terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Tchau, 2014.

Fiz um post mau-educado cheio de músicas da Taylor Swift prometendo que vocês só me veriam de novo em 2015. Hoje é 30 de dezembro (nem é 31 ainda, gente!) e eu estou de volta, vejam só que coisa. Acabei de descobrir que meu primeiro post do ano chamou “Olá, 2014” e então resolvi terminá-lo com um título igualmente clichê. Não consegui fazer melhor que isso, mas quem sabe ano que vem?

2015

A questão é que eu sou influenciável demais para ter lido os textos de Gregório Duvivier e Anna Vitória sobre o fim do ano e conseguir me despedir do meu blog com… uma lista de músicas da Taylor. 2014 me deixou sem fôlego, mas até que com um bocado de coisas pra falar. Li em algum lugar que estava previsto que ia ser um ano intenso. Alguma coisa a ver com marte. Não tenho como não concordar.

Se vocês clicaram no link para o texto do Gregório, viram que ele disse que todo ano passa rápido, só que 2014 passou rápido feito um AVC enquanto poderia, sei lá, ter passado rápido feito uma andorinha. Concordo. 2014 derrubou um monte de amizades, um monte de casamentos, derrubou o Brasil por 7 a 1, derrubou um monte de gente e até alguns aviões. Derrubou meu psicológico de uma forma tão traiçoeira que se estivéssemos em outubro agora eu diria com quase toda a certeza do mundo que eu não estaria viva no Réveillon.

2014, que ano. Deixou muita coisa em frangalhos, mas quando quis ser bom, foi melhor ainda. Seria injusto reclamar do coitado sem apontar suas qualidades que vieram quase tão intensas quanto as mazelas. Em 2014 eu praticamente não parei de pagar passagens: sempre tinha alguma parcela de alguma passagem registradinha no meu cartão de crédito. Em alguns momentos, mais de uma passagem. Em 2014 em me formei e, mesmo tendo achado várias vezes que fiz a escolha errada, com os olhos cheios de água na colação de grau eu tive certeza de que eu já tinha nascido jornalista. Em 2014 minha casa ficou lotada de gente que tinha encarado até medo de avião só para estar no meu baile de formatura – que nem era open bar. Dois dias depois eu conheci Foz do Iguaçu com os meus primos, comprei muita porcaria no super mercado, muitos cremes da Vitoria Secrets no Paraguai (não usei até hoje) e fiz muita folia em quarto de hotel.

Conheci Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e conheci parte da família tão querida da qual minha amiga tinha sempre tanto carinho ao falar. Passei o dia em um parque municipal que tinha me prometido jacarés, mas me entregou filhotinhos de capivara que corriam e pulavam feito esquilinhos.

Fui para São Paulo porque decidi que queria ir na exposição do Castelo Ra Tim Bum e que isso não ia ficar só no querer. Assim como bem disse a Anna no texto dela, olha que curioso, em 2014 eu aprendi que, às vezes, quando a gente resolve fazer as coisas ao invés de só querer fazê-las, a gente de fato faz tudo o que quer.

E foi fazendo o que eu queria que em 2014 eu fui para o Rio de Janeiro duas vezes, aproveitei as minhas amigas, tomei banho de mar, levei caldo em Ipanema, rolei no chão da livraria mais linda que já vi, cantei na orla, andei nas bicicletinhas do Itaú, gritei no Metrô, vi o sol nascer de uma pista de dança, dei um dos melhores beijos da minha vida em um cara cujo nome eu continuo sem saber e até sambei todo o samba que eu nunca soube sambar quando, às 6h30 da manhã, a bateria da Vila Isabel entrou em cena para finalizar uma madrugada sensacional. Às 7h30, com um tantinho de álcool na cabeça e um tantão de alegria, gritei para uma câmera que estava saindo de uma festa e indo para a praia. Entre tirar o vestido e colocar um biquíni, morremos todas no colchão e acordamos algumas horas depois em banheiras de gelo sem rim com maquiagem no queixo, penteados caindo e nada de maresia. Sinto muitas saudades dessa praia que não chegamos a pegar, mas que amei pacas.

Já na rabuja de dezembro, 2014 quis me provar que ele era do mal, mas sabia ser parceiro, quando me presenteou com a pior dor de garganta que tive na vida – 5 dias depois de quando ela deveria ter começado, só para que eu pudesse me divertir.

Em 2014 eu li 68 livros e meu afilhado me chamou de Dinda pela primeira vez. 2014 foi o primeiro ano da minha vida em muito tempo no qual eu não estava na escola e eu descobri que acordar às 8h é muito melhor que acordar às 6h. Em 2014 teve muita Copa, eu me viciei em futebol, passei tardes assistindo jogos aleatórios, chorei muito quando perdemos e alguns dias depois chorei de alegria com a vitória da Alemanha. Em 2014, passei 3 meses inteiros em 1989.

Em 2014 eu me chateei muito, chorei muito, senti muitas saudades e morri de tédio também, mas fiz algumas das loucurinhas que tive vontade de fazer e observei, tranquilamente, os meus amigos fazendo as deles – que não me deram um pingo de vontade e eu achei que estava tudo bem não querer.

Em 2014 eu não mudei meus hábitos alimentares (rsssss), mas consegui ir na academia direitinho no primeiro semestre. Não fiz uma tatuagem, mas bati o martelo na primeira que farei (e se tudo der certo, dia 5 eu volto com fotos). Em 2014 eu lancei um livro. Em 2014 eu resolvi ser adulta e encarar um exame de sangue só porque estava com medo de estar doente sem saber, mas achei que tudo bem não ser tão adulta assim quando fiz o exame chorando agarrada no braço da minha mãe.

Estou terminando 2014 cheia de roxos, porque continuo desastrada, e com um monte de bolinhas no rosto que não sei de onde vieram e nem pra onde estão indo. É alguma alergia chata que 2014 inventou para deixar sua marca de zica até o finalzinho, então tudo bem.

Pra entrar 2015 eu não vou fazer simpatia nenhuma. Não vou prestar atenção em cor de calcinha, nem vou pular ondas, nem vou comer lentilha com as pernas pro alto (isso eu nunca fiz mesmo). As únicas coisas que ando pedindo a Deus são saúde e iluminação – tendo isso, com o resto eu me viro. Tenho braços, pernas, um cérebro, um coração e muita vontade de ter um ano maravilhoso. Quem vem comigo?

domingo, 28 de dezembro de 2014

O (meu) melhor de Taylor Swift

E aí galera, todo mundo vivo por aí? Eu tô viva, juro, mas cês sabem como é, né. Se já tava difícil escrever antes enquanto eu estava em casa, trabalhando e mergulhada na rotina, imaginem nas férias, na casa da vovó, com muita gente, verão, essas coisas todas. Entre mortos e feridos, todos se salvam e aqui estou, ainda sem inspiração, mas com vontade de honrar rapidinho esse fim de ano com uma pequena premiação, livremente inspirada na Anna que montou premiações de tudo e mais um pouco. Parcial que sou, não vou falar de muita coisa, na verdade. Ok, cortando logo o barato de vocês e honrando meu título, só vim mesmo falar de Taylor Swift. Sim, de novo, o x vermelho lá em cima é cortesia da casa grossa.

Acontece que de outubro pra cá eu não sei fazer outra coisa da vida a não ser escutar 1989. O que me faz ficar com muito peso na consciência, e, believem vocês ou não, nem é em relação aos outros cantores, é em relação à própria Taytay e suas outras obras (principalmente RED, aquela maravilha) que ficaram preteridos com a novidade. Amiga, meu troféu do ano é todo seu, pega aí:

bffMelhor pessoa

Eu, Anna, Mimi e Rafinha vivemos chateadas ao pensar que nossa melhor amiga famosa enrola tanto pra fazer uma turnê no Brasil que quando ela vier, deixará muitas das nossas queridinhas de fora da playlist. Enquanto a moça não toma vergonha na cara e promete 5 dias de show pra gente (um pra cada álbum, acho justo, acho necessário), vou resolver eu mesma a questão com esse post: MEU MELHOR DE TAYLOR SWIFT, onde eu elencarei para vocês as minhas 20 25 músicas favoritas. Estou chorando desde já por ter que escolher 20 25, mas me limitei forçosamente ou vocês leriam esse post até a virada do ano de tão longo que ele seria. Aviso de antemão que, como na maior parte das listas difíceis que eu faço nesse blog, estou montando essa sem pensar demais e possivelmente logo depois de publicar eu estarei arrependida chorando por ter esquecido algo icônico. Faz parte do show, galera. Ah sim, a ordem não é relevante e tentarei explicar sucintamente cada escolha com detalhes que me marcam (e que talvez convençam você, distinto leitor, a encontrar para ouvir). Por último, vai só o nome da música mesmo e cês vão ter que procurar pra ouvir porque a Tay échatapacarai não disponibiliza as músicas dela nesses sites de montar playlist e eu tô com preguiça de procurar todos os links no Youtube. Tô mesmo, gente, juro. 28 de dezembro tá no fim e ninguém quer ter trabalho no fim do ano, me amem mesmo assim. Beijos e até 2015! Uma ótima virada procês.

1. Cold as You: Se tem alguém nesse mundo que sabe chorar uma fossa bem chorada, esse alguém é Taylor Swift, e nessa música não muito estimada (tô de olho nocêis) ela me faz arrepiar até a alma cantando que o amado faz questão de oferecer um final chuvoso aos dias perfeitos dela quando não a quer e que, prestem bem atenção, ela nunca esteve num lugar tão frio quanto ele. Quem nunca conheceu alguém com alma de geladeira que atire a primeira colherada de sorvete.

2. Come in with the rain: Como até pisarmos em 1989 as músicas vão ser, em suma, sobre fossa, pouparei vocês de repetir essa parte da explicação. Vamos então apertar o coração um cadiquim lembrando daquelas pessoas que fariam a gente deixar a janela aberta tamanha nossa vontade de que elas brotassem ali junto com a chuva. Ai, deixa eu limpar a lágrima aqui enquanto canto.

