quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Meu jeitinho de curtir o Oscar

Pouco entendo de cinema, de moda entendo menos ainda. Não tenho paciência pra futilidade, e digo com a consciência limpa que preferia ser dona de uma biblioteca a ter um Dior pendurado no meu armário. Ignoro a existência dessas grifes durante 364 dias no ano, e não sei o nome de metade da população de Hollywood. Minha amiga jura que, tempos atrás, cheguei ao cúmulo de perguntar quem era Heath Ledger, só pra vocês terem noção de como o caso é grave. Eu nunca tinha assistido Dirty Dancing até esse ano.

Só tem um dia no ano, no meio de todos os outros, onde eu passo a noite e o início da madrugada praticamente ajoelhada no sofá, babando em vestidos, pesquisando o nome de celebridades no google para acompanhar o papo das minhas amigas, gritando e torcendo por filmes que nunca vi e diretores que mal conheço. Prazer, Ana Luísa, vencedora do Oscar de “Poser de Oscar” por quatro anos consecutivos.

Se nas Olimpíadas eu viro comentarista esportiva e passo a entender tudo de esgrima e na copa passo a entender a regra do impedimento, nada mais lógico que no Oscar eu passar a entender tudo sobre Hollywood para sair palpitando por aí. E meu Oscar 2013 foi mais ou menos assim.

Gritando em Caps Lock com Milena, Anna Vitória, Taryne, Renata, Marie, Rafaela e Dedê, eu reclamei de As aventuras de Pi sem nem ter visto, acertei que o vestido de Jennifer Aniston era um Valentino só por ser vermelho, twittei que queria que um dia alguém me perguntasse “quem” eu estava vestindo, e chorei lágrimas de sangue quando Naomi e Emmanuelle perderam sua chance do Oscar para Jennifer Lawrence. Isso porque eu não assisti Amour, e só descobri que a Naomi era a mulher de “O Impossível” porque a Rafinha me refrescou a memória.

Fui dormir quase 3h da manhã, super chateada por ter uma vida comum demais. Acordei naquela ressaca pós Oscar, e passei o dia remoendo a minha vida sem graça, sem acreditar que Jennifer tem 22 anos e uma estatueta daquelas em sua estante, enquanto eu não fiz nada de importante com a minha vida a não ser Vamos Falar de Amor sem dizer Eu Te amo. Como bem disse a Tary: Vamos continuar recriminando a escolha da Academia por ela, e isso não vai mudar nada, já que ela está lá, olhando pro troféu, e nós estamos aqui, com a mesma idade que ela, olhando para o nada e curtindo um recalque.

Digo ao povo que amei a celebração desse ano, porque ela foi extremamente musical. Digo que teria me apaixonado facilmente por Seth se ele tivesse parado de fazer piadas e se contentasse em apenas cantar. Fiquei irritada com aquele Teddy de terno no palco, mas não tenho respaldo pra falar do assunto, afinal, digo que odeio esse filme, mas adivinhem: Não assisti.

Se eu fosse falar de roupas, diria que Jessica Chastain era a melhor vestida. Mas que fosse eu, iria de Amy Addams, porque Oscar é só uma vez no ano, e eu iria com roupa de Oscar, e não com roupa de ir em casamento. Amy estava com uma calda armada e cheia de plumas. Essa certamente seria eu. Agora vamos mudar de assunto.

O ponto alto da minha noite foi o mesmo ponto alto da noite de um milhão de garotinhas como eu: O Oscar de Anne Hathaway. Ok, estou chateada até agora que ela tenha escolhido um vestido tão errado para encarar a noite que obviamente seria dela, mas isso não muda o fato de que Mia Thermópolis tem um Oscar, e o recebeu das mãos de Capitão Von Trapp.

plummer

Na verdade, não sei se gostei mais do Oscar de Anne ou da performance da Noviça Rebelde que rolou logo antes. O apresentador chamando pela família Von Trapp, aquele facho de luz mostrando a porta que não abria, e o momento ápice de minha festa foi o soldado entrando pra gritar “They’re gonne!”. Eu pulei no sofá de tanta emoção, e rapidamente algumas janelas subiram no meu chat, com pessoas vindo me perguntar se eu tinha visto. Vi, gente. Claro que vi. Meu coração está doendo de amor até agora. Devia ter “A Noviça Rebelde” em todos os Oscars, e eu só perdoo a Academia de não ter dado nenhum Oscar a Harry Potter porque “A Noviça Rebelde” ganhou todos os que merecia.

Não assisti Argo, mas torci pra Les Miserables. Queria ouvir a música mais uma vez. Não assisti Lincoln, mas torci pra Hugh Jackman ganhar aquele troféu. Não assisti Valente, mas torci pra Detona Ralph. Não assisti Django Livre, mas queria que Leonardo DiCaprio tivesse sido indicado. Na verdade, não assisti 7 das 9 produções que estavam indicadas a melhor filme, mas meu coração doeu de amor por um que ganhou o de 1965.

