terça-feira, 29 de abril de 2014

A vida é ter pelo que esperar

Bem que eu já ouvi dizer por aí, em alguma frase bem genial na internet, que o ser humano só vive se ele tem pelo que esperar. Que ele só acorda todos os dias se ele tiver motivos. E eu concordo.

Já falei milhares de vezes por aqui que eu sou muito ansiosa. Era dessas crianças que os pais preferiam avisar sobre uma ida ao parque de diversão ou ao cinema apenas um dia antes, senão era capaz de eu passar um mês sem dormir. Quando eu decidi que iria para a Disney, faltava exatamente um ano para a viagem e eu passei a noite em claro pensando que nunca mais eu iria dormir até estar lá.

Se a gente não souber lidar com a ansiedade, ela é chatinha: o tempo não passa e os dias que antecipam algo muito legal se tornam um infortúnio. Mas se a gente sabe aproveitar, se tornam incríveis. Porque isso faz a festa começar antes.

Quando algo que eu gosto muito acaba, eu passo pelo menos um dia inteiro de ressaca. Não por ter acabado apenas o acontecimento, mas por ter, de uma certa forma, acabado com a espera, que durou muito mais.

Esperar é bom. E realmente: faz muito mais sentido levantar da cama quando você tem alguma contagem regressiva para fazer. Não que seja bacana focar a vida inteira na passagem dos dias. Mas porque você levanta cedo no frio pensando que é uma levantada a menos até o próximo acontecimento incrível E isso faz as partes chatas incomodarem menos.

Viajarei na quinta-feira. Chego no Rio de Janeiro às 8h30 da manhã para encontrar minhas amigas e passar um feriado curto e maravilhoso nas areias de Copacabana (oremos). E escrevi tudo isso só para contar que estou tão ansiosa que fiz as malas no domingo. Eu. Que geralmente faço as malas enquanto corro até o portão de embarque e sempre esqueço alguma coisa. Mas fiz porque já não sabia o que fazer domingo no meu quarto senão andar em círculos e esperar que a viagem chegasse logo. Ontem eu resolvi que ~dias~ demoravam demais a se alterar na contagem: comecei a contar por horas.

Fica mais emocionante: a cada 60 minutos diminui um número! O efeito psicológico é incrível, parece que o evento está vindo a galope. Experimentem. 

A propósito: 46 horas. And Counting.

sábado, 26 de abril de 2014

De novo pagando um mico na internet

Eu lembro que a primeira vez que quis gravar um vídeo, era uma bookshelf tour, só apareciam livros, minhas mãos e minha voz. E eu morri de vergonha. Ficava me imaginando no Youtube, não sei porquê, achava isso meio ridículo (?). Obviamente isso passou e eu só não tenho um canal porque acho que não consigo fazer um vídeo por semana falando coisas interessantes. Mesmo assim, de vez em quando aparece alguma ideia de TAG legal e eu vou lá e faço, e esse é o motivo do vídeo abaixo. Quem descobriu, como sempre, foi a Tata. E aí está. Falta de dignidade pura, olhos vendados, tossindo o vídeo inteiro e nenhuma vergonha. O mundo está mesmo perdido.


quarta-feira, 23 de abril de 2014

"Posso não concordar com o que dizes...

... mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lo". Quem disse isso foi Voltaire, e eu sempre bati palmas para essa frase. Digamos que todos na vida temos nossas causas. Aquelas que mexem mais conosco, que nos afetam mais. Confesso aqui, até com um pouco de vergonha, que o feminismo não é algo que me transtorne muito. Leio artigos, leio blogs, até participo de grupos e comento vez ou outra, mas não é algo que me motiva a entrar em uma enorme discussão. Tenho amigas muito mais sensíveis ao assunto que eu, e tenho orgulho delas. 

Minha sensibilidade, no entanto, é a ditadura. Já falei disso antes. Ditadura me transtorna, me faz morder a mão de raiva, me deixa realmente abalada. Não é à toa, afinal, que chutei o ar com raiva enquanto lia Jogos Vorazes só de imaginar uma situação daquelas, e não é à toa também o fato de a vilã de Harry Potter que eu mais odeio ser a Dolores Umbridge e não o Voldemort. Enfim.

