passei a semana inteira querendo deitar no seu colo e chorar, ah, eu passei. Sem perguntas nem nada, só ficar ali, chorando, por 5 horas, se eu precisasse. E eu sei que você ia deixar, eu é que fico sem graça de pedir, porque isso, teoricamente, a gente faz aos 2, e não aos 20. Mas o melhor colo vai ser sempre o seu, mãe. Mesmo que você não entenda as dores. E pensar em perder o seu colo é uma dor tão absurda que eu sempre choro e penso em como seria bom se eu morresse antes, só pra não ter que passar por essa. Mas isso seria injusto com você, porque eu imagino que perder filho deva ser pior. Então tudo bem, vamos esquecer isso porque ninguém vai morrer, se Deus quiser. Mas é só pra você saber que eu nunca escrevo pra você no blog, mas na aula, por entre milhões de outros motivos, eu soquei o chão e chorei desesperada pedindo pra você não ir embora nunca.

Eu te amo, e perderia totalmente o fio da meada sem você, mesmo que eu viva tentando te fazer entender que nós não somos a mesma pessoa e eu que terei milhões de escolhas diferentes das tuas.

domingo, 16 de setembro de 2012

Doces Rodopios

Ela levantou e resolveu não fazer o café da manhã usual. Ao invés do simples copo de leite, abriu a geladeira e pegou uma porção de morangos. Encheu de açúcar em cima e se fartou com aquelas pequenas maravilhas vermelhas e brancas. Escovou os dentes, passou um rímel, jogou o cabelo para o lado e tentou pela milésima vez escolher entre seu pingente de nuvem ou seu pingente de corujinha. Todo dia era a mesma coisa. E acabava no uni-duni-tê. Decidiu sair com a nuvem. Porque estava afim de dizer OKAY para o mundo. Só não sabia ainda que, daquele dia em diante, o mundo estava ainda mais decidido a dizer OKAY para ela. Em um fim de inverno totalmente primaveril, munida de câmera fotográfica e livros, resolveu passar o dia no parque.

Sentou perto dos lírios. Sempre foram seus preferidos. Leu vários capítulos, tirou várias fotografias, deitou na canga e quis olhar o céu passear. As nuvens pareciam flores. Lembrou-se de uma frase que sempre achou bonita: “Quem perde o teto, ganha as estrelas”. Pensou que felizmente não havia precisado perder o teto para se perceber em relação a isso. “Como são lindas as nuvens”, frisou, sem querer, em voz alta, enquanto lembrava da nuvem que carregava no peito.

- É. Elas são lindas mesmo! Já viu aquela ali, parece uma nuvem!
- Muito engraçado uma nuvem ter formato de nuvem. Vem cá, eu te conheço?
- Não, mas isso agora é o de menos. Olha aquela outra ali! Também parece uma nuvem!
- Pois eu acho que parece uma coruja.
- Ah, vai, talvez se eu virar bem a cabeça... Não. Realmente parece uma nuvem.

E riu. E riu a menina também, espantosamente analisando o sujeito que havia acabado de conhecer, do nada, embaixo de uma árvore, perto dos lírios. Como assim ele tinha a cabeça quadrada a ponto de pensar que nuvens se pareciam apenas com nuvens? Mas, puxa, que sorriso ele tem, pensava, ao mesmo tempo.

- Você tem um sorriso lindo, sabia? E olha só, seu pingente! Parece uma nuvem em forma de nuvem!
- Muito engraçado.
- Ah, vai, você nem notou que eu reparei no seu sorriso?
- Er... reparei. Obrigada.

Corou. Corou e ele sorriu. Sabia que tinha começado a ganhar pontos. Perguntou sobre o livro que ela lia, e sobre as fotografias que tinha tirado. Disse que na verdade não tinha paciência de ficar à toa no parque, mas que a partir desse dia, seria obrigado a começar a vir. Convidou-a para tomar um sorvete, e colocou uma flor em seu cabelo. E então dançaram. Dançaram e rodopiaram pela grama. Dançaram como se não dançassem para ninguém. Ou só para os dois, ainda bem. E ninguém percebeu o tempo passar.

- Ei! São 20h!
- É, eu sei! As nuvens agora, curiosamente, estão com forma de estrelas!
- Deve ser porque SÃO estrelas!
- Quem é o quadrado agora?

