segunda-feira, 29 de junho de 2015

Que belo dia para se estar vivo

Foi o que pensei, sorrindo, sexta-feira às 18h enquanto arrastava o dedo pela timeline do facebook e curtia milhões de fotos de perfil coloridas. Pode ser só mais uma "bobagem de internet", que um monte de gente faz no automático sem nem pensar a respeito? Pode. Pode ser um antro de hipocrisia no qual vários preconceituosos aproveitaram a chance de fazer bonitinho nas redes sabendo que não fazem bonitinho na vida? Pode. Existem questões mais importantes no mundo contra as quais se lutar, tipo a fome? Talvez. Mas o câncer do vizinho não cura nosso resfriado, lembra?

Uma vez, lá pelos idos de 2010, eu sentei no computador para fazer um post para o meu blog falando sobre "essa polêmica de gays" (?). Lembro pouquíssimo do que escrevi na época; lembro nitidamente de ter apagado antes de publicar por medo do que "os outros" (??) iam pensar se me vissem defendendo a causa (???) tão publicamente assim. Hoje eu fico me perguntando quem diabos são esses tais outros, e dou risada ainda pensando que minha preocupação com o que eles pensam é tão legítima quanto meu medo de ter um filho gay: igual a 0.

Porque é sempre esse o argumento que "os outros" usam, né? Que é muito legal e tranquilo ~defender a causa~ até que de repente acontece na sua família. A velha história do "não tenho nada contra, tenho até amigos que são". Tudo isso me faz franzir a testa e coçar a cabeça, concentradíssima, olhando para o horizonte e pensando MAS POR QUE. 

É. Por que. Por que, gente? Por que galera foi condicionada a gastar a cabeça com preocupações do tipo "ter um filho gay" enquanto podia estar dormindo tranquila? Porque o ser humano tem mania de complicar o que devia ser muito mais fácil? Não dá para entender. Duas pessoas que se amam devem ter o direito de ficar juntas, pronto. Ninguém é melhor e nem pior por isso. Ninguém é mais ou menos íntegro ou bem sucedido por isso. A matemática é tão pura e simples que a gente se sente meio patético em tentar falar sobre o assunto. Estou me sentindo bem patética agora, inclusive.

Fico pensando que há não muito tempo era considerado polêmico um negro e um branco se casarem e hoje é completamente ridículo cogitar a hipótese de isso ter gerado dor de cabeça um dia. Torço para que na geração dos meus filhos eles fiquem chocados ao descobrir que precisou de tanta luta.

Sobre quem prefere não se envolver citando o argumento de que "tem problemas muito maiores tipo a fome e a violência"? Assino embaixo de um pedaço dessa conversa. Tem problemas realmente cabulosos no mundo a serem resolvidos e isso é só mais uma razão para pararem de implicar com o amor dos outros e cancelarem a discussão da pauta. Pode se amar quem quiser se amar, pode casar quem quiser casar, implicar com o amor não vai levar ninguém a lugar nenhum, deixem de lenga lenga, próximo assunto por favor. Não tem absolutamente nenhum cabimento o amor dos outros ser incômodo na vida de alguém. 


26 de junho de 2015. Pode ter sido um dia comum. Pode ter sido só o fato de os Estados Unidos ter legitimado o "casamento gay" (e coloco assim, entre aspas, porque não entendo a necessidade da denominação; casamento é casamento, não precisa especificar, aceita que dói menos, galera). Pode ter sido só um bando de Maria vai com as outras colocando filtro de arco íris nas fotos do facebook. Mas foi mais um dia onde a humanidade deu um passinho importante para a frente, e isso sempre me faz pensar que é um belo dia para se estar vivo. O dia em que ficar todo mundo parado para sempre, usando preconceito como escudo e se assumindo incapaz de evoluir, nesse dia eu pedirei para pararem o mundo que eu prefiro descer logo de uma vez.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Sobre o #Redlipsday que eu fui

Pra falar a verdade verdadeira eu nem fui, eu só quase fui. Porque quando me lembraram dele eu já estava no trabalho, com duzentos e cinquenta casacos e a cara que Deus me deu mesmo (lembram que eu não sou da turma que se maquia todo dia? então). Só que aí minhas amigas estavam na vibe e postaram fotos tão iluminadas delas mesmas divando durante o dia que eu decidi que seria empenhada ao menos para chegar em casa, tacar o batom na boca e arranjar umas fotos. Se eu não tinha participado do movimento ~nas ruas~, ao menos daria a cara a tapa na internet.