O fato é que eu me lembrei dessa frase que dá título ao post enquanto esbravejava na frente do computador (e no twitter) sobre a tal da Tati Bernardi. Deve ser a terceira vez no bimestre que eu perco meu tempo xingando muito no twitter essa mulher e o monte de baboseiras que ela fala. Isso porque eu simplesmente não consigo ver alguém falando mal de alguma coisa dela e não clicar para conferir com meus próprios olhos e passar raiva. Eu devo ser sadomasoquista. Mas talvez até valha aquela argumentação de procurar saber do assunto para poder criticar com propriedade. 

Lá no twitter eu conversava com pessoas igualmente irritadas, comentando sobre o que essa mulher escreve e principalmente, sobre o péssimo nível de sua escrita. E foi aí que a frase surgiu na minha mente de novo e me veio aquela sensação de desconforto mental: Ela tem o direito de dizer esse monte de lixo assim e quem sou eu para privá-la disso. Mas espera aí. Ela tem?

Ela tem. Ela tem todo o direito de abrir um blog e escrever a quantidade de absurdos que ela quiser. Todo mundo tem esse direito. E o leitor que não estiver interessado pode muito bem fechar a aba do blog e não abrir mais. Fim. A mesma coisa eu posso fazer fechando a aba da coluna que ela tem na Folha e não voltando mais? Posso. Mas o buraco fica muito mais embaixo.

Não sei, juro que não sei, onde a Folha anda com a cabeça para "incentivar" um desfavor desse à sociedade. Eu posso sim fechar a janela quando eu quiser, mas é inegável que tendo o respaldo da Folha ela ganha culhões para atingir um público muito maior e, portanto, possivelmente mais vulnerável. Pensar que as pessoas são esclarecidas e naturalmente separarão o joio do trigo seria muita ilusão minha. Até porque, se ela está lá, é porque ela tem IBope. Segundo a Rafa Peixoto, provavelmente ela continua lá porque tem uma legião de fãs adolescentes. E é aí que meu alarme interior pira de tanto gritar. Gente. Olha o tamanho do perigo.

Só de imaginar que adolescentes (seres que estão, ao meu ver, no auge de sua formação de valores) tenham contato e IDOLATREM uma pessoa dessas eu chego a me arrepiar. Não concordo com as opiniões dela, acho de um machismo arraigado absurdo, mas, ainda àcima disso: não dá para aceitar o baixo nível das publicações dela. Simplesmente não dá. Eu não sou careta. Apesar de apreciar a língua portuguesa e dar umas corrigidas de gramática na galera não estou querendo que nego use português arcaico para escrever no jornal, e adoro um modernismo, uma quebra de formalidade, um jogo de palavras bem utilizado. É só ler Antônio Prata e Gregório Duvivier para entender. E não é nem uma questão exclusivamente minha, de aprovar um estilo de escrita ou não, mas o de Tati Bernardi é BAIXO. Baixo para ser xulo. Baixo pelo prazer de causar. O palavreado é inaceitável, e olha que eu (confessadamente e envergonhadamente) curto um palavrão. Solto vários na linguagem falada e não me orgulho disso. Solto mais ainda conversando com as minhas amigas no chat, mas no meu blog você encontrará poucos. Em uma coluna de jornal, gente? Em um jornal do porte da Folha? Chamar vagina de xota, ximbica, xexeca, se referir ao ato de parir como xuranha arreganhada, chamar a mulher de Gata e os leitores críticos de fofoletes malas pseudo sociólogos. GENTE! Não. Os limites, eles existem. Ou pelo menos deveriam existir.

Posso ter me visto como hipócrita por, em um primeiro momento, achar um absurdo essa mulher ter o direito de escrever, ao mesmo tempo que proclamo contra a ditadura. No entanto, foi só pensar um pouco mais para perceber que uma coisa realmente não tem a ver com a outra. Essa mulher não tem ética. Ela não honra a classe, não honra a posição que tem no jornal, não honra sequer seu público ou a possibilidade de um leitor crítico. Prefere zombar deles chamando-os de fofoletes ou de recalcados. FOFOLETES, gente. E venhamos e convenhamos, não posso usar comigo mesma o argumento do direito à liberdade de expressão da moça para deixar de escrever meu post porque, observem, a própria, em seu último texto postado (que foi apenas mais um absurdo entre mil outros) passa linhas a fio mandando as mulheres pararem de postar nas redes sociais ou mostrarem álbuns de fotografias de seus partos humanizados. Cada um tem o direito de postar a foto que quiser na rede social, gata. Se tem alguém aqui que não devia ter direito de alguma coisa, deveria se você: o de exibir todo o seu machismo-em-baixo-calão nas páginas de um jornal. E tenho dito.

