quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Que seja doce

“Mas, se alguém me perguntasse
o que deverá ser doce,
talvez não saiba responder.”

Faço questão de me despedir de 2011, e “abençoar” a chegada de 2012, ao lado de Caio. Caio, ele, que me acompanhou em grandes das alegrias desse ano que se vai. Caio, ele, que me deu suporte e me desmoronou ao mesmo tempo, com as mesmíssimas palavras. Caio, ele. Ele, que sempre sabe o que dizer.

Desejo que o ano seja bonito. Desses que a gente tem vontade de sentar para assistir. Desses que nos arrepiam. Que 2012 valha fotografias e sorrisos inesquecíveis.

Desejo que seja de amor. Desses que a gente tem vontade de amar. De ser junto, de estar junto, de amar junto. De abraçar, de se aninhar, de compartilhar! A vida, o amor, e todos os anos mais.

Desejo que seja calmo pra quem for de calma. Desejo agito pra quem for de agito. Que seja ensolarado pra quem for de Sol, e chuvoso pra quem for de chuva. Desejo equilíbrio para todos os “quens”. Desejo que seja um ano de arte. Porque arte faz crescer a alma. Desejo que seja um ano de alma, porque ser de alma faz bem. Desejo que seja um ano de vida. Que seja convidativo, que seja estrelado, que seja sorridente, que seja acolhedor. Que seja leve. E que seja Doce. Ah, 2012. Que seja doce!

“Então, que seja doce.
Repito todas as manhãs,
ao abrir as janelas
para deixar entrar o sol
ou o cinza dos dias,
bem assim:
que seja doce.”

Caio F.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Para mim é fácil gostar do Natal

Sabe, antes eu não entendia (e fazia questão de não entender) quem saía por aí pregando que odiava Natal. É sério, os Grinchs da vida me tiravam do sério. Por que, como assim, não gostar do Natal?

E aí, um belo dia, há menos de um mês, eu estava conversando com uma amiga, e ela estava falando que não gostava de Natal, que os pais eram separados, a família era desunida, e ela acabava jantando em casa, só com a mãe, como num dia normal. E pela primeira vez eu entendi.

Minha família é enorme. Minha mãe tem 13 irmãos. Nós somos em 29 netos, isso sem falar nos mais ou menos 10 bisnetos. Nós moramos em cantos diferenciados do Brasil, do Nordeste ao Sul, e a tia caçula mora em Portugal.

Nós nos amamos o ano inteiro. A maioria só se vê no Natal. Eu, que moro longe de todo mundo desde pequena, sempre passei o ano sonhando com o Natal, onde eu reencontraria todo mundo.

Então o Natal, pra nós, é A data. É quando a gente põe o amor em dia. Os abraços, as risadas, o carinho. É quando o povo passa o dia inteiro enchendo a cara junto, e uma garrafa de cerveja nuca para cheia. É quando a gente faz o tradicional amigo-X, que só as mulheres entram, e os homens ficam todos em volta gritando que é tudo marmelada, porque só dá parente tirando parente.

Natal 030

É quando eu “faço o favor” de tirar minha madrinha, e aí todo mundo grita em dobro que foi marmelada, e meu padrinho invade a “pista”, fazendo a brincadeira parar por uns 5 minutos, só porque ele quer que batam um milhão de fotos.

É quando a gente canta parabéns pro vovô um trilhão de vezes, tira um trilhão de fotos (iguais às do ano anterior), senta na calçada pra conversar e rir, se entope de comida da vovó, transforma a piscina da minha tia em um “Piscinão de Ramos”:

Natal 196

A clássica foto: Mais Bussular que água.

Então, depois de tudo isso, eu sou obrigada a concluir que pra mim é fácil, muito fácil, gostar tanto assim do Natal.

Obrigada, Senhor.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

E eu nunca gostei de abóboras!

Foi em um blog-Day da Little Poney. Ela falava super bem do seu blog, e eu fiquei com vontade de conhecer também. O nome era super fofo. Eu odeio abóboras, e passei anos da minha infância tendo ânsia só de ouvir essa palavra. Mas desde que descobri que em inglês era “pumpkin”, eu passei a achar fofinho. E então, eu acho que essa foi a primeira coisa que eu pensei sobre você: “Pumpkin. Dizem que é abóbora. Mas é fofo demais”.

Comecei a ler seu blog, e quando vi, tinha lido ele inteiro. Posts enormes. Bem do estilo que eu gosto. Enormes daquele jeito que você não tem vontade de chegar ao fim, de tão gostosa que é a leitura. Eu comecei a comentar alucinadamente, e tinha certeza que você nunca ia me dar bola, afinal de contas, eu seria só mais uma pirralha, e você, uma diva independente, de 30 anos, que mora sozinha e escreve 10 posts sobre o mesmo assunto sem cansar ninguém.

Ainda lembro do seu primeiro comentário no meu blog. Fiquei feliz da vida. Mal sabia eu que, futuramente, você faria um dos comentários mais lindos que meu blog já recebeu!

Não lembro como você apareceu no meu msn. Não lembro quem de nós se adicionou, e muito menos por que, mas lembro que você apareceu lá, falou poucas coisas e se retirou dizendo que ia assistir “Esquadrão da Moda”. Nunca ia imaginar que essa teria sido somente a primeira conversa, de muitas.

Gosto de descrever nossa amizade com uma frase que minha amiga inventou, e eu acho brilhante: “Me lembro bem do momento em que nos conhecemos, mas não me lembro quando foi que você se tornou essencial”, porque a linha que separa tudo é tão tênue. Éramos desconhecidas, e de repente, eu confiava tanto em você, que nem era mais capaz de explicar.