Pessoal tem mania de diminuir os movimentos da internet, mas eles são divertidos E importantes. Porque eu resolvi fazer esse post? Para relembrar para todo mundo uma história que eu já contei em mais detalhes aqui, há 3 anos. Para relembrar que os movimentos da internet são importantes sim porque foi com a internet que eu decidi que um dia quem sabe eu também poderia me arriscar no batom vermelho. Eu me arrisquei. E se vocês forem ler aquele post tímido de 3 anos atrás, vão dar umas risadinhas. Eu também ri. Porque a Analu de 3 anos atrás comprou um batom vermelho tremendo, e passou na boca com mais medo ainda, porque acreditava que sua boca era grande demais para segurar um vermelhão sem fazer cosplay de Coringa. A Analu de 3 anos atrás, no seu primeiro dia de batom vermelho, postou uma foto tímida e escura, com o batom quase cor-de-rosa já, esperando pra ver se seria “aprovada”. O que a Analu de 2015 pensa sobre isso? Bem, olhem abaixo.

beijo

O que eu queria dizer pra vocês, passados uns dias do #Redlipsday que eu fui (ao menos online) é que toda mulher que quiser usar um batom vermelho pode. E as que não quiserem, se tentarem, também podem. “Ah mas” não. Não tem mas, não tem meio mas, só tem que ter vontade. Batom vermelho É PARA QUALQUER UMA sim, é PARA QUALQUER HORA DO DIA sim. Batom vermelho combina com balada, combina com barzinho, combina com ir trabalhar, combina até com almoço na casa da vó. Batom vermelho é um estado de espírito. É se assumir dona de si mesma. Batom vermelho é… acalmem-se porque essa revelação será LEGEN wait for it DARY: só mais uma cor de batom, gente. Se você teve coragem de testar o rosinha, o nude, o coral, vai por mim: testa o vermelhão também. E se der medo, vai com medo mesmo.

I got the redlip classic thing that you like
SWIFT, Taylor.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Perdoa-me por me traíres

Eu comecei esse blog aqui quando eu tinha 16 anos nas costas. Antes disso, passei divertidos 4 anos no anonimato, onde eu apenas lia blogs dos outros. Era uma tarefa diária, sabe. Eu tinha uma lista de mais de 100 no meu bloco de notas e todo santo dia fazia a ronda em todos eles. Entrava em parafuso quando os meus favoritos começavam a ficar tempo demais sem postar. Blogueiro legal devia ser obrigado a postar todo dia, eu pensava.

Aí eu inventei de criar o meu blog e o cuspe, ele segue insistindo em cair na testa porque, vejam só, 9 longos dias se passaram sem que eu desse as caras por aqui. Não sei se alguém sente falta, se algum fã anônimo torce para que eu poste todo dia e fica frustradíssimo do outro lado da tela querendo me demitir por abandono de cargo, não sei. Só sei que ninguém, jamais, se sentirá tão irritado quanto eu mesma se meu blog estiver entregue às traças. Cada dia sem post se transforma em uma noite onde eu deito para dormir com peso na consciência e aquela pergunta que não se cala "será que eu não consigo mais escrever, meu Deus? Será que não vou conseguir atualizar o blog nunca mais?" e a vida segue assim há quase 7 anos. 