P.S.: Não coloquei links do texto que citei e nem de nenhuma fonte dela no meu post porque não quero que, de uma fonte minha, saia propagação de algo com o qual absolutamente não concordo. No entanto, se quiserem procurar, basta jogarem o nome da moça + Folha de SP no google. 

P.S. 2: A discussão saudável e bem argumentada é sempre bem vinda, e por isso a caixa de comentários desse blog é livre. Conheço muita gente que discorda da escritora tanto quanto eu, por isso resolvi tirar a discussão do twitter e trazê-la para cá. Se alguém discorda de tudo o que eu disse, tem argumentos e aprecia a escrita da moça, por favor, e com educação, não se atenha em comentar! Juro que tenho interesse em ler.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Nunca vou ler todos os livros que quero

Esse post é mais uma reflexão retórica do que qualquer outra coisa. Tudo porque eu nunca fui de ser muito consumista, mas a primeira vez que me vi quase no vermelho na vida foi porque tinha passado da conta e comprados livros demais. E ainda assim não tinha perdido muito tempo refletindo sobre o fato, até que minha brilhante amiga fez um vídeo para seu canal falando sobre o fato de ter muitos livros não lidos na estante e ainda assim, continuar comprando.

Acho que vai de cada um medir a quantidade de não lidos que é ideal para si, e não que isso seja imutável também. Tenho amigas que compram 1, leem, compram outro. Eu jamais conseguiria fazer isso. Me dá uma angústia existencial a possibilidade de acabar um livro e não ter outro me esperando. Da mesma forma, tenho amigas que chegam a 100 livros não lidos, e isso me dá o mesmo nível de angústia: me imaginar devorada por eles sem nunca conseguir dar conta. Minha média é de 8 não lidos em cima da escrivaninha. Sim, porque eles só vão para a estante depois de lidos: tenho medo de guardá-los lá e simplesmente esquecer que não os li.

Mas até aí, ok. O que mais me pegou de tudo foi que Tary disse que adquirindo um livro você adquire um mistério, e isso faz valer o preço. E eu pensei que, GENTE! Como eu nunca tinha pensado nisso? A roupa você experimenta antes de comprar, para não gastar dinheiro com algo que não vai gostar. Sapatos idem. Pelo menos geralmente é assim. Agora, e o livro? Você lê a sinopse e seja o que Deus quiser. Pagar quarentão em algo que você ainda vai descobrir se gosta é uma fé muito grande na literatura. Parei para pensar nisso e achei que é realmente algo interessante. Ao menos é uma desculpa para mim mesma de que é uma forma de consumo diferente do convencional. Já pararam para pensar? Bom, no mínimo vale o questionamento! E não deixem de conferir o vídeo dela, que para a maior comodidade de todos já está incorporado aqui, e que para os mais preguiçosos, tem só 5 minutinhos!


quarta-feira, 16 de abril de 2014

Os discos que marcaram a minha vida

Esse post faz parte da Blogagem Coletiva de Abril do Rotaroots

Então, na verdade vou falar de CDs e não de discos, mas acho a palavra disco mais bonita, além do que, a fonte usada no título das postagens é cursiva, e usar duas letras maiúsculas seguidas  fica bem feio, #relevâncias. Tirando esse detalhe, o título é auto-explicativo e portanto, sem mais delongas, vamos lá.


Gente, esse CD. Antes, preciso deixar claro que foi com a Sandy que eu aprendi o que era idolatrar alguém, e digo que nunca mais na vida fui tão fã de algum famoso como fui dessa menina. Eu abraçava o CD, beijava a capa, e meu sonho era ser a Sandy. Tenho vários em casa, mas esse daí me fazia ficar horas sentada no sofá pensando que ela tinha sido criança também, e que isso era muito legal. Não seria a mesma pessoa que sou se não tivesse passado muito tempo na infância ouvindo "Maria Chiquinha" e "Abre a porta, Mariquinha". Isso sem falar do "Aniversário do Tatu" uô uô o camaleão queria namorar a onça no primeiro beijo ele dançou porque uma onça apaixonada vira fera enjaulada. Ai, gente, esse CD. 