Freud deve ser, quem sabe. Eu sei que você é uma amiga muito, muito especial, e que sabe disso. É minha amiga de 30 anos. Aquela que para pra pensar e dar conselhos (e broncas) com aquele ar leve de quem já viveu e sabe da verdade das coisas. Aquela que adora me ver saltitando em auroras, mas sabiamente, nunca me deixa esquecer de ter um fiozinho que me prenda ao chão, afinal de contas, já aprendeu que se a gente voa demais, o tombo pode ser bem mais dolorido.

Você é aquela que finge que é uma pessoa não-amor, mas é amor purinho. No fim das contas, você é exatamente aquilo que foi a primeira coisa que pensei: Dizem que é abóbora. Mas é fofo demais.

Renata, hoje eu vou desejar apenas um “feliz aniversário”, porque isso é tudo aquilo que eu só posso desejar no dia 26 de dezembro. O resto, tipo, felicidades, sucesso, realizações, paz, amor e saúde, eu desejo pra você em todos, todos os outros dias. E você sabe.

Parabéns, minha amiga querida, pelos seus 32! E obrigada por tudo, sempre!

sábado, 24 de dezembro de 2011

João Bussular, 89

No dia que ele fez 79, eu tinha 9, e entrei em pânico. Na minha cabeça, 80 era o símbolo da velhice, e eu tinha que encarar os fatos. Não faltaria muito e meu avô iria morrer.

Nessas, foram 10 anos. DEZ, escrito, assim, pra ficar mais bonito. E meu avô está aqui. Chegando aos 90. E eu perdi o medo há muito tempo. Com a graça de Deus, comemoraremos os CEM dele ainda. Mas hoje são 89. Então é isso que estamos comemorando. E não faltam motivos.

Morador da Rua Antônio Sampaio, número 89, ele brinca, dizendo que vai inverter os números, para garantir mais 9 anos. Meu padrinho falou que já vai pintar logo um “100” na parede. Eu disse que estamos no lado ímpar da rua. Vamos colocar logo um 101 lá. Pra garantir.

Miudinho e magrelinho, Sr. Joãozinho está terminando a década dos 80 cheio de saúde, de gás, de vida, filhos, netos e bisnetos. Espertinho e lúcido que só ele, capaz de saber a data de aniversário de todos e o que cada um faz na faculdade. De vez em quando tem uns brancos engraçados: “Quem é Carol?”, foi sua pergunta pra mim, ontem, quando eu falei que eu, Bianca e Carol íamos dormir na sala. Chorei de rir. “Carol, né, vô? Do tio Eraldo!”, respondi. “Ah, claro! Carolina, do Eraldo!”, respondeu ele. É claro que ele sabe. Ele sabe de tudo.

Ele sabe que viver é uma delícia. Sabe que a casa dele é nosso paraíso. Sabe do orgulho que nós temos em carregar o nome dele, e sabe, muito bem, que nós o amamos, e somos seu legado mais duradouro. Hoje, enquanto nós o mimamos, festejamos, abraçamos e lhe damos os parabéns, ele sorri de leve, e pensa, com certeza, que nós somos o seu presente.

Mas quando ele deita com aquela cabecinha quase careca no travesseiro, aposto que ele sorri de leve novamente, e dorme feliz da vida, porque ele sabe, com certeza, que no fim das contas, ele sim é que é o nosso maior presente.

Guandu 018

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Já.

Já peguei os 2 aviões e o ônibus que tinha que pegar, e cheguei terça de noite na casa da minha avó. Já pulei nos meu avós, e quase derrubei os dois. Já combinei de passar a madrugada fofocando com a minha prima, mas ela dormiu antes de começarmos a fofocar. Já fugi de uma baratinha, uma arainha, e me encolhi num canto quando vi a mariposa na parede. Já zoei com a cara da tia Lisânia, e a madrinha Celma já lançou o primeiro bordão do natal 2011. Já enchi a cara de pão com manteiga, já roubei docinhos que são-só-para-o-Natal, já tomei um cascão do Q-Jóia.

Já comi lanche daqui, já almocei comida da vovó, já deitei no quarto com minhas primas e tias para fofocar embaixo do ventilador e acabar todo mundo dormindo. Já tomei banho de biquíni no chuveiro externo, só porque ele é o melhor da casa.

Já fiquei batendo papo na calçada, já deitei no chão da varanda, já acordei no susto com o Luke dando uma bela lambida no meu rosto, já estou aqui ansiosa pela galera que ainda está para chegar, louca para a bagunça começar de vez.

Já estou com algumas picadas de mosquito, já relembrei o que é sentir muito calor e já avisei que quem reclamar apanha, porque eu sim sei o que é morrer de frio o ano inteiro.

Enfim, já estou em Baixo Guandu! Agora sei que o fim de ano chegou.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Home is where heart is

Como o mundo gira em 1 ano. Me lembro de 18 de dezembro de 2010. Primeira festa de aniversário do Cena Hum em que eu estava na escola. Foi o aniversário de 15 anos da escola, em um sábado, numa maison super chique, diretores com roupa de gala e coisas do gênero. Eu fui ao salão, pensem. Cheguei na festa parecendo uma bonequinha de porcelana, e assim continuei. Fiquei mais parada que qualquer coisa, dancei pouco, conversei só com minhas amigas, e, quando fui embora, às 4h30 da manhã, estava quase morrendo de tédio. Não que a festa não estivesse boa, porque estava. Mas eu não sabia estar lá.

