domingo, 30 de maio de 2010

Sobre a dificuldade que existe em encarar um recomeço

Acho que disso eu sei falar bem, porque com 18 anos já tive que encarar 2 vezes. Tá, não foi nenhuma tragédia grega, mas na minha cabeça foi.
Primeiro eu tinha 7 anos, e crescia rodeada de família. Família na rua da frente, na rua do lado. Família na cidade que ficava a 2h dali. Páscoa? Abrir ovos com as primas. Dia das mães? Casa de ! Dia das crianças? Abrir presentes e brincar com os primos..
Tudo isso 'acabou' com uma frase do papai: Vamos mudar pra São Paulo.
Eu só sabia que era longe, e que eu não ia estar perto de ninguém. Fui . Foi tenso. Eu achava tudo grande, não me encontrava ali. Demorei anos e anos pra aceitar voltar pra São Paulo depois de ir ver a família sem chorar rios. Comecei a crescer, e achar que ir ver a família era ótimo, mas voltar pra São Paulo era ótimo também. Fui me encontrando nas ruas da cidade, nos shoppings, e principalmente, nas pessoas. Que deixavam suas marcas e mim, e levavam marcas minhas em seus corações.
Quando eu 'decidi' que já era filhote de São Paulo, e que não trocaria aquilo ali por nada, lá vem os meus pais com outra: Vamos nos mudar pra Curitiba. É difícil de aceitar, recomeçar do zero.
Sério, eles só podiam estar tirando com a minha cara. Dessa vez eu causei. Fiz greve de fome por um dia, e levei uma bronca dos meus amigos. Chorei por horas a fio dentro da sala de aula. Disse que iria chutar tudo só pra não passar no vestibular. Mas eu sabia que eu preferia ir pra Curitiba do que ficar em São Paulo enterrada a 7 palmos do chão, caso não comesse. Sabia também que chutar todas as respostas no vestibular não me deixaria em São Paulo. Me deixaria apenas em Curitiba, e ainda por cima, sem faculdade.
Muitos amigos me consolaram, me ajudaram a encarar o momento com menos desespero.
Outra me deu bronca, porque sempre moramos a distância e isso nunca nos abalou, não seria assim com os outros.
Enfim, me fizeram enxergar.
Chegou a época de ir embora, despedidas, choro, choro, choro, desespero.
Cheguei em Curitiba e nosso apartamento ainda não estava pronto.
Ficamos na casa dos tios. Espera. Tios. Isso mesmo. Algum ponto bom tinha que ter aqui. Tem família pertinho de novo.
A Bianca, que é minha prima, minha irmã mais velha, minha mãe, minha irmã caçula e mais um monte de outras coisas, estava aqui. Está perto agora.
Ela logo chega e diz: Já jantou amor?
Eu digo: Não..
Ela: Vamos pro Auau agora.
Auau, pra quem não sabe, é o melhor cachorro quente do mundo, e só tem aqui, lalala.
E então eu comecei a ver que não podia ser de todo ruim.
E bem que dizem que com coisa boa a gente não demora a acostumar.
Hoje, se eu choro por São Paulo, é de saudade, não de tristeza.
Porque eu não posso negar: Estou feliz.
Tenho amigos verdadeiros que me provaram que amizade realmente existe à distância, em São Paulo.
Tenho colegas na faculdade que me trazem diversão nos churrasco e nas aulas.
Tenho família perto de novo.
Tenho internet e aviões, que me fazem ficar perto de todos. Desde os que estão na casa do lado, aos que estão beeem longe.
Enfim, eu acho que São Paulo é e sempre vai ser a cidade da minha vida. Mas tudo o que acontece nesse gelo paranaense já está deixando sua marca.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Eu mereço!