E ela sorriu. Disse que precisava ir embora. Correndo. Alguma coisa sobre uma carruagem que virava abóbora depois de um certo horário. Não. História errada. Devia ser porque ela tinha um TCC pra terminar. Isso, era isso. Ele então ofereceu uma carona na sua bicicleta azul. Ela disse que jamais pegaria carona com um estranho.

- Prazer, Pedro.
- Taryne.

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E então, ela pegou a carona. O mundo sorriu para os dois.
As estrelas nunca mais foram apenas estrelas. Seriam sempre nuvens.
E as nuvens, essas sempre seriam nuvens, mesmo que parecessem coelhos.
E eles nunca mais foram estranhos um ao outro.

sábado, 15 de setembro de 2012

Ficamos, porque ia ter bolo.

15 de setembro de 2011, eu resolvi que ia criar um grupo no facebook pra reunir blogueiras para organizarmos melhor postagens de memes. 15 de setembro de 2012 a gente assopra as velinhas pra comemorar 1 ano desse sonho, que a gente nem sabia que existia! Não tenho mais seda pra rasgar, na verdade. Vocês sabem o quanto vocês são importantes pra mim! Então, resolvi comemorar esse 1º ano com uma mixtape supimpa que resume nosso ano de músicas! E eu preparei um vídeo da gente no gogó, mas né, se eu postar aqui tem gente que vai me bater, então eu posto interno! Por hora, curtam o meu presente! Claro que a arte é da Taryne!

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Do luxo à infâmia

Kuduro porque ele é praticamente nosso hino, Oi, Oi, Oi. Like a Virgin por todas as histórias. Turu Turu pra adoçar a vida. Tem que viver porque rolar na areia e ficar louca é o que há de bom nessa vida. Tempo Perdido porque é nossa música do coração. Meteoro porque foi escrita pra uma das integrantes. She Will Be loved porque todas nós merecemos. Giz porque rabiscamos o sol que a chuva apaga. Xote da Alegria porque dançamos muito forró ao som disso. Camaro Amarelo porque cantaram de pijama. Eduardo e Mônica porque tropeçávamos na letra. Baba Baby porque cantamos essa maravilha logo após cantar Legião, no meio da Avenida Paulista. Ragatanga porque todas sabem do assererrê infinito. Quase sem querer porque faz parte de nós. Run the World porque a máfia run the world. Pais e Filhos porque é preciso saber amar as pessoas como se não houvesse amanhã. E Lua de Cristal porque… somos estrelas e invencíveis. E ai de quem disser o contrário. FELIZ ANIVERSÁRIO PRA NÓS.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

“E se” simplesmente não era pra ter sido.

É uma coisa que eu penso às vezes, sabe? Assim, a liberdade é um fardo, e isso, cedo ou tarde, todo mundo descobre. Fazer uma escolha já é difícil. Eu sofro todas as vezes que vou na lanchonete e tenho que decidir entre o sundae e o milk-shake na hora de pedir a sobremesa. Agora. Se já é sacal ter que escolher as coisas, porque diabos a gente inventa de ficar pensando depois em “como seria se” tivéssemos escolhido a outra coisa?

Eu sei. Eu obviamente não sigo as minhas próprias piras ensaiadas nesse post, mas faz sentido, não faz? Se eu já perdi o ônibus, não preciso ficar pensando que tudo teria dado certo “se eu tivesse” saído de casa 5 minutos mais cedo. Porque gente, o tempo não vai voltar. Se não foi, não foi, e pronto! Convenhamos juntos que, teórica e praticamente, o “E se” NÃO EXISTE. E pronto! Se não foi, não haveria de “e ser” nada!

Seguindo com mais uma dose dessas minhas alucinadas filosofias de boteco (deviam me proibir de ficar na frente do teclado com uma tela em branco de madrugada), lembrei de um amigo meu que ficava contrariado quando as pessoas usavam a palavra “Quase”. Eu sei, também é extremamente automático. Mas vamos pensar que ela é apenas um prêmio de consolação muito do mal inventado?

Se você chutou a bola lá nos cafundó de Judas, ou se ela bateu na trave, ela simplesmente não entrou no Gol e é isso aí! Ela não ter entrado no Gol por muita distância ou ela ter QUASE entrado no gol, não fazem, na prática, a MENOR diferença. E eu nem sei, na verdade, o que dói mais. Se é não chegar nem perto, ou se é chegar bem pertinho. Eu sempre acho que quem sofre mais numa disputa é o segundo colocado. Porque ele chegou muito perto. Mas isso é só mais uma filosofia.