Essa sou eu. Se eu entendo de alguma coisa, é de nostalgia. Principalmente por tudo aquilo que aconteceu ainda antes de eu nascer. Agora já passou, a vida continua. Aquelas pessoas tem vestidos lindos e estatuetas em suas casas. Eu tenho minhas calças jeans, meus livros, e todos os meus melhores filmes do mundo gravados no Oscar do meu coração, que nunca vai deixar de bater de acordo com o som da música.

rebels

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O que eu vou contar para os netos?

Vou contar que quando eu era pequena, internet era um artigo de luxo. Eu tinha 8 anos e entrava no site da Mônica pra jogar quando viajava pra casa do meu tio, que tinha banda larga. Eu nem sabia o que era banda larga, mas eu sabia que havia algo de especial na casa dele, que fazia a gente poder usar o site da Mônica por mais tempo. Tempos depois, meus pais colocaram banda larga na minha casa e eu montava dolls all over the day. A internet era uma coisa muito divertida e interessante.

Vou contar pra eles que um dia, sem nada pra fazer, eu resolvi criar um blog. Eu sei, completamente absurdo. Com que fundamento alguém iria querer criar uma espécie de diário aberto, no meio da internet, e falar um monte de besteiras enquanto o mundo inteiro poderia ler? Pois é, mas eu quis. Então eu criei o blog e comecei a escrever.

Posso contar pra eles, me entusiasmando um pouco mais com o rumo das coisas, que haviam mais pessoas que tinham blogs, que a vovó não era a única maluca em uma terra de gente sã. Assim como a vovó, havia vários! E um acabava chegando até o outro, fosse por qual motivo fosse. Nesse momento, posso usar uma daquelas frases clichê, que diz que as pessoas entram na nossa vida por acaso, mas não é por acaso que permanecem. Mas desistirei de usar a frase, porque não acho que as pessoas entram em nossa vida por acaso não. Tudo tem propósito.

Sorrindo ainda mais, contarei que um dia cliquei despretensiosamente em um link que surgiu na minha frente. O nome do link era SO CONTAGIOUS, e eu sambei na cara do perigo, achando que aquilo não iria me contagiar. E então apareceu um fundo bege, com bolinhas nude-querendo-ser-cor-de-rosa, e uma Audrey Hepburn de ponta cabeça. Nunca mais eu passei um dia sem entrar naquele blog.

“Por que, vovó?”, eles perguntarão, assombrados. E eu direi que ele era de uma menina de 13 anos que escrevia muito bem. Eu virei fã dela. Lia tudo, sem parar. Comentava todos os posts. O blog dela deveria ser contagiante, mas o viral era eu. Ou melhor, a stalker. Eles me perguntarão o que é “Stalker”, e eu vou rir na hora de explicar. Eles então rirão da minha cara. E eu contarei que quando a vovó cisma com alguém, é porque cisma. E eu cismei que aquela menina era um tipo de gente muito bacana, e então, eu virei fã.

Eu vou contar para os meus netos que fui fã e apenas fã por muito tempo. Elogiando, lendo os textos dela para outras pessoas, sonhando em um dia ser igual à menina que, com menos de 14 anos, dizia que seu livro preferido era Memórias Póstumas de Brás Cubas, enquanto eu, aos 16, me enrolava com Dom Casmurro sem obter sucesso e acabava voltando pros diários da princesa.

Ainda dando risada, vou contar que de repente, sem mais nem menos, em algum desses dias triviais, a menina resolveu comentar no meu blog também. Continuando num fluxo do qual eu não consigo lembrar direito, um dia nós tínhamos nos adicionado no MSN (e então eu farei uma pausa dramática pra explicar como eram esses tempos de MSN), e estávamos conversando trivialidades. Conversando trivialidades! Eu e a geniazinha do So Contagious.

Depois disso, as coisas se encaminharam de forma tão rápida e natural que é difícil de explicar até para meus netos aguçados de curiosidade infantil. De fã, virei amiga. De amiga, confidente. E quantas vezes não varamos a madrugada rindo juntas de besteiras, e quantas vezes não passamos noites falando de literatura, e quantas vezes não choramos juntas ao longo da tarde por descobrirmos mágoas em comum. E quantas vezes não fomos amigas, no sentido mais exato, bonito e simples que essa palavra pode ter.