3. You Belong with me: Essa é a primeira das três que você, que não é tão fã, não vai ter que pesquisar pra saber qual é. A conhecidíssima YBWM foi uma das minhas iniciações na música de Taytay e ela faz qualquer menina dançar de pijama em cima da cama usando a escova de cabelo como microfone, não tentem negar. Como se não bastasse a filmografia adolescente e a literatura me trazendo ilusões na vida amorosa, me vem menina Tay cantando contos de fada – começam com fossa, mas terminam com declarações do vizinho gato, olha só que maravilha?

4. Love Story: Logo que comecei a escutar achava essa música um saco, mas não pude não me render. Romeu e Julieta, né, gente, cês sabem. Não que eu acredite que Romeu e Julieta é uma boa história de amor: concordo plenamente com quem disse uma vez (juro que li em algum lugar) que Romeu e Julieta é uma história de paixão adolescente que dura 2 dias e termina com alguns mortos e que história de amor de verdade são os primeiros 5 minutos de UP Altas Aventuras. MESMO acreditando nisso, não dá pra não dar aquele sorrisinho delicioso quando ela canta que ele ajoelhou e a pediu em casamento.

5. You’re not sorry: Adoro o refrão dessa música, acho o ritmo sensacional e amo menina Tay gritando por amor e esticando a última sílaba da palavra – gritinho do qual senti profunda falta em 1989.

6. Two is better than one: Essa aqui ela canta com alguém que estou com preguiça de pesquisar quem é (sou dessas) mas é tão linda, gente, tão linda! Juro que quando ela canta Maybe is true that I can’t live without you, maybe two is better than one o meu coração chega a doer. A gente sabe que é mentira: todo mundo consegue viver sem a outra pessoa, por mais que não queiramos. Mas vamos dar licença poética pras nossas fossas e, principalmente, pras nossas paixões. Se no momento da dor parece impossível viver sem alguém, no momento em que ~temos~ a pessoa conosco esse sentimento de “não consigo viver sem e veja só, não preciso porque a tenho” é a melhor dor que a existência humana nos permite sentir.

7. Speak Now: Já falei em algum lugar aqui que essa palhaçada de largar alguém no altar pra ficar com a mocinha é bonitinha só na ficção e desesperadora na vida real. Sempre fico com peso na consciência de amar essas coisas, pensando na pessoa que hipoteticamente ficou plantada lá no altar – e não tinha nada a ver com essa palhaçada toda. Mesmo assim não consigo não me divertir horrores com o ~final feliz~ de Taytay nessa música quando o noivo diz So glad you were around when they sad speak now.

8. Long Live: Uma das partes que mais me dói nessa música é quando ela fala que eles viveram tantas glórias juntos que no dia que eles se separarem tudo o que ela quer é que ele fale o nome dela quando os filhos dele apontarem uma foto dela um dia. Gente. Apenas lágrimas. Assim como o que ela clama em…

9. Wildest Dreams: … o pedido legítimo que ela faz é que, poxa, quando tudo acabar, lembre dela. Acho justíssimo. Lembre dela com bochechas rosadas, vestido bonito, viva um pouco dela nem que seja só nos sonhos. Isso é um pé no saco quando somos as atuais – mas atire o primeiro álbum de fotos quem nunca quis ser uma ex que foi tão amada que apenas sua memória é capaz de abalar as estruturas da tal atual namorada.

10. All too well: Demorei propositalmente a entrar em RED porque sei que agora que pisei nessas bandas será difícil sair. Que álbum, senhoras e senhoras, e começo por essa música porque ela me deixa transtornada. Pensem numa história de amor onde as pessoas dançam na cozinha à luz da geladeira. Quando essa história de amor acaba e a outra parte envolvida cisma em não lembrar que ela foi tão especial, tudo o que você quer é gritar nas fuça dela que foi bonito sim, foi raro, você estava lá, você lembra muito bem e é impossível ela fingir que não tem nada com isso.

11. 22: Está em RED mas é tão animadinha que podia estar em 1989. Essa música diz muito da minha história com minhas amigas (#bichas) porque foi trilha sonora de muitas das nossas ~aventuras~ mas vai, é impossível não dar uma mexidinha no esqueleto e/ou cair na tentação de responder I don’t know about you, but I’m feeling 22 quando perguntarem a sua idade (isso, é claro, se você deu a mesma sorte que eu de fazer 22 bem quando a música estava no auge).

12. Enchanted: Voltei pro Speak Now rapidinho porque tinha esquecido dessa obra prima. Quem, como eu, passou a adolescência toda e o começo da vida adulta solteira (triste) sabe a dor que é conhecer alguém incrível e cruzar os dedinhos pro moço não ser comprometido. Dói. Dói porque a gente não quer a treva das outras (e nem disseminar o término), mas a gente queria muito alguém livrinho pra gente também. Menina Tay me representa muito com seu I’ll spend forever wondering if you know I was enchated to meet you e o pedido please don’t be in love with someone else, PLEASE don’t have somebody waiting on you.

13. Mine: Speak Now again porque também tinha pulado essa bela história de superação & amor que Taytay nos da de presentem em Mine. Nem tenho muito o que dizer, apenas vejam o clipe. Vejam, vai, por favor, olha essas criancinhas loiras fazendo aniversário.

14. I knew you were trouble: Vou definir meu amor por essa música em uma palavra: GRITOS.

15. Everything has change: Em seu melhor momento “contanto mais uma história romântica aí pra vocês”, Taylor se uniu com ninguém menos que Ed Sheeran, nosso ruivo favorito, para dizer que:::::: All I know is we said hello and your eyes looked like comming home. Acredito que não preciso dizer mais nada sobre o assunto.

16. Come back… be here: Muita gente ama o RED sem ter ouvido essa pérola. Eu também não costumo ter paciência pra ouvir os finais dos CDS mas minha gente, essa música CONSAGRA o desespero amoroso que ronda todo esse álbum. Sério, I don’t wanna miss you like this, come back, be here é um apelo tão sincero e ela canta isso tão lindamente que não tem como não voltar.

17. We are never ever getting back together: WEEEEEEEEEE are NEVER EVER ever e clipe com pessoas aparecendo vestidas de BICHOS explica toda a magia. Corrão.

18. Should’ve said no: Essa eu também acho subestimada. É mais do início da carreira, então é aquela fossa menos recalcada e mais animadinha, um presente que o estilo country de Taylor nos oferece. Aqui ela canta que o cara devia ter dito NÃO para a ~tentação~ e ele ainda a teria. Adoro, porque ela tá sofrendo mas faz tudo parecer uma brincadeira divertida quando diz que o cara devia muito ter pensado duas vezes antes de ter jogado os dois pro alto. Se lascou, mocinho.

19. Teardrops on my guitar: Tragam as caixas de lenço porque a p**a ficou séria. Cliquem aí no link e choremos todos juntos ao som da menina (que ainda tinha cabelos cacheados) cantando que I bet she’s beautiful, that girl you talk about, and she’s got everything that I have to live without. Eu repito: SHE’S GOT EVERYTHING THAT I HAVE TO LIVE WITHOUT. Que dor, minha gente.

20. Blank Space: Chegamos em 1989 e eu só tenho direito a essa e mais 5 músicas, isso porque fiz vista grossa na lista do RED. Enfim, aqui estamos no novo álbum, Taylor tá gata, tá madura, tá resolvida, tá sambando na cara dos homens e não consigo não aplaudir essa música toda vez que escuto: “tenho uma lista de ex namorados longa sim, cara, e tô doidinha pra escrever seu nome nela. você inclusive tem as fuça perfeita que imaginei para meu próximo erro, vamos brincar disso?” SWIFT, Taylor, a mesma que cantou Teardrops on my guitar. Cresceu lindamente e tomou as rédeas da própria vida ou não?

21. Style: Essa entra na minha lista porque amo muito o tom dela cantando You got that James Dean daydream look in your eyes. Apenas amo, lidem com isso.

22. All You Had To Do Was Stay: Impliquei horroresh com essa música quando ouvi o CD pela primeira vez porque achei o refrão repetitivo um saco. Continuo achando repetitivo e pouco criativo, mas não é que a música caiu nas minhas graças? Adoro imitar o agudinho do STAY.

23. Shake it Off: Hater gonna hate hate hate hate hate.

24. I Know Places: Amo a parte do HIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIDE. Amo Taylor esticando as sílabas, já falei disso antes em alguma das 23 explicações anteriores

25. New Romantics: Senhoras e senhores, que fim de CD, que fim de lista que montei. Pensem num álbum que fecha com chave de ouro e comemoraremos todos abraçados ouvindo a última faixa de 1989. Depois de sambar (e muito!) na cara da sociedade, a menina encerra a brincadeira numa batida total fim de festa, deixando bem claro que está construindo um CASTELO com os tijolos que andam jogando nela. Além disso, ela diz que o melhor tipo de gente que existe são as pessoas livres. Fala se não é pra dançar bêbado abraçado com o amigo às 4 da manhã? Claro que é. Bom castelo pra vocês, peguem aí os tijolinhos e vamo que vamo.

UPDATE: Hehehehe gente então, lembram que eu disse que logo depois que postasse iria dar falta de alguma música e chorar? Então, eu deixei faltar uma, mas não pude apenas chorar e deixar passar porque eu AMO demais essa música, assim, demais mesmo, talvez mais que 90% da lista, então voltei só para falar dela:

The Last Time: Só de ouvir as batidas iniciais dessa música, no PIANO, vocês vão entender porque ela absolutamente não poderia ter sido esquecida. This is the last time I’m asking why you break my heart in a blink of an eye. IN. A. BLINK. OF. AN. EYE. Gente, essa vai ter até link, só pra convencer vocês. Ou melhor, vou botar o vídeo incorporado logo e fim de papo porque tô aqui ouvindo enquanto escrevo sobre ela e sem or, tô no chão como em todas as vezes que escuto.

THIS IS THE LAST TIME I LET YOU IN MY DOOR

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

MVCEE Awards – Minha literatura de 2014

O título é auto explicativo… e o vídeo também! Voi lá os livros que me fizeram querer tagarelar em 2014 – os bons e os péssimos. Peguem a pipoquinha que vai longe, tá?