Uns bons anos depois, eu decidi que estava na hora de sair da fase Sandy e gostar de alguma internacional que me desse mais status. Sim, fui dessas. E foi aí que eu conheci a Avril. Devia saber cantar uma música, mas comecei a dizer para todo mundo que ela era minha cantora favorita, e acabou que me convenci disso. No meu aniversário de 13 anos ganhei o Under my Skin de uma amiga, e passava muito tempo ouvindo-e-lendo-o-folheto para aprender a cantar. Se eu for fazer um comparativo, gosto mais das músicas de Let Go, ou até de The Best Damm Thing e Goodbye Lullaby. É. Talvez a fase que eu menos goste da Avril foi a fase Under my skin, mas foi nela que eu aprendi na raça a gostar da moça. E não dá para a gente descartar um CD que tenha "Don't tell me", né?


Esse daí é culpa dos meus pais, que compraram o DVD e vivam colocando para rodar nas sextas-feiras a noite lá em casa, enquanto comíamos pizza. Quando percebi, sabia cantar todas e gostava muito. Até hoje tenho pouquíssimas no IPod, não sei porque nunca parei para baixar. Mas de quando em quando me dá saudade, eu tasco o DVD no aparelho e continuo sabendo cantar todas.


Papai ganhou esse CD uma vez, em um amigo secreto. Eu e Helena queríamos ouvir alguns dos nossos CDs no carro, mas ele colocou esse dizendo que tinha "Eduardo e Mônica", que nós achávamos divertidíssima. Pedíamos para repetir toda hora, mas ele não deixava, então acabamos ~nos acostumando~ com o CD todo. Nunca dei tanto valor a esse CD, exceto nas férias de verão de 2004, quando eu e minha prima decidimos que iríamos decorar "Faroeste Caboclo" a qualquer custo, e fazíamos turno de quem usaria o folhetinho. Decorei, na época. Hoje, só consigo cantar se ela estiver tocando junto. Mas o que nunca imaginei foi que anos depois eu me apaixonaria completamente por essa banda e que teria uma playlist enorme deles no meu IPod. Nem lembro das músicas que estavam nesse CD, mas ele certamente foi um começo interessante.


Quando eu tinha 12 anos, ganhei meu primeiro IPod e, desde então, aboli CDs. Muitos podem considerar um ultraje, mas eu nunca tive muita paciência para ouvir um CD inteiro. Chegava na última música nervosa e impaciente, e descobri que o Shuffle musical era meu modelo de vida. Certamente um álbum completo tem seu valor, mas eu realmente não sou fã da atividade. Acontece que estava na casa da minha amiga passando férias, e ela tinha baixado o CD inteiro do Red. Coloquei meu IPod no Itunes dela e passei a pasta inteira para ele, sem pensar muito no assunto. E foi uma experiência incrível, porque eu só gostava de "We are never ever getting back together", mas comecei a descobrir as outras enquanto elas tocavam sem querer no shuffle. Quando percebi, gostava de todas, e passei alguns bons momentos ouvindo o CD inteiro de uma vez, levando um susto quando acabava, de tão delicioso que era. Foi interessantíssimo sair um pouco do modo shuffle, aliás, e essa, certamente, é minha fase preferida da TS, embora tenha muitas músicas das outras fases dela também e ser eternamente apaixonada por "You belong with me" e "Love Story".

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Da vida que eu carrego no pulso

Eu adoro detalhes. Adoro detalhes fofos que representam fatos. Adoro tudo o que for significativo, e sempre dou um jeito de significar tudo. Sou dessas que não nega apego errado: sou uma forte candidata, por isso, a aparecer um dia no programa Acumuladores por morar em uma casa soterrada de objetos.

Não sei exatamente o que esse parágrafo introdutório tem a ver com o texto. Aliás, meus parágrafos introdutórios quase nunca têm exatamente a ver com o texto, mas eu insisto em fazê-los. Enfim. Primeiro, vou deixar claro que isso não é um publi-editorial não. Sou só eu contando um pouquinho da minha história. E essa lenga lenga toda foi só para dizer que eu vou fazer 22 anos e ganhei de presente do meu pai a tal da pulseira Life by Vivara, enchi ela de pingentes e carrego um pouquinho da minha história no meu pulso. São detalhes significativos, ou seja: estou apaixonada. Batendo papo com a Couth, que também tem uma, resolvemos que iríamos postar para explicar cada uma de nossas escolhas de pingente. E é sobre isso que eu vim falar.

