quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

De frente com Gabi

Olha, eu não sei vocês, mas eu acho que deve ser incrível ser entrevistado. Claro, não estou falando de entrevista de emprego, e nem de ser parado na rua com um repórter maluco de microfone em punho (Ana Luísa, não cospe pra cima, vai cair na sua testa, você faz jornalismo e pode ter que fazer isso) te perguntando o que você pensa sobre a violência em Curitiba (Eu tive que fazer isso com as pessoas no meu primeiro mês de faculdade, e estava com muito mais vergonha que elas). Estou falando de ser entrevistado for real, sabe? Com direito a sofá, Jô Soares e caneca de chocolate quente. Tá, programa de auditório não, que eu sou tímida. Mas eu acharia completamente mágico responder uma entrevista pra um perfil dessas revistas bacanas, sabe assim? Pois é. Enquanto eu não defendo uma tese antropológica bafônica, nem descubro a cura pra Aids e nem ganho um Oscar, o jeito é brincar de responder perguntas aqui no blog mesmo (porque aqui eu faço o que eu quero) usando esse meme que a Tary me indicou pra responder mesmo eu tendo certeza de que ela deve saber 95% das respostas. Vamos lá.

- Como escolheu o nome do seu blog?

Não faço a menor ideia. O nome veio pronto na minha cabeça uns 2 anos antes de eu criar o blog de fato. Quando eu resolvi criar, joguei o nome, não tinha ninguém usando, peguei pra mim. Passei meses a fio achando ele completamente tosco, na certeza de que eu sofreria Bullying virtual por ter escolhido o pior nome pra um blog na face da terra. Depois aprendi a gostar do nome, afinal, do que é que eu falo aqui, gente? Da minha vida como ela é, o que que eu posso fazer? O fato é que isso remete a Nelson Rodrigues e eu só descobri isso com quase 2 anos de blog, acreditem ou não, porque eu era vergonhosamente crua em literatura e nem sabia direito quem era o moço, e muito menos o nome de suas obras.

- Há quanto tempo tem o seu blog?

Desde outubro de 2008. E eu achei que não duraria 3 meses.

- Como você divulga o seu blog?

Quando eu criei meu blog eu não fazia ideia de onde isso podia chegar. O fato é que eu não saio divulgando o meu blog boca a boca, porque me dá aflição pensar nas pessoas que estão no meu cotidiano me lendo tanto nas entrelinhas, sabe? Mas elas descobrem. Descobrem porque você vai ficar orgulhosa de um texto seu em algum momento da vida, vai deixar o ego falar mais alto e vai colocar no facebook. E aí, meu bem, depois de UM RELES LINK que você deixou escapar pro mundo, de repente e não mais que de repente, as pessoas falam do seu blog no meio da sala de aula. Ou alguém ainda mais aleatório que não te vê há semanas vira pra você e diz que sente saudades, mas que consegue matá-la pelo blog (?). Na família eu devo ter contado pra minha mãe, pra duas primas e uma tia. A tia mais efusiva da face da terra, que IMPRIME posts e leva pros meus avós, e que fez questão de passar o link pra partes da família que eu mal conheço, ou seja: Cedo ou tarde as pessoas chegam até você mesmo que você não faça um anúncio no meio da revista Veja. E isso pode ser embaraçoso em algumas ocasiões, mas confesso que geralmente rende coisas bem positivas. E eu saí do foco da pergunta, né? Tá vendo porque que ninguém me chama pra dar entrevista de verdade? Quero só ver a cara da Marília Gabriela tendo que me engolir quando eu ganhar um Nobel de Literatura.

- Quais assuntos tem mais  visualizações no seu blog?

Peraí que eu vou abrir a página de estatísticas pra ver se eu descubro isso. Ih, as estatísticas complicaram ainda mais a minha vida. Tem de tudo dentro dos 10 posts mais visualizados desse blog: Declarações familiares, contos, memes, posts onde eu tento bancar a engraçadinha e até um post fossa. Ou seja, sei lá.

- O que motivou você a criar um blog?

Minha amiga que queria criar um blog e não queria fazer isso sozinha. Criamos os blogs no mesmo dia. O dela não durou 1 ano, o meu está aqui até hoje e rendeu algumas das melhores amigas que eu tenho na vida. Ou seja: Ju, obrigada pela sua ideia naquele dia 15 de outubro!

- Onde você mora?

Quando eu comecei o blog eu morava em São Paulo, mas já faz 3 anos que eu estou em Curitiba. É uma cidade organizadinha e bem gelada, mas eu já criei minhas casas nela. E casa, vocês sabem, não significa lugar…

- Quais são os objetivos do seu blog?

Escrever o que eu quiser quando me der na telha, acho eu. Às vezes saem coisas das quais eu me orgulho de verdade. Das outras vezes, eu pelo menos desabafo ou dou umas risadas. Não lembro mais o que era viver sem pensar que tudo na sua vida pode ser pauta pra um texto interessante. Sei que, como dizia Clarice Lispector: “Enquanto houver perguntas e não houverem respostas, continuarei a escrever. E digo mais: Se eu achasse as tais das respostas viria correndo escrever sobre o assunto.

- Quais blogs você visita frequentemente?

O das meninas da máfia e alguns de fora, mas sempre fico fuçando pra ver se acho blogs novos pelos quais me apaixonar. Os que eu leio frequentemente ficam ali na barra de links, para que eu saiba quando houverem atualizações.

- O que te inspira na hora de criar os posts?

Como eu disse lá em cima, o que me der na telha. Geralmente são coisas que acontecem na minha vida. Depois que eu criei meu blog, aprendi que todo e qualquer momento, por mais que pareça banal, pode render um texto bacana. E isso é bom porque também serve como memória. Só de responder a essa pergunta lembrei do dia que que uma colega minha virou um copo de suco de melancia em mim na faculdade e eu fui correndo fazer um post. Olha eu enrolando na resposta de novo. Além da minha vida, pode ser um filme, um livro, uma história que eu ouvi, uma música, uma imagem…

- Qual é a sua idade?