Agora vamos a 18 de dezembro de 2011. 365 dias depois, somente. Aniversário de 16 anos, em um domingo, num lugar menor. Me arrumei com mais 3 amigas na minha casa mesmo, nada de salão. Vestido colorido, nada de renda esse ano. A bonequinha de porcelana ficou bem pra trás também, ufa. Esse ano eu conhecia uns bons 80% da festa. Abracei, dancei, e tirei foto com essas pessoas a madrugada inteira. Dancei com minha amiga e nosso coordenador em cima do palco. EM CIMA DO PALCO. O que isso significa? Muito. Quer dizer que (no bom sentido, claro!) a gente não tem mais vergonha. Significa que ali, a gente sabe que está em casa.

Cheguei em casa quase 6h da manhã, com uma sensação de pertencimento muito grande. O Cena Hum se tornou uma casa pra mim. É mágico ir abraçar o diretor da escola, depois de 3h de festa, e ele falar: – Oi minha paixão! Ainda não tinha te visto!

Feliz aniversário, Cena Hum. Vocês me deram coisas demais de presente em apenas 1 ano.

5

Eu, Letícia, e Hum, a coisa mais fofa desse mundo!

E quais são os planos de hoje? Pegar um avião às 10h30 da manhã, depois um ônibus, e, com a graça de Deus, estar deitada no colo da minha avó de noite, comendo pão e docinhos. Minha outra casa.

É muito bom pertencer. É muito bom ter várias casas. E casa, não é um lugar. É uma pessoa. Ou várias.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

E ela segue me encantando

Estou eu no meio de uma tarde trivial, sentada no notebook, vigiando a máfia e batendo papo com a , enquanto a Anna Beatriz saracoteia sem parar pelo ambiente. De quando em quando ela surge pulando em cima de mim pra me contar alguma coisa, ou me mostrar alguma coisa, ou apertar todos os botões do teclado.

De repente ela aparece, e sobre na cadeira, no momento em que estou passando um olho rápido pelo meu blog. Passo correndo pelo post que tem essa foto, e ela pede insistentemente que eu volte lá para ela me ver de peruca rosa.

E então ela, que viu a peça e até então não tinha feito nenhum comentário comigo, perguntou porque a peruca era rosa e não amarela. Eu respondi que a Lucy gostava mais de rosa, e ela disse que eu não era a Lucy, que eu era a Lu (ela me chama de Lu desde que aprendeu a falar).

Respondi que a Lucy era a personagem que eu estava interpretando, e cortei o assunto, achando que ela não ia entender nada. Ela me abraçou e falou: – Lu, canta pra mim a música?

Eu perguntei que música, e ela disse: – Aquela que você cantou lá no teatro, de peruca rosa.

Eu então comecei a cantar, ela ficou sorrindo, me abraçou e falou: – Tá, mas depois você pode cantar de peruca rosa, lá no teatro?

Eu, apaixonada, não consegui dizer nada. Ela me abraçou de novo e saiu fazer outra coisa. 5 minutos depois ela vem correndo lá de dentro, pula na cadeira, me dá um abraço super apertado e sussurra no meu ouvido: – Eu quero ver você de Lucy de novo, tá?

Morri.

Anna 

E assim você faz, Anna Beatriz, com que eu fique mais maluca por você a cada dia.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Príncipes não caem do céu.

Era uma vez a Júlia, que vivia sua vida quase normal, sonhando com um príncipe encantado, até que ela começou com os preparativos finais de uma peça que deu trabalho pra caramba! Estreou, e a correria continuava, e Júlia ficava igual a uma pipoca, praticamente morando na escola de teatro e indo pra casa para dormir, sem conseguir pensar em outra coisa na vida que não fosse a sua peça e a dor de cabeça deliciosa que vinha junto com ela.

A estreia passou, mas a correria continuou, e Júlia já estava a dias sem nem lembrar da palavra príncipe, até que ela foi pegar seu ônibus de sempre para ir para a escola de teatro, e estava lá, mais uma vez, tomando chá-de-ponto-de-ônibus, porque seu ônibus é sempre o último a vir, e aparece, do além, um bonitinho.

Júlia nem reparou, estava, pra variar, com a cabeça nas nuvens. Porém, o bonitinho não se conteve em estar ali parado esperando o ônibus, ele teve que chamar a menina e perguntar para ela que ônibus ia para o Centro. Júlia é mais perdida que camaleão em show de Restart, mas ela já aprendeu que todos os ônibus amarelinhos vão para o Centro, e então, respondeu toda orgulhosa para o bonitinho, enquanto pensava: – Meu Deus, que cara bonitinho!

Ele então perguntou se ela ia para o Centro também. Ela disse que não, mas que o ônibus dela também ia para o Centro. Após a resposta, ela voltou a olhar para o lado procurando seu ônibus, mas o bonitinho não desistiu, e começou a puxar uma conversa atrás da outra. Nessas, trocaram nomes, cursos de faculdade, ele disse que ama teatro e que acha que leva jeito, tinha uma super carinha de bom moço e dois super olhos azuis. Passou um ônibus que ia para o Centro, e Júlia falou para ele. Ele então respondeu: – Não. Prefiro esperar o seu.