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Sobre a dor de garganta que esperou 5 dias para doer

Era noite de segunda-feira. Eu tinha voltado de viagem de manhã, depois de 3 dias deliciosos no Rio de Janeiro na companhia dA Gente. Já no domingo a noite eu tinha começado a sentir minha garganta das uns repuxos, mas ignorei solenemente. Gosto dessa prática de ignorar a dor: se eu não dou bola pra ela, ela desiste. Às vezes funciona.

Como eu disse, era noite de segunda-feira e eu estava no jantar de fim de ano da firma quanto senti que a p**a estava em vias de ficar séria. Minha garganta parou de repuxar e começou a doer: “aé, vai fingir que eu não existo? Pois veja só o que sou capaz de fazer”, era o que ela bradava. Espirrei um spray anestésico (que pouco adiantou), e dormi, acreditando piamente que era só um susto pela diferença de temperatura e que no dia seguinte estaria tudo bem.

Acontece que o dia seguinte começou antes do que eu gostaria – e por motivos nada agradáveis. Acordei às 3h da manhã e eu não era uma pessoa com dor de garganta: era uma dor de garganta com uma pessoa. Rolei de um lado para o outro sem acreditar na dor que eu estava sentindo, mas consegui voltar a dormir. Eram pouco mais de 6h quando acordei mais uma vez, sem fazer ideia do que acontecia na minha garganta, mas com a certeza absoluta de que era terrível.

Um tanto antes das 8h eu larguei de mão essa história de dormir e, madura que sou, sentei na cama e comecei a chorar. Comecei a chorar porque eu nunca tinha sentido uma dor daquelas na minha vida. Eu não conseguia falar, eu não conseguia tossir, mas eu engolia toda hora e cada engolida parecia um manjar de cacos de vidro com toques de gilete. Com o pouco de coragem que me restava para falar eu consegui gritar a minha mãe, e quando ela disse que se eu não melhorasse me levaria de tarde ao médico eu só consegui responder: me leva agora, pelo amor de Deus.

Fui pro trabalho. Tinha um dito de um homem da calha que ia arrumar sei lá o que (talvez a calha?) no meu prédio e... minha mãe é a síndica. Passei duas horas no trabalho que pareceram a treva, até que o homem da calha não apareceu (fdp) e fomos ao médico. Ele perguntou o que eu tinha, e eu: estou engolindo cacos de vidro.

O moço ligou a lanterninha na minha garganta e quase jogou a bicha longe de tanto susto. Não demorou 5 segundos pra proclamar: Sua garganta está uma tragédia, era pra você estar sentindo dor há 5 dias. Me receitou anti-biótico, anti-inflamatório, me deu um atestado e me mandou pra casa dizendo que se a dor não melhorasse em 72 horas era pra eu voltar ao consultório.

Vocês entenderam o mesmo que eu? SETENTA E DUAS HORAS? Só podia ser um filme de terror. Mais 72 com aquela dor e eu me atirava na frente de um ônibus pra acabar com aquela palhaçada de vez. Cheguei em casa, tomei o remédio e apaguei. Acordei às 19h sem saber nem meu nome – e com bem menos dor.

Agora são quase meio dia e, uma dose de anti-biótico e duas de anti-inflamatório depois eu digo que fico ESTOU SEM DOR. Minha primeira infecção de garganta na vida me deu trégua em 24h e como se eu não pudesse estar bem agradecida só por isso... vou explicar o título.

Cês lembram que eu estava no Rio de Janeiro, né? Encontrei o Djavan e tudo. Mas então. O médico disse que era pra eu estar sentindo dor há 5 dias, lembram disso também? Se meu manjar de cacos de vidro tivesse começado há 5 dias eu teria, apenas, perdido uma das melhores coletâneas de momentos do meu ano.  E tudo bem que a folia pode ter deixado o acúmulo de dor bem pior: teve folia com as minhas pessoas, piscina o dia inteiro, umas boas doses de álcool, festa de formatura até 7h40 da manhã e um dos melhores beijos da minha vida inclusive moço desculpa se eu te passei dor de garganta, eu não sabia que ela já devia estar ali.

No fim das contas, minha gente, doeu e não foi pouco, mas passou e acho que os cacos de vidro (tô repetitiva mas juro, era essa a sensação) foram até um preço justo a se pagar por uma dor que topou se atrasar cinco dias para que eu fosse feliz. 


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Aquele com o Djavan

Tem quem diga que não existe coincidência. Eu fico meio que sentada em cima do muro para concluir meu posicionamento. Acho que nas grandes questões da vida a coincidência não existe mesmo: a gente certamente encontra os grandes amigos (e os grandes amores!) que tem que encontrar. Ligações de alma são destino. Estão cruzadas há muito mais tempo. Mas tem outras coisas, as pequenas, quase que irrelevantes, mas muito engraçadas, que não tem como deixar de ser coincidência – com um empurrãozinho piadista do universo.

Teve uma vez que A Gente estava na balada. Vejam bem, EU mesma não estava, mas é que quando A Gente está junto, todas estão, mesmo quando não, entendem? Então. Aí A Gente estava na balada e começou a tocar Djavan. Tudo bem que era uma balada tropicália, mas Djavan, DJ? Sério? Cruzamos os braços e ficamos olhando pra ele com cara de reprovação. Uma bronca levamos: apareceu um moço na pista e disse que o DJ só estava fazendo o trabalho dele na humildade e estávamos sendo desagradáveis cruzando os braços na pista. Respondemos que não éramos obrigadas a ouvir Djavan na balada e que cruzaríamos os braços quantas vezes fosse necessário. Logo ele percebeu e trocou a música.

Um tempo passou e A Gente (dessa vez eu estava!) saiu para o grande agito do ano. Era a formatura da menina passarinha, depois de infinitas contagens regressivas. E lá estávamos na pista, esperando ansiosamente a oportunidade de descer até o chão, quando a banda surge cantando... isso mesmo, Djavan. Aparentemente todas as bandas e DJs do Rio de Janeiro acham conveniente tocar Djavan nas festas.

Não que A Gente não goste de Djavan. As músicas deles são gostosinhas. Para ouvir na praia, num fim de tarde, olhando o mar e querendo tirar um cochilo, não no meio da pista de dança. Ninguém dança Djavan até o chão, a menos que já tenha passado das 5h e todos já tenham mais álcool que sangue correndo nas veias. Às 5h da manhã já estão todos carimbados, com as pernas doendo, e felizes o suficiente para dançar o que tocarem. Ao som de Djavan, às 5h da matina, nos abraçaríamos e ecoaríamos tranquilamente que o luar, estrela-do-mar, o sol e o dom. Mas não à 1h. Zoamos. Cruzamos os braços. Demos gostosas gargalhadas da perseguição Djavanesca que nos abatia. Passou.

Depois de um dia inteiro de ressaca moral e física, era perto das 19h quando A Gente chegou ao aeroporto para levar A Gente embora. Ainda estávamos dentro do táxi, estacionando, quando de repente: MEU DEUS, É O DJAVAN.

Eu confesso que JAMAIS reconheceria o Djavan se o encontrasse dando sopa por aí. Mas as Gabrielas reconheceram. Ficaram em polvorosa dentro do carro: precisávamos fechar essa história com uma foto do Djavan.

Saímos correndo do táxi e, muito envergonhadas, decidimos que eu fingiria tirar uma foto delas e pegaria o Djavan no meio. Ríamos. Ríamos e ríamos e nos curvávamos de tanto rir. Tantas pessoas no mundo pra encontramos e fomos dar de cara logo com o Djavan. Quando já estávamos desistindo de criar coragem e ir embora, duas meninas chegaram do além e pararam o cantor para tirar foto. Resolvemos aproveitar o gancho. Enquanto as tais garotas procuravam a câmera na bolsa, já cheguei com o celular estendido. Ele disse que eu era bem eficiente. Tiramos uma selfie. E nunca mais conseguimos parar de rir.

#momentos

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Dos dias de blog vazio

Se eu não estivesse postando agora, segunda-feira fariam 15 dias sem atualizações no blog. Se tem uma coisa, aliás, que eu nunca entendi é porque foi definido que duas semanas são 15 dias. São 14. Mas todo mundo fala que são 15 e criou-se esse consenso. Por que?

Minha frequência nesse cantinho sempre foi de mais ou menos 2 posts por semana. 3, quando estou mais empolgada e verborrágica. Óbvio que essa frequência foi dançando durante esses 6 anos de casa e já fiz temporadas ~maiores~ de hiatos. Por ~maiores~ entenda 10 dias. Hoje são 10, só porque pensei no assunto. Seriam 15 no mínimo se eu não tivesse pensado. Amanhã eu viajo, volto segunda, com certeza não postarei nesse meio tempo.

15 dias. 14, pra ser mais exata. E isso pode não fazer diferença nenhuma na vida de vocês, mas faz na minha. Tenho medo. Medo de que essa minha rotina de postar no blog e ter assunto para isso e criar filosofias mirabolantes esteja começando a se acabar. Não quero. Isso tudo é tão parte da minha vida que não consigo pensar em não ter mais. E isso aqui é um desabafo de fim de ano/resolução de ano novo antecipado. Para 2013 pedi leveza. Para 2014, confiança. Para 2015 acho que peço fôlego. Fôlego e inspiração. A vida não pode parar.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Do que eles, fazendo, me ensinaram a não fazer

Uma vez li um texto da Gabriela Petrucci que nunca esqueci. Passei um tempo sem lembrar diretamente dele, mas acredito que o danado tenha ficado impregnado totalmente no meu subconsciente, de forma que volta e meia ele me martelava. Se você não clicou no link eu te conto o que me marcou ali: ela diz, basicamente, que foi vendo o pai dela ser de direita a vida inteira que ela aprendeu que a esquerda era a melhor saída.

Não precisa sair correndo, juro que não vim falar de política, só peguei a essência do texto mesmo, a parte que me marcou: nossos pais estão aí para nos ensinar, afinal de contas, mesmo que seja o que não fazer.