Eu tenho aula de inglês de terça e quinta, e não sou fã delas. Tá eu sei, é importante e tal e coisa. E eu acho bem legal a língua, mas acho um saco aprender. Enfim. O professor ainda me marca o teste oral pra sexta feira. Pra mim teste oral é tortura. Eu fico muito nervosa, começa a me dar brancos absurdos. O cúmulo foi uma vez em que eu simplesmente esqueci como se falava a palavra ESCOLA! Tá, eu era beeeeem mais nova, mas tipo, ESCOLA! É uma cognata! Vai entender..
Enfim, estava marcado para hoje as 15h. Seríamos eu e Guilherme, da minha sala. Cheguei lá umas 2h35, já estavam o Guilherme e um outro moço. Então o professor e a avaliadora chamaram, e fizemos nós 3 juntos. Ok.
Primeiras perguntas, sobre coisas triviais: Aonde você nasceu? O que te atrairia para morar em uma cidade? E coisas afins..
Aí veio a parte das imagens. É basicamente assim: O professor coloca uma folha cheia de imagens na sua frente, e você tem que falar sobre elas em 1minuto. O primeiro foi o Daniel (o moço). As fotos dele eram sobre como as pessoas estariam se sentindo em cada situação. 1 era uma moça dentro de um carro e um urso batendo na janela. A outra era um mergulhador dando de cara com uma pedra esculpida tipo esfinge no fundo do mar. A outra eram 2 caras no meio do deserto, olhando um pra cara do outro. Ok.
A minha foi a segunda, mas como é um caso aparte, vou falar sobre o Guilherme antes.
As do Guilherme eram crianças brincando. Jogando futebol, amarelinha, videogame, brincando de médico, enfim. Ele pediu pro Guilherme falar sobre como as brincadeiras ensinavam as crianças.
Agora, como eu mereço, tentem adivinhar as minhas fotos.
Um arranjo de flores. Uma cadeira. E um castelo de gelo.
Era pra eu falar sobre como as pessoas 'convivem' com objetos feitos de materiais naturais.
Quase perguntei pro professor se ele tava tirando com a minha cara.
Sério.
E daí que a cadeira é de madeira? Que diferença faz na minha vida? Das flores era mais fácil, claro. O castelo poderia derreter. Agora.. a cadeira.. vou te contar. Essas coisas só acontecem comigo.
Pra completar, a minha plagiadorazinha preferida atacou outra vez.
A vantagem é que meus leitores agora podem ser flex. Não conseguiu ler aqui? É só passar no blog da Camilla! Metade do blog dela é feito da minha criatividade. A outra metade, é dividido pela blogosfera. Já vi o texto de uma outra blogueira lá, e avisei. Cuidado gente, o próximo pode ser qualquer um. Mas há que se perdoar. Ela não deve saber apertar as outras teclas do teclado, só o crtl, o C, e o V. Ou é mesmo um fiozinho faltando no cérebro, vai saber.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Vivendo a vida com Manoel Carlos.. e outras novelas.