Júlia corou internamente, e continuaram o papo, até que ele pediu o telefone, e ela, que nunca passa telefones, sentiu um frio na barriga, mas passou. E riu da cara dele quando ele pediu o ORKUT dela. Ele riu, falando que sabia que todo mundo tinha facebook, mas que ele não ligava muito para internet. Mesmo assim, pediu o msn de Júlia, além do telefone: – Para garantir! Não quero perder o contato!

Júlia suspirava, e o bonitinho não parava de conversar. Até que chegou o ônibus, e ele insinuou pagar a passagem dela, mas ela fingiu que nem era com ela, passou seu cartãozinho e foi se sentar, ele sentou do lado, claro, ele mostrou o visor do celular e perguntou se tinha anotado o e-mail dela direito: – “Não quero correr o risco de ter anotado errado, né?” E Júlia corou, mais uma vez.

O ônibus chegou ao ponto de Júlia e ela desceu pisando em nuvens. Sonhando com bonitinhos de ponto de ônibus. Ensaiando animada pensando em bonitinhos, e falando para as amigas sobre bonitinhos.

Uma semana passou e cada vez que o celular tocava ela arrepiava. E cada vez que uma solicitação de facebook ou msn chegava, ela tremia. E sei que já se vão mais que 20 dias nisso, e não, o fim da história ainda não foi feliz para nossa doce e esperançosa Júlia. O quase-príncipe não adicionou. Não ligou. E nem caiu do céu no ponto de ônibus de novo.

E ninguém consegue entender porque diabos eles fazem isso. Isso, de pedir telefone, e-mail, e nem ligar, nem falar nada. Homens. Bonitinhos, ainda por cima. Ô RAÇA.

bico

Aqui pra você, ó!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O outro capítulo sobre os capítulos de 2011

Junho acabou, e eu comecei o semestre novo lendo Comer rezar amar, que é bem divertidinho no início, e eu dei boas risadas, mas no final ele dá uma boa enrolada. E meu exemplar tem a capa baseada no filme, e eu me estressava de tanto ver a foto da Julia Roberts. Depois dele, comecei Sushi, da Marian Keyes, que foi mega enrolado até a última parte, que foi uma delicinha de ler. Depois disso, comecei com a série Os O’Hurley, da Nora Roberts, que fala sobre uma família de artistas. O primeiro, Abigail, fala da irmã que foi morar na fazenda. O segundo, Maddy, fala da atriz/dançarina de musicais da Broadway. O terceiro, Chantel, fala de uma estrela de cinema, e o quarto, Trace, fala do irmão ovelha-negra, que não quis ser artista. Me perguntem se eu amei. Como disse a Madi, em seu comentário do post passado, tenho os 2 pés enfiados no teatro, então a história da Maddy me comoveu demais. É uma série de livros linda, que fala do amor. À arte, à família, e à vida em si. Vale muito à pena.

Bom, não quis separar os O’Hurley, mas teve coisa no meio. A autobiografia de Sidney Sheldon, O outro lado de mim, foi um deles. FANTÁSTICO. Livro bem grosso, que eu lembro de ter devorado em menos de cinco dias, simplesmente porque eu não conseguia parar de ler.

Já em agosto, comprei o livro Harry Potter – A magia do cinema, que é quase uma obra de arte. Cheio de fotos e acessórios que pulam das páginas, é realmente um passeio pelos filmes da série. Muito bom, de verdade. Depois dele eu me enfiei em Gabriel García Márquez, com Memória de minhas putas tristes, que ao contrário do que o nome insinua, acaba sendo bem puro, em partes. Só quem já leu pra me entender. De Gabriel fui pra Sparks. Meu primeiro Sparks, e como eu sou clichê, comecei logo com Querido John, e achei bem meloso pro meu gosto, mas é fofinho, e é bom de vez em quando. Depois do Sparks cheguei em Florbela Espanca, e já falei tanto da minha paixão pela poetisa aqui e aqui, que não vou falar mais. Não porque não há assunto, porque sempre há. Mas pra não ficar tão repetitiva. Eu amo Florbela e pronto, sobre ela, acho que basta dizer por hora que foi o primeiro livro de poesias que me encantou, e que a coleção da poesia completa dela nunca mais saiu da minha mesa de cabeceira e do meu coração.

Entre a poesia completa da Flor, eu li também Fadas no divã, um livro gigantesco sobre a psicanálise nas histórias infantis, que, obviamente, a minha professora de teatro me emprestou no começo do módulo. É uma viagem, de verdade! A explicação que mais me marcou foi certamente a da história Barba Azul, mas todas tem fatos muito interessantes.

Setembro chegou, e com ele, meu segundo Sparks. Um amor pra recordar, que eu já tinha visto o filme há muito tempo. E foi interessante, porque ao contrário da maioria dos filmes baseados em livros, que são um resumo da história, dessa vez senti que o livro foi um resumo do filme. Porque o livro era tão curto e grosso que o pessoal do filme teve que inventar coisas fofas para o desenrolar da história, sério. Sei que isso é inusitado, mas mil vezes o filme. É a segunda vez que prefiro o filme ao livro. A primeira vez foi com O diabo veste Prada, leitura de 2009, se não me engano.

Bom, depois de Sparks eu voltei pra Harlan Coben, em Cilada, que é fantástico. Quase engoli o livro. Do tenso Cilada eu fui para o doce/tenso Pequena Abelha, que ganhei da minha amiga-futura-sócia-de-uma-filial-da-livraria-cultura, Juju. É um livro bacana e bem diferente, nunca vi história parecida! Depois dessa, li Eu sou o mensageiro, do Markus Zusak, de A menina que roubava livros. Fantástico, eu DEVOREI, peguei emprestado da Rafa, e fui eu mesma que dei pra ela. Mas assim, é um livro fantástico MESMO, desses que ninguém deveria passar sem ler.