Das coisas que aprendi com meu pai, a maior delas é a que mais me firma na pessoa que me tornei, e definirei isso parafraseando a Gabi: Foi sendo workaholic a vida toda que meu pai me ensinou que eu jamais deveria fazer isso.

Meu pai passou a vida toda querendo crescer – continua fazendo isso, inclusive. Deve trabalhar uma média de 10 horas por dia, porque saía de casa às 20h e chegava por volta disso. Uso os verbos no passado não porque ele tenha parado de sair e chegar – ele continua fazendo isso, só que em outra casa que não a minha, e isso não vem ao caso. Então, ele saía de casa às 8h e chegava às 20h. Colocando na balança 1 hora de almoço e 1 hora de trânsito pra ir e voltar, 10 horas por dia.

Meu pai dificilmente tem tempo pra gastar. Ele faz o que é útil. O que está programado. Passei 4 anos fazendo ginástica olímpica: ele nunca foi a uma apresentação, porque elas eram sempre por volta das cinco da tarde e ele de forma alguma cogitava reprogramar sua agenda para sair mais cedo um dia por ano – mesmo que fosse só para ver a apresentação e voltar.

Ele acha que licença maternidade é uma perda enorme de dinheiro para o mercado – isso porque é funcionário, e não dono de empresa. Ah sim, ele também diz que a licença paternidade não faz sentido: também pudera, nunca trocou uma fralda e nem embalou um neném para dormir.

Não fiz esse post para rechaçar o meu genitor não, embora esteja parecendo. Acho que criei consciência (ou nepotismo) o suficiente para conseguir não jogar toda essa carga em cima do meu pai e assumir que ele, essencialmente, é apenas mais um Homem (isso mesmo, com H maiúsculo) da década de 60.

Um homem que crescia para trabalhar, fazer a máquina do mundo girar, levar dinheiro pra casa, não se importar com coisas frívolas como as apresentações de escola dos filhos, não saber onde fica o detergente e muito provavelmente proclamar com orgulho que nunca aprendeu a fritar um ovo. Ele e minha mãe viveram 25 anos assim, muito que bem, amém e essa dinâmica sempre funcionou muito bem e obrigada lá em casa.

Depois do jantar ele desligava a televisão se eu estivesse com dúvidas em matemática, e passou alguns domingos me ajudando a decorar o mapa do Brasil inteiro. Que eu me lembre, nunca tirei menos que 10 nos ditados de estados e capitais que a professora fazia. Nunca fez cara feia para me ajudar quando eu tinha dúvidas na lição – mas se, atipicamente, eu demorasse demais a entender, ouvia alguns gritos. Para me ajudar a “ser perfeita” ele geralmente estava disponível, com bastante carinho. Para brincar, de vez em quando, também estava. Tenho muitas partidas de banco imobiliário na memória e olha que nem vou falar das horas de vídeo-game aos domingos.  

Não vim aqui, repito, para apontar o dedo na cara do meu pai – como a Gabriela também não o fez. Gosto muito dele, tenho muitas memórias boas da infância e acredito que (embora agora seja mais potencialmente mais difícil) ainda tenhamos um tanto de caminhos para construir juntos. Só quis escrever um texto que deixasse bem claro (mais para mim do que para qualquer um, já que ele está confuso pra caramba) que talvez a coisa de maior importância que podemos aprender com nossos pais seja que não devemos fazer sempre igual a eles. Que eles podem sim ser nossos heróis, mas que não estarão sempre certos, e que nosso papel de filhos é justamente o de aprender a se desvencilhar disso.

A coisa mais importante do mundo nunca foi trabalho, pai.  Trabalho é aquilo que fazemos (por amor ou necessidade) durante uma carga horária definida por semana, e que podemos (e devemos) adaptar com a nossa vida pessoal, sem nos tornarmos menores, menos capazes ou menos responsáveis por causa disso.

As melhores empresas para se trabalhar hoje em dia – veja, o mundo está descobrindo isso também – são as que lembram que seus funcionários são humanos, e não robôs. São as que nos dão folga no dia da colação de grau (e ainda mandam buquê de flores na nossa casa). São as que não te veem com maus olhos se seu filho está doente e você precisa faltar; são as que cogitam inaugurar uma pequena creche para que você fique mais tranquila ao voltar de licença maternidade trazendo seu filho junto; são as que te deixam reagendar seu horário para você fazer uma viagem de 2 dias que vai te fazer muito feliz – mesmo que ela seja no meio de maio.

Isso aí significa que o mundo está descobrindo que trabalhar não é o mais importante. A vida vem antes, sempre deve vir. Você, pai, deve ter certeza de que é um cara completo e muito bem sucedido. A questão sou eu – que não quis fazer direito, como você queria: se eu, aos quase 50, tiver uma vida financeira bem estabelecida e um bom cargo de concurso em um cargo público posso até estar feliz – mas só e somente só se eu tiver ido a todas as apresentações de escola dos meus filhos, feito algumas viagenzinhas pequenas no meio de maio e agosto, e continuar com a certeza de que trabalho é o caminho; o meio, e não o troféu; de que na vida a gente trabalha para viver, e não o contrário – e que isso não glorifica menos o trabalho e nem nos faz menos importantes no mundo. 

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

1989, a retificação

taytay

Esse blog já falou de outra coisa que não Taylor Swift – e meu IPod já tocou outras coisas também, em algum tempo passado do qual sinto saudades. Ou talvez nem sinta tanta, na verdade. Ok, deixa eu parar de devanear comigo mesma e falar do que se trata o post.

Vim me retificar. Isso mesmo. Lembram desse post aqui? Então. Foi a primeira resenha musical que fiz na vida: achava muito chique quem sabia resenhar CD, e quando consegui escrever um texto mais ou menos sobre isso, morri de orgulho. Acontece que, como previsto lá no próprio post, onde eu disse “dificilmente eu gosto de alguma coisa na primeira vez que escuto, então ainda tenho esperanças de gostar bastante de 1989”, eu estou amando 1989.

Amando no nível “absolutamente não consigo ouvir outra coisa”. E nem estou falando de 2, 3, ou vai, das 10 primeiras músicas não. Estou falando do álbum inteiro. Só sossego se consigo ir de “Welcome to New York” a “New Romantics” sem interrupção – e adoro quando estou no meio da lista e percebo que tenho tempo de sobra para ouví-la pelo menos mais uma vez inteira antes de precisar viver.

Vivia resmungando que TayTay demorou tanto pra vir ao Brasil que quando resolver vir, vai deixar de fora do show pelo menos 3/4 do que eu amo. Nunca vou perdoar a menina por não ter vindo com a turnê RED pra cá: eu precisava desse show fossa para curtir uma dor de cotovelo na companhia de um estádio inteiro , chorar ao som de “The last time” e ficar rouca gritando aquele apelo de “Come back, be here”. Mas estou aqui, resignadamente, dizendo que se ela resolver aparecer pra cantar o 1989 inteirinho eu estarei feliz feito uma pipoca no show, doida para repetir vinte vezes cada um daqueles refrões que rechacei no post anterior. É, a vida da voltas. E um álbum no modo repeat faz loucuras com a nossa cabeça.
‘Cause, baby, I could build a castle
Out of all the bricks they threw ate me
And every day is like a battle
But every night with us is like a dream

New Romantics




segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Tag 12981 de 7092019

Nunca antes na história desse país blog houve tanta TAG. Dá uma culpa danada, mas sabe como é: basta juntar a dificuldade pra escrever com o milhão de TAGs que andam surgindo e as pessoas legais te indicando que fica complicado fazer outra coisa da vida, módisque aqui estou para responder à “Tag das Diva”, criada pelo André, que consiste em você relacionar um livro com cada diva escolhida por ele. Sigam-me os bons.

Beyoncé (escolha um livro que te faz perder o fôlego)
A Sangue Frio, do Trumann Capote. Aquele aquele detalhe da história ser real é bem o que desestabiliza a gente. Ainda mais tendo direito a uma foto da família (que sofreu toda a treta) na última capa. Eu lia, perdia o fôlego, parava pra fechar o livro e dar uma olhada na foto e perdia mais ainda o fôlego. Ler esse trem era um looping eterno disso aí. Sem contar que eu perdi noites de sono pensando que entrariam malucos no meu apartamento e eu acabaria assaltada e morta. Recomendo o livro, é brilhante. Não recomendo pessoas altamente influenciáveis em contato com ele perto da hora de dormir. Quanto à Bey, por sua vez, recomendo de olhos fechados para qualquer momento. Quem nunca pulou sozinha no quarto ao som de Run the World que atire a primeira escova de cabelo que foi usada como microfone.

Katy Perry (escolha um livro que deveria ser mais reconhecido)
Vou debater a questão porque não acho que KP não é reconhecida. Inclusive fiquei pasma mês passado votando no Capricho Awards, onde Katy estava concorrendo a melhor cantora (que ano é hoje mesmo?) e TayTay não. Por favor, Capricho. Enfim, já que é pra falar de livro vou de Vaclav e Lena, que eu já resenhei aqui e acho que mais gente deveria ler. Juro.

Taylor Swift (YOU GO TAYTAY!) (um livro sobre superar os haters e seguir em frente)
Tô quebrando a cabeça aqui porque queria relacionar TayTay com algum livro igualmente absoluto (#talifã) e não estou conseguindo, porque tudo o que me vem à cabeça é A Lista Negra. Eu nem lembro direitinho do livro, mas sei que a barra começou pesadíssima pra nossa personagem e provavelmente ela terminou o livro bem melhor do que começou (afinal de contas, não tinha muito como piorar).

Avril Lavigne (um livro antigo que por mais que envelheça continue atual)
Amo o meme “Avril Lavigne dorme no formol”, por isso amei demais essa categoria. Tô aqui pensando e acho que vou de 1984. Acho que ele é um bom tapa na cara em qualquer época que for lido. Não é um top favorito da minha vida, mas tem um dos melhores finais que já li. Sério, toda vez que lembro bato palmas. Estou batendo palmas agora.