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O combinado inicial com o progenitor era de que ele me daria a pulseira e seis pingentes. Mas eu fiquei tão alucinada com aquelas caixas de penduricalhos na minha frente, que estava quase chorando frente a tantas possibilidades. No fim das contas dei uma pirada, saí escolhendo tudo, tirei alguns e fiz cara de anjo na frente dos oito que sobraram, de modo que patriarca nem fez questão de deixar claro que notou que eu estava passando dos limites. Agora vou explicá-los.

Castelo da Cinderela: A primeira bandeja de pingentes que a vendedora colocou na minha frente era de itens relacionados a viagens. Talvez ela tenha pensado que eu sou uma exploradora. Sei que o coliseu era tão fofinho que preciso marcar uma viagem para a Itália urgente. E que a torre Eiffel banhada a ouro era tão, mas tão cara, que eu mandei papai agradecer eu nunca ter ido a Paris. Brincadeiras a parte, a única viagem de grande porte que fiz na vida foi para a Disney. Perguntei cadê o Mickey, e ela falou que tinha o Castelo da Cinderela. Claro, gente! A Cinderela! Não só representando a melhor viagem da minha vida, mas representando o meu maior e eterno sonho de criança, ali está, na ponta da minha pulseira, o lar da minha princesa da Disney favorita, cujo vestido eu sonhei em ter quando criança e acabei usando maravilhosamente na minha formatura.

Mala de viagem: Na verdade eu tinha pegado o aviãozinho, que achei uma graça. Mas depois de todas as escolhas, papai reclamou que estava tudo prata e simples demais, me obrigando assim a escolher algo colorido. Peguei essa malinha de viagem preta, que a principio não tinha gostado muito, mas agora acho bem lindinha. Não só minha vontade de viajar, essa malinha representa toda a bagagem que eu escolho ou não carregar e mim, e é também o item que eu decidi que representa a máfia, porque nós temos sempre que viajar para nos encontrar, e encher a mala para me divertir com minhas amigas em algum lugar é sempre um momento que eu amo viver.

Capelo: Está difícil enxergar na foto porque ele ficou de ponta cabeça, mas o terceiro pingente é o famoso capelo, borla, ou, para ser mais exata, chapeuzinho de formatura. Sem mais delongas, ele quer dizer exatamente que eu acabei de me formar.

 Panda: Acho que esse foi o que mais gerou curiosidade. De 5 pessoas que falaram comigo sobre a minha pulseira, 4 perguntaram na hora qual o motivo do urso. Na verdade não é um urso, é um urso panda, e isso faz muita diferença. Mas ainda assim, ele não é só um panda, ele é o Wildon. Wildon é um pandinha de pelúcia que eu ganhei aos sete anos. Eu nunca fui o tipo de criança que saía na rua e ficava pedindo tudo para os pais. Até porque, segundo a lenda familiar conta, quando eu criança eu fiz birra uma vez na vida. Eu tinha 2 anos, ameacei me atirar no chão porque meus pais me negaram alguma coisa, e meu pai ficou tão bravo e me travou no colo dele que eu nunca mais arrumei confusão. E eu lembro que sempre que eu ia no mercado eu achava incrível uma estante que era cheia de bichinhos fofos, desses pequenos, recheados de areinha, sabe? Aquelas pelúcias pesadinhas? Então. Eu estava com a minha tia, olhei para a estante e falei que amava os bichinhos. Ela me deixou escolher um, eu passei por uns minutos de êxtase e me agarrei no pequeno panda, que nomeei Wildon na hora. Foi amor a primeira vista, todo mundo comentava que o nome do bicho era engraçado, e Wildon foi ficando, e ficando e ficando. Comprei uma esposa pra ele quando fui à Disney, e o filhote dele veio no McLanche Feliz. Não sei que rumo a esposa tomou, mas Wildon e seu filhote seguem firmes na minha estante. Agora ele está no meu pulso.

Olho grego: De longe o pingente mais bonito da pulseira, cheio de pedrinhas. Ele está ali porque proteção contra energias ruins nunca é demais. E pensando mais a fundo um pouco, ele pode estar aí também porque meu olho é azul, e eu adoro. E isso é ainda mais legal porque vovó disse que sua primeira neta ia nascer no dia de seu aniversário e teria olhos azuis. Já contei essa história aqui pelo menos umas três vezes,  mas nunca canso de contar que, contrariando todas as expectativas eu realmente nasci no dia do aniversário dela e com um par de olhos azuis puxados diretamente da minha bisavó, porque nenhum dos meus pais nem quatro avós tem olhos claros. Meu olho azul é uma ligação que eu sempre terei com a minha avó, que já morreu, mas certamente foi uma das pessoas que mais poderia ter me amado na vida. Esse olho da pulseira, então, me protege do mau olhado e me mostra que a minha vó estará sempre comigo.