Contarei, sorrindo, para os meus netos, que a menina do So Contagious é muito mais que a menina do So Contagious. Ela é a Anna Vitória. Ela lia Brás Cubas na pré-adolescência, mas nunca se negou a ler Meg Cabot no meio de sua fase adulta. Ela fazia jornalismo de graça, porque qualquer um em sã consciência lhe daria o diploma sem que ela precisasse de aulas. Ela escrevia as melhores resenhas de todo o mundo, e ainda as escreve. Ela tinha um cachorrinho gênio, chamado Chico, o poodle, que era tão fofo quando um punhado de algodão doce, daqueles bem açucarados. Ela é mineira, e fala trem bão, e ela tem uma voz de neném, que, pronunciando coisas maduras tais quais as que ela pronuncia, torna a conversa extremamente engraçada, se você parar pra analisar.

Contarei que no dia que ela fez 19 anos, eu sentei pra escrever algo que conseguisse expressar o quanto eu amava essa minha amiga, e o quanto eu desejava que essa menina fosse feliz e realizasse todos os seus sonhos. Digo mais: contarei a eles que, no fundo do meu coração, eu tinha certeza de que sim, ela os realizaria. Porque, acima de tudo, merecia tê-los realizados. E eu tinha que fazer esse texto me baseando em pães de queijo, porque foi o tema “Anna-vitoresco” que me foi designado nesse #PôneiDay, mas eu absolutamente não consegui, e resolvi falar de Internet mesmo, porque sou rebelde.

Por fim, eu direi para os meus netos que coincidências não existem, e que, sendo a vida a arte do encontro, quem tem que se encontrar, um dia, se abraça. Direi que, no fim das contas, quase não existem desconhecidos no mundo. E sim, amigos esperando que nós o descubramos por aí, entre as esquinas da vida, ou as htmls.

Eu direi que amizades podem sim, durar pra sempre, e eles então ligarão o nome à pessoa e dirão: “Ei, Anna Vitória é a tia Bavis, que é casada com aquele tio legal de óculos? Ela é a mãe do tio Davi e da tia Helena?” E eu direi, exultante: “Mas é claro que é! Quem mais nesse mundo seria capaz de se viciar em Chico Buarque e One Direction ao mesmo tempo? Anna Vitória, meus queridos, nesse mundo, só tem uma! E eu tive a sorte de achar e ter como amiga. E vocês achando que a avó de vocês era fraca...”

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Feliz aniversário, pequeno Pônei.
Da sua amiga orgulhosa e eterna fã, Babalu de Banana.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Eduardo e Mônica

Porque hoje é dia 25, e foi esse o tema que a Deyse me deu para o nosso desafio fotográfico desse mês! Ao contrário do mês passado, onde eu tirei várias fotos e morri de dó de deixar várias de fora, esse mês eu ralei pra conseguir quatro, e não gostei nadinha do resultado. Meu sonho era ter conseguido um casal bem Eduardo e Mônica mesmo, mas não rolou, então inventei quatro fotos que tivessem a ver com alguns trechos da música. Para descobrir de que trecho saiu a foto, é só pousar o mouse em cima dela que aparece (eu espero). Espero também que no próximo mês volte a ser tudo lindo e que eu consiga tirar fotos legais! Não deixem de conferir no blog da Dê o que ela aprontou com “One and Only”, da Adele, que foi o tema que eu passei pra ela.

Construíram uma casa uns dois anos atrás, mais ou menos quando os gêmeos vieram...O Eduardo achou estranho e melhor não comentar, mas a menina tinha tinta no cabeloE os dois comemoraram juntos, e também brigaram juntos muitas vezes depoisQuem um dia irá dizer que existe razão pras coisas feitas pelo coração?

E todo mundo diz que ele completa ela, e vice-versa.. que nem feijão com arroz!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Todos somos bombas

Quem disse algo mais ou menos do tipo foi Hazel Grace, em “A Culpa é das Estrelas”. E ela disse isso numa situação extremamente emergencial e desesperadora. Ela tinha medo de participar da vida das pessoas o suficiente para que elas sofressem quando ela se fosse, visto que sabia que não tinha um infinito muito grande de números para viver. Os pais dela, então, a chamaram para conversar, e em um dos textos mais lindos que já achei dentro de um livro na minha vida, contaram a ela o quanto ela é maravilhosa, e o quanto viver com ela valia a pena, e o quanto os momentos felizes são mais importantes que os tristes. E então, Gus arrematou, dizendo: “Seria uma honra ter meu coração partido por você”.

E eu não vim aqui falar de Hazel Grace. Eu vim falar da vida. Eu vim falar de nós. Eu vim falar das pessoas e do quanto elas nos machucam nessa vida, e no quanto a gente permite deixar se machucar. Todos somos bombas.

Com doenças terminais ou não, somos bombas. Bombas explodem. E atingem. Temos a ilusão de estarmos cercados de pessoas e de certezas, mas somos rodeados de bombas e imprecisões. Cada novo encontro é apenas a certeza de uma nova perda. Cada vez que nos dispomos a amar, estamos nos dispondo, conjuntamente, a sofrer. Mesmo que seja dali a muito tempo.