20 anos, 9 meses e 16 dias. E vocês precisavam ver que retardada eu fazendo esses cálculos nos dedos das mãos aqui agora. Ou melhor, não precisavam.

-  Além do blog, tem alguma outra ocupação? Se sim, qual?

Vou começar agora o último ano da faculdade de jornalismo e o último período do meu curso de teatro. Além disso, faço estágio na área de comunicação interna e assessoria de imprensa da escola onde eu faço teatro. Fora isso eu leio, aperto a bochecha das minhas primas, assisto Friends, Grey’s Anatomy, e promovo PartyHards com minhas amigas no chat do facebook. (São 5h17 da manhã e eu já perdi há muito a minha vergonha na cara.)

- O que mais gosta de fazer nos finais de semana?

Olha, eu passo a semana pensando que tudo o que eu devia fazer no final de semana era dormir as 48h que eu tenho disponíveis. Em alguns eu faço quase isso, mas eu também adoro um churrasco na casa do meu tio. Tenho a maior preguiça de balada, mas adoro quando aparece uma festa de algum amigo em algum lugar legal. Eu sou sociável, embora possa não parecer enquanto eu estou do seu lado te ignorando solenemente por estar mais interessada no meu livro. Isso vai de momento, juro. Eu gosto de pessoas, eu sou legal.

- Gosta de café?

Não! Não gosto nem do cheiro do café sendo feito. Alguém um dia me falou que descobriu que cresceu quando trocou o “leite com toddy” do café da manhã pela xícara de café. Nunca vou crescer, gente. Nos meus sonhos dourados eu saio linda e loira pra trabalhar, de óculos escuros e uma roupa maravilhosa, com cabelos esvoaçantes, rímel, delineador, e um copo de café na mão (daqueles chiques, estilo Starbucks, sabe assim?). Mas isso é tudo mentira, porque eu sempre esqueço os óculos de sol em casa, não tenho tantas combinações de roupas maravilhosas, meu cabelo só esvoaça quando eu estou sozinha em casa num domingo de tarde e eu nunca terei paciência de passar DELINEADOR antes de ir trabalhar. Delineador, gente! Precisa ter muita coordenação, imagina passar as 8h da manhã? Ou seja, o café seria só a última das mentiras! Posso ficar quieta com meu copo de Toddy?

- Pretende fazer algo para o blog em 2013?

Continuar escrevendo o que me der na telha, ora essa! Pra me orgulhar em alguns casos, ou, na maioria deles, ler os arquivos e morrer de vergonha. Tem nada não, me rendeu amigas incríveis!

Indico para: Gabi Couth, Gab Irala, Lorenzita e Alê.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Onde o som da música desperta as montanhas

Semana passada, Tary resolveu fazer um post post extremamente poético contando sobre o filme no qual ela gostaria de morar. Acabou que mais meninas resolveram falar sobre o assunto e virou um meme. Eu resolvi que faria também, mas fiquei algumas tardes com o pensamento flutuando, sem chegar a nenhuma conclusão. Em qual filme eu gostaria de morar?

Meu primeiro chute foi Harry Potter. Claro! Queria ser bruxa, voar de vassouras, gritar empolgada na torcida de uma copa de Quadribol e pegar um Expresso para ir ter aulas em Hogwarts. Seria mágico. Então eu comecei a me imaginar naquele castelo enorme e escuro, com monstros escondidos em câmaras e aranhas gigantescas morando na floresta, isso sem contar nas ameaças iminentes de bruxos do mal apontando uma varinha na sua cara e te trucidando com uma única frase que libera luz verde. Amo Harry Potter, mas estou dispensando a moradia.

Pensei, então, no Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Eu falaria francês, tiraria fotos em cabines românticas e minha vida seria verde e vermelha. Eu andaria de bicicleta ouvindo aquela trilha sonora deliciosa e teria um cabelo chanel maravilhoso. Mas estava parecendo um pouco quieto demais morar nesse filme.

Desisti de pensar no assunto e ele despencou sozinho na minha cabeça me trazendo todas as respostas para uma pergunta que, se mais esperta fosse, nem teria perdido meu tempo perguntando. Se meu filme favorito é “A noviça rebelde”, um musical de 3h (sendo que eu não tenho paciência pra filmes longos), onde mais eu deveria morar se não ali, no meio das montanhas austríacas?

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Sim. É em “The Sound of Music” que eu gostaria de morar. Moraria ali porque tudo vira música. Porque as as casas tem escadarias lindas e salões de baile, sem falar nos belos quintais que revelam lagos maravilhosos. Moraria ali porque as pessoas aprendem a cantar em piqueniques no meio das montanhas austríacas. Porque as crianças sempre tem espaço na cama dos adultos em noites de chuva, e porque cantar sobre laços de fita ou bigodes de gato deixam as pessoas com menos medo.

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Moraria ali porque ali capitães rígidos se revelam verdadeiros lords sentimentais ao se perceberem apaixonados por sorrisos sinceros e músicas graciosas. Porque as danças são poéticas, as flores são brancas, pequenas, brilhantes e parecem sorrir ao se depararem com você pela manhã. Moraria ali porque o amor é simples e porque as pessoas sabem que se amam sem antes precisar tentar se relacionar. Porque elas se pedem em casamento após o primeiro beijo, e tem certeza absoluta do que estão fazendo. Porque cantam uma pra outra que, para merecerem o amor que estão vivendo, certamente fizeram algo de muito bom em sua juventude ou meninice.

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E eu moraria ali porque apesar de qualquer coisa que venha a dar errado, por mais que os tempos escuros existam e o medo pareça tomar conta, o sol sempre vai aparecer de volta.