E toda essa introdução aleatória foi só mais uma daquelas que não tem nada a ver com o post, só para distrair todo mundo do assunto verdadeiro. Então, na verdade eu estava cá incomodadíssima das ideias com a falta de ideias quando resolvi parar de enrolar e fazer, quem sabe, uma resenha sobre o último livro que li. Pensei nas batalhas que travei com ele. Pensei que de vez em quando é interessante abrir uma página em branco para descer lenha em alguma coisa, por mais que eu prefira escrever sobre o que amo. Pensei, pensei, pensei, e acabei aqui, onde continuo pensando.

Deixa eu contextualizar para vocês: eu tava afiadinha na literatura esse ano, sabem? Beirando os 20 lidos faltando 1 mês e meio para a chegada do segundo semestre, tava tudo indo muito bem obrigada. Acontece que geralmente aparece um MAS no meio das histórias de amor (?) e o MAS da minha plena relação literária em 2015 veio no meio de maio e se chama "Na Praia", de Ian McGregor McEwan.

Vejam bem, eu fiquei uns 4 anos prometendo para mim mesma que esse ano eu leio Reparação. E era sempre a mesma coisa. O ano virava e o livro continuava lá na parte das metas do Skoob. Eu olhava para ele e chegava a me dar comichão, sabe assim? Aí ao invés de resolver a pendência eu fingia que nem era comigo e comprava outra coisa. Assim foi até o momento em que dei de cara com ele em promoção na internet e pensei É AGORA OU VAI OU RACHA VEM NI MIM MCGREGOR MCEWAN e pronto, malfeito feito. Li o livro. Amei o livro. Gritei pro mundo. Mandei todo mundo ler. Essas coisas.

Fiquei com tanta vergonha de ter procrastinado tanto essa leitura que resolvi que o migo Ian merecia mais da minha parte, e foi assim que acho que fui com sede demais ao pote de um de seus outros livros e, com o perdão do trocadilho infame que estou prestes a fazer, morri "Na Praia" (badunts).

Olha, se alguém aqui me segue no snapchat (#jabá: analubussular) percebeu que a guerra foi feia. Eu fiquei praticamente 1 mês brigando com esse livrinho de CENTO E VINTE E OITO míseras (e enfadonhas) páginas. A sensação que eu tinha é de que eu lia. Lia. Lia. E o livro não acabava. Mas a sensação estava errada, porque na verdade eu não lia mesmo. Eu pegava o coitado, passava o olho em duas páginas, concluía que preferia estar morta e desistia da brincadeira mais uma vez. Foi dessa forma que passei a segunda metade de maio e a primeira de junho encalhada nas areias da literatura: por culpa de uma praia entendiante que peguei. Enquanto isso, óbvio, na vida real estava rolando uma das melhores praias da minha vida (gente, Fortaleza, anotem, comprem passagem, se mudem pra lá agora), mas isso não vem ao caso.

Então. Depois de tanto brigar com o tal do livro eu resolvi que seria justo fazer uma resenha daquelas irritadas, falando com bastante coerência e maturidade sobre tudo o que me incomodou. Sobre as idas e vindas, sobre a narrativa lenta, sobre a falta de clímax, sobre a resolução mal feita, enfim. No meio disso tudo, eu ainda pretendia dizer que Ian tinha quebrado de forma totalmente deselegante aquela promessa inviolável que um autor cria conosco quando temos vontade de casar em Vegas com a primeira obra que conhecemos do mesmo. Ian, por que?

Só que aí eu lembrei que adoro dramatizar as situações quando consigo, e antes mesmo de começar o texto fui matutar sobre um título que falasse sobre essa quebra de promessas. Concluí que talvez pudesse ser considerado até uma traição, sabe? Como assim você me dá um beijo daqueles, Ian, e em nosso segundo encontro vem com tapinha nas costas? Me senti iludida e traída, esse talvez fosse um bom ponto de partida para a resenha. Até que lembrei também que, como já disse Renato Russo, às vezes o que foi prometido ninguém prometeu, sabe? E que não era porque eu tinha amado tanto um livro do Ian que ele tinha obrigação de que todos os outros fossem à (minha) altura. 