Isso não é pessimismo. É a triste poética da realidade. Todas as pessoas nos machucam. Só temos a chance de escolher por quem achamos que vale a pena ser machucado. Pessoas cometem erros, pessoas cruzam linhas, pessoas te apagam de suas vidas sem mais nem menos, pessoas morrem. São pessoas. São bombas em contagem regressiva, e tão logo as conhecemos e deixamos que invadam nosso coração, a contagem parte de um 10 para chegar até um 0, que, se dermos sorte, conta com um infinito recheado de números. Se não, passa que nem vemos e, de repente, explodiu. Mas, ora, antes de fazer isso, cada pessoa nos dá um infinito. Mesmo que dentro de poucos dias. E por isso, devemos agradecer. Agradecer por ter tido a chance de amá-las.

Encontramos as pessoas; conhecemos-nas pelo caminho e quando começamos a gostar delas, estamos apenas deixando com que tenham a chance de quebrar nosso coração. Já disseram por aí aquela verdade dolorida que conta que não importa em quantos pedaços nosso coração é partido, o mundo não vai parar para que possamos consertá-lo com calma. Estamos cansados de saber disso e mesmo assim não tememos em assumir que seria realmente uma honra ter o coração partido por algumas pessoas.

Amar é saber que passamos a vida tentando segurar pássaros livres, que ao mesmo tempo que parecem estar felizes por estarem aninhados com você, resolvem que voar pra longe pode ser tão mais legal. Amar é ter certeza que encontrou e, de repente, perceber que perdeu. Acima de tudo, amar é ter coragem de amar. Infinitamente. Mesmo sabendo de tudo o que isso pode trazer de dolorido. Amar é um ato de coragem. Um ato de entrega. Um ato de saber que os momentos bons farão com que seja uma honra ter de carregar um coração partido depois.

E nós amamos. Amamos porque queremos, amamos porque nos arriscamos, mas principalmente: Amamos por sabermos ser fundamental. Por sabermos que … se nada nos salva da morte, pelo menos o amor nos salva da vida. E se o fato dele nos salvar da vida for somente uma mentira… então é realmente a mentira mais linda com a qual podemos contar.

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domingo, 17 de fevereiro de 2013

As cinco divas que eu gostaria de ser

Eu e minhas amigas nunca paramos de inventar moda. Batendo papo essa tarde, começamos a elencar as grandes divas de nossas vidas, ficcionalmente falando. E então, criamos outro meme. Depois do 10 caras que me levariam para o altar sem esforço, eis As 5 divas que eu gostaria de ser.

Confesso que está difícil. Eu já estou escrevendo o post, e só consegui pensar em duas. Porque as mulheres que eu gostaria de ser englobaria muita coisa. Divas não. Porque DIVA é uma outra categoria de vida. Pra ser diva precisa exalar poder só com o olhar, sabe? Isso, por si só, corta boa parte das minhas ideias. Meredith Grey e Rachel Green, por exemplo. São bacanas. Uma é casada com o Derek, a outra está com o Ross, as duas tem filhas fofas. Mas não são divas. Você não tem vontade de sentar num cantinho e chorar, recolhendo-se à sua humilde insignificância se elas te encaram, if you know what I mean. Bom, vou tentar.

1 – Addison Montgomery

Quando ela apareceu em Grey’s, a Anna Vitória me disse: “Analu, eu sei que você é totalmente contra personagens que aparecem para atrapalhar o amor do casal principal da história, mas pelo amor de Deus, não odeie a Addison. Ela é incrível.” E eu continuei assistindo tudo com um nariz bem torcido. E, parafraseando a própria Anna, digo que Eu sonhei um sonho de odiar demais. Porque eu precisava odiar Addison. Mas é impossível. É impossível porque ela é maravilhosa. Ela exala poder só de existir. E desde que ela saiu da série que eu choro lágrima de sangue e fico igual criança feliz quando alguém no hospital resolve falar “Eu já sei quem pode resolver isso”, porque aí então eu sei que ela vai aparecer de helicóptero, com os cabelos ao vento, sobrancelhas erguidas, e aquela cara de “Cheguei, cadê o problema?” que só ela sabe fazer. E tudo bem, ela perdeu o Derek, mas ela também o teve por um espaço de tempo. E mais que isso: Mark Sloan foi loucamente apaixonado por ela. Doía em mim aquele homem maravilhoso se declarando e tomando foras. Mas essa é a vida. Qualquer homem se arrastaria por Addison Montgomery. E eu gostaria de estar na pele dela.