Miley Cyrus (um livro que começa meio bobinho, mas acaba despirocando)
Nada, da Jane Teller. Fininho, li em 2 dias. Tudo começa quando um garoto resolve subir em cima de uma árvore porque a vida não faz nenhum sentido e, por isso, é melhor não se desgastar com cotidianices. Seus coleguinhas de turma, por sua vez, decidem provar que a vida tem sim sentido, fazendo uma pilha com seus objetos preferidos. Começa bem bobo, com bichinhos de pelúcia e coisas do gênero, mas, believe me, a porra fica muito séria. Desculpem o palavreado, foi a única maneira que encontrei de realmente expressar o que a situação se torna. Nunca vi personagens tão perturbadores, sério. Essa turma de pirralhos me deixou alucinada, queria dar na cara de todos eles para eles aprenderem a ser gente.

Christina Aguilera (um livro que deu errado com você)
Eleanor & Park. Todo mundo ama. Minhas amigas, TODAS, se apaixonaram. Eu ansiei muito por esse livro. Ganhei e fiquei enrolando pra ler, curtindo uma felicidade clandestina. Aí fui ler e ZZZZZZZZZ. Que. Negócio. Chato. Queria muito ter amado, amo amar em conjunto. Mas não rolou.

Demi Lovato
Tá sem parêntesis explicativo (TOC manda abraços) porque o André mencionou Demetria e depois disse que não conseguia pensar numa categoria para ela. Como eu me recuso a responder uma TAG de Divas sem citar a menina Neon Lights, vou me encrespar aqui rapidinho com o dono da TAG e dizer que a categoria de superação devia ser de Demi, antes de ser de TayTay. Na verdade são tipos de superação diferentes, né. TayTay vem sambando na cara dos haters (e na cara duzômi, com seu maravilhoso 1989 ((sim, já amo)) e Demi teve que superar, basicamente, a si mesma. Acho que vou juntar as duas coisas e falar de Jogos Vorazes aqui, porque se a Katniss, mesmo sendo chatinha, não for exemplo de força e coragem (o que eu acho a cara da Demi), não sei quem mais poderia ser.

Britney Spears (um livro que tenha uma narrativa tão sem graça quanto show com playback)
Gente, que pesado. Pobre Neide. Vou de Cartas de amor aos mortos e se vocês ainda não leram minha resenha é só clicar nesse link que eu explico todo o motivo dele estar nessa categoria. Inclusive acho uma ofensa comparar Neidoca a isso, mas é o que tá tendo, segundo a descrição da categoria.

Adele (um livro de um autor que tenha uma voz própria e única, e que voz!)
A sombra do vento e companhia limitada, vindos todos da cabeça do Zafón. A literatura dele é tão peculiar que acho que o livro podia vir sem capa e sem título e eu saberia que era dele no primeiro capítulo.

Lady Gaga (um livro bizarro que você custou a entender)
Perdi muito tempo tentando lembrar se Lady Gaga existia ainda e esqueci de pensar no livro. Eu tenho certeza que existe o livro perfeito pra essa categoria, e ele está na ponta da minha língua mas eu não estou conseguindo lembrar qual é. Daqui a alguns dias, relendo esse post, lembrarei na hora do livro, gritarei “MAS É CLARO” e morrerei de ódio de não ter conseguido responder. É a vida.

Lana Del Rey gente, essa TAG não acaba (um livro melancólico)
Coisas que ninguém sabe, o maior amor literário da minha vida, que não só é todo melancólico como tem um epílogo que pega nosso coração na mão e espreme até você se curvar em cima do livro de tanta dorzinha presa.

Madonna (um livro que nunca perde a majestade da sua estante)
Meus dois livros ostentação são o Toda Mafalda e o Harry Potter: A Magia do Cinema. Os dois são grandes, lindos, ficam um do lado do outro na escrivaninha e todo mundo que entra no meu quarto quer mexer neles.

Gretchen socorro (um livro nacional que tem todo o pipipi necessário pra te conquistar)
(Pipipi?) Nunca ouvi essa expressão mas vamo que vamo, e vamo acompanhada de Jorge Amado, aquele lindo, que marcou meu coração para sempre com o seu belíssimo Capitães da Areia. Que maravilha de livro, meu Deus.

Agora chegou a hora das indicações e eu só vou indicar diva: Gabriela Couth, Milena Martins, Paloma Engelke, Gabriela Irala e Ana Luiza Alves. (Quis usar sobrenomes porque ficou mais pomposo, 6 me errem). 

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

5. O Daniel

Livremente inspirado nesse blog genial aqui

Tem pessoas com as quais construímos relações densas. Daquelas que são construídas pouco a pouco e tem milhões de detalhes e nuances. Tem aquelas, por outro lado, que são leves. Levíssimas e, de forma nenhuma, vazias. Apenas leves. Fáceis. Daquelas que não exigem muito, que não dão trabalho nenhum, que apenas existe.

Outro dia eu estava quieta no meu canto, pensando na vida, depois de bater papo com um primo meu. Vejam bem, se você chegou agora e pouco sabe sobre a minha família eu vou ilustrar novamente para seu melhor entendimento: Eu tenho 31 primos de primeiro grau, por parte de mãe. 31. Muitos deles, um tanto mais velhos que eu, já começaram a casar e parir por conta, de modo que já tenho uns 10 de segundo grau também. Não sei que ideia vocês fizeram disso, mas eu acho o máximo.

Tem família que se desentende demais. Conheço muitas pessoas que simplesmente não suportam os primos. Eu não sei o que eu faria sem todos os meus. Acho que eles são um meio termo sensacional entre o irmão – aquele que vive na sua casa e você ama, mas te tesa a paciência por excesso de convívio – e o amigo – aquele que você encontra na vida e resolve que é família também. Primos, pra mim, são dádivas. Eles nascem da(s) barriga(s) da(s) sua(s) tia(s) e moram na casa dela(s). Você não tem que dividir mãe – só os avós. Avós são mais tranquilos de serem divididos. O colo deles é sempre infinito.

Primos são, em suma, totalmente diferentes de você - mas vocês sempre carregarão uma origem em comum, o que faz com que nunca se esqueçam de que apesar de diferentes, são impreterivelmente iguais . Eu, como tenho 31 deles e estou bem no meio da muvuca  das idades (o mais velho tem 40, a mais nova 8 meses) já entendi o que é ter primos mais velhos que podem sair quando você não pode, te excluir dos programas e subir no salto para te dar bronca. Entendi também o que é ser o primo mais velho, que exclui os pequenos, dá bronca neles e aperta as bochechas. Quando eu tinha 10 anos, achava muito engraçado o Alex falando assustado que tinha visto minha mãe trocar minhas fraldas e agora eu já estava fazendo provas de matemática. Hoje quem engole o desespero sou eu: adorava pedir para a minha tia me deixar segurar o Guilherme no colo; agora ele tem 14 anos e dá dois de mim na altura.

Com alguns dos meus primos eu converso muito mais. Com outros, muito menos. Mas pelo menos 80% deles renderia assunto para um post. Falei tudo isso aí em cima só pra introduzir a vontade que me deu de vir aqui, aleatoriamente, falar do Daniel. Sim, do Daniel.

O Daniel é filho da irmã gêmea da minha mãe. Ele tem 4 anos a mais que eu e é o irmão mais velho da minha prima-gêmea. Eu dormia na casa dela nas férias e lá estava o Daniel. Acho que foi assim, aos poucos, que ele virou meu ídolo  - e eu nem sei como. O apelido dele, quando criança, era Danifica tudo. Porque ele danificava, sabe. Dava nó em pingo d’água, em português claro. Escondia o controle de televisão do vovô dentro da churrasqueira (só porque sabia que vovô ofereceria 1 real para quem encontrasse o mesmo) e até a geladeira da vovó com super bonder ele colou. Uma vez saiu correndo atrás de mim segurando um garfo e me imprensou na parede. Eu tinha certeza que acabaria morta nesse dia. Daniel se escondia atrás da báscula do banheiro para nos dar susto quando íamos tomar banho. Ele tacou desodorante aerosol no meu machucado uma vez (sim) jurando que ia fazer parar de arder. Lembro da dor até agora.

Mas, de noite, depois que a Rafaela dormia e eu morria de medo de ficar sozinha no quarto escuro ele ia lá dizer que estava tudo bem. Quando eu e ela resolvemos acampar no quarto dele, ele tirou o pôster do Evanescence da parede só porque eu disse que tinha medo da Amy Lee (gente, ela parecia um fantasma naquele pôster, eu juro). E ele sempre, sempre, mas sempre mesmo, dá um jeito de me fazer rir. Contando piadas, inventando histórias, ou mesmo transformando qualquer fato banal em uma cena de comédia fantástica. Eu me acostumei tanto a rir na presença do Dani que hoje em dia ele diz “oi” pra mim e eu começo a gargalhar.

Hoje em dia ele já tomou juízo (tem tempo que não ouço falar de geladeiras com portas coladas), tem um emprego incrível e até casou. Eu encontro com ele uma vez por ano, no Natal, e pra ser sincera a gente mal conversa. Ele está sempre com a esposa e alguns amigos que costuma levar junto, enquanto eu estou sempre caçando sarna com as minhas primas em algum outro canto. Tem no mínimo 5 anos que a gente promete um pro outro uma partida de Master, que ainda não saiu. Basicamente, a gente se diz “oi” e “tchau” uma vez por ano, deu pra notar? E foi por isso que eu fiz um primeiro parágrafo falando de relações que não exigem nada, simplesmente são. Eu gostaria muito – e tenho certeza que ele também – de ver o Dani mais vezes do que vejo. De conversar mais do que converso. Deus sabe como eu gostaria de rir com ele mais vezes do que rio – rir faz um bem danado para a saúde – mas isso não acontece. Tem o tempo, tem a distância, tem a vida, tem o que for. Tem pessoas que a gente ama pela convivência, pelo cuidado diário, pela presença. Tem outras que a gente simplesmente ama pelo que são, pelo que representam, pelas lembranças que nos ajudaram a construir.