Depois disso sabem o que eu fiz? Passei o fim de setembro, outubro, novembro, e começo de dezembro INTEIROS enrolada com o primeiro de NOVE volumes de As aventuras de Sherlock Holmes, que eu comprei pensando que ia amar. Reparando no tempo que eu demorei para ler, vocês já devem imaginar né. Sorte que eu não cometi a insanidade de comprar mais de 1 volume de uma vez, senão estaria me odiando profundamente. Gente, Sherlock Holmes nunca mais. Achei um saco o livro. E aí eu fui ganhando/comprando livros nesse meio termo, e os livros que eu ainda não li, eu vou deixando em cima da minha cabeceira… Observem o estrago que Sir. Arthur Conan Doyle fez em minha doce cabeceira:

Cabeceira

Finalmente terminei, e agora estou lendo Trem noturno para Lisboa, de Pascoal Mercier, que peguei emprestado com a mãe da minha amiga. Parece bacana, mas tem que estar bem concentrada, é um livro bem introspectivo. Ali na foto tem Florbela também, porque Florbela nunca sai dali, eu já disse. E esse amarelinho é um oráculo de pensamentos fofos, que eu ganhei de natal da Nathy.

Acho que tenho chances de terminar o Trem Noturno ainda esse ano, e certamente emendarei em Um Dia, que foi o presente de amigo secreto mais acertado do mundo, que ganhei da Letícia. E olha que eu nem falei nada, só falei que queria um livro, e a danada foi direto no que eu mais queria ganhar!

Enfim, é isso né gente! Na literatura do segundo semestre também teve O Submarino Amarelo, adaptação de Juliana Lang. Que venham muito mais capítulos de tudo isso! 2012, me aguarde!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A literatura de 2011

Iniciei o ano me atrevendo a ler Crime e Castigo. Os nomes das pessoas eram tensos ao extremo, tipo Raskolnikóv e Ivanovna. Mais tenso ainda, só o enredo. Pensei que ia demorar mais, mas passei altas tardes de tédio em uma casa de praia, sem ir pra praia, e sem internet, apenas com uma rede e o livro na mão, ou seja, li.

De Dostoiévski a Harlan Coben, o segundo livro do ano foi Não conte a ninguém, e sabe aquela coisa de achar algo onde você nem quis procurar? Pois é. Harlan Coben é o cara, gente. Aquela sensação de não conseguir fechar o livro até terminá-lo é algo que impera em suas obras. Depois disso eu fui pra Clube do filme,  de David Gilmour, bem descartável, pra falar a verdade, mas foi interessante pra passar o tempo. Fechei janeiro com Lolita, obra que estava lendo há séculos e não conseguia terminar nunca.

Fevereiro chegou com uma paródia bem tosca de Crepúsculo, chamada Opúsculo, que eu ganhei da Juliana. Foi a única vez que ela errou no presente, e coitadinha, nem sei se conte isso pra ela. Mas o livro é ruim, gente. Ruim. Sorte que depois dele já peguei Alice, que de tão doce, hoje domina o template desse blog (mais uma vez, quem fez e arrasou foi a Tary).

Alice (1)

Terminei o mês com O guia do mochileiro das galáxias, que também tinha ganhado de presente. Achei altamente dispensável, mas muita gente gosta! O que seria do lilás se todos gostassem do amarelo, afinal?

Em março eu me iniciei em Jostein Gaarder, com A garota das laranjas. Extremamente leve e doce, adorei. Depois disso me enrolei até as tampas com Os homens que não amavam as mulheres, de Stieg Larrson, e só consegui terminá-lo em abril. Detestei.

Mas saindo dos livros, em março começou, né, gente. Vamos Falar de Amor sem dizer Eu Te Amo. Com isso começaram Inês Pedrosa, Milan Kundera, Tennessee Williams, Heiner Müller e seus corações, e ele, Caio F.. Com a primeira veio o sofrimento da viúva, com Milan veio o fantástico Jogo da Carona, de Tennessee Williams vieram Fala comigo doce como a chuva e Essa propriedade  está condenada, sendo que por causa da primeira nunca mais eu consegui ouvir a palavra SEDE sem sussurrar ÀGUA, e a segunda ganhou uma das marcações mais belas e significativas da peça. Heiner Müller guiava o texto todo, com o clássico diálogo do “Posso colocar meu coração aos seus pés?”, e o grande Caio entrou na dança com “Eu preciso de alguém e é tão urgente o que eu digo”, dando voz às angústias da Clara. O texto inteiro é uma obra-prima, e nisso entra toda a literatura da minha diretora e ídola, Airen Wormhoudt. (É claro que o nome dela ia aparecer na lista da literatura, ora poix.)

euteamo

Na verdade, foi em abril que a Airen entregou o texto inteiro, com a minha cena e tudo, onde apareceu meu Caio F. Mas durante abril eu fiquei só no texto mesmo, por fora eu li A menina que não sabia ler, que é uma pira, Eu sou Alice, que é a história da Alice que inspirou Lewis Carroll a escrever a história do país das maravilhas.. Amei. Mas não recomendo a quem não tenha lido a ficção ainda. Ler a biografia estraga um pouco da magia. Mas a história é tão intensa que eu jamais me arrependeria de tê-la lido. Ainda em abril, veio Jornal Nacional: Modo de fazer, bem gostosinho de ler, cheio de curiosidades e fotos.