2 – Hermione Granger

Sim, todos já esperavam por essa, porque eu sou bem previsível, e já falei isso no vídeo do post passado, enquanto rasgava a maior seda para ela. Só que, gente, não dá. Clichê ou não, eu seria Hermione Granger. Ela nasceu bruxa numa família de trouxas, o que por si só, já te torna incrivelmente especial. Não contente com isso, ela é um gênio. Ela sabe tudo. Sobre tudo. Hermione salva a pátria em inúmeras situações, samba suas notas na cara da sociedade, tem um vira-tempo, sabe sofrer por amor e confessar isso de uma forma muito doce e digna, e, além de tudo, é maravilhosa mesmo de calça jeans, rabo de cavalo, e com o rosto todo sujo. Ainda antes de ser diva, ela é uma heroína. E eu gostaria de estar na pele dela.

3 – Blair Waldorf

Chamar-me-ão de Poser, porque não consegui passar do meio da segunda temporada de Gossip Girl por motivo de falta de paciência. Mesmo assim, digo ao povo que eu seria Blair Waldorf. Com algumas restrições, porque eu acho que ela é frágil por demais por dentro, sabe assim? Toda aquela insegurança, a mãe que não liga muito pra ela, o ciúmes, e tal. Mas eu também sou um tanto insegura e ciumenta, então, o seria na pele de Blair, porque deve ser mais entusiasmante. As alunas normais da escola se rastejam aos pés de Blair e sonham ser como ela. Migalham por um convite para suas festas. Fazem favores. Eu não digo que seria assim, mas deve ser bom ter o gostinho de poder ser má se você estiver afim, sabe assim? Então. Passando por cima desses fatos, ainda tem um detalhezinho que deixa qualquer uma louca de vontade de ser Blair Waldorf: Chuck Bass. Todas convencidas? Eu gostaria de estar na pele dela.

4 – Princesa Giselle

Sim. A ruiva de olhos azuis de Encantada que saiu do desenho animado direto pro meio da cidade, num vestido de noiva gigantesco, e foi cair na casa do Patrick Dempsey e dominou seu coração sem querer. Giselle não tem nada demais. Ela é heroína feito Hermione, nem sabe que é uma diva, como Addison e Blair. O que torna Giselle uma diva é a pureza de não fazer ideia de que é uma. Ela é só uma princesa que acha que caiu na história errada, sabe. Ela faxina a casa e canta na janela para chamar passarinhos. Mas ela é uma diva. Ela é uma diva por seu estado de espírito. Ela não precisa saber que tem poder para que o mundo caia aos seus pés. Ela canta e dança pela cidade, com vestidos enormes, sem nem pensar que poderiam achar esquisito. Ela conquista Patrick pelo olhar e pelo sorriso, e sabe perceber que talvez o príncipe encantado não seja o SEU príncipe encantado. Ela só acorda com um beijo de Patrick, em uma noite em que ela está em uma festa com um vestido deslumbrante. Eu gostaria de estar na pele dela.

5 – Clara Gouveia

Me dá até um aperto no coração em pensar que eu fiquei meia hora olhando pra essa lista com 4 pessoas sem fazer ideia de quem colocar para completar. Olhei pros livros na estante, pensei nos seriados, pensei nos filmes, e por fim, resolvi fazer uma ronda nas novelas, até que, claro! Não é exatamente à toa que minha filha tem o nome decidido desde que eu tenho 15 anos. Clara. Clara de Coração de Estudante. Segura de sim com uma pequena quantidade de insegurança que só a torna mais doce ainda, Clara é dona de sua vida, sabe tomar decisões, sabe quando voltar atrás, sabe quando deve fazer a coisa certa mesmo que isso pareça errado, tem senso de humor, é linda, e tem Fábio Assunção e Bruno Garcia rastejando aos seus pés. Clara. A linda, doce e firme Clara, que é uma diva poderosa sem talvez nem se dar conta disso. Eu gostaria de estar na pele dela.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Um jantar polêmico

Taryne é uma moça fina, literária e tagarela, que adora fazer vídeos pra falar das coisas que anda lendo. Com isso ela descobre muita coisa bacana, e vem passando pra nós, meras mortais viciadas num texto escrito. E eu não risquei isso por ser mentira, e sim porque eu confundi a dona da sugestão. Tary continua sendo fina e literária, só que o meme da vez quem sugeriu foi a Rafitcha! Também fina e também viciada em vídeos e canais literários, ela descobriu essa tag onde a ideia é organizar um jantar com personagens de livros à sua escolha, seguindo determinadas categorias. Sendo assim, a minha lista de convidados está logo abaixo, e se quiser, monte a sua e me avise!

Observação: Minha irmã estava mandando bem, ficando quietinha enquanto filmava, mas ela apronta uma no meio do vídeo, tapando o microfone da câmera com o joelho, e o som fica abafado por cerca de 2 minutos, depois volta ao normal. Mas mesmo abafado ele é audível.