Acho que eu nunca falei isso pra ele, mas eu amo o Dani o mesmo tanto que eu amava quando a gente se via mais (olha, talvez até um pouco mais, já que hoje em dia ele não corre atrás de mim com garfos), e acho que posso acreditar que é recíproco. E eu sempre, sempre vou saber que o dia que eu estiver triste eu tenho, a um clique do mouse, alguém que vai me dizer “oi” e me fazer chorar de rir instantaneamente. 

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Literatura, a melhor das estradas

“I lived in books more than I lived anywhere else.”
— Neil Gaiman, The Ocean at the End of the Lane

Uma vez eu fiz um post aqui falando sobre como comprar livros era uma aposta. Hoje vou ampliar a questão para abranger todo um estilo de vida: o de quem se dedica à literatura.

Tem gente que lê e tem gente que não lê (dá pra acreditar?). Acho fácil separar nessas duas caixinhas. O tipo mais interessante, ao meu ver, é quem fica no meio do caminho. Sabe quem fica com vontade de ler um livro específico, entra na livraria, compra, lê e segue a vida? Então. Meu pai é assim. Ele ficou com vontade de ler Harry Potter e leu os meus. Ficou com vontade de ler Dan Brown, comprou os livros e leu. Quis ler Senhor dos Anéis e leu. E pronto. Esse tipo de pessoa fecha a página e segue a vida. Esse tipo de pessoa realmente consegue “fumar só mais um cigarrinho”, uma vez a cada duas semanas, e não viciar.

Literatura, pra mim, é completamente ininterrupta. Eu emendo um no outro e não vejo nada mais lógico que isso. São muitos livros pra ler e muito pouca vida pela frente (vamos chutar aí, se Deus quiser, mais uns 70 anos) para dar conta de tudo e então eu e as melhores pessoas que eu conheço simplesmente não considero que pausas sejam algo razoável. São perda de tempo. Um dia sem ler é um dia perdido.

Não que seja difícil, porque eu não decidi isso um dia na minha vida e passo meu tempo cumprindo metas. Eu simplesmente faço; simplesmente leio (assim como a mairoia dos bookaholics, senão todos). É extremamente natural acabar um livro e pegar outro e, portanto, nunca estar sem ler. Mas não é uma estrada sem percalços. Existe alguma estrada, afinal, que seja?

Já me peguei milhões de vezes sentada na cama olhando para os meus livros e pensando que mais um ano se passou sem que eu tenha feito nada da vida além de ler – e tenha lido menos do que deveria. Sempre é mais E menos do que deveria. 

O caminho da literatura é uma aposta. Uma vez alguém comentou comigo que quem me vê lendo um livro atrás do outro deve pensar que eu to sempre feliz da vida, amando tudo o que leio. Eu ri. Imagina só, que maravilha, gostar de tudo o que a gente lê? Reiterando o que acabei de dizer, ~viver para a literatura~ é uma aposta. Você lê, lê, lê, lê, da uma porção de “3 estrelas” e vezenquando consegue dar 5 com tanto, mas tanto gosto que não resta nada a fazer a não ser parar e agradecer por ter resolvido se envolver nessa roubada que é ser apaixonada por livros. É pura aposta, repito, ler 60 livros por ano torcendo pra achar uns 20 maravilhosos e ter certeza que os outros 40 valeram a pena – seja porque foram bons, porque foram razoáveis ou porque foram horríveis, afinal de contas, criticar com propriedade é sempre uma opção viável.

Resolvi falar tudo isso porque acabei de passar por um desses momentos brilhantes. Era meia noite e cinco, mais ou menos, quando terminei de ler a última página de “A Trama do Casamento”, de Jeffrey Eugenides, e não tive outra reação que não fosse fechar o livro pensando “THIS” e dar uma salva de palmas.

Aviso de antemão aos empolgados que “A trama do casamento” não é um livro que se ama. É um livro que se aplauda. A diferença? Toda ela. Tem livro que pega a gente pelo coração. Que você lê querendo mastigar as páginas, sentindo na alma cada trecho dele. Esse não. Ele te agarra pelo brilhantismo mesmo. Porque ao invés de “own”, você pensa “CA-RA-CA” e “genial”. A obra começa morna, ao meu ver, mas vai martelando sua cabeça de forma tão direta que você não tem como chegar ao fim dela sendo a mesma pessoa que era no começo.

Pra quem lembrou do autor de algum lugar, sim, foi o Eugenides que escreveu “As virgens suicidades” e não, não tem nada a ver. Não só a história como o estilo e toda a proposta narrativa. Não parece que foi a mesma pessoa e é nítido o quanto ele amadureceu. Não que ele não tenha enfiado o pé no peito da galera com as virgens – porque enfiou lindamente – mas como eu disse, no primeiro caso foi no coração e dessa vez foi no cérebro mesmo. Eugenides me deu um nó. E eu não podia estar mais feliz com isso.

Literatura, é sempre uma honra ter a minha vida desconfigurada por você.

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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

One lovely blog award

No início de outubro a fofa da Ana Mattos me indicou para essa Tag que já está rolando solta pela blogosfera. Pouco tempo depois a Dani também me indicou, hoje a Thay me indicou – e cavucando a memória aqui tô até achando que rolou uma quarta indicação, mas não consigo me lembrar direito. Milhões de desculpas ao possível indicador! Se puder falar nos comentários “fui eu, sua ridícula desmemoriada e grossa, tó aqui o link do post” eu agradeço e prometo retificação. Claro que foi a querida xará, Ana L. do Starships & Queens.

1) Por que decidiu criar um blog e quando começou?
Então, eu já contei isso algumas vezes em posts de comemoração de aniversário, e na aba sobre o blog também. Mas vamos aí, contando de novo: Eu vivia ameaçando ter um blog e desistia porque achava a ideia ridícula. Tinha tido um aos 13 que chamava “Minha vidinha adolescente” (sim) e tinha template da Avril Lavigne (sim) e eu postei no máximo 5 vezes nele (amém). Depois disso, a ideia de fazer um novo blog sempre me rondava e eu cheguei a cadastrar o “mvcee” umas duas vezes e desistir na última etapa de criação. Um dia uma amiga minha disse que estava afim de criar um blog. Como eu sempre sou parceira de cilada das amigas (me convide pra um trem errado e eu dificilmente recusarei) falei que SIM na hora e um dia depois tínhamos blogs. Tinha certeza absoluta que não duraria 2 meses. O dela infelizmente não durou 2 anos (eu amava ele) mas o meu está aqui até hoje. 6 anos de guerra já!

2) Quais benefícios o blog te traz?
Registro de memórias, possibilidade de desabafar e registrar minhas teorias sobre o mundo, o universo e tudo o mais. Isso sem falar nas pessoas que eu conheci só por causa do blog. Nem vou entrar no mérito porque senão ficaria aqui para sempre me declarando.

3) Qual é o post mais acessado?
Então. Essa história do post mais acessado pra mim é um mistério. É o post “Minha irmã mais velha”, um texto de aniversário que eu fiz pra minha prima Bianca, em 2009, quando o blog nem tinha 1 ano e eu jurava que sabia escrever – mas não sabia -, de modo que eu não gosto desse texto. Acho ele comum (pedante), meio breguinha e cheio de piadinhas idiotas (eu jurava que era engraçada, socorro) e toques adolescentes demais na escrita (ao invés de “mal” escrevi “maaalll”, gente). Enfim. É curtinho e sem graça, mas minha prima amou receber e quando eu escrevi eu me senti brilhante também. No momento em que foi escrito ele pareceu uma ideia incrível e até funcionou. No entanto, juro, nunca vou entender o número de clicks que esse texto rende até hoje. As pessoas tem mania de pesquisar “texto pra irmã mais velha” no google e BINGO, caem direto nele, de forma que ele nunca, jamais, sob nenhuma hipótese, perde o posto de texto mais acessado do blog. E toda vez que eu lembro disso eu fico com vergonha. Fazer o que.

4) Você usa redes sociais?
Sim. Tenho facebook, twitter, instagram e skoob. Tenho também aquele askfm porque nunca fui deletar, mas nem se usa mais esse treco, né? Tenho perfil no GoodReads também mas não uso porque sou de vanguarda e não troco o skoob. O blog também tem página no face, mas eu sou péssima pra atualizar. Bom falar também que to com pavor desse tal de Ello – e nem sei explicar por que.

5) Como o blog tem evoluído?
Quando eu criei o blog eu tinha 16 anos, né. Se tem uma fase da vida onde as coisas mudam, essa fase, eu garanto a vocês, é dos 16 aos 22. Pensar no começo desse blog é pensar em um contexto completamente diferente de vida. Em relação à vida que tenho agora, não é exagero dizer que é outra. Mudei de cidade, terminei o ensino médio E a faculdade, trabalho, mudei de cantora preferida, mudei de amizades, vish. Nem falei sobre o que eu acho que a pergunta queria saber. Resumindo, eu mudei um monte (espero que tenha sido evolução!) e com isso o blog foi mudando na bagagem. E eu acredito que tenha aprendido a escrever melhor, também, pfvr, embora saiba que estou longe da melhor fase que já vivi com a escrita – ele já existiu e espero que volte e se supere.

6) Já viveu algum fato importante por causa do blog?
A pergunta que mais me dava vontade responder desde que comecei a ver esse meme por aí foi essa. Gente, vou começar na humildade aqui falando que publiquei um texto do blog na revista Atrevida, em 2010. Mas isso foi o que de menos importante me aconteceu pelo blog, porque nada supera izdaqui e jamais superará.
lar Vocês são meu lar

7) De onde nasce a inspiração de escrever e continuar o blog?
Gente, o nome do meu blog é Minha Vida como Ela É. Tá respondido?