Cachorro: Não é um cachorro qualquer, é óbvio. Esse cachorro é a Kimmy, a criatura peluda mais incrível e mágica do universo inteiro e eu poderia ficar falando dela por horas a fio, mas vou poupar a paciência de todos.

Câmera: Bem auto-explicativa essa câmera também, né. Representa, no geral, minha obsessão por registrar a vida. A pessoa é nostálgica, gente. A câmerazinha é a coisa mais fofa do mundo e para mim é a miniatura da Elizabeth, minha Canon.

I <3 SP: Eu já tinha praticamente fechado minha cota quando esse pingente surgiu aleatoriamente no meio dos outros e, obviamente, foi amor à primeira vista. Não podia carregar no meu pulso uma vida que não tivesse São Paulo encalacrada em sua alma. São Paulo, a cidade mais erradamente perfeita do mundo, a dona do meu coração.

E está aí. Estou apaixonada pelo fato de poder olhar para partes icônicas da minha vida e vê-las contadas num fio de pulseira. Ainda assim, devo deixar claro que fiquei boladíssima que entre cinco ou seis caixas lotadas de pingentes simplesmente não tinha UM livro e/ou nem uma máquina de escrever. Eu escrevo e leio muito, Vivara. Favor providenciar. Ah, e tinha um pingente de pizza também que, não fosse tão amarelo, iria parar no meu braço também, porque pizza é absolutamente incrível, representa minhas origens italianas & minha amada São Paulo também. E por hora é isso. O dia que eu acrescentar mais coisas, faço um update.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Fiquem de olho nessa semana

Segundo uma amiga minha, essa semana tem alguma coisa de especial, astrologicamente falando. Eu sou meio desentendida desse assunto, mas tem algo a ver com ano novo chinês (ou seria japonês?) e diz que meio que o seu astral dessa semana definirá seu ano inteiro.

Não sei como anda para vocês, mas no meu caso, se essa semana for definir meu ano, estou fugindo para as montanhas de mala e cuia, e olha que ela mal começou. Faço aniversário segunda-feira que vem (viva!) e esse finzinho de inferno astral deu uma caprichada. Passei um susto gigantesco no fim do domingo, onde um carro por 1 segundo não estourou na minha porta. Deus abençoe a presença de espírito da minha amiga de acelerar tanto que chegou até a empinar o corpo para a frente, e então o outro carro passou colado em nosso porta-malas ao invés de entrar na minha pessoa. Na segunda-feira eu amanheci com aquele ar delicioso (só que não) de gripe me rondando. Garganta ardendo, cabeça pesada, nariz no maior esquema entope-desentope-entope-desentope. Meu corpo estava tão pesado que eu consegui enrolar a Helena e burlamos a academia.

Eu detesto a ideia de transformar esse blog em um muro de lamentações, mas é que no dia primeiro de abril as minhas amigas já estavam falando que abril tinha dado errado e que poderíamos cancelá-lo. Eu disse que ninguém ia cancelar porcaria nenhuma porque abril é meu aniversário e abril é lindo e abril isso e abril aquilo, mas GENTE. Se esse ano quiser seguir algum astral que tenha envolvimento com essa semana, domingo de tarde eu me vesti de noiva (sim!) porque ser atriz tem dessas. E foi tão emocionante (?) me ver no espelho de vestido branco e véu que eu ando cheia das ideias erradas. Não que eu vá casar esse ano, mas quem sabe o universo não da um impulso a favor desse acontecimento. Orando.

Mais tarde, falando de horóscopo com a Tary no whatsapp (#prioridades) lembramos de um do Terra que vimos no início do ano e que, entre um milhão de detalhes, dizia que iríamos ter infecção urinária (sim). Isso também incluía Milena e Anna. Fizemos a maior folia, porque todas iríamos ter infecção urinária e somos uma de cada signo, observem. Acontece que a Tary inclusive já teve a infecção urinária dela, isso além do fato de que meu horóscopo disse que eu faria uma viagem curta em maio e que o dela disse que ela iria para a praia em maio e... tudo isso procede. O fato inusitado: Nas minhas previsões disse que eu vou me ~envolver~ com um amor do passado. Não que eu tenha exatamente um passado amoroso que se leve em consideração (rs), mas após algumas observações concluímos que isso está ficando interessante.