Todo mundo que me conhece sabe que eu amo novelas. E nem nego. Gosto mesmo. Gosto de assistir, torço, passo raiva, choro e até sonho as vezes. Tá vai, beeem raramente mesmo. Mas que eu sonho acordada, ah isso eu sonho.
Quando a novela é do Manoel Carlos então, eu fico doida antes de estrear, conferindo site, procurando notícias..
Todavia, contudo, entretanto, porém..
Não é que ele tenha me dececpcionado, mas o nível está caindo. As novelas dele estão ficando fraquinhas, fraquinhas.
A primeira novela dele que eu assisti foi Laços de Família, no vale a pena ver de novo, em 2005. Na primeira versão eu tinha 8 anos e ainda via chiquititas, hahaha.
Enfim, eu amei. Não perdia um capítulo. Tinha vontade de matar a Íris e a Clara, pra quem não se lembra, personagens de Débora Secco e Regiane Alves, respectivamente. Chorei com Camila quando ela perdeu o cabelo, e sonhava acordada com o Edu falando no meu ouvido que a fantasia dele era despir uma noiva, #prontofalei.
O último capítulo eu gravei, e devo ter assistido umas 20 vezes.
Em 2006, chegou Páginas da vida. Eu também assiti, mas já não com tanta vontade. Teve semana que fiquei inteira sem assitir, e podia voltar tranquilamente a assistir depois, com a certeza de que não tinha saído do lugar, pra variar. No fim, achei incrível o diálogo entre Alex (Marcos Caruso) e Helena (Regina Duarte) sobre Clara, a menina, neta de Alex que foi dada como morta, e que Helena adotou. Foi um diálogo impressionante. Aliás, Manoel Carlos tem uma capacidade impressionante com suas falas, e o que falta em ação é compensando por isso. Lembro até hoje do diálogo entre Ciça e Miguel, em Laços de família, onde Tony Ramos passou quase 2 blocos gritando com a filha que se precisasse escolher entre amar sem ser amado, e ser amado sem amar, ele preferiria mil vezes a primeira opção, pois amar engrandece uma pessoa. No mínimo emocionante.
Continuando, assisti Mulheres Apaixonadas, acho que no ano passado, ou em 2008, não lembro direito. Achei beeem boa também, e fiquei sonhando em estudar no ERA. Querendo matar a Dóris e a Heloísa, ruminando de ódio do obsessivo Marcos, e com raiva da Raquel também, porque ela não fazia nada pra se livrar do cara.. e eu queria o Sérgio pra mim, ahhaha.
Comparando as 2 mais antigas com páginas da vida, já tinha achado esta última fraquinha.
Ele persistiu no erro em Viver a vida. Novelinha gostosa de se ver, principalmente quando eu podia babar pelo Mateus Solano, e claro, sonhar em ter o Miguel pra mim. Agora... alguém me explica? Pra começar, a verdadeira Helena da novela não era a Helena, e sim a Tereza. O papel de Helena foi sendo dimiuido cada vez mais, Luciana, que era um purgante que vivia brigando com a mãe, de repente vira um anjo de candura, melhor amiga da mamãe. Ele conseguiu também a proeza de se esquecer COMPLETAMENTE de personagens que tinham história escrita no site. Revelou muitos talentos, achei que o elenco funcionou bem, e que Klara Castanho trabalha tão bem que chega a irritar.
Quando eu penso que não, eu descubro um canal novo que está passando nada mais nada menos que Por Amor. A novela que eu sonho assistir desde que eu vi Laços de Família. Está no 6º capítulo, eu descobri no 4º, mas assisti todos pela internet, e agora estou acompanhando. Sei que ri, já chorei, já sonhei acordada, já peguei raiva de Maria Eduarda.. Acho que essa novela só vai me comprovar que ele podia voltar a fazer novelas como as mais antigas..
Já que eu to falando de novelas, não podia deixar de falar de 2 que fazem parte da minha história (hahaha), mas que não são de Manoel Carlos.
Coração de Estudante e Cabocla.
Cabocla eu vi em 2004, e quando repetiu assiti de novo.
E amei as duas vezes. Sonhei com os personagens, da primeira vez.
Agora, acho que nada mexeu tanto comigo como Coração de Estudante. Vi no vale a pena ver de novo. Não sei porque. Amei. Teve a declaração de amor mais linda que já vi.
Edu simplesmente diz pra Clara que a ama, e que precisa dizer isso, pois prefere ficar com um sorriso amarelo se ela recusar, a passar a vida sabendo que não fez tudo o que podia. Ele ainda diz: Clara, se você disser que não me ama, e que vai ser feliz com outro cara, eu vou entender. Vou sofrer, mas vou entender. Mas eu preciso ouvir isso de você. Me ama, Clara. Porque eu te amo demais.
Ela, tremendo, só consegue dizer: Eu tentei te esquecer.
Quando ele diz então: Eu não. Eu sabia que era impossível.
MORRI.
MORRI.
MORRI.
Enfim, chega de novelas. Mas que desde então o nome da minha filha vai ser Clara.. Ah vai!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A melhor matéria