Sabe aquela frase que o mundo vive querendo fazer a gente lembrar, aquela que diz que a expectativa é a mãe da merda? Então. É aquele pensamento martelante de que as expectativas que a gente põe sobre as coisas ou pessoas dizem muito mais sobre nós mesmos do que sobre elas de fato, né? Então. Foi por isso que antes mesmo de postar eu fui obrigada a concluir o óbvio e mudar totalmente o rumo desse texto. Achei o livro ruim e chato e isso é única e exclusivamente um problema meu. Ian não me prometeu nada com aquele primeiro beijo - a culpa foi toda minha que comecei a testar nossos sobrenomes e me imaginar vestida de noiva. Resumo da ópera (ou da pior resenha que essa internet já viu): fui de Nelson Rodrigues no título mesmo porque acho esse título foda achei que Ian merecia ouvir meu pedido de desculpas. Fiz um escarcéu mental e tanto, expus o coitado em praça pública, reclamei de uma grande traição e... foi tudo culpa minha. Fui que me iludi; eu que provoquei a suposta traição. Às vezes, um beijo é só um beijo mesmo. 

Gabriel García Marquez disse uma vez por aí que se recusava a admitir que a vida por vezes parecesse tanto a má literatura. Às vezes sou eu que custo a aceitar que as as desventuras de uma rotina literária acabam por se parecer tanto ao desenho da vida real. Se a gente para demais para pensar, tudo nesse mundo pode ser considerado metáfora, no fim das contas.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Gratidão

Perder as palavras vem sendo um sintoma padrão que me assola sempre que eu volto de um encontro com as minhas pessoas. Dessa vez, particularmente, com um casamento de uma de nós envolvido não tinha como ser diferente. Sobre minha insistência em falar mesmo sem encontrar as palavras? Freud deve explicar. Talvez seja a pura vontade de registrar o irregistrável. Essa palavra existe, irregistrável? Sei lá. O fato é que as milhões de fotos tiradas, as palavras soltas do texto que estou tentando fazer, isso tudo nunca vai fazer jus e quem não estava lá nunca vai conseguir entender, mas quero falar mesmo assim.

Para começo de conversa (e talvez para a conversa inteira), falar desses últimos dias é falar de gratidão. Gratidão, gratidão e gratidão, e já que é assim, vou começar a agradecer. Agradeço pela contagem regressiva que fazia todo o resto da vida fazer sentido mesmo quando ela insistia em não fazer. Agradeço pelos convites belíssimos que recebi. Agradeço pelas amigas maravilhosas que eu tenho, pela amiga noiva mais linda que esse mundo já viu, pelo fato do coração dela ter escolhido um marido que faça jus ao que ela merece e nos deixa babando de tanta felicidade. Agradeço por cada segundo. Agradeço pelos voos tranquilos, pelos abraços de chegada nos aeroportos, pela cantora que infernizamos pedindo músicas, pela noite cearense que não estava preparada para nós mas nos aguentou. Agradeço pela praia que pegamos, pela escultura que formamos. Agradeço até pelo torrão que levei nas costas e que acabou enfeiando meu decote, mas que prova que eu vivi um momento eterno rolando no sol com elas. 

Agradeço pelo buquê branco de dama, agradeço pelo caderninho, pelas declarações, pelas chaves, pelo drink que levava nosso nome, pelos brindes com uma bebida azul que eu até agora não sei o que era, pela tequila que bebi com o noivo, pela pista de dança que não deixamos vazia, pelo DJ que nos aguentou pedindo pra tocar Taylor Swift, pela Beyoncé, pelo Legião Urbana, pelo "a semana inteira fiquei esperando pra te ver sorrindo pra te ver cantando" que sempre toca para que todo mundo se abrace e pule.