O mês de maio eu passei abraçada com 3 livros que ganhei de aniversário em abril. O mundo de Sofia, interessante, mas precisa ter paciência com a quantidade de história da filosofia. O castelo de vidro, maravilhoso. E elas, as famosas, as Virgens Suicidas, de Jeffrey Eugenides, que eu ganhei da Rafa, e queria tanto, mas tanto, que ela nem sabia e adivinhou. Quando eu abri o pacote eu quase desmaiei de emoção. Fiz tanto carinho no livro, e fui deixando ele pra depois, só porque ele era o melhor bombom da caixa. Li, me encantei, e, segredinho? Estou querendo montar uma peça sobre esse livro no meu próximo semestre do teatro. As meninas da turma ficaram bem animadas, rezem pra diretora topar!

Em junho eu já estava tão consumida e apaixonada por Vamos Falar de Amor sem dizer Eu Te Amo que passei dias me deliciando com a biografia de meu novo amor: Para sempre teu, Caio F. Tanto da construção da Clara veio desse livro que nem se explicar. Ainda nesse mês li Travessuras da menina má, presentão de aniversário da Amandinha, que é fantástico e me apresentou a personagem mais perturbadora de todas.

Eu achei que ia precisar de um post só para fazer essa retrospectiva, mas já vi que gosto de falar do assunto e que vai ser melhor dividir, senão eu vou começar a me polir no final, e não quero. Tem muita água pra rolar ainda, eu nem cheguei na Florbela Espanca! Sendo assim, encerro aqui o primeiro semestre, aguardem o próximo e último capítulo sobre os capítulos de 2011!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Aniversário da melhor amiga…

… tem data reservada nesse blog, não tem jeito. Por mais que eu ache que já falei tudo o que podia, e que mais um post só vai tornar tudo bem repetitivo, o dia 8 de dezembro é da Juliana e pronto. E eu não posso nem reclamar, afinal de contas, ela que teve a ideia de criar blog, e por isso, tem grande participação nos 3 anos desse aqui. Vamos lá.

Ju, esse é o 4º aniversário seu que eu comemoro. Parece mentira. Parece mentira porque mostra que o tempo passou rápido, mas porque me mostra também que, meu Deus, é só o 4º? Como assim eu passei 15 anos sem você? Espera, eu já sei. Nós duas precisávamos de maturidade para nos encontrarmos.

Eu e você não temos nada a ver uma com a outra. Nada. E acho que essa é a magia. A gente acaba se equilibrando, e tudo dá certo. Você é minha amiga que menos tem a ver comigo, e uma das que mais me ensinou nessa vida. Você é aquela que me dá tapa na cara quando eu estou chorando demais por algo que não tem jeito. É aquela que xinga quem apronta comigo antes mesmo de eu xingar.

Ano que vem ela vai morar 1 mês aqui em casa, vai ser tipo a nossa prova de fogo: Será que vamos brigar pela primeira vez? Arrisco dizer que não. A gente sempre se entende antes de ir às vias de fato.

Enfim. Falei demais e não falei o que a data pede que eu fale: Parabéns, Juliana! Muitas felicidades, muito amor, muita paz, muita saúde, e muitos, muitos anos de amizade pra nós, porque eu não sei o que eu faria sem você, minha BFF.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Onde andará Desirée?

Cabaret Brasilis.

Cabaret

Essa peça já tinha me ganhado antes mesmo de ganhar vida. Eu lembro. Era setembro, e eu estava sentada na escada que fica na frente da minha sala no Cena, esperando minha vez de entrar para fazer o exercício. Estava conversando com a Airen, e perguntei se ela já tinha decidido o que faria com o musical que estava dirigindo. Ela deu seu tradicional sorriso enigmático, e respondeu: Um Cabaret. Eu lembro que falei,  meio que tremendo: Tia Airen!

E aí a porta abriu e minha professora foi me buscar. Pronto. O “Cabaret da tia Airen” tinha me ganhado ali. Não ia precisar de muito. Passou setembro, outubro, novembro, e eu sempre ouvindo de cá e de lá sobre essa peça, conversando com minha amiga que é dessa turma, morrendo de ansiedade só de pensar.

E estreou. Estreou, e eu estava com um frio gigante na barriga quando segurei aquele ingresso da melhor cadeira do teatro. Estava com a barriga gelada quando entreguei para o bilheteiro. Me senti aos 5 anos indo ao circo, tamanha ansiedade. Quando senti o clima que estava no teatro, subi a escada e me deparei com o palco, minha vontade era sair correndo pra subir lá junto. Cenário LINDO, com luzes amarelas e tecidos vermelhos brilhantes. Meninas de meia arrastão, sapatos pretos e corseletes, dançando em cima de cadeiras. Um bar ao fundo, cheio de garrafas.

Se o espetáculo já tinha me ganhado há muito tempo, ali eu me embriaguei. Eu fui descendo a escadas até o meu lugar sem conseguir tirar o olho do palco, sentei na cadeira e não consegui tirar o olho dali nunca mais. Foi tão bem montado, tão lindo, tão, tão! Quando a peça acabou eu tomei um susto, afinal de contas, era hora de voltar pra realidade, e eu estava tão ali, que parecia que era real. Eu fui totalmente sugada por aquele mundo, e agora estou aqui, deprimidíssima: – Como assim a Airen já montou um Cabaret perfeito? O que eu farei da minha vida quando chegar meu musical?