Bem antes de entrarmos no jardim de infância, as crianças já aprendem um monte de coisas. Aprendem a comer, a sorrir, a falar. Aprendem por instinto, e por imitação. Experimente pegar um recém-nascido no colo e ficar fazendo caretinhas pra ele. Se você der sorte de ele estar animadinho na hora, fará uma careta bem parecida. As primeiras palavras, as crianças também soltam de tanto repetirmos.
Como poderia então ser diferente com o amor? Amor também se ensina, gente. E é a matéria mais gostosa de ensinar, e ver os frutos!
E acho que por aqui somos bons professores.
Todos somos loucos por cada pessoinha que nasce na nossa família. Mas o motivo do post é essa bonequinha bochechuda aí da foto. O que nós damos de amor pra ela, não tá escrito. Nem vou falar da mamãe apaixonada, do papai babão, da titia chameguenta, dos avós corujas.. Porque senão ficaria dias aqui. O que importa é que a gente não cansa de dar carinho pra ela. De beijar, de amassar, de falarmos no seu ouvidinho o quanto a amamos. Ela aprendeu direitinho. Do alto de seu 1 ano e quase 1 mês, Anna aprendeu a dar beijos! A Cínthia (mamãe coruja!) me contou, e eu fiquei toda serelepe, esperando ganhar um tão sonhado beijinho da pequena. Estávamos então na cozinha com ela, querendo transformá-la de macaquinho de circo, pra mostrar o novo 'truque' só porque a tia Mônica tinha chegado. Eu tava sentada na banqueta, com ela, e disse: Anna, mostra pra titia que você sabe dar beijo! Ai ela me olhou. Eu disse: Me dá um beijo, Anninha! Pedi 1. Ganhei VÁRIOS. Ai desembestei a pedir, e ganhei muitos, e muitos! E cada um que eu ganhava, eu amassava mais um pouco. As vezes não dava nem tempo de eu revidar um nela, que ela já me dava outro! É a coisa mais maravilhosa do mundo ver ela mostrando que já sabe demonstrar o amor. Prova que todos estamos ensinando direitinho, e que ela já entende como isso é legal!
Sei que se existisse um boletim com a matéria AMOR, nossa Anna tiraria 11!
E se tivesse um de BABONA, eu tiraria 100. Aliás. Todos nós!

domingo, 23 de maio de 2010

Para quem tem uns 13 anos.

Você está iniciando agora um período de muitas mudanças. Muita coisa vai acontecer. No seu corpo, e na sua mente. Essa fase nova se chama adolescência, mas você já deve saber. Nessa fase, as coisas ficam complicadinhas, e vamos do riso às lágrimas com muito mais facildade. Achamos que somos donos de nossos narizes, e qualquer coisa é motivo para que fiquemos à beira de um ataque de nervos. Mas não é bem assim. Pra começar, muita gente ainda vai te ver como criança.. Principalmente os seus pais. Isso é, na hora que eles bem entendem. Por exemplo: Se você quer ir na balada, eles vão dizer que você mal saiu das fraldas. Agora, se querem que você vá no supermercado para eles, você já é um(a) mocinho(a). Aí fica ainda mais difícil, pois além de vc estar numa fase bipolar, o mundo parece bipolar.
Outra coisa que está em alta na adolescência: Tecnologias e afins. Principalmente a internet.
E a internet é muito legal. Mas não é tudo. Quando você for um pouco mais adulto, vai se arrepender se deixar de sair com seus amigos pra ficar no facebook. Vai por mim.
Outra coisa: Ipods e afins são muito bons. Mas quando estiver num parque, ao ar livre, com seus amigos, desligue vai. Prefira ouvir a voz deles. Os passarinhos. E com um bônus: Você não vai correr o risco de ficar surda por causa dessas coisas.
Esse conselho aqui vai ser o mais difícil: Escute seus pais.
Nessa fase, sempre pensamos que eles estão errados. Na verdade, é porque acontece dessa forma: Quando somos crianças, eles são nossos heróis. Na adolescência, descobrimos que não são perfeitos. Mas não é por isso que devem passar a ser monstros, como na maioria das vezes acontece. Eles não são. São apenas imperfeitos, como todos nós. E como já diz Renato Russo, são crianças como nós. E por mais que errem, estão sempre querendo acertar, pois somos as coisas que eles mais amam na vida. Lembre-se disso antes de magoá-los.
Ah, outra coisa que é chata. Não adianta querer ferrar a sua vida para atingí-los. Fazer greve de fome, por exemplo, além de te deixar com fome, só vai mostrar para eles o quanto você é imaturo. E com pais não é assim que funciona o jogo, ok?
Por último, CURTA a sua adolescência.
Pois ela vai passar voando. E quando você menos esperar, você já virou um adulto.
Só lembre-se de, em nenhuma fase, deixar a criança morrer.
=)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Atrás das grades