Na teoria, nós, humanos que gostamos de pensar, sempre vamos lembrar do “e se”, e utilizar o tal do quase. Seja pra se confortar ou pra passar ainda mais raiva. E se eu estivesse dormindo ao invés de escrever esse monte de baboseira, amanhã eu acordaria com menos sono e esse blog quase seria algo mais normal de se ler.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A sinceridade das minhas Auroras

O fato é que ninguém nunca é tão feio como parece ser na foto do RG, e nem tão bonito quanto parece ser na foto do perfil do facebook. Ninguém é tão reclamão como parece ser no twitter, nem faz coisas tão cools o tempo todo como parece fazer no Instagram. Mas uma coisa é certa: Todo mundo é exatamente como se mostra no Tumblr.

Não sei porque! Mas ele, por parecer ser o mais discreto, é o que mais mostra. No meu por exemplo, não tem perfil. Só tem o título em cima, e a única coisa que me revela é a foto minúscula que fica aparecendo na guia, sabe? Então. Acho que por ele parecer mais discreto, acaba sendo o mais livre.

Navegar no Tumblr de uma pessoa é praticamente adentrar sua alma. Dos sentimentos mais escrachados aos mais ocultos. Dos minutos de bobeira com os gifs retardados, até às lágrimas ocultas com frases fotografadas de livros marcados pelo uso. Da pra sentir as fases da pessoa, analisando as postagens felizes e as tristes. E isso eu estou falando das imagens e dos gifs mesmo, porque pra mim Tumblr é pra isso. Nada contra quem posta texto no Tumblr, mas eu nunca leio. Só postei um, no inicinho do meu, porque é um texto muito importante pra mim e mereceu estar ali. Fora isso, só imagens. E céus, como essas tais simples imagens reblogadas dizem sobre as pessoas. E até os nomes! Nada explicaria tanto sobre uma Anna Vitória quanto sua Poneilandia. Ou sobre os rodopios Taryne com All good things, ou mesmo sobre Rafaela, a menina que acha que tem Too Much Pink nesse mundo e que ia conseguir reblogar só coisas em Preto e Branco. É óbvio que não conseguiu, e acabou assumindo o Rosa pra ela mesma.

O meu já tem no nome a minha palavra preferida. Que, pra começo de conversa, remete a início. Ao amanhecer. Aurora. Aurora é aquilo que se repete todos os dias, e mesmo assim, é diferente. Aurora é a primeira coisa que acontece quando o dia abre seus olhos. E nós, quando abrimos os olhos, somos extremamente nossos. Nunca somos tão nossos e tão naturais como quando acordamos. Nada é mais natural e mágico que abrir os olhos todos os dias para começar tudo de novo. E assim são as Auroras. As minhas Auroras. E quem resolve saltitar por elas, sabe que eu:

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Me meto a besta afirmando com toda a força que posso perfeitamente cuidar de mim, mas vivo tomando escorregões e indo de cara na piscina…

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Mesmo com os percalços, eu nunca desisto de pensar em como seria se todos os meus sonhos se realizassem…

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E que, no fim das contas, o jeito é abrir os olhos, apontar pra fé, e remar! Porque do jeito que o mundo anda… Só na base da fé!

sábado, 8 de setembro de 2012

Os piores vilões

Às vezes eu tenho certeza que em alguma das minhas vidas passadas eu fui torturada em época de ditadura. Talvez só isso explique o verdadeiro horror que eu tenho quando preciso lidar com situações meio ditatoriais, mesmo na ficção. Eu fico fora de mim, porque eu simplesmente não consigo entender como diabos uma pessoa consegue exercer um poder tão absurdo sobre um monte de outras.

Eu tive um professor no segundo ano de faculdade que era assim. Ele era cruel. Tirano. Criava regras absurdas e humilhava aluno em sala de aula. Uma vez eu virei as costas e saí chorando e ele me fez voltar pra me ver chorar olhando pra ele. Conforme o ano ia passando a gente foi descobrindo que não só ele mandava na gente, com mandava praticamente na universidade inteira, isso sem contar que ele vivia destratando os funcionários. Gente. Alguém faz o favor de me explicar como diabos um ser humano qualquer consegue ter esse poder? De sair “dominando” as pessoas? Eu não sei explicar. Mas sou uma péssima revolucionária, e o máximo que fazia era dar soco na carteira, ter dor de cabeça e morrer de xingar o cara – longe dos olhos dele, claro, porque quando ele aparecia na minha frente eu engolia seco e falava: – Pois não, Senhor.