8) O que você tem aprendido a nível pessoal e profissional esse ano?
Achei desnecessariamente pesada essa pergunta. Achei que era um questionário simples e leve sobre o meu blog e pluft, lá vem uma dessas pra me tirar um cadiquin do prumo. Meu 2013 não foi grandes coisa, meu início de 2014 foi capenga, tive um momento incrível no primeiro semestre que logo emendou em mais capenguice, depois tive Copa e foi incrível, daí começou o segundo semestre e foi ladeira a baixo. Entrei na vibe do meu primo que diz que se a gente tá com saúde não dá pra reclamar. Concordo plenamente, então não vou reclamar. Saúde a gente tá tendo, graças a Deus. Só vou pedir um pouco mais de estabilidade emocional. Pra já. Porque tá OSSO.

9) Qual a sua frase favorita?
Alguns infinitos são maiores que outros. (John Green)

10) Qual conselho você daria para quem está começando agora no mundo dos blogs?
Eu diria, essencialmente, me utilizando da famosa expressão da vlogueira “Lully de verdade”, CALMA, CARA!. Sim, porque quem vê de fora deve muito pensar que abrir um blog é virar a nova Melina Souza ou a Bruna Vieira, fazer sucesso instantâneo, ganhar fãs e ganhas presentes. Não é assim não, gente. Elas fizeram o trabalho direitinho e tiveram uma boa dose de sorte também, mas isso não é regra e eu arrisco dizer que se você criar um blog só pensando nisso aí ele não vai pra frente não. Crie um blog pensando em ter um espaço para você falar sobre o que quiser, da forma que gosta, do seu jeitinho. Não do jeito que deu certo com o vizinho – o vizinho já está fazendo assim, então prefira fazer assado. Seu espaço vai ser conquistado – seja qual ele for. Eu não ganho presentes, nem milhares de fãs, muito menos dinheiro, vejam só. Mas não comecei pensando nisso, meu blog já tem 6 anos e eu ganhei muita coisa que eu nem sonhava ter um dia – e não troco por nada.

11)  O que os blogs que você vai indicar tem em comum?
Então, a tag já tá rolando tem um tempinho e muita gente já foi indicada e já respondeu, de modo que vou quebrar as regras e não vou indicar pra ninguém não. Vou indicar a Luh Smile, que vi que ainda não respondeu, e a dona Passarinha também, que tá com o blog abandonado. E se você que ainda não foi indicado quiser fazer porque viu aqui, só avisar aí que eu vou conferir!

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Perdemos

Era exatamente nesse título que estava pensando quando, às 8h da manhã de segunda-feira, descobri que Gregório Duvivier tinha desenvolvido brilhantemente a faísca de ideia que eu tinha. Em seu texto, que vocês certamente vão conferir (tô de olho), ele enumera muitas coisas que perdemos durante o período das eleições, o que inclui muitos bilhões e alguns amigos. Amigo de verdade eu não perdi – porque são de verdade – mas não dá para não dizer que umas grosserias foram despejadas desnecessariamente por aí - da minha parte e da dos amigos. Culpem as estrelas os ânimos exaltados de todos.

Gregório enumerou, em suma, o que perdemos pelo meio do caminho. Meu pensamento era mais específico sobre o que perdemos ontem. O que perdemos com o resultado. Porque, gente, se tem algo inegável é o fato de que perdemos. Perderíamos de qualquer maneira.

Não dá pra dizer que se ganhou alguma coisa com a confusão estabelecida pós resultado. Não dá pra dizer que ganhamos alguma coisa com a quantidade de xingamentos absurdos na internet. Não dá pra dizer que ganhamos porque minha cabeça chega a doer só de pensar no que estão falando dos nordestinos, isso para não começar a dar mais exemplos. Tudo isso parece ter gostinho de vitória para alguém? Para mim não.

Gostaria imensamente de saber quem, de fato, anda ganhando alguma coisa com toda essa confusão e falta de respeito. Com gritaria e xingamentos, com atentados à democracia. Acha que eu estou exagerando? Para mim é sim atentado à democracia dizer por aí que “pior que bêbado dirigindo é idiota com título de eleitor na mão”. É idiota então só porque não tem a mesma opinião que você? Amigo, deixa eu te contar, o problema está em você, não nos outros.

Julia disse aqui que educação vem de berço e que boas maneiras se aprende é na educação infantil. Vocês deviam ler esse texto também, mas enquanto isso soltarei um spoiler: ela termina a postagem dizendo que “esse tal de gigante acordou e precisa, urgentemente, colocar um tênis no pé, uma mochila nas costas e ir para a escola”. Concordo totalmente. Já passou da hora de aprender a respeitar a opinião do coleguinha. Believe me or not, ela é tão válida quanto a sua.

Nunca antes na história dessa minha vida eu me envolvi tanto – e por tabela, me estressei horrores – com a tal da eleição. E só o que espero agora, de verdade, é que dê certo. Que as mudanças sejam cobradas. Que eu conclua, animada, que quem votou na Dilma estava certo, e errada estava eu que não votei nela, se é que existe o certo e o errado. Aliás, existe. E estamos todos errados se continuarmos nesse rumo. Não dá para cobrar um país decente se não está rolando decência nem na divergência de opinião. Complicado. Querem um Plot Twist? Eu acredito. Sempre acredito. Uma hora a coisa vai dar mais certo. 

domingo, 26 de outubro de 2014

It’s a new soundtrack I could dance to this beat

Quando se trata de música, sou totalmente adepta do shuffle way of listening. Coisa mais difícil do mundo eu ouvir um álbum inteiro – e me apegar ao conjunto da obra. Lembro de ter ficado ansiosa pelo lançamento de um CD na minha vida: Aquele de Sandy e Júnior que tocava Imortal. Só.

Qual não foi minha surpresa quando me peguei realmente contando os dias para o lançamento de 1989, novo álbum da menina Tay. Quando comecei a acompanhar a obra dela, fui pulando de música em música. Só descobri o amor mesmo quando percebi que curtia muito o RED praticamente inteirinho. Consigo excluir da minha lista “Girl at home” e “The lucky one”, apenas. RED é pura magia. Pena que não é dele que eu vim falar.

Como eu disse, contei os dias para o lançamento de 1989. Acompanhei as postagens dela no Instagram revelando trechos das músicas. Ia lendo os pedacinhos de letra e imaginando as melodias. Apesar dela ter deixado claro que a vibe era totalmente pop, o título 1989 me deixou na expectativa de algo nostálgico. Ok, seria pop, mas seria… Taylor, ué.

1989
Era perto de 1 da manhã quando um ser humano abençoado me mandou, no twitter, o link para baixar a pasta .rar do álbum, versão deluxe. Dei pulinhos. Contei os pontos percentuais diminuindo para que eu finalmente escutasse esse CD. Abri a pasta e comecei animadíssima com “Welcome to new York”: Oba! Como começa animado! – concluí.

Achei, inclusive, muito perspicaz a primeira faixa do álbum ter o trecho que usei para entitular o post. É uma nova trilha sonora e eu posso dançar essa batida. Claro que posso dançar, pensei animada. Aí começou a próxima. E a próxima. E a próxima. E todas pareciam a mesma.

Taylor realmente abraçou o pop. Mas ela acreditou piamente que seu tipo de pop só podia ser executado se ela definisse uma fórmula exata para ele, e foi o que fez. As músicas estão com a voz meio robotizada, estão cheias de eco e a maioria dos refrões é apenas a repetição de uma frase em looping eterno.

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Tá vendo essa montagem tosca que eu fiz com fotos mais toscas ainda que tirei da tela do meu computador? São 3 refrões. Entenderam o que eu quis dizer? Me imaginem completamente inconformada ouvindo tudo isso aí e pensando que a autora deles é a mesma pessoa que escreveu “It was rare, I as there, I remember it all too well” e “I don’t know about you, but I’m feeling 22, everything will be allright if you keep me next to you”. Taylor Swift sabe compor. Ela sabe dominar uma fossa e fazer das tripas uma ótima música. Não entendi por que essa compra da vibe pop devia incluir a repetição eterna. E ela sabe cantar. Que saudade senti dos gritinhos agudos. Que saudade de Trouble, meu Deus, que me deu.

Não estou falando que o CD é ruim. É bom. É animadinho. Tem “Blank Space” e “Style” nele. Tudo a favor, inclusive, da evolução da menina: ela está nitidamente mais madura e achando o seu lugar no mundo. Nesse álbum ela se posiciona e, ao invés de assumir a dor de cotovelo, pisa na cara duzômi e mostra que no fim das contas consegue ficar por cima da carne seca. As músicas não são ruins. Só não parece Taylor Swift. Tem tanto efeito no badalo que eu me senti ouvindo, sei lá, Ellie Goulding, e fui obrigada a concordar com a minha irmã que, por volta da 5ª música, me perguntou se estava no modo repeat, porque ela tinha a impressão de estar ouvindo a mesma desde que eu cliquei no play.

Dificilmente eu gosto de alguma coisa na primeira vez que escuto, então ainda tenho esperanças de gostar bastante de 1989 – mas a esperança de que ele seja meu novo RED infelizmente não existe mais. Mas essa é a magia da coisa, não? John Green escreveu “A Culpa é das Estrelas” e “Teorema Katherine” – e conheço gente que é apaixonada por um e pelo outro. Não seria diferente com Taytay.
Enquanto isso eu tento curtir a novidade – sentindo profundas saudades de emendar “Last time” com “Come back, be here”, e declaro que prefiro o sofrimento por Jake e John Mayer ao novo estilo de sofrer por Harry Styles – esperando ansiosamente outubro de 2016.

sábado, 25 de outubro de 2014

Meu vestido cor de rosa

Minha mãe é um ser humano engraçado. Ela é do tipo coruja nível regular, sabe? Daquelas que posta foto minha com homenagem no facebook, quando dá na telha, mas que sabe apontar meus erros e não passar a mão na minha cabeça – nem quando estamos sozinhas, nem na frente dos outros. E ela não é do tipo nostálgica acumuladora. Está aí um dos nossos grandes atritos emocionais, daqueles do tipo que certamente vão me colocar na frente de um psicológo que me dê certeza de que a culpa é da mãe, sempre.