Já não estava aguentando mais. Ficar presa ali era o fim. O mundo todo girava lá, do lado de fora. Ela era obrigada a ver por trás do vidro, sempre. Essa história poderia ser.. sei lá. De Fernandinho Beiramar, numa cela de cadeia.
Mas não.
É a história de Sofia, que tem apenas 8 anos. E as grades são de sua própria janela.
Só que ela nasceu no mundo como ele é hoje. Onde na verdade, ninguém tem liberdade. Sua mãe conta que podia brincar na rua até de noite. Jogar bola, empinar pipa. Ela chora, olhando os carros, ouvindo o barulho. Deseja estar lá fora, mas ao mesmo tempo tem medo.. Mal se concentra na imagem, e vê uma senhora sendo assaltada. Levaram sua bolsa, e a empurraram. Por sorte, conseguiu cair sentada e se equilibrar. Sofia derrubou mais uma lágrima. Que crime tão grave ela tinha cometido, mesmo antes de nascer, para ser punida com um mundo destes? Um mundo onde as crianças não podem correr na rua. Um mundo onde os bandidos ficam do lado de fora, e os bons do lado de dentro?
Ela chora de novo e pensa que realmente não sabe se é melhor ser obrigada a ficar do lado de dentro, ou se do lado de fora.
Se aninha em sua cama, dorme abraçada a seu ursinho. Sonha que está num imenso jardim, brincando com muitos amigos. Todos são felizes. Ela senta então e pede para nunca mais acordar. Mas seu coração sabe, que a manhã vai chegar de novo. E que um dia, o sol voltará a brilhar para todos. Do lado de fora da janela.


quarta-feira, 19 de maio de 2010

Você sabe a capacidade de um abraço?

Ele estava saindo do trabalho, 3h depois do horário normal. Justo no dia em que ele fazia hora extra, o carro estava na revisão, e ainda por cima havia caído um dilúvio, fazendo com que ele ficasse 1h além do esperado, preso no serviço, olhando pela janela. Apenas 2 segundos após a chuva finalmente ter parecido acabar, ele saiu pela porta igual um furacão. Claro que chegaria em casa e daria uma bronca na sua esposa. Como assim ela coloca o carro na revisão quando vai chover? Assim que sai do escritório, um menino de rua diz: Ei tio! E ele, claro, não dará trela. Apressa o passo e percebe que o menino continua atrás, seguindo-o continuamente. Ele passa então a correr, duvidando da persistência do garoto, que não desiste. De repente, tropeça numa pedra. Vendo que não vai mais ter jeito, se recupera da queda, e olha para o menino, finalmente.
- Está certo, o que você quer de mim?
- Quer comprar uma balinha, tio?
- Fala logo a droga do preço.
- Um abraço.
- Como?
- É.. você sabe a capacidade de um abraço? Eles são tão bons. Revigoram, aquecem. Protegem do frio.. Eu ganhou tão poucos.. e aliás, o Sr. também parece precisar de um hoje!
Ele, ainda meio desconfiado, vai chegando perto do garoto, que pula em seus braços e lhe dá um abraço gigante. Ele consegue sentir a respiração do garoto acalmar. Suas mãozinhas ficarem mais quente.
Sente também sua paciência com a vida parecer muito maior. Sua vontade de chegar em casa, de repente passa a ser uma vontade imensa de abraçar sua mulher. Já até esqueceu que estava chovendo, que tinha feito hora extra, que o carro estava na revisão. Isso tudo agora parecia tão pequeno.
O menino então se soltou do braço, e entregou a bala.
Ele olhou para a bala. Olhou pra frente.. E disse:
-Garoto... Garoto?
O menino já não estava mais lá.
E nem por perto.
Ele chamou mais umas duas vezes.. e nada.
Foi então andando pra casa.
Chegou em casa, pegou a mulher no colo e a girou. A abraçou forte e disse o quanto a amava.
Passou pelo quarto dos filhos e deu um beijo em cada um, que sorriram dormindo.
Deitado então na sua cama, começou a pensar com seus botões como alguém poderia correr tão rápido. Era impossível. Só se ele fosse capaz de voar. Mas.. só anjos voam..