Tem aquele ditado que diz que eu não creio em bruxas, mas que elas existem, ah, existem, né? Então vamos aguardando os próximos capítulos. E que Deus nos livre do astral dessa semana. Impossível viver em paz em um ano que se baseie no pico do meu inferno astral. E se der para ter uma brechinha nas previsões, gostaria de escapar da tal infecção urinária. Nunca tive, mas dizem por aí que dor na bexiga é de matar.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

I've stuck with Harry until the very end

Se tem um dado sobre mim que qualquer leitor desse blog, seja antigo ou novato, acaba descobrindo em 2 tempos é que eu amo Harry Potter, Friends e John Green. Acredito que necessariamente nessa ordem, embora seja difícil elencar paixões tão diferentes.

E as pessoas descobrem isso porque virou mexeu e eu dou um jeito de enfiar um dos três em algum texto. Seja para que eles me ajudem na argumentação, seja para filosofar acerca de alguma questão de suas histórias, seja apenas para destilar um pouco de amor. O fato é que eles vivem aparecendo.

E toda essa introdução foi só para dizer que eu nem ligo se as pessoas estiverem enjoadas, porque falo do que eu quero quando eu tenho vontade e é por isso que esse blog chama Minha Vida como ela é.

Defesa feita, digo que hoje eu vim falar de Harry Potter. Vim falar que eu estou faceira porque comprei um moletom do Harry Potter. Vim falar que minha prima, no dia que fez 22 anos, casou. Eu tinha 11, fui dama de honra, e casar com 22 passou a ser meio que meu sonho também. Estou a 11 dias de completar os tais dos 22 e o projeto de casamento está afogado, coitado, porque marido inexistente. Agora, me perguntem o que eu me dei de presente pelos 22: Um moletom do Harry Potter. Sim. E se querem saber mais, I regret nothing.

Tudo começou quando a dona Giuliana me mostrou esse site aqui. E isso não é merchan nenhum, porque eu não estou recebendo para fazer propaganda. Apenas acho que as pessoas merecem conhecer esse site que vai arruinar a vida delas. Eu só queria alertar que, uma vez clicando, a bobagem estará feita e não vai ter como voltar atrás. E eu cliquei. E tive palpitações de amor. E em meio segundo já tinha uma lista mental de todas as minhas compras futuras, e me peguei até agradecendo a Curitiba por ser gelada e me dar um motivo nobre para não ter tanto peso na consciência se eu quiser comprar uns cinco moletons por ano. Por que eu quero. Mas há de se ser comedida nesse mundo porque infelizmente árvore de dinheiro eu ainda não aprendi a plantar e então eu tinha que começar por um.

Rodei, rodei, rodei, pensei, pensei e decidi que queria o do brasão de Hogwarts. Lindo. Desfilaria o escudo da escola dos meus sonhos na minha roupa, só faltaria então comprar um chapéu e uma varinha. Quem sabe uma coruja também. Quando eu já estava me imaginando sentada em Hogwarts tendo aulas de transfiguração, descobri que não tinha do meu tamanho. Recolhi-me à minha humilde insignificância e fui procurar outro. E me decidi por um que, sem saber, faria mais sentido para o momento que qualquer outro.

Pode haver quem ache idiota; quem ache tosco; e eu uma vez quase dei na cara de uma menina que disse que Harry Potter era coisa de criança que não queria crescer. Quer saber, haters gonna hate, e que digam as pessoas o que elas quiserem. Eu penso que o cerne da evolução do ser humano não é se comparar com os outros, e sim consigo mesmo. Não sou melhor do que ninguém que não leu Harry Potter. Mas, com toda a certeza do mundo, sou muito melhor do que eu seria se não tivesse lido. Não esquecerei Harry Potter. Não supero Harry Potter. Não se supera uma história que te acompanha desde que você começou a ler. Não se supera o primeiro livro sem figuras que você leu na vida, ainda mais quando ele tem mais 6 e te entrega personagens que te ensinam a viver.

Muitos dos que só gostam de Harry Potter e assistiram uma vez só a cada filme podem não fazer ideia do que meu moletom significa. Tive que explicar para a minha prima, e, minha mãe, quando viu, perguntou: “Mas você não estava esperando chegar um moletom do Harry Potter?”. Quando eu disse, ultrajadíssima: “Mas é do Harry Potter!” e ela me perguntou então: “Mas cadê as escolinhas?”, eu respirei fundo, desisti, e pensei que tudo bem. Que entenda quem precisar entender. Para mim, a mensagem ficou lindamente dúbia: uso de um dos meus trechos favoritos em toda a história para, ainda por cima, declarar aos quatro ventos caso alguém queria me perguntar: “Mas você é apaixonada por Harry Potter? Depois de todo esse tempo?”.