E as montanhas sempre hão de despertar com o som da música.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Minhas bolhas

Eu fotografo muito menos que gostaria. Assim, eu me divirto com Instagram, mas chega a ser um pecado passar o dia fotografando com o celular sendo que tenho a Elizabeth em casa. E eu sempre passo a mão nela para curtir os momentos mais importantes, tipo o casamento da Laís ou o aniversário de 1 aninho da Marina. Mas, ano novo vida nova, eu e duas amigas minhas resolvemos que devíamos colocar nossas filhas câmeras para trabalhar mais esse ano, e então, inventamos um Projeto/Desafio Fotográfico entre nós 3.

Infelizmente, a Tary é um "Espírito Livre" e não conseguiu ser feliz com o fato de que nosso projeto envolver temas mensais. Ela desistiu, e então, sobramos eu e Dedê, que vamos firme e forte até dezembro, na companhia de nossas queridas Elizabeth e Kate.

Para o primeiro mês, eu dei o tema "Doces" para a Dedê, mas disse que se ela aparecesse com uma foto de pão doce eu ia fazer ela engolir. Ainda não vimos as fotos uma da outra, estou curiosa pra ver como ela se saiu!

Já eu, recebi da Tary o tema "Bolhas de Sabão". Enrolei, enrolei, enrolei, e fui arranjar um tubo de bolhas de sabão um dia antes da postagem das fotos. Cheguei em casa às 19h e thanks God horário de verão mandei minha irmã levantar do sofá, porque precisaria de uma modelo. Taquei ela na janela da sacada e mandei ela soprar bolhas. Depois, usei filtros de iluminação nas fotos, porque ninguém merece essa cidade nublada.

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domingo, 20 de janeiro de 2013

É fácil me ganhar na sobremesa

Eu sou chata pra comer, sabem. E posso, sim, dizer que sou limitada. Porque meu pai vive dizendo isso. Só que eu me irrito porque ele fica bravo! Tipo, o que ele tem com isso se eu quiser sempre o mesmo sabor de pizza? A discussão sempre termina no meu suco de maracujá. Ele sempre reclama que eu peço sempre suco de maracujá. Ora essa, ele sempre pede Chopp, porque eu não posso tomar meu inocente suco de maracujá?

A questão é que eu tenho meus restaurantes preferidos e os adoro. Um dos motivos que me fizeram chorar rios quando me mudei de São Paulo era com certeza meu amor pelos meus restaurantes. Eu acostumo com o lugar, já sei o que pedir, tudo lindo e simples. Mas eu até topo conhecer restaurantes novos, sabe. Sempre existem novos favoritos a serem descobertos.

Eu chego animada em restaurantes novos. Sento e abro o cardápio e vou quente procurar se tem suco natural ou de polpa. Fico feliz da vida quando tem, e já peço meu suquinho de maracujá. Se não tiver, já faço um bico e peço uma coca-cola. Aí se o garçom virar pra mim e falar: “– Pepsi?”, eu já fiquei extremamente chateada.

Um belo dia na minha vida eu descobri que minha sobremesa favorita era mousse de chocolate, e então, coloquei mais um limite gastronômico na minha vida: Não perco mais tempo pensando por 2 horas em qual sobremesa escolher. Já bato o olho no cardápio e comemoro a existência da mousse de chocolate. E o melhor de tudo é que eu descobri que mousses de chocolate dificilmente tem como dar errado. Porque elas são fáceis de fazer! Até eu posso aprender, e pretendo.

Então, à partir disto, eu comparo meu nível de amor por restaurantes de acordo com suas mousses de chocolate. A do Andiamo, em São Paulo, por exemplo, vinha servida com 2 colheres de chantilly! Aprovadíssima! Tem um restaurante de massas aqui em Curitiba que tem um super varandão, e a mousse de chocolate vem em uma taça enorme, me refastelei. Na Pizzaria do Brás, em São Paulo, a Mousse chega num prato parecendo um sorvete: Duas bolas de mousse, redondinhas e bem servidas, com linhas de cobertura de chocolate em volta delas e uma folhinha em cima. Hoje, na Mercearia Bresser, achei inusitado a mousse vir numa xícara branca.

E é assim. Eu saio pelo mundo procurando Mousses de Chocolates que me agradem. A da minha tia, por exemplo, me agrada muito, porque eu como e repito várias vezes, deitada de pijama no sofá.

Mousse de chocolate. Amor purinho em forma de sobremesa.

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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O coração do meu quarto

Eis a versão 2013 da minha estante de livros! O vídeo ficou enorme, e eu certamente ganharei o prêmio de cinegrafista do ano. Só que não, é óbvio. Portanto, perdoem as partes embaçadas (foco mandou abraços!), os confrontos entre câmera e livros, as engasgadas e as trocas de palavras. Quando eu digo que li Persuasão esse ano, obviamente estou sofrendo da síndrome de janeiro. Eu li em 2012, na verdade. Enfim, espero que consigam chegar ao final e ainda confabular depois na caixa de comentários, hein? Não esqueçam a pipoca.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Sobre o grande talvez que mora do outro lado.

No post passado eu resolvi falar de flores, e achei engraçadíssima a caixa de comentários. Quase todo mundo comentou sobre “Quem é você, Alasca?” livro que estava exposto ali na barra lateral do meu blog como sendo o que eu estava lendo no momento. Aí a Dedê me obrigou a postar sobre o livro quando eu terminasse, quer gostasse quer não, e aqui estou eu.

Minha pergunta principal ao fim do livro é: quem é você, “Quem é você, Alasca”. Porque depois de 30 páginas lidas eu já tinha percebido que eu o terminaria sem saber o que achei. Era um livro esperado, demorei pra achar, muita gente já tinha lido e feito propaganda, muita gente comparava com A Culpa é das Estrelas, por ser do mesmo autor. Eu tinha desistido de procurar no momento e colocado outras leituras na minha frente, mas o livro praticamente pulou na minha mão na livraria (Era o último exemplar perdido que um vendedor achou no chão, no meio de outros livros, enquanto eu estava inocentemente parada do lado), pensei: Deve ser a hora. Comprei, li, dei 3 estrelas pra ele no Skoob e acho que jamais será ACEDE pra mim, mas é um livro interessante.