Agradeço pela avó da noiva (que virou vovó de todas nós) que apertou nossas bochechas e nos agradeceu, com os olhos cheios de lágrima, por fazermos a neta dela feliz. Vovó, como eu te disse, ela me faz mais feliz ainda e eu que tenho que agradecer. Agradeço pelo buquê da noiva que eu não consegui pegar, mas que uma de nós pegou, e se é de uma é de todas. Agradeço pelos 3 meninos que minhas amigas escolheram para elas, porque eles as fazem felizes e com isso nos fazem felizes também. Agradeço pelo menino que foi jogado nos meus braços na dança do acasalamento mais engraçada que já vi, inventada pelo noivo só para juntar, ao menos por uma noite, um casal que ele achava que podia dar em boa coisa. Deu.

Agradeço pelas cantorias na calçada, na van, no barzinho, na livraria e em qualquer outro lugar. Agradeço por ficar jogada no chão do quarto, agradeço pela folia no salão de beleza, agradeço por ter invadido a suíte da noiva. Agradeço, até, pelos abraços de despedida, porque se eles não doessem tanto talvez significasse que a vontade de estarmos juntas não é tão grande assim. Agradeço por cada um dos segundos que nos dão aquela certeza de que o tempo que temos nunca será suficiente porque gostaríamos de viver para sempre. Em suma, agradeço por ter vivido um dos dias mais felizes da minha vida só porque era o dia mais feliz da vida de uma das minhas tantas melhores amigas. Garanto pra vocês: esse negócio de ver radiantes pessoas tão importantes na sua vida é tão incrível quanto ver a própria felicidade estampada num espelho.

Gratidão: aquilo que faz você deitar para dormir arrasada por tudo ter passado como um flash e você ser obrigada a voltar para a realidade dos dias comuns mas, ao mesmo tempo, estar tão infinitamente feliz a ponto de nem conseguir fechar os olhos. Abusando das palavras de Alice Ruiz, não tem como não encerrar esse post dizendo pra vocês que olha, realmente, a cada mil lágrimas sai um milagre. Vocês são o meu.


Obrigada pelos momentos tão bons que parecem mentira
Obrigada por eles não serem mentira.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

As coisas mais legais do meu mundo

Meia-noite de segunda-feira e aqui estou eu. Eram pouco mais de 22 de domingo quando eu decidi que era uma boa ideia me aninhar no edredom e me perder nos 250 aplicativos do celular antes de encerrar o dia e fechar os olhos para acordar numa semana que vai ser maravilhosa. Só que aí a Anna gritou no grupo da Máfia que tinha postado no blog e eu senti que precisava ligar o computador para ler e mimar decentemente, tendo em vista que eu tinha feito a egípcia em relação ao último post dela e não tinha mimado só porque falava de filmes. Enfim, o tal post novo dela era um meme  e ela estava me indicando. E eu poderia ter achado bacana, sorrido, acenado, comentado no dela e deixado para fazer o meu em algum horário mais propício – o que qualquer ser humano normal faria – mas se vocês forem lá ler, e vocês deveriam, vão entender porque eu estou aqui agora, postando ao invés de dormir. Spoiler da resposta: porque uma das coisas mais legais do meu mundo é a amizade. Um brinde.

By the way, o meme se chama AS COISAS MAIS LEGAIS DO MUNDO e foi criado pela Karol Pinheiro. Aí vão as minhas respostas.