Essas situações me deixam, repito, completamente fora de mim. Quando eu tinha meus 11 anos, foi lançado Harry Potter e a Ordem da Fênix, e com ele, Dolores Umbridge. E eu sempre faço questão de falar pra todo mundo, em qualquer discussão sobre Harry Potter, que pra mim, Voldemort não chega aos pés de Umbridge. Ela, sim, pra mim, foi a pior vilã da série inteira. Porque ela conseguia tudo o que ela queria. Fazia o mundo girar em torno dela. Transformou Hogwarts em uma ditadura gigante, onde os alunos nem podiam andar em grupos maiores de 5 pois isso teoricamente configurava um conjunto revolucionário. Pregava atos inquisitoriais nas paredes. Aplicava castigos completamente absurdos em quem andava fora da linha. E esse, dos 7, foi de longe o livro que mais me incomodou. A ponto de eu fechar pra dar uns socos na capa, de tanto ódio. Eu simplesmente não consigo entender como uma pessoa consegue ter tanto poder sobre um grupo gigante.

Outro caso é o de Jogos Vorazes, uma distopia fantástica e muito da bem criada, mas extremamente agoniante. Como assim, gente. Como assim 12 distritos cheios de pessoas conseguiram, por mais de 70 anos, ser dominados por UMA capital? Mais de 70 anos e os distritos entregando seus adolescentes para lutarem até a morte em uma arena, para a capital provar, com isso, que a revolução jamais seria um caminho. OI? Entregar um filho adolescente pra LUTAR ATÉ MORRER para se SUBMETER a alguma lei absurda que um grupo muito menor de pessoas criou? Eu me explodo de ódio, sem brincadeira.

E se eu fico assim em casos de ficção, nem me perguntem o que se passa pela minha cabeça quando alguém fala em Nazismo. Vide minha loucura quando lembro de Olga, presa, separada do amor e da filha, e morta em uma cabine de gás só porque UM CARA decidiu que judeus eram do mal. Não. Eu nunca vou me conformar.

Eu não sou uma das pessoas mais corajosas desse mundo. Mas se tem uma coisa da qual eu tenho verdadeiro pavor é da tal da ditadura (e da censura, que vem no pacote).

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Liberdade é pouco. O que eu quero ainda não tem nome.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Esperando o telefone tocar (4/30)

... Até que o barulho do toque do telefone cortou aquela sala como um raio. Com o coração aos pulos e as mãos geladas me levantei para atender.

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Alice bem que quis atender na minha frente, mas eu sou incrivelmente forte (no sentido literal da palavra) quando estou nervosa, e empurrei a pobre coitada no sofá pra eu poder chegar primeiro ao telefone. E era a minha mãe. Mães tem um dom incrível de ligar na hora que a gente está esperando uma ligação importante de outra pessoa. Mas tudo bem, pelo menos ela me acalmou um pouco. Mesmo assim eu tive que cortar o assunto e desligar de pressa. Podiam ligar do hospital a qualquer minuto.

Alice e Helena cismam em ficar em volta de mim. Já me ofereceram 10 copos de suco de maracujá, e eu nem sei por que. Ok, talvez eu saiba. Estou rodando há 2 horas em volta do telefone, simplesmente não consigo sentar. Já ameacei pegar a chave do carro e voltar pro hospital umas 15 vezes, mas, não sei como, elas ainda estão tendo o poder de me proibir de fazer isso. Eu estou ansiosa. Mas ele está na UTI. A única coisa que vai mudar se eu estiver lá é que estarei rodando em volta do sofá do hospital, e não do meu.

Ando, ando, ando, e só tomo um banho porque consigo convencê-las a me deixarem levar o telefone pro banheiro. Tento empurrar alguma coisa pra dentro do estômago, saco vazio não para em pé, e de repente percebo que são 2 horas da manhã. Por hora, acho até melhor que não liguem. Ninguém liga pra dar notícia boa de madrugada, né? Ou ligam?