O enredo dele não me tomou. São adolescentes em um colégio interno que fogem pra aplicar trotes, beber e fumar. Calma, alasqueanos. Não me atirem pedras. O livro é muito, muito, muito mais que isso e eu sei! Só estou resumindo em português claro o que me irritou, porque eu não tenho paciência pra isso. Acontece que tinham questionamentos incríveis por trás da parte mais psicológica e humana do enredo. E essas filosofias e questionamentos me encantaram. Eu teria me apaixonado pelo livro se tudo isso estivese inserido em um contexto que não fosse o que eu narrei ali no começo. O que eu quero dizer que: Absolutamente amei a essência do livro. Não gostei da história onde a essência foi inserida.

Agora, sobre essa essência, existe muita coisa pra ser dita, e eu provavelmente vou me perder tentando elencá-las.

Uma sacada sensacional da personagem é utilizar de suas referências literárias para comparar a vida a um labirinto. Cheio de dor e sofrimento. E muito da história gira em torno disso, em conjunto com um professor de religião maravilhoso que faz a gente pensar em vida, fé, e o que vem depois.

Eu acredito sim que existe coisa a mais. E dou risada sozinha quando leio que acreditamos porque queremos acreditar, é uma forma de nos dar esperança e acabar com aquela indignação e aquele medo de simplesmente aceitarmos que tudo isso acaba num ponto final, porque pode ser verdade sim. Eu prefiro as reticências, mas pode ser ponto final. Tenho que dar o braço a torcer que o fato de eu acreditar que existe muita vida além disso aqui não quer dizer que de fato exista. De tudo o que foi dito sobre isso no livro, acho que fico com a parte onde eles dizem que os estudiosos já provaram que nada se cria do nada, e nem se destrói, e sim, que tudo se transforma, e que por sermos matéria e energia, sempre estivemos por aqui e sempre estaremos.

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A vida é um labirito, como foi dito na obra. E eu achei essa analogia maravilhosa. É um labirinto cheio de dor, sofrimento, e muitos momentos onde ficamos completamente perdidos. Dói de verdade. Desespera de verdade. Dá vontade de gritar: EU DESISTO, ME TIREM DAQUI. Só que não vale a pena.

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Desistir e pular os muros não deve ser uma coisa bacana. Tudo bem, pode ter coisa do outro lado, mas tem muita coisa (ou não, como saber?) dentro do labirinto ainda. E só quando passamos por tudo isso é que estamos prontos de verdade pra encarar o que existe (ou o que não existe) ali depois da saída, por mais que possamos pensar que estamos prontos no meio dele, ou que não estamos prontos no fim. Ao bem da verdade, acho que sou dessas que nunca se sente pronta, mas vamos pagar pra ver, né. Afinal de contas, eu acredito que o infinito é vivido em cada momento, e que isso deve valer por todos os “Grande Talvez” que eu possa não chegar a descobrir. Focar no infinito do presente ao invés de tentar escapar disso pensando no talvez que o futuro nos reserva.

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Eu avisei que eu ia me perder. Mas enfim, é isso. Terminei o livro com a cabeça cheia de perguntas e o coração cheio de respostas. E uma delas é: John Green sempre vai valer a leitura e as estrelas.

“As últimas palavras de Thomas Edison
foram: ‘É bonito do outro lado.’
Eu não sei onde fica o outro lado, mas 
acredito que seja em algum lugar.
E espero que seja bonito.

John Green – Quem é você, Alasca?

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Há flores em tudo o que eu vejo

Quando eu era criança eu gostava de desenhar flores. Meus cenários sempre tinham flores enormes. Marrom pro cabinho, amarelo pro miolo, uma folhinha verde e pétalas da cor que eu escolhesse.

No colégio onde eu fiz a maior parte do primário, tinha uma árvore no meio do primeiro pátio. Eu lembro que uma vez escalei a minha amiga pra pegar uma flor vermelha que tinha lá em cima e levar pra minha mãe.

Em Vamos Falar de Amor sem dizer Eu Te Amo, eu me apaixonei de vez pelas margaridas, e essa é basicamente a minha história com as flores. Sei o que é uma rosa. Sei o que é uma tulipa. Tenho que fazer uma forcinha na memória pra lembrar que cara tem as orquídeas e os lírios, mas uma vez quis adotar um copo-de-leite que vi caído no chão do parque.

Tudo isso foi pra dizer que me descobri numa fase florida da minha vida, totalmente sem querer. E achei poético reparar nisso. Não sabia como ia fazer um post pra mostrar a minha agenda desse ano, já que Gabi e Tary já tinham saído na frente. E de repente o texto caiu pronto na minha cabeça. Flores.

Meu twitter tem fundo de flores e capa de flores. Tem flores no topo desse blog. Tem foto de flores na lateral desse blog. Eu ganhei da um colar de flor.  Eu, que adoro arquinhos de pérolas e laços, comprei um branco com duas flores enormes, e me sinto desfilando a primavera. Tem um vaso de tulipas de tecido na minha escrivaninha. Minha agenda, comprada em novembro (alou ansiedade), logicamente, é cheia de flores.

agenda

Adoro descobrir novas paixões assim, sem prestar muita atenção. Só não me deem vasos de flores, porque amando as flores como eu as amo, sei que não sou nem um pouco indicada pra cuidar delas. Meus vasinhos de margaridas não duram 2 semanas, e eu sei que sou do tipo que mato um cacto de sede.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Sobre uma galera que vivia intensamente

Quando eu estudei romantismo, nas aulas de literatura do colegial, eu achava lindo quando a professora contava as histórias dos autores. Eles eram boêmios e morreram todos novos. Morriam de amor, vejam só que faceiros esse românticos. Aos 20, 22, 26, 30 anos no máximo. Tinham uma vida feliz e serelepe escrevendo livros, até que se apaixonavam profundamente e não podiam mais viver carregando aquela dor. Se entregavam às madrugadas e bebedeiras, pegavam uma gripe forte ou uma tuberculose e morriam. Nunca pensei que isso seria legal pra mim, mas que eles vivem intensamente, viviam.