1) Decoração: Objetos significativos


Parece meio óbvio e clichê, mas toda decoração que me encanta (e que eu sonho em fazer na minha futura casa) é composta de detalhes que representam as pessoas. Sabe aquela coisa totalmente moldada por arquiteto? Então, admiro o trabalho mas acho que fica tudo meio que “virgem” demais, sabe? Tipo na minha casa. No reck da sala tem um vaso preto com uma flor do jeitinho que a arquiteta sugeriu. E em cima da cama da minha mãe tem um quadro com uma paisagem meio sinistra, tipo uma árvore no inverno. Meus pais nunca foram de deixar a gente colocar coisas em paredes. A gente fazia quadrinho de dia dos pais e dia das mães na escola e ficava tudo socado dentro do armário. Minha casa definitivamente não vai ser assim. Dentro do meu quarto eu já quebro as regras. Colei um adesivo da moldura de Friends na minha porta, tem polaroids coladas pelas paredes, desenhos da minha prima colados em outra parede e por aí vai. Isso sem falar na porta dos meus armários que são de vidro e todas cheias de escritos e desenhos (meus e das visitas!) porque fiz questão de comprar canetas que escrevem no vidro. Pra mim, casa tem que refletir a gente que mora nela. O dia que eu tiver a minha casa quero fotos, posters de filmes que amo, de uma peça que amei fazer. Quero quotes espalhadas, poesias, adesivos, mensagens, livros em lugares estratégicos. Quero uma parede com tinta de quadro negro e giz à disposição. Em suma, quero uma casa que faça com que eu me sinta em casa e quero que as pessoas entrem nela e saibam que é totalmente minha – e delas também. Se eu quisesse morar em catálogo pagaria aluguel pra Tok & Stok.

2) Livro: Coisas que ninguém sabe


O livro da minha vida. O que eu mais tenho vontade de reler e mais morro de medo, ao mesmo tempo. Tenho medo de ler de novo e não amar tanto, apesar de achar difícil que isso aconteça. Só sei que esse livro diz muito sobre meu gosto literário num geral: a narrativa, pra mim, conta muito mais do que a história. Quem realmente tem o dom de escrever pode escrever sobre o assunto que for e transformar isso numa obra de arte. Alessandro D’Avenia sabia muito bem o que fazia quando fez “Coisas que ninguém sabe” e eu agradeço todos os dias por isso. Mandei fazer um colar dele porque acho que o livro da minha vida merecia andar colado no meu peito vez ou outra.

3) Viagem: Nova York


Não satisfeita em gostar muito de São Paulo, sou doidinha para pisar na mãe de todas as metrópoles do mundo, ela, Nova York, que é cheinha de gente, luzes, brilhos, ritmos e tudo o mais. Quero fazer compras, quero assistir musicais, quero sapatear na quinta avenida e abraçar os postes. Ainda antes de tudo isso, quero começar tirando uma foto bem clichê, minha, de costas, com os braços para o alto e a legenda “The lights are so bright but they never blind me”, não sem um pouco antes postar uma foto da janela do avião pousando com a legenda “Welcome to New York” porque ser discípula de Taytay é preciso e porque eu planejo momentos da minha vida pensando no Instagram sim, acho lindo, seu julgamento bate no meu bloquinho de ideias de legenda e volta em dobro.

4) Música: Enchanted, Taylor Swift.


Essa música é tão eterna e praticamente um estado de espírito que Taylor sabe muito bem disso e carregou a danada pra 1989 World Tour, mesmo ela sendo do Speak Now. Enchanted dói e emociona na mesma proporção, me faz imaginar o cenário, cora as bochechas, deixa o coração meio-quente-meio-assustado e me faz deixar escapar sorrisos só de pensar em como são reais as noites onde a gente volta pra casa dançando sozinha pelos cantos e torcendo pra pessoa que nos causou isso também tenha ficado encantada de nos conhecer. Ah, Taylor Swift, essa voz na minha cabeça.

5) Sapatos: Nude


No meio do ano passado eu botei na cabeça que sapato nude era a coisa mais linda do mundo e resolvi que precisava de um. Aí a minha amiga resolveu marcar casamento, me chamou pra ser dama, escolheu “coral” para a palheta de cores dos vestidos e enfim, achei que ficaria maravilhoso com sapato nude e que seria a oportunidade perfeita para eu comprar um. Comprei em dezembro do ano passado e desde então o sapato está guardadinho numa bolha de amor dentro do meu armário, para que não sofresse nenhuma lesão até a data do casório. Faltam só 5 dias e eu não vejo a hora de colocar aquela maravilha no pé. Ele é bem mais bonito que esse da foto, que só coloquei aí para ilustrar. Aguardem os registros.