- UM ANJO!

Quando ele olha então pela janela, vê um passarinho. Com uma bala na boca. Da mesma bala que o menino tinha vendido.
Piscou para o pássaro e voltou a dormir. Depois daquele dia, ele nunca mais dormiu sem dar pelo menos um abraço.

domingo, 16 de maio de 2010

Eles

Ele ainda estava sentado no banco daquela delegacia gelada esperando ser interrogado. Estava praticamente preso. Por um crime que não cometeu. Enquanto isso, seu coração estava em pedaços, pois sabia que ela, a essa altura, já estava na rodoviária com todas as malas. Voltando pra sua cidade. Claro que ela não podia continuar vivendo junto com um assasino. Mas justo ela. O grande amor da sua vida. Sua primeira grande paixão. E agora o odiava. Por um crime que ele não havia cometido.
Isso é o que todos chamam de estar no lugar errado, na hora errada.
Tinha mesmo que sair do prédio com a camisa suja de sangue justo no momento em que o porteiro havia sido esfaqueado?
Pensava, repensava, e não conseguia compreender em como ela tinha acreditado nessa história. Justo ela, que jurou confiar nele para sempre. Ela, com quem ele fazia todos os seus planos de futuro feliz. Pensou no casamento. Pensou nos filhos incríveis, que ele nem teria a chance de conhecer, afinal, não existiriam.
No meio disso, o delegado entra, interrompendo seu pranto, e diz que ele está liberado; diz que os policiais que ficaram de plantão viram o verdadeiro assassino saindo do prédio. Horas depois. Horas grandes demais para ele.
Agora ele nem queria mais ser liberado. Liberdade pra que? Iria para casa e não teria seus braços.
Quando chegou ao prédio, sem rumo, girou a chave na fechadura e deu de cara com ela. Sentada nas malas.
Disse que a viagem havia sido cancelada.
Ele disse que o julgamento havia sido cancelado. E que não acreditava que ela não tinha acreditado nele.
Ela disse que estava com a cabeça a mil no momento, e ficou completamente transtornada. Quando estava na rodoviária, percebeu que sua menstruação estava 5 dias atrasada. E que já estava enjoando a 3. Correu na farmácia e comprou um exame. As 2 listras apareceram. Parou. Respirou. E lembrou do verdadeiro homem. Que tinha colocado aquele presente na sua barriga. O homem que ela amava, e em quem ela jurou confiar. Claro que ele nunca faria mal a ninguém. Correu pra casa na hora, e ainda estava em choque demais para ir até a delegacia quando ele entrou pela porta.
Os 2 então se abraçaram. E dessa vez, choraram juntos. De amor, de alegria. Agora, a 3.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