Apesar do nome desse blog parecer sugestivo, eu nunca tinha lido A vida como ela é do Nelson Rodrigues. Aliás, quando eu criei o blog eu coloquei esse nome na maior inocência. Enfiada até o talo em uma adolescência recheada de Crepúsculo e Meg Cabot, eu nem sabia quem era Nelson Rodrigues. Quando eu entrei no teatro, obviamente, descobri, e depois de ler algumas peças, ganhei o livro de amigo secreto e acabou que essa foi a minha última leitura de 2012/primeira de 2013. Porque o livro é grande! Tem quase 500 páginas. Na verdade é uma reunião de 100 crônicas de quando ele escrevia no jornal. Eu ainda não acabei, li 77 delas. Mas já tenho uma concreta ideia do que encontrarei nas outras 23, então resolvi falar logo sobre o assunto.

Nelson escrevia para criticar a sociedade da época. E eu não vou falar que estou enjoada, porque leria mais 200 de suas rapidinhas e boas crônicas, mas que a sociedade era então bem previsível, ah, isso era. Pra começar não existe fidelidade. Todo casal se trai o tempo inteiro, e meu sonho ultimamente é encontrar no meio de uma dessas 23 que faltam alguma história de um casal que foi fiel até o fim. E, claro, em 80% dos casos eles resolvem essas mágoas de traídos na base do tiro. O que já morreu de gente nas minhas 387 páginas lidas não está no gibi, juro. Confesso que adoro os suicídios rodrigueanos. Sim, ou alguém nunca ouviu falar de Vestido de Noiva? Tem muita gente também que morre de gripe. Os homens se referem às moças como “aquela pequena”, e elas os chamam de “meu filho”. Além disso, quando ficam grávidas, dizem, somente: “Eu estou!”.

Engraçado mergulhar nessa sociedade onde todos os homens trabalham em escritórios, as mulheres não trabalham, e a única coisa que todos parecem ter pra fazer da vida é trair e mandar cartas anônimas relatando traições alheias, até que de repente morrem de gripe. Ou de tiro, claro. Ah sim, ainda tem os que resolvem se enforcar quando estão muito desesperados por terem que casar obrigados.

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Sei que não sou ninguém pra vir aqui fazer “propaganda” de Nelson Rodrigues. Mas pra quem nunca leu, só quero dizer que vale a pena conferir e se sentir em uma novela das 18h. Sempre imagino as ruas de paralelepípedos com algumas charretes passando pelo meios dos carrões imponentes, enquanto os homens andam de chapéus e as mulheres ajeitam os cabelinhos nas janelas e dizem, umas das outras, que a Fulana do Euzébio não é flor que se cheire pois vive dando bola para o cunhado.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Aqueles que me levariam pro altar sem esforço

Tempos atrás a Rafinha deu a ideia de um meme onde elencaríamos os 10 caras mais incríveis do mundo. Ou alguma coisa do tipo. Sei que fomos deixando a história pra depois e a coisa nunca saiu do papel, até a Taryne resolver ressuscitar a brincadeira hoje, com a ideia de elencarmos os 10 personagens com os quais casaríamos. Olha, foi difícil, mas acho que consegui chegar a uma listinha razoável. Vamos ver se vocês concordam e se eu concordarei daqui a um mês. Ah, obviamente a lista não estará em ordem de preferência. Já foi difícil fechar em 10, organizá-los seria impossível.

1. O bom moço disfarçado na pele de lobo.

Esse entrou na minha vida como o anti-herói de Grey’s Anatomy. O ex-melhor amigo do mocinho, aquele que roubou a mulher dele. O Don Juan do Seattle Grace. Metido a besta, fazendo os estagiários de escravos, proclamei meu ódio contra o moço diversas vezes. Até cair completamente de amores. Porque ele é perfeito. Mark é irreverente, seguro de si, e fica extremamente amazing quando se apaixona. Parece que dá pra sentir o amor dele saindo pelos olhos. Ele se entrega de forma linda, toda trabalhada nos sorrisões e no jeito de falar que me deixam completamente encantada. Fora que ele é lindo, gostoso e enorme! Ele deve ter um abraço que te engole. E se você desmaiar, ele carregará você no colo com uma facilidade impressionante. E é por isso, Mark Sloan, que você me levaria pro altar.

2. O “herói por engano”.

Esse me ganhou quando mostrou que era totalmente errado. Sim. Já derramei amor por ele em linhas a fio quando vi o filme no cinema, e o que eu tenho a dizer sobre minha paixão por ele é exatamente essa. Ele me ganhou porque é humano. Cheio de dúvidas, cometendo um milhão de erros, e tentando, no meio disso, descobrir como ser um herói, ainda antes de descobrir como ser um adulto decente. Tem o sorriso torto de Andrew Garfield e sendo Demasiadamente humano para ser somente herói, é por isso, Peter Parker, que você me levaria pro altar

3. O amigo sombra.

Não é fácil ser “só mais um no mundo”. E é ainda mais difícil aguentar essa posição quando o “número 1 do mundo” é seu melhor amigo. Somos humanos e sabemos que a gente sente mais inveja de quem está perto de nós, ué. Porque quando as glórias estão perto demais, sabemos que são possíveis de serem alcançadas, mas ainda não são nossas. E por isso eu entendo esse mocinho. Entendo suas rabugentices, seus braços cruzados, suas escolhas erradas em horas ainda mais erradas. Eu o deixaria chorar as mágoas no meu ombro e faria carinho nos seus cabelos cor-de-laranja. Sempre foi verdadeiro e ensinou pra todo mundo que o amigo da estrela não precisa estar sempre com um sorrisão na cara e fingindo que está tudo bem. Porque a gente sabe que não está sempre tudo bem. E é por isso, Rony Weasley, que você me levaria pro altar.