Minhas amigas decidiram me convencer de que não, eles não vão ligar antes das 6h da manhã. Dou uma checada nos nossos 3 pares de olheiras e decido que precisamos dormir um pouco. Não sei como elas me obrigaram a dormir longe do telefone, mas elas conseguiram. Então acabei dormindo na minha cama, abraçada com a Liloca. Liloca é minha gata siamesa. Ela é mau-humorada, mas sabe quando eu preciso dela. E mesmo estando sem receber atenção nenhuma desde que todo esse desespero começou, ela faz questão de ronronar no meu ombro e se aninhar no meu braço pra dormir ali do meu lado, deixando claro que ela me ama e que estará ali pra tudo. Penso que não conseguirei dormir mais que 20 minutos, mas que ao menos as patinhas peludas dela vão me confortar. A sensação que eu tive foi de que eu tinha acabado de fechar o olho quando Helena apareceu cutucando meu ombro. Dei um pulo da cama e vi que eram 6h03 da manhã. Alice estava na porta, com o telefone sem fio na mão: - Ligaram do hospital.

OBS: Essa é a quarta parte de um conto mafioso escrito a muitas mãos para comemorar o 1º aniversário da máfia! A primeira frase do meu texto é um link. Na verdade, é o final do texto da Marcella, que foi a 3ª! A próxima parte da história você confere amanhã, no blog da Rhaíssa!

domingo, 2 de setembro de 2012

Coragem.

“Do latim Cuor Agire. Quer definição melhor para ser corajoso do que agir com os sentimentos?”, disse Maria Ribeiro, certa vez, em sua coluna na TPM. Eu nunca mais esqueci essa frase, porque achei incrível.

Coragem é uma palavra muito bonita. E é forte. E é bom lembrar que corajoso não é aquele que não tem medos. É aquele que os enfrenta. E hoje eu estava pensando em Coragem, simples assim. Aquela coragem que vem do amor. E lembrei de 3 situações bem diferentes.

Uma delas foi quando eu peguei um avião pra São Paulo no dia 18 de agosto pra passar o final de semana passeando com uma porção de amigas que eu não conhecia. O povo gosta de meter o pau na internet, né. Falar que é um perigo e coisas do gênero. Até eu era retardada quando era mais nova e achava que sabia de tudo (Santa Adolescência) e achava um absurdo pessoas que se conheciam pela internet. Mas um dia eu tive coragem de fazer um blog e escrever por aí o que eu achava da vida. E aí eu tive coragem de perceber um belo dia que aquelas pessoas que apareceram por essas linhas eram minhas amigas. E então de repente todas nós tivemos coragem de confiar que existíamos, e então, finalmente, demos nossos abraços reais, depois de tantos virtuais trocados. E vejam só, ninguém era pedófilo, nem sequestrador, e todas saímos sem nenhum arranhão do passeio.

Outra foi quando eu, que há poucos anos atrás não tinha coragem nem de cantar um atirei-o-pau-no-gato na frente de 2 amigos, subi num palco em novembro do ano passado pra apresentar uma peça infantil, de peruca rosa na cabeça, roupa de paquita, e cantando dois solos. Foi tão feliz aquela sensação depois da estreia! Porque eu tinha tanto medo de cantar que eu já tinha medo do medo. Porque eu passei a noite quase que em claro, e tinha certeza que na hora ia me dar uma falha na garganta, ou um branco total na letra da música. Mas não. Eu fui lá, cantei, devo ter desafinado horrores, mas eu consegui!

Uma delas foi que quando eu tinha uns 14 anos eu li em um blog uma mãe falando que achava uma crueldade os bebês terem que levar agulhadas para tomar as vacinas. A ideia dela era que as mães tomassem e o bebê recebia os anti-corpos pelo leite. Eu, do alto de minha egoística-adolescência e do meu pavor de agulhas, dei de ombros e pensei: “Mas nem a pau! Já tomei todas as minhas, meu futuro filho que encare as dele, faz parte da vida”. Grande mãe, eu, aos 14 anos. Aí, há mais ou menos 1 ano e meio, lembro que meus tios e primos vieram aqui em casa jantar, e a Anna, claro, veio junto. E ela tava meio mancando, e toda magoadinha e com febrinha, porque tinha tomado vacina na coxa e estava com dor e com reações. E ela sentou no sofá, fazendo biquinho e magoada por causa da dor. E eu olhei nos olhinhos dela e chorei. Foi quando eu, do alto dos meus, então 18 anos, e também do meu pavor de agulhas, percebi que eu tomaria qualquer injeção no lugar dela só pra não ter que ver aqueles olhinhos magoados de dor. Eu. Tendo ideias sobre tomar agulhadas no lugar de alguém. E nem precisei esperar meus filhos! 

Se isso não for amor.. Eu juro que não sei o que é.

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Olha aí minha melhor amiga!