A história de Bird

Estávamos voltando do inglês, eu e minha irmã. Como o ônibus não estava passando na hora, resolvemos ir a pé. Andando na calçada, passou um passarinho. Minha irmã disse: Olha aí um passarinho!
Aí eu olhei.
Ele tava andando direitinho com as patinhas, mas tava virando a asa esquerda, e meio que mancando, por causa do peso da asa.
Com um olhar tristinho. Tentei chegar perto, deu duas cambaleadinhas e aquietou. Ajoelhei no chão, pra pegar e levar pra casa pra cuidar. Encostei a mão nele, ele ameaçou se mexer, mas ficou quieto. Encostei a outra mão, ele saiu correndo, e foi pro meio da rua. Cansou da travessia e parou no meio do caminho. Virou o pescocinho pra gente e deitou.
Os carros começaram a passar muito rápido, tirando centímetros de perto do passarinho. Nós não tinhamos tempo de pegar, logo vinha outro carro, sempre que pisávamos na rua. Com medo de sermos nós 2 atropeladas, ficamos paradas, ameaçando ir lá e pegar o bicho no meio dos carros, ou tentar esperar ele levantar e vir.
Passou um carro a milímetros dele, as peninhas chegaram a arrepiar com o vento.
Aí nós começamos a chorar. NO MEIO da calçada. Não tinha mais nenhum pedestre. Só nós. Os carros, e Bird (o nome que demos).
Não parava nunca de passar carro. Resolvemos sair rápido antes que víssemos nosso bichinho ser atropelado.
Agora só de escrever o post eu tô chorando de novo, rezando pra que alguém tenha passado numa hora que por sorte não tinha carro, e pegado Bird. Ou que ele tenha tido forças pra sair dali antes que passassem rodas por cima de seu biquinho.
Se isso não aconteceu, tenho que pensar que ele tá feliz, no céu dos passarinhos, sem dor mais nas asinhas.
O que tá doendo agora é o meu coração.
Se houver uma próxima vez, ah eu dou um jeito de entrar no meio da rua.

sábado, 8 de maio de 2010

Para o primeiro

Você está lendo essa carta agora, em 2030.
Eu ainda não sei se você é menino ou menina, mas eu acho que sonho com você desde que nasci. Ou desde que ganhei minha primeira boneca.
Você já teve vários nomes. Espero que goste do que você realmente ganhou.
Você já teve várias carinhas. Tenho certeza que nenhuma das que eu imagino é tão perfeita quanto a que você realmente tem.
Hoje eu to com 18 anos. Nas minhas humilde ideias, eu vou ganhar você com uns 26. Mas como nem sempre os planos de Deus batem com os nossos, você quando ler isso vai poder conferir se foi assim que aconteceu ou não.
Filho(a), espero que o mundo agora esteja sendo um lugar legal pra se viver. Aqui em 2010, não é muito bom. Tem pessoas más. Que fazem mal pra outras pessoas. Que destroem a natureza.
Algumas pessoas dizem, que o melhor que você pode fazer por um filho é não tê-lo. Dizem que essa é a maior prova de amor: Não colocar uma criança nesse mundo louco.
Eu não acredito nisso.
Eu acho que cada nascimento é uma prova de que Deus acredita na humanidade.
É uma renovação do contrato que ele fez com a gente, de cuidarmos bem do mundo.
Tem gente que não liga pra isso, mas tem gente que realmente vale a pena, filhote.
E você está aqui hoje porque eu sempre acreditei que você fosse valer a pena.
E eu espero que esteja realmente fazendo você valer a pena, e que você acredite que a vida vale a pena.
Dizem também que mais importante que se preocupar com o mundo que vamos deixar para nossos filhos, é importante pensarmos nos filhos que deixaremos para o mundo.
Eu espero estar deixando uma grande pessoa no mundo.
Sempre sonhei que meu maior papel seria o de ser mãe! Quero estar cumprindo ele direitinho.
Falhar, eu tenho certeza que eu falho. Todos falhamos, filhote.
Mas pra você eu quero ser sempre a melhor, pra transformar você numa grande pessoa!
Quero um dia que você olhe pra mim, e diga: Sou muito feliz!
E aí eu tenho certeza que vou poder respirar aliviada e pensar: Cumpri o maior dos meus objetivos.
Te amo desde sempre.
'Mamãe'.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Relatos