4. O historiador enjoado.

Esse aí quando encafifa com uma coisa, encafifa. Prestem atenção, o cara é paleontólogo. Ele é capaz de falar de fósseis na sua cabeça por horas a fio. É insuportável de chato quando quer, cheio de manias e certinho demais da conta. Daqueles coxinhas mesmo. E apesar de, gastronomicamente falando, eu preferir as bolinhas de queijo, esse mocinho sempre foi dono do meu coração. Porque ele também encafifa com as coisas de forma linda. Ele se apaixona com muita força. Ele faz muita besteira, sofre demais e usa palavras maravilhosas para tentar corrigir seus erros. Ele diz que o único defeito de todas as outras mulheres no mundo é que elas simplesmente não são a mulher que ele ama, e por isso, seria impossível ficar com elas. Ele diz que sempre só existiu uma em sua vida. Ama tanto a mesma pessoa desde a sua adolescência que chega a doer o coração. E é por isso, Ross Geller, que você me levaria pro altar.

5. O gêmeo feliz.

O boa-praça da família, que tem um irmão gêmeo que segue o estilo zé-bonitinho. Enquanto seu irmão saía de gravata e gel no cabelo, ele acordava tarde, despenteado, e saía correndo pra não perder aula de novo na faculdade. E aí ele fazia piada com a cara de todo mundo, e podia até soar inconveniente às vezes, mas o que ele tinha de torto, certamente tinha de feliz. Feliz e meigo, ele não precisou de esforço pra me ganhar. Vamos combinar que ele já veio de fábrica carregando o sorriso de Mateus Solano, e com isso é muito, muito difícil de qualquer um competir, vocês sabem. Além disso, o ser ainda é carinhosíssimo e luta pelo seu amor pisando na cara de todas as adversidades. E é por isso, Miguel Guimarães Machado, que você me levaria pro altar.

6. O marrento da declaração mais impulsiva do mundo.

Esse me deixou maluca. Porque assim, desde a sinopse do livro você já sabe que ele e a narradora ficarão juntos, mas não dá pra prever quando e nem como. Quando eles começam a brigar logo no começo eu me diverti horrores com a marrentice do cidadão. Ele implicava com tudo o que ela fazia. Homens e sua mania errada de chamar a atenção pela implicância. Sendo certo ou não, ele conseguiu. E ao invés de pedir a moça em namoro ou chegar com um anel, ele fez uma coisa que seria realmente eterna. Quando ela, assustada, disse que ele devia ter pensado melhor porque aquilo seria para sempre, ele simplesmente respondeu: Meu amor por você também é. E é por isso, Call Langdon, que você me levaria pro altar. E eu nem comentei que a mocinha sortuda fez questão de dizer que.. bem.. o casal teve fez com que todos os lençóis da mansão tivessem que ser trocados. Em um dia.

7. O lord com o pé atrás.

Acho que ele é unanimidade e eu sei que me estapearia com milhões de românticas para ter seus olhinhos me esperando lá na frente da igreja. E eu lutaria com cada uma delas até perder as minhas forças pra viver esse momento. Porque ele começou errado, mas se rendeu. Olhou para as pessoas de cima, e demorou a se entregar, lutando arduamente contra a paixão, até se dar conta de que não tinha mais como. Então, ele soube se render e justificar suas ações tão precipitadas e “grosseiras”. Sim, coloquei entre aspas porque não consigo assumir que aqueles olhinhos poderiam fazer alguma grosseria na vida. Disse que não conseguia mais suportar o tormento e a agonia desse amor sem se declarar, com as seguintes palavras: Eu a amo. Ardentemente. Sim. Não ama loucamente, não ama demais, não ama pra sempre, mas ama ardentemente. Pra completar, disse que estava enfeitiçado pelo coração e pela alma da moça, e que ansiava jamais ficarem separados. Sentiu? Eu senti. E é por isso, Fitzwilliam Darcy, que você me levaria pro altar.

8. O paciente.

Se tem uma coisa que não falta nele é paciência. Porque ele aguenta as variações malucas de sua namorada, que nunca sabe se realmente quer uma relação séria com ele ou não. Ele fica lá, firme. Dando colo pras loucuras dela, e esperando tranquilamente em seus momentos de rejeição. Antes disso, ele ainda dá uma nova chance ao seu casamento fracassado, mesmo tendo pegado a mulher na cama com o melhor amigo! Isso porque ele tinha certeza que ela era a mulher da vida dele, e não se dispensa sem uma nova chance a mulher de sua vida. Ele acredita no casamento, é o último dos sonhadores, quer construir uma casa enorme e ter uma porção de filhos. Além disso, ele é o gênio da neurologia, e contraria qualquer um que tentar demovê-lo da ideia de arriscar sua reputação só para melhorar a qualidade de vida de outra pessoa. E é por isso, Derek Shepherd, que você me levaria pro altar.

9. O que topa se entregar para algo que nem é tecnicamente real.

Imagine que você se muda para um apartamento novo, dá de cara com o fantasma da ex-moradora e ela quer te expulsar de lá, porque só está em coma, ainda não morreu, e jura que o apartamento é dela. Eu procuraria um psiquiatra, um exorcista, mudaria de apartamento, ou sei lá. Ele não. Ele fica, insiste, luta pela vida da mulher, e ainda se apaixona. No fim das contas, ela acorda do coma e… tcha nam! Nem sabe que ele existe! E ele está lá, com aqueles olhos tristes que me deixam em posição fetal de tanta dor por estar impotente do lado de fora da televisão sem poder pegá-lo no colo. O cara lutou pela vida de uma assombração irritante que invadiu a casa dele. Se apaixonou por ela e aceitou ir embora (mesmo morrendo de tristeza) quando ela não o reconheceu. E tratou de conquistá-la logo em seguida, claro. Aqueles olhinhos não brincam em serviço. E é por isso, David Abott, que você me levaria pro altar.