Sempre.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Sobre o sono

A hora de dormir faz coisas com a cabeça das pessoas. Tenho uma amiga que sempre diz que o sono é o soro da verdade. Eu acho que a noite em si é um conjunto de soros poderosos e, no mínimo, dignos de atenção.

Levante a mão (e venha me ensinar como) aquele que nunca teve uma noite de insônia medrosa. Aquela que não te deixa dormir, e, aparentemente, nem viver. É naquela noite que você fica com medo de tudo: do que fez e do que não fez. Elenca um milhão de coisas que você fez de errado e que podem ter estragado sua vida para sempre (!). Pensa em tudo o que você vai fazer nos próximos dias e elenca mil formas terríveis de você se lascar fazendo cada uma delas. Foi numa noite dessas que quase desisti de ir ao Rock in Rio, por acreditar piamente que ia ter manifesto (?) dentro da área do show e que eu acabaria sendo pisoteada. Minha imaginação não tem limites. Há anos atrás, foi numa dessas, também, que eu quase desisti de ir ao show da Avril Lavigne, porque jurava que teria tiroteio (!!!) no estádio. Já quase desisti também de inúmeras viagens, porque era óbvio que o avião iria cair. Enfim. Detesto especialmente esse tipo de insônia.

Outro tipo, uma que eu gosto mais, é a insônia sonhadora. Geralmente quando ela me assola eu estou tentando dormir e liguei o IPod para acalmar meus ânimos. Só que aí eu esqueço da razão principal pela qual liguei o IPod e, em meio minuto, estou quicando na minha cama ao som de Beyoncé e imaginando coisas que até Deus duvida. Nessas insônias a minha vida é sempre linda, eu realizo todos os meus sonhos e estou correndo feliz na praia pensando em como tudo deu tão certo. Amo. Mas dá aquela ressaca moral quando você sofre o choque de realidade de lembrar que não só aquilo tudo não é real como o despertador é bastante real, tocará daqui há parcas horinhas, e você não está nem perto de ter sono.

Existe também a insônia das resoluções. Essa toma conta de mim quando estou rolando de um lado para outro da cama, incomodadíssima, sem música, nem sonhos, nem medo. E então, de súbito, resolvo mudar minha vida. Decido que tomarei um copo de água em jejum por dia, que comerei brócolis, que nunca mais tomarei refrigerante e nem comerei doces durante a semana. Decido também que vou começar a escrever um livro, ou pintar meu cabelo ou qualquer outra coisa da qual o sucesso da minha vida dependa. Nem preciso dizer que no dia seguinte, só de pensar na possibilidade de tomar um copão de água assim que acordo, enjoo e lembro que a Analu das madrugadas resolutas é toda a personificação possível da fraude em um alter-ego.

Parando de falar da insônia, vamos falar do sono. Eu quase nunca bebo, e nunca dei um PT. Mas o sono, gente, o sono. Ele tem uma capacidade de me deixar loucamente bêbada que é muito engraçada. Eu começo a rir de tudo, falar coisas que não condizem com a conversa e reza a lenda, inclusive, de que uma vez eu comecei a falar em inglês.

Por último mas não menos importante, existe aquele sono que é o soro da coragem. São aqueles 10 minutinhos em que você está aninhada no travesseiro, mais pra lá do que pra cá, e pensa em um modo perfeito de resolver alguma questão pendente. Pensa na forma perfeita de terminar aquela coisa no trabalho, ou na melhor maneira de iniciar uma conversa com determinada pessoa. Você chega a pensar em pegar o celular e resolver a questão, já que a ideia é tão brilhante. Mas o que te resta de consciência te acalma e te diz que resolver de manhã é muito melhor. Então você se entrega e adormece, feliz, pensando que amanhã você dará conta do recado. Só que quando você acorda, é óbvio que a coragem passou e com ela foi-se a certeza. Minha pergunta é: Devemos obedecer à coragem e agir enquanto a temos, ou devemos procurar adormecer bem longe do celular para não corrermos o risco de darmos ouvido às nossas ideias erradas? Eis um caso a se pensar.