E eu indico pra responderem também a minha flor maranhense Deyse e a minha anfitriã paulista que faz um milk shake divino, Renata, e já estou louca pra saber quem vai no jantar delas.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Crônica de uma tragédia anunciada

A minha sala tem um sofá e duas poltronas. Essas poltronas giram. Uma delas é meio manca, e é a preferida de todo mundo. Lá em São Paulo ela ficava do lado esquerdo, e a maioria das pessoas sentava nela. E ela meio que era tombadinha. Aqui em Curitiba, ela fica do lado direito. E as pessoas sempre sentam nela. Ela já foi consertada, mas continuava meio tombadinha.

Domingo meus primos vieram almoçar aqui. Meu primo chegou, sentou na poltrona e já falou “Epa”, porque sentiu que ela não ia muito bem. Guilherme, prevenido que é, logo levantou da poltrona, deixando a sala com um sensação de desastre iminente.

De noite, hora do desfile, meu pai arrastou uma mesa de rodinhas e colocou ao lado da poltrona, com duas taças de vinho e uma tábua de queijos. A chuva caía lá fora e ele comemorava o carnaval frio, enquanto todo o resto do país passava calor e tomava cerveja. Ele sentou totalmente recostado na pobre da poltrona manca, e ficou ali, curtindo seus queijos e vinhos enquanto nós comentávamos que o enredo da Unidos da Tijuca não fazia o menor sentido.

Conversa vai, conversa vem, minha irmã comenta que a poltrona está muito arqueada, quase encostando no chão. Meu pai retruca, dizendo que ela é assim mesmo, e dá umas mexidas com ela, pra mostrar que ela se movimenta. Eu fico quieta, só observando e pensando: For God Sakes, pai, você está fazendo isso muito errado.

Minha irmã continua falando que tem algo muito sinistro acontecendo com aquela poltrona, e meu pai cisma em dizer que não, que está tudo bem, e que ela foi feita para ser movimentada. Então ele resolve pular carnaval com a pobre da poltrona. Segura nos braços dela e fica remexendo a bichinha como se um barco viking ela fosse. Quando ele finalmente resolve parar, rolam uns dois segundos de silêncio e imobilidade até que ela cede, desmonta o pé e tomba para o lado, caindo bem em cima da mesa de rodinhas, que foi empurrada, tombando uma taça de vinho e arremessando a segunda, que caiu em câmera lenta no chão, sendo estilhaçada, e jogando um jato cuidadosamente projetado de vinho em cima do sofá.

Essa cena aconteceu em câmera lenta. Se eu soubesse física, conseguiria descrever precisamente a trajetória do jato de vinho saindo da taça e caindo no sofá. Consigo imaginar a risada do Guilherme, se ele ainda estivesse aqui nesse momento. Consigo lembrar da minha agilidade em tirar a perna e o computador da direção do jato de vinho, que caiu a 2 milímetros das minhas meias limpinhas. Mas o que ficou mais nítido na minha memória com certeza foi a minha mãe, parada na porta da cozinha, gritando: “Olha o vinho no meu sofá!!!” enquanto o meu pai se levantava do chão, finalmente admitindo que a poltrona não estava nos seus melhores dias.

Sei que faltaram confetes e serpentinas no nosso carnaval, mas quem entra na minha casa e dá de cara com o nosso novo e mais recém-adquirido design moderno de interiores assinado pelo meu pai, certamente acha que os eventos carnavalescos aqui foram hardcoremente curtidos. Convenhamos, deve ter rolado uma freak festa no apê pra virar uma poltrona de ponta cabeça. Se alguém viesse analisar, certamente olharia pra mim de canto de olho e diria: – Ah, esses jovens não tem cuidado com nada.

zpoltrona

A modernidade da minha sala coloca qualquer decorador no chinelo

Kimmy, que tem uma opinião sobre tudo, olha para a cena e diz:

bicho

- Mas vê se pode essa p***a aqui.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Só as mães são felizes

Foi a Lucinha Araújo que disse isso, no título daquele livro sobre o Cazuza que todo mundo conhece, e que todo fã de Cazuza já leu, menos eu. E eu acho essa frase linda. Por isso, vou filosofar amavelmente a respeito.

Já vi um monte daquelas correntes feministas dizendo que não, nenhuma mulher precisa ser mãe pra ser feliz, e eu concordo. Quem não quer ser mãe que não seja, Cristina Yang que o diga. Eu não sou mãe e vejam só, sou feliz. Agora, podem atirar pedras na minha cabeça, mas vou dizer que sinto no âmago do meu coração o que Lucinha quis dizer com essa frase e concordo: Só as mães sabem de verdade o que é ser feliz. Isso, pra mim, bate com aquela frase de Vinícius, que eu acho maravilhosa: Filhos. Pra que tê-los? Mas se não tê-los, como sabê-los?