10. O cara que voa e segura aviões.

Com esse foi amor à primeira salvação. Eu nem ligava pra filme de super-heróis, mas sentei pra assistir sem pretensão nenhuma e vi o cara voando e detendo a queda de um avião, e aí meu coração bateu mais forte e eu percebi que não tinha mais volta. Além disso, ele é completamente apaixonado pela sua namoradinha de adolescência, que embora casada e com filho, nunca conseguiu esquecê-lo. Mesmo sem estar com ela, ele é capaz de tudo para defender sua bonequinha de louça de todos os perigos do mundo. Ela guarda uma paixão tão forte por ele em seu coração, que sua senha do computador é SuperMan. E é por isso, Clark Kent, que você me levaria pro altar.

Não contente com essa lista enorme e cheia de explicações apaixonadas e cansativas, eu ainda preciso de um espacinho para uma menção honrosa que não poderia deixar de aparecer. Este ficou fora da lista porque é adolescente, e eu já passei da idade. Ele merece todas as menções do mundo porque é genial. Não tem medo de se apaixonar, nem de se declarar, e é um cara de atitude, como poucos sobraram ultimamente. Conhece a menina, se encanta por ela, e no mesmo dia já vai atrás e chama pra sair, olha que beleza. Infelizmente sabe que seu tempo é curto. Usa-o bem, mas ele acaba. E é por isso também que ele não foi pra lista. Porque ele morreu. E eu sei que não foi sua culpa. Mas sabe, não foi legal. E é por isso, Augustus Waters, que você quase me levaria pro altar.

Acontece que, no fim das contas, se a realidade não é doce e maravilhosa quanto os sonhos, ao menos tem a vantagem de existir. E é por isso, queridos personagens perfeitos, que nenhum de vocês vai me levar pro altar. E o mocinho que vai fazer isso um dia renderá textos muito mais apaixonados do que esse, com toda a certeza. Suspiros ainda mais profundos, e sorrisos ainda mais infinitos.

Alguns infinitos são maiores que outros.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Fervendo no Seattle Grace

Não gosto de agulhas. Tenho muito medo delas, e só de imaginar uma entrando no meu bracinho eu começo a me torcer de nervoso. Como eu nunca passei por nenhum trauma relacionado a isso nessa vida, deve ser coisa de vidas antigas. Alguma coisa em algum passado meu era relacionado com hospital, com toda a certeza.

Meu nível de pavor com agulhas é diretamente proporcional ao meu interesse em coisas que tenham a ver com o assunto: Acho que eu devia ter uns 10 anos quando descobri o finado Discovery Health (Hoje Discovery Home and Health, que de Health quase nada tem) e simplesmente não mudava de canal. Podia passar horas na frente da televisão assistindo a todos aqueles programas médicos absurdos. E já fiquei sem dormir mais de uma vez por motivos de muito medo de que aquilo acontecesse comigo.

Eu tinha preguiça de séries. Todo mundo sabe que eu amo Friends, e em qualquer conversa sobre séries que eu já tive na vida eu logo gritava que vivia de Friends e que era isso, pronto e acabou. Eu já tinha ouvido falar de Grey’s Anatomy, e já tinha pensado que uma série que tem anatomia em seu nome não tinha como ser ruim. Mas era uma série! E eu morria de preguiça de começar. Só que quando uma coisa tem que entrar na sua vida, ela entra. E não mais que de repente eu comecei a ouvir falar do assunto o tempo todo. Era alguém fazendo referências aos personagens em uma conversa, alguém twittando sobre, e então eu tinha duas amigas viciadas que não paravam de falar no assunto e resolvi que estava na hora de ver qual era.

E então eu cliquei pra ver qual era e nunca mais quis saber de outra vida. Sei que eu devo ter começado a brincar disso no meio de novembro. E nunca mais parei. Não tem 2 meses que entrei nessa vida e não sei o que é passar uma madrugada sem me contorcer na cama, soltar umas lágrimas, dar umas gargalhadas altas, ficar em posição fetal de tanto amor, ou desligar o notebook inconformada com tanto sofrimento. Isso é Grey’s Anatomy.

A história dos médicos do hospital Seattle Grace, que tomou conta do meu coração e me fez tirar férias do Central Perk. A história com personagens mágicos, tão bem construídos e tão, mas TÃO humanos que eu consigo amá-los e odiá-los em questão de 5 minutos. Sei que a série está na 9ª temporada e tem a 10ª confirmada. Eu estou chegando no meio da 6ª, e estou tentando me auto-sabotar para assistir menos episódios por dia, porque não quero saber o que vai ser da minha vida quando eu “acabar”. Me apego, sabe, gente?

Não dá pra não se apegar às brilhantes reflexões que regem cada episódio e lotam meu mural do facebook. Não dá pra não se apegar às bipolaridades da Meredith para se relacionar. Não dá pra não se apegar à frieza hilária de Cristina Yang. Ou aos sorrisos sofridos de Derek Shepherd. Ao crescimento de Alex Karev e aos imediatismos de Izzie Stevens. À falta de paciência conjunta com um enorme amor de mãe de Miranda Bailey. Ao carinho e à entrega demonstrados por George O’Malley durante todo o tempo. Não dá pra não se apegar à força de Callie Towers e ao cinismo apaixonante de Mark Sloan que por sinal é o cara mais gostoso do mundo. Não dá pra não ter vontade de abraçar o computador nas cenas do casal mais apaixonante da série. E não dá pra não ter certeza absoluta de que Addison Montgomery é a maior diva que esse mundo já viu. Porque ela domina qualquer situação só com o olhar, mas não tem medo nenhum de se descompor de repente e berrar seu desespero. Quer maior força do que demonstrar que não tem medo das próprias fraquezas?

E eu tentei procurar uma foto pra ilustrar esse post. Uma foto de alguma cena que conseguisse mostrar tudo o que eu estou tentando dizer durante todas essas linhas. Salvei fotos com quotes de vários personagens e por fim, desisti.

Só tem uma imagem simples que consegue significar tudo.

grey's

Shonda Rhimes, obrigada.