Falei pra minha amiga que vamos ter que pegar a Airen no musical, e ela vai ter que montar “Cabaret 2: O retorno de Desirée”. Senão eu vou ficar muito frustrada. Como isso é bem improvável, melhor eu utilizar esse 1 ano e meio que falta até a estreia do meu musical de formatura pra me conformar.

O Cabaret foi montado, e foi perfeito. E se eu tive uma vontade louca de também estar no palco de arrastão e sapatos pretos, em cima de cadeiras, procurando por Desirée, eu preciso dizer que estar na plateia foi mágico também. Porque foi como se eu tivesse saído das cadeiras do meu conhecido e amado teatro e realmente me transportado para dentro de um Cabaret.

Airen, você arrasou mais uma vez. Elenco inteiro, vocês mandaram bem demais. Fecharam com chave de ouro. Obrigada pela pouco mais de 1h incrível que passei ali.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Sobre o que eu aprendi no infantil.

Posso começar dizendo que aprendi que o tempo passa rápido demais, mas isso eu já aprendi faz tempo. Mas é que eu estou me assustando ao começar a fazer esse post, visto que me lembrei do meu primeiro post sobre “Vamos Falar de Amor sem dizer Eu Te Amo”, e não mais que de repente, aqui estou eu fazendo o último sobre “O Submarino Amarelo”. O tempo não passa. Corre. Mas nesse meio tempo, deu pra aprender muita coisa. Vou tentar enumerar.

Nesse módulo de teatro infantil, eu aprendi que o segundo semestre tem quatro meses. Aprendi que uma peça pode ser montada em 1 mês. Aprendi que eu tenho coragem de cantar em público, e que tive capacidade pra cantar 2 solos.

Aprendi que cola quente realmente queima, e estou com uma bolha roxa no indicador da mão esquerda. Aprendi que coturnos machucam muito o pé, e tenho um calo enorme no meu calcanhar direito, que dói muito, mas no palco, eu nem sinto. Aprendi que cola de cílios é bem potente, e que se a professora usar para colar brilhos no seu rosto, você vai precisar jogar álcool gel pra tirar. Sim. Álcool gel no rosto.

Aprendi que enfiar a cabeça dentro da pia do banheiro do camarim pra lavar o cabelo com o sabonete líquido que fica lá pode ser bem interessante, ao invés de ir almoçar no shopping com a cabeça cheia de grampos e laquê. Aprendi que, mesmo com o cabelo armado de sabonete líquido e o rosto cheio de gliter, é só colocar meu óculos roxo e sair com um ar blasé do camarim que todo mundo vai me chamar de Lindsay Lohan.

No dia da banca, eu confirmei que a Airen lê pensamentos: Ela foi banca da nossa turma, e quando eu pisei no palco eu já sabia o que ela ia falar de mim. Quando eu contei pra ela, ela me abraçou, beijou minha galharufa, e disse que mães sempre sabem. É. Mães sempre sabem.

No infantil, eu aprendi que Beatles é uma delícia, e que dançar com peruca cor de rosa e figurino fofinho pode ser muito gostoso. Aprendi que não é sempre que você vai ter uma conexão transcendental com a peça com a qual você está fazendo e com o seu personagem. Aprendi que a paixão é pelo teatro, pela arte, por cada pedacinho dela, e que isso está acima de qualquer peça. Aprendi que fazer uma peça infantil, colorida e cheia de dancinhas pode ser bem mágico, gostoso, e ter um resultado bem bacana.

Sub 175

E esse está sendo o processo de O Submarino Amarelo, que termina sua temporada amanhã. Foi uma delícia, mas posso falar? Aprendi também que prefiro os dramas. Não é atoa que estou saindo tranquila desse processo, com uma sensação deliciosa de dever cumprido, enquanto não me recuperei até hoje do fim de Vamos Falar de Amor, hahaha.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Aquele do Woodstock na calçada

Na verdade, acho que tudo começou segunda-feira passada, quando começou a maratona pré-estreia de “O Submarino Amarelo”. Se eu dava risada semestre passado de ir todas as noites da mesma semana ensaiar Vamos Falar de Amor (e ia completamente apaixonada, por sinal), dessa vez a coisa foi ainda mais… reflitam vocês mesmos. Foi uma semana indo DIRETO da faculdade pro teatro e saindo de lá às 22h20 da noite. Teve um dia que ficamos a tarde toda pintado cenário, e quando percebemos, era 18h e ainda não tínhamos almoçado. Esse dia eu estava tão pirada, que chorava e ria ao mesmo tempo. Estrutura emocional a gente vê por aqui. Mas enfim. Foi uma semana de maratona TOTAL, os professores todos riam da nossa cara, porque nossa turma realmente tomou conta da escola nessa semana que passou. Tinha pedaço da nossa turma nas salas de aula, na cantina, no pátio, no cenário, na varanda dos professores… era engraçado.

Sexta-feira de noite estávamos uma pilha de tão nervosos. Cheguei em casa, tomei banho, lavei cabelo, sequei, coloquei meu roupão cor-de-rosa (porque o Jr. diz que toda atriz PRECISA de um roupão cor-de-rosa), tomei um chá de camomila pra ver se limpava a minha voz e se eu acalmava um pouco. Detesto chá. Mas tomei. E fui dormir com o coração na boca.

No outro dia, 8h30 da manhã estávamos juntos no teatro. Um com dor de barriga, a outra com vontade de vomitar, uns mais quietos e tremendo… Enquanto isso, colávamos cenário, nos abraçávamos, e a professora chamava um a um pra maquiar.