Porque eu imagino que você é muito feliz na sua vida, sabe? E se sente perfeitamente feliz, curtindo suas alegrias cotidianas com as quais você está acostumado a respaldar sua felicidade, até que, de repente, cai um filho no seu colo, e pronto. Aí você descobre o real sentido da felicidade.

Eu acho que crianças são magníficas. Acho que um sorriso de um bebê jogando os bracinhos pra você pegá-lo fazem até os corações mais duros se sentirem infinitos. Acho que quando uma criança de 3 anos te diz que te ama muito e te dá um abraço apertado, aí está o verdadeiro sentido da vida. Aí você sabe que fez a coisa certa.

Eu acho que só as mães são felizes de verdade porque nada nessa vida deve se comparar a receber um bebê pequenininho no colo e saber que ele é seu, e que por mais que você saiba que ele é que é o seu mundo, ele, em toda a sua inocência e pequeninice, tem certeza de que você é o mundo dele.

Eu acho que só as mães são felizes porque eu li uma vez que quando você tem um filho é como se arrancassem seu coração e colocassem no seu braço. Ter um filho deve ser sentir seu coração bater em outro corpo, deve ser ter certeza de que tem uma vida que te importa muito mais que a sua. Isso significa abandonar todos os nossos egoísmos, e finalmente entender o que é amar alguém muito mais do que a si mesmo.

zola

Só as mães são felizes porque eu acho que não exista amor maior no mundo do que esse. E não acho que exista nada mais feliz no mundo quanto sentir o maior amor que se possa sentir.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Sobre o dia em que eu virei Chicólatra.

Já falei aqui sobre como eu adoro descobrir novas paixões. Sim, porque paixão é um negócio que a gente descobre ali, né? Algo te chama atenção, de repente te encanta, e quando você vê, o coração está batendo mais forte. Às vezes é por alguma coisa nova, que você realmente acabou de conhecer. Outras tantas vezes é por algo que estava ao seu alcance o tempo todo, mas por algum motivo, você ainda não tinha virado os olhos para. Paixão é uma delícia. Já disse Nicholas Sparks em “Querido John” que: “Paixão é paixão. É o entusiasmo intercalando o espaço do tédio, e não importa a que se dirige.”

Eu nunca liguei muito pra Chico Buarque. “Herege”, bradam muitas fãs. “Fui mesmo”, brado eu. Não sou mais.

Um belo dia o contexto da sua vida ganha cores novas, algo muda de rumo, e você descobre que está na hora de prestar atenção em algo que antes você fingia estar ali apenas para enfeitar. Sabe, eu já li um livro de Chico Buarque e amei. Lia algumas letras, lembro das histórias sobre ele nas aulas sobre ditadura. O cara tem uma história supimpa, vamos combinar. Irreverente, sambou tanto na cara da censura que eu nem sei por que milagre conseguiu se manter vivo até hoje. Sei que ele está. Vivo, e, diga-se de passagem, com uns olhos bem azuis e lindos que brilham feito bolas de gude.

Hoje eu cantei Chico pelos corredores. Escutei playlists de Chico quando cheguei em casa. Prestei atenção em detalhes de suas letras, me encantei, escutei a mesma várias vezes seguidas pra ver se aprendo a cantar. Hoje aqueles olhos azuis e aquelas letras me chamaram a atenção de uma vez. E tudo isso porque ele não me chegou como quem vem do florista, nem como quem chega do bar, mas sim como quem vem do nada. E ainda por cima, num enorme zepelim brilhante.

chico

E Chegou tão sorrateiro, que antes que eu dissesse não, se instalou feito um posseiro dentro do meu coração.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

I plan on living forever. So far, so good.

Eu acredito que posso dizer que sou daquelas pessoas intensas. Se isso é exatamente uma qualidade ou um defeito, eu não sei. Acho que pode ser as duas coisas, dependendo do momento.

A Anna escreveu um texto uma vez intitulado “Porque a gente é assim”, ou alguma coisa do gênero. E ela falava sobre como se entregava tanto aos livros que gostava que fazia carinho neles além de ler, e curtia tanto a história que era difícil se desapegar dela e começar uma nova. Não lembro se era exatamente isso, mas era algo do tipo. E eu gritei na caixa de comentários, porque eu sou assim, sabe. Eu me apaixono muito, eu entro na história de cabeça, sinto saudades, tenho certeza absoluta de que nada no mundo vai se igualar àquilo, termino de ler e fico abraçada em posição fetal com o livro. Paro de ler pra ver a capa mais uma vez, faço carinho na página, beijo a lombada. E não é só com livros.