6) Maquiagem: Batom Líquido Rosadili, da Quem Disse Berenice?


Olha, essa única foto que achei está numa qualidade tão péssima e eu tô tão brava com a QDB? (QUE TIROU MEU PERFUME DE LINHA, VOU SAIR NA AVENIDA PAULISTA COM CARTAZES PEDINDO O IMPEACHMANN) que definitivamente não deveria estar fazendo jabá gratuito no meu blog (?) mas fazer o que, né? Desde que saiu essa série de batons líquidos da QDB que eles começaram a usar exatamente essa foto aí nos totens da loja e eu chegava seca pedindo “a cor da foto, moça” e estava SEMPRE esgotado. Aparentemente todas as mulheres do mundo que queriam o batom queriam o da cor da foto. Sei que depois de muito procurar, consegui o dito do batom e… desde o dia que comprei que ele está fechadinho dentro da sacolinha da loja, no meu armário. Morro de medo de usar e descobrir que não deu em boa coisa porque a minha boca está longe de ser bem desenhada e delicadinha como essa da moça da foto. Enfim, acompanhemos. Quando eu acordar inspirada eu tento e a gente vê no que dá.

7. Ídolo: Hehe, sério mesmo?



8) Doce: Crème Brulée


Não poderia concordar mais com Amélie Poulain: poucos prazeres pequenos dessa vida se comparam ao momento maravilhoso de quebrar uma casquinha de crème brulée recém servido. E o cheiro desse doce, senhoras e senhores, meu Deus. Só de pensar eu águo. Quando eu engravidar terei que comer isso todo santo dia ou  periga minha filhota (eu sei que será uma menina) nascer com cara de casquinha queimada. Judiação!

9) Foto


Eu e as minhas pessoas, no nosso apartamento, fazendo o que sabemos fazer de melhor: aproveitando a vida juntas abraçadas e de coroa na cabeça. Baby, we’re the new romantics.

10) Blog: So Contagious


Por essa vocês não esperavam, hein, hein, hein? Então. Difícil falar algo do blog da Anna que ela já não tenha dito quando falou do meu. Fiz amigas incríveis que escrevem blogs maravilhosos (conferir item 9) e amo cada uma delas e cada um dos  blogs com todo o meu coração, mas se tem alguém que tá sempre abraçada comigo nessa enorme cilada chamada blogosfera, esse alguém é a Anna Vitória. Sou fã desde muito e quando eu era só fã e ainda não amiga, pensava que queria ser a Anna quando eu crescesse. Hoje em dia eu tenho certeza de que eu adoraria sê-la quando eu crescer e olha só, eu meio que sou.

Falar do blog dela é quase como falar do meu. Não escrevo tão bem quanto, porque ela já nasceu escritora enquanto eu sigo tentando aprender, mas nós somos tão parecidas e estávamos tão traçadas uma no destino da outra que praticamente tudo acontece pra gente ao mesmo tempo. Desde encontros até desencontros, de vícios até avós no hospital, o fato é que quando eu era só uma fã tímida da menina do So Contagious eu não imaginava que ela era tão melhor ainda do eu supunha e que um dia nos chamaríamos de irmãs. Desejo vida longa ao blog dela porque ele vai vencer esse tempos difíceis para blogueiros que andamos vivendo e eu ainda vou ler ali inúmeras histórias que já terei ouvido antes de todos os outros leitores porque né, irmãs sabem de tudo antes dos outros e coisa e tal. Amiga, tamo juntas. Pra sempre.

Agora chegou a hora de indicar e eu vou jogar a batata quente pra dona Milena que só me promete que vai postar e não cumpre, pra Tary, que é outra que precisa atualizar o dito do blog ou vai levar botinas na cara, pra Amandinha e pra Dani! Boa semana pra vocês, galera, porque a minha vai ser ótima. VOU CASAR UMA AMIGA!