E pra falar a verdade eu nem parei pra pensar que tinha tanto tempo que eu não postava, porque eu nem reparei que esse tempo passou.
No final de semana que passou, foi a festinha de 1 ano da Anna, e passamos o sábado desde de manhã até de noite envolvido com a festa, que foi simples, mas bem colorida e meiguinha, a cara da princesa, e ela curtiu e se comportou feito a lady que é, pra variar.
Domingo passamos meio de ressaca em casa, e 23h eu tava no ônibus com a galera da faculdade indo pra São Paulo gravar o programa do !
Foi divertido, a começar pelo ônibus, onde batemos papo, rimos, dormimos ( Olíviaa?)...
Assim que chegamos fomos pro parque Ibirapuera. Enquanto as super animadas Marina, Pauline e Mariana resolveram alugar bicicletas e sair pedalando por aí (oi?), Gus só fez achar uma árvore pra sentar à sombra, enquanto eu, Taís e Olívia só tivemos o trabalho de estender algo na grama, deitarmos ali, e lermos-conversarmos-tirarmos um cochilo.
Depois, fomos pro shopping morumbi. Ainda estávamos no início da nossa averiguação pelo shopping quando chega a nossa veterana e diz que a praça de alimentação é horrível, e que nem McDonalds tinha. Ok, continuamos andando, de repente demos de cara com uma mini praça de alimentação, com uma casa do pão de queijo, um daqueles de batata recheada que eu n lembro o nome, e um McDonalds. Metade da galera queria comer batata, metade queria no subway. Combinamos então que quem queria ir pro subway ia enquanto comprávamos a batata, e então, iríamos encontrar com eles lá em baixo. Chegamos a conclusão de que pareceríamos a turma da farofa carregando bandeja de um canto a outro do shopping, e resolvemos então, todos, comer batatas.
Comemos.
E fomos atrás do Haagen Daz, ou sei lá como escreve, aquele sorvete maravilhoso que eu nunca tinha comido, mas que se Marina não comesse, certamente teria um troço.
Comemos. E gente, é bom viu?
Depois.. andamos mais.. e demos de cara com OUTRO McDonalds, numa praça de alimentação gigante, com um Subway, e outro daquele da batata. Concluimos que a nossa veterana ou tem um parafuso a menos, ou precisa de óculos. E eu espero que ela não saiba o endereço do meu blog, hahaha.
Depois de comidos, digo, satisfeitos (não resisti), fomos andar pelo shopping e resolvemos ir na Banca de Camisetas, comprar para todos nós uma daquela: I S2 SP. Mas só tinha a do I (nuvem de chuva) SP, e concluímos que a nuvem de chuva pareceria um ODEIO aos olhos de quem não entende muito.. Então vamos todos comprar camisetas brancas, e a Marina vai pintar as camisetas pra nós! #fofa
Depois disso, fomos na Zara, todas olharam muitas coisas, mas se não me engano, só Marina saiu com sacola.
De lá fomos pra globo.
E logo depois entramos num estúdio, gravamos uma música com um grupo de entrevistados, e depois, finalmente entrou o . Claro que viemos discutindo no ônibus se ele era de verdade ou não. Eu ainda acho que ele é um bonequinho de corda. MUITO fofo, a Pauline ficou encantada, e uma menina da platéia disse que ele parecia um bonequinho de neve. Ele escutou e riu, haha.
Foram 6 entrevistas, umas 3 boas. Teve uma de um ufologista, que perdão, não deu. Demorou quase uns 40 minutos, eu quase dormi. A gravação começou 16h30min terminou 20h43. Eu sei porque já não parávamos de olhar no relógio. AZUIS de fome, e com MUITO frio. Já sei, o com certeza é um pinguim. Aquele jeitinho de andar não me enganou, e ainda faz o estúdio virar um iglu!
Depois de lá, viemos direto pra Curitiba, chegamos na PUC umas 4h da manhã.
Cheguei, tomei banho, caí na cama, e me recusei a levantar as 6h30min pra ir pra aula. Não tinha faltas ainda, .
=]
#caracafaleidemais.
De resto, a semana correu bem, e o professor gostou das fotos do post passado. AMOU a da caneta, UFA, quase desmaiei de emoção quando ele falou!