Tenho uma tia coruja que tem desenhos de quando eu era criança. Cadernos de bobagens que eu rabiscava. Se bobear, ela tem guardados textos que eu escrevia pequena. Ela tem cartinhas em uma caixa e até, pasmem, uma toalhinha de rosto que eu pintei no jardim 1. Era presente de dia dos pais, mas os meus certamente acharam a toalha esquisitinha. Minha tia não. Se encantou com ela e sempre põe no banheiro quando eu vou pra lá.

Minha mãe é ótima, mas não se preocupou em guardar desenhos, nem cartinhas (deve ter uma ou duas), nem presentinhos de dia das mães da escola e fez o favor de tornar possível que sumisse um disquete (sim) de textos que eu escrevia no computador quando era pequena. Gente, olha a veia de escritora (aham, sdds): aos 8 anos eu escrevi um texto de 10 páginas! Aquilo era o orgulho da minha vida. Passei meses no word. Era a história de uma menina que ganhava uma irmãzinha e viajava pra Disney. Lembro até agora do meu ótimo senso criativo – as bisavós da protagonista se chamavam: Holanda, Rússia e Itália – e do meu pouco conhecimento biológico – a gravidez da mãe dela durou 1 ano. Não acredito que perderam esse disquete. Se fosse uma cria minha escrevendo essas maravilhas eu faria no mínimo 10 backups. Não é todo dia que se tem a chance de usar o trem desses em um discurso na formatura – claro que serei dessas mães que discursa.

Mas a história nem era sobre isso. A história é que minha mãe não guarda as nossas coisinhas nostálgicas e, como a minha família é enorme, nossas roupas e mantas sempre foram passando para os primos que iam nascendo, de forma que nem minha manta da maternidade eu tenho. No meio dessa confusão toda, escapou um vestidinho. Um vestidinho cor-de-rosa de bolinhas que, segundo a progenitora, foi o primeiro vestido que eu usei na vida.

Ele é tão fofo e tão pequeno que eu, que já corujo meus futuros filhos antes mesmo deles sonharem em existir, mal posso imaginar vestir nele a minha menina. Estou aqui, agora, na verdade, imaginando que tipo de reflexão você leitor está esperando dessa lenga lenga toda. Sinto muito: não vai ter nenhuma. A verdade pura e simples (que raramente é pura e nunca simples, segundo Orwell) é que eu precisava postar por causa do desafio 7 dias 7 crônicas que vira e mexe eu e a Anna resolvemos fazer. O texto tinha que sair antes da meia noite e já passou das 23h. Eu não tinha tema nenhum, de modo que recorri ao grupo “642 coisas sobre as quais escrever” no facebook, sorteei o número 45 e nele estava escrito “Uma peça de roupa que guardou como lembrança”. Aí eu lembrei do vestido. E resolvi que tentaria tirar algo em relação à falta de nostalgia da minha mãe e o vestido cor-de-rosa. Não consegui, mas saiu isso aqui. Será que dá pra ser considerado uma crônica? Eu sou uma fraude.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Crème Bruleé

Se você é da mesma geração que eu e passou parte da adolescência cantando High School Musical (nem adianta negar, tô de olho) você lembrou do registro. Sim, no meio de Stick with the status quo, aquela coreografia gigante envolvendo mesas e cadeiras na cantina, no primeiro filme. Um dos personagens fala que sair do seu status quo seria assumir que gosta de cozinhar e que faz Crème Bruleé muito bem.

Eu nunca esqueci o tal do Créme Bruleé. Fui vivendo caminhando e cantando e seguindo a canção e de vez em quando lembrava do negócio que eu nem sabia direito o que era – mas que tinha um nome incrível e certamente parecia apetitoso.

Tenho uma colega de trabalho muito chique. Já rodou a Europa inteira, seus filhos são meio brasileiros meio franceses e ela é apaixonada pela França, de modo que resolveu comemorar seus 63 anos em um restaurante francês. Lá fui eu. Depois de uma champirinha e de um risotto de camarão com brie maravilhoso, qual não foi minha alegria quando abri o cardápio de sobremesas e dei de cara com ele. Majestoso. O crème bruleé.

Nem tive dúvidas. Pedi. E o garçom veio com ele e tostou na minha frente! Saiu aquela fumaça cheirando a açucar e eu senti ali que meu destino sobremesístico com a mousse de chocolate estava em perigo. Quando bati a colher na casquinha queimada e aquilo trincou, quando botei a primeira colherada do tal creme na boca, foi ali que eu descobri que nunca mais posso viver sem isso.´

Eu comi Créme Bruleé. Anos depois de ter ouvido falar dele no High School Musical. E só posso dizer que estou profundamente apaixonada. Só de pensar lembro do cheirinho do açúcar e da textura da casquinha rachando. Não acredito que passei tanto tempo distante dessa iguaria; perdemos 22 anos de amor.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Sobre o mês em que o Google me sugou

Aparentemente todo ser humano consciente sabe que uma das regras primordiais da internet é que não se entra no google para pesquisar sobre problemas de saúde. Eu me julgava coerente. Me julgava sã. Até o dia que resolvi pesquisar uma bobeirinha relacionada a isso e o google me sugou.

Se tenho vergonha de contar? Nenhuma. Vai que serve pra alguém que também esteja no vórtice errado, né? Então. Eu joguei “dor nas costas” no google. E descobri que, muito além do peso da minha bolsa dia após dia ou a falha na postura, eu poderia estar com câncer de pulmão. Ou quem sabe, nos ossos, mas esse eu consegui descartar porque aparentemente só se tem câncer nos ossos na infância. Fui no ortopedista tremendo de medo pensando que ele ia me internar direto. Ele disse que era dor muscular e me passou alongamentos.

Pensam que eu me contentei? Óbvio que não. Viciei na história e comecei a jogar a mãe no google. Comecei a ficar tão maluca que fui parar no ofalmologista (pra escutar que minha visão e todos os meus exames oculares estão mais que perfeitos, graças a Deus) e quase desmaiei de medo dentro de casa quando minha irmã falou que eu tava com roxos a mais que o normal. Eu sou estabanada e vivo roxa. Nunca me importei com isso, mas nas atuais circunstâncias, certamente era treta. Podia ser falta de vitamina K. Podia ser anemia. Podia ser leucemia. E eu deixei o pânico tomar conta de mim.

E eu descobri qual é a do google. Ele é o Datena. Ele te assusta tanto e te oferece tantas possibilidades de treta (se não for uma doença, certamente é aquela outra ali) que você perde o prumo e chega num nível que tem certeza absoluta de que alguma coisa você tem; que não tem chance nenhuma de você ser… saudável.

Eu descobri que existem dois tipos de pavores na vida. Eu tenho um primeiro pavor, que é o de agulha. Fujo de exame de sangue igual o diabo da cruz. E eu conheci o segundo pavor: o medo de ter alguma coisa séria, que colocou o primeiro no chinelo e me fez decidir fazer um exame de sangue por minha conta em risco, sem ordem médica nenhuma, só para saber o que de tão errado andava correndo nas minhas veias.

Eu não tenho nada. E eu estou tão, tão feliz. Nunca mais na vida eu entro no google. É um compromisso com a minha sanidade. Eu se fosse vocês faria exatamente o mesmo. Grata pela atenção.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Já pode acabar

Pode ser que isso sempre tenha acontecido e eu só esteja reparando agora. Ou pode ser que realmente esteja mais forte dessa vez. O fato é que nunca antes na história dessa minha vida eu ouvi e li tanta guerra e trocação de farpas a respeito de uma eleição.

Parece que as pessoas estavam aguardando quietas nos cantinhos, loucas para arranjarem um motivo para se odiarem. Aí então a guerra começou no primeiro turno e foi só chegarmos na tão já conhecida batalha PSDB+PT que o troço pegou fogo e tá indo bomba pra tudo quanto é lado.

No facebook, confesso, nem sei mais porque entro. Não aguento mais os avatares politizados, não aguento mais vídeos de um, vídeos de outro, não aguento mais campanha dissimulada e discurso de ódio. Por favor, gente, vocês nem estão recebendo para colocarem a mão no fogo publicamente pelo candidato de vocês. E querem ler a opinião de alguém que não confia em nenhum dos dois e vai votar no que acha menos pior? Se não quiserem ler não tem problema, vou falar mesmo assim: continuem colocando a mão no fogo e vão se queimar bem feio.

A idolatria por um dos lados me faz pensar que o mocinho só fez milagres por Minas Gerais – que não o elegeu. A fixação pelo outro lado me faz acreditar que realmente aquela confusão em junho do ano passado era realmente só pelos 20 centavos – como podia estar todo mundo arretado com o governo e de repente defender apaixonadamente a presidente dele? Não entendo. Não entendo essa paixão avassaladora de nenhum dos dois lados. Eles não valem nossa sanidade mental.

No início me preocupei horrores, tentei me envolver mais, li sobre os dois, fiz pesquisa e dou a cara pra bater aqui afirmando que, nobremente ou não, cansei. Cansei porque estava prestes a ficar doida. Cansei porque não aguentava mais me envolver em discussão e baixaria. Cansei porque parece que as pessoas não querem votar consciente – querem tacar pedras na escolha do outro, falar mal do candidato do outro, chamar de imbecil quem vota no outro e coisas do tipo. De um modo ou de outro, estamos em uma democracia. O dia 26 vai chegar, vamos votar, as urnas vão nomear um ~campeão~, o povo vai xingar mais uma semana e uns 10 dias depois o facebook vai voltar a se encher de mensagens de “bom dia” com florezinhas piscando. Não vejo a hora.

- Nesse texto você leu que: Estou de saco cheio dos discursos de ódio e trocação de farpas nas redes sociais.
- Nesse texto você NÃO leu que: Estou defendendo um dos dois. Estou criticando um dos dois. Estou botando o dedo na cara de você que vota em um ou em outro. Estou dizendo que meu voto não é consciente. Estou largando mão do Brasil.
- Portanto: Se vier discursar contra ou a favor de um ou de outro na minha caixa de comentários eu vou mandar passear, vou logo avisando. Se na rede social tem democracia, aqui quem manda sou eu e não quero saber de politicagem no meu canto. Obrigada.