Quando eu me apaixono por uma música, eu posso chegar a ouví-la 50 vezes no mesmo dia. Me apaixono por algo que estou fazendo e me entrego, e por dias a fio só sei falar no assunto. Eu viro monotemática quando me apaixono. Tenho minhas fases de só saber indicar um livro, uma música, um autor, uma sobremesa.

Eu sou meio Clarice. Principalmente naquele texto onde ela fala tanto sobre intensidade. Assim como ela, eu já passei muitas noites chorando tanto a ponto de não conseguir pegar no sono, bem como já fui dormir tão feliz a ponto de nem conseguir fechar os olhos. Já passei horas olhando pra um espelho tentando descobrir quem eu era, e em outros dias, já tive tanta certeza de mim a ponto de querer sumir. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentiras. Não sei voar com os pés no chão.

O título desse texto seria “Sobre intensidade”, mas hoje passei o dia com essa frase que usei na cabeça. Na verdade, é o título do álbum de fotos de uma amiga minha: “I plan on live forever, so far, so good”, que eu sempre achei maravilhoso. E eu acho que intensidade tem disso aí, né? É querer viver pra sempre. E já que sabemos que não dá, que vivamos muito longe e muito bem.

Quando eu tenho que chorar, eu choro muito. Eu mordo travesseiro, eu perco o ar, chuto o armário e tenho certeza absoluta de que nunca mais vou conseguir ser feliz na minha vida. Quando eu tenho que sorrir, eu sorrio muito. Eu sento na cama de madrugada dando gargalhadas e agradecendo a Deus pela minha vida, tendo a certeza de que eu não faço ideia do que é a tristeza. Quando eu não vou com a cara da comida, eu torço o nariz, reclamo, e nem provo. Eu costumo comer pouquinho, mas meu tio faz um spaghetti que eu amo, e um dia eu comi três pratos dele depois de ter comido um cheeseburger, só porque ele estava realmente bom. Eu não sei viver pela metade.

Hoje minha irmã tirou meu “A Culpa é das Estrelas” da estante, e eu perguntei se ela tinha visto que tinha uma marca de mordida no livro. Ela me perguntou o que diabos era aquilo, e eu disse que tinha gostado tanto do livro, que quando terminei, dei uma mordida de amor nele. Ela olhou pra mim com uma cara de julgamento e só conseguiu dizer: “Coitado do teu afilhado”. Eu dei risada e pensei: “Verdade”. Mas pensando bem, mordidinha de amor não dói.

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Viver por inteiro pode ser bem dolorido. Mas pode ser bem mágico também. E ainda tem tantos tons de cores dentro desses extremos… Existem muitos infinitos entre um 0 e um 1. E está tudo aí, pra ser vivido. Intensamente.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Da inveja que eu tenho das crianças

Ser adulto é um mito, não? Quando a gente é criança, a gente acha que nunca vai crescer. Que ser adulto é fabuloso, e que esta é uma graça que demorará uma eternidade até ser alcançada. Poder comer sorvete a hora que quer, dormir a hora que quer, não ter que estudar para provas, olha que mundo maravilhoso esse dos adultos.

Eu fui daquelas crianças que passou a vida querendo crescer, e já devo ter falado isso aqui algumas muitas vezes. Apesar de ter aproveitado a infância, tinha uma mente inquieta, desesperada por me ver adulta com tudo realizado. Acontece que, de uma forma ou de outra, a idade chega. Sem muitas das realizações sonhadas e com muito mais dores de cabeça.

Lembro de um texto da Irena que falava que no fim das contas, ter 20 ou quase 20 é ter 12 anos fingindo que tem algo a mais. Eu li tantas vezes esse texto que decorei partes e concordo tanto. Porque ela dizia que quando a gente tem 12 anos, 20 parece tanta coisa. E a gente tem certeza de que vai chegar aos 20 sambando glamour na cara da sociedade, sem dúvidas e com a vida de caminho andado.

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Nem sei se sinto mais saudade ou mais ódio dessa inocência que me fazia perder horas da minha vida desejando crescer. Porque um dia, a gente cresce. E então descobre porque o esperto do Peter Pan não queria fazer isso de jeito nenhum. Eu era uma criança cheia de encucações e medos. Mas eles se resolviam de formas mais fáceis. Sinto saudade daquele medo absurdo de dormir no meu quarto, onde simplesmente pular na cama da mãe resolvia tudo. Saudade de chorar por vontade de ganhar um brinquedo. Saudade quando os desejos que não tinha atendidos eram somente os de passar uma tarde brincando na casa da amiga, ou chupar chiclete antes do almoço. Saudade de quando eu não precisava entender. E muito menos: Não precisava gastar horas de desespero tentando me entender. Eu sei. Esse post parece não ter o menor sentido. Mas pro meu coração pesado de anseios eu juro que ele tem.

Só sei que hoje eu me ajoelhei e implorei por direções.