Devem ser mencionadas nesse post as pessoas que me enfiaram nessa jornada, ou que simplesmente apareceram no meio dela, mas que me acompanham em meios aos gritos, dores e gargalhadas: Taryne, Helena, Renata, Deyse, Polly, Rúvs, Luana, Airen, Cynthia, Débora, Milena, Marie e Anna Vitória, que por acaso criou sem querer e genialmente o título desse post. Essas pessoas sabem o quanto são importantes ao longo dessa caminhada Grey’s Junkie, porque não tem como sobreviver à essa série sem ter com quem gritar. Beijos.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

O mundo não tem como estar tão errado

Acabou de aparecer na minha timeline um twitte assim: o mundo está todo errado vê se pode. E eu sempre acho o máximo essas indignações em 140 caracteres, que são tão indignadas que não merecem nem pontuação. Fui quente pra retweetar e desisti.

Desisti porque ah, sei lá. O mundo pode estar mesmo muito errado, mas eu sou a última das otimistas. Aquela que sempre acredita que tem alguma coisa que tá indo tão bem que faz tudo valer a pena, sabe assim? Então.

Tem muita coisa que faz meu mundo valer a pena. Outro dia eu estava na piscina com a minha família, fazendo farra. Meus primos tiveram a brilhante ideia de brincar de briga-de-galo na piscina. Aquele jogo em que uma pessoa monta nos ombros da outra, pra lutar com a que montou nos ombros da pessoa da frente. E lá fomos nós. Eu e Laís em cima, Moa e João embaixo, eu derrubei a Laís e tudo ficou feliz.

Um pouco antes disso, a Anninha tinha pedido pra brincar. Claro que ela ia achar o máximo, não é de negar fervo a minha baixinha. E então fomos brincar com ela. Eu já estava sentada em cima do João, ela sentou no Moa, ela encostou em mim e eu me joguei, óbvio. Adoro a carinha que ela faz quando ela ganha.

Só que ela não ficou feliz. Ela chorou. Chorou, fez bico, veio se aninhar no meu colo e me abraçou toda magoada. Com a boquinha tremendo de choro, ela me disse: – Lu, eu não queria te machucar, você é tão minha amiga, você me desculpa?

Eu tentei explicar que tinha sido uma brincadeira, mas não consegui convencer a moça. Ela disse que foi muito errado o que ela fez e que ela nunca mais ia me empurrar, porque ela me ama muito.

Tá bom, a cena narrada por parecer ter sido bem melodramática, mas eu achei maravilhosa. Não só pelo biquinho lindo que ela faz pra chorar, mas por tudo o que está envolvido nisso aí. Anna Beatriz é linda. É minha pequena notável. É a anjinha protetora que eu encontrei na minha vida. Ela foi meu gás quando eu me mudei pra Curitiba e deixei toda a minha vida em São Paulo. Ela me mostra que eu sou uma pessoa bacana quando troca algum colo pelo meu. Ela diz que me ama tanto que eu devia morar na mesma casa que ela, e faz meu coração inflar. E sabe, eu acho que o mundo não tem como estar tão errado quando eu estou sendo abraçada por aqueles micro-bracinhos e ouvindo tanta coisa linda vindo da boca de uma criança de 3 anos.

Um dos grandes mantras da minha vida é “Mais amor no mundo”, não é? Então. Nada mais lindo do que ver gente tão pequenininha que sabe amar de uma forma tão grande e tão bonita.

anna2

O mundo está muito certo, porque você mora nele, minha pequena!

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

O ano da confiança

Eu nunca tive paciência pra sentar e organizar uma lista de metas para o ano seguinte. Vou lá, pulo as ondinhas com meus sonhos, e deixo as metas quietinhas e guardadas, sem parar para enumerá-las. Geralmente tenho algum desejo forte para o ano que vem em relação às energias que me circulam. Entrei 2012 pedindo doçura, e em 2013 eu entrei pedindo leveza. E ontem, sem querer, percebi que era melhor deixar registrado também o que eu vou querer de mim, e não só o que eu pedi do universo.

Eu ainda não tinha escolhido minha roupa para a noite da virada. Sabia que tinha 2 blusas brancas novas: Uma com uma menina loira tomando um Martini, e outra bonitinha com renda na barra que minha mãe me deu no meio de dezembro. As duas ainda com etiqueta. A da menina com o Martini estava mais fresca na minha memória, então decidi que ia usar essa, porque a bebida poderia remeter a um brinde/comemoração.

Acontece que a programação era pular as ondinhas na praia, e a regatinha com renda combinaria mais com o clima. Ainda sem prestar atenção na blusa, peguei na gaveta e estiquei em cima da cama, em cima do short. Só então percebi porque deveria ser essa a minha roupa de entrada em 2013.

Além de ter barra de renda, ser branca com desenhos coloridos lindos e qualquer outra coisa, ela dizia em letras garrafais: Don’t trust in anyone but yourself. Eu confio nas pessoas, sabe. E não pretendo deixar de fazê-lo. Mas essa blusa me arremeteu a Renato Russo, que foi o músico do meu ano: Se você quiser alguém em quem confiar, confie em si mesmo.

Tentar elencar, mesmo que tranquilamente, a quantidade de coisas que podiam ter dado mais certo em 2012 e não deram só pela minha falta de confiança em mim mesma seria um erro. Porque eu ia acabar chorando de novo sem saber como resolver. Mas sei que grandes conversas no final do ano, mesmo que em meio às lágrimas e muita crise, me fizeram de novo lembrar que preciso fortalecer minha fé em mim mesma. Então, além de ter pulado as ondinhas essa madrugada pedindo muita leveza do universo, minha blusa gritava o que meu coração sabe que precisa: Confiança em mim mesma. E isso está bem longe de acordar com a auto-estima elevada. Tem a ver com muito mais aspectos internos, que eu preciso ter força pra conseguir mudar! Agora pode vir, 2013, com leveza. E grite pra mim: Pode vir, Ana Luísa, com confiança.

myyear