11h15 eu estava encolhidinha na coxia, tonta de nervoso, apertando a galharufa com o espírito, e segurando a mão dos meus amigos, até que começou a tocar o trompete de All you need is love e eles me deram impulso pra subir marchando no palco.

A primeira cena passou, eu consegui cantar sozinha em público e dançar ao mesmo tempo. Quando voltei pra coxia, encostei na parede e deslizei até o chão. A primeira cena tinha ido. Agora o resto aconteceria feito mágica.

A estreia não foi brilhante como foi a de Vamos Falar de Amor. Na verdade, a estreia de O Submarino Amarelo foi quase um ensaio geral. Mas tudo bem. Melhoramos na apresentação de ontem, e acredito que consigamos melhorar para as duas faltantes. Quarta-feira é a banca, e eu acho que nunca tive tanto medo de uma banca na minha vida, porque já ouvi tantas coisas adversas que tenho dúvidas de a que devo me ater.

Sei que apresentamos sábado de manhã, domingo de manhã, e depois fomos almoçar no shopping. Comemos e demos muita risada, depois voltamos pra escola para ver outras peças. Eu ainda estava cor-de-rosa, com o cabelo armado e brilhos no nariz. Mas tudo bem, faz parte.

Entre uma peça e outra, fomos tomar sorvete, e depois sentamos na calçada da escola pra bater papo. Eu e a Elo, as mais caras-de-pau, deitamos na calçada. E o papo fluía que era uma beleza. Girava sempre em torno do mesmo assunto, mas não acabava nunca. E ficamos lá. Sentados/Deitados no chão. Juntos, embaixo do sol, conversando e “vivendo de amor e arte”. A Airen, diva que só ela, saiu do portão com sua saia xadrez e meia calça preta, óculos escuros, olhou e falou: “Woodstock na calçada, é isso? Ah, esses nossos alunos CenaHúnicos”!

Isso é único mesmo. Estar batendo papo na calçada, debaixo de sol, como se a amizade e a arte fossem as únicas coisas importantes no mundo. E naquele momento, aquilo realmente era a única coisa que importava. Porque o bom mesmo é ser apaixonada pela arte, mesmo que ela te dê vertigens de nervoso antes de pisar no palco com peruca rosa pra cantar sozinha. É ser apaixonada por cada medo que a arte faz você passar. É ter medo, muito medo, de não conseguir dar menos que o seu melhor. É amar. Acima de tudo. E bom mesmo é ter com quem compartilhar cada segundo: Do medo, do nervoso, e do amor. Do amor.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

We all live in a Yellow Submarine

Submarino

E está chegado. Essa semana estamos completamente embarcados. Desde segunda-feira que eu vou direto da faculdade pro teatro, e de lá só saio por volta das 22 horas. Ensaiando peça, coreografia, música, pintando cenário, recortando flores, enfim, fazendo tudo acontecer.

E sábado, às 11h da manhã, VAI acontecer! Depois de correria, choro, dedicação e sorrisos, vai acontecer. Energia não está faltando, vontade de fazer também não. As roupas e perucas já chegaram, falta pouco para o Submarino zarpar. O mais importante já aconteceu: Estamos todos dentro dele.

Dessa vez, foi mais difícil. Pelo menos pra mim. É infantil, né. Cor, pulos, dança, sorrisos o tempo todo. Eu fiz o máximo pra me entregar de corpo e alma, mas sempre tem uma hora ou outra que eu me sinto ridícula. E obviamente, me odeio por me sentir assim. Mas cada um conhece seus limites. E eu estou aprendendo a lidar com os limites toscos que eu me imponho sem minha permissão. Funciona um pouco. Hoje quando eu coloquei a peruca cor-de-rosa e me olhei no espelho, pensei: “Não subo no palco com essa peruca de jeito nenhum”. É claro que em 10 segundos eu virei, fingi que nem era comigo, mas fiquei engolindo aquele medo por algumas horas, até lembrar daquela frase que não sei de quem é: “Só os imbecis tem medo do ridículo”, e eu com certeza não cheguei até aqui para ficar com vergonha de subir no palco com uma peruca cor de rosa. Lucy jamais teria vergonha disso. E nem eu. Eu carrego uma galharufa. Eu não tenho medo de nada.

Então vamos lá, Lucy! Vamos lá, Pepper, Joana, Ringa, Paula, George, Azulão e Azulinha! Vamos fazer esse Submarino Amarelo zarpar, brincar, dançar, cantar e encantar!

Vem, gentch!!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Contrariando Sartre

Porque Sartre um dia foi lá e disse a célebre frase: “O inferno são os outros”, e eu não posso sair afirmando por aí que discordo dele. Mas tampouco concordo. Porque nesse mês eu andei analisando a minha própria pessoa (a arte de sair do seu corpo e ficar sentada do lado de fora observando suas atitudes) e cheguei a conclusão de que eu sou obrigada a contrariá-lo sim, ao menos em termos. Em muitos casos, o inferno não são os outros. Somos nós mesmos.

Eu sou capaz de fazer uma bagunça tão grande na minha cabeça, que dificilmente alguém conseguiria fazer um estrago maior. As pessoas podem até falar, julgar, criticar, mas na hora do vamos ver, na hora das madrugadas insones e das tardes de domingo, não tem jeito. Somos eu e eu. E é aí que a coisa periga.

Eu não sei vocês, mas eu me julgo muito, então eu acho que o ser humano domina a arte de se alto pregar na cruz, sabe assim? E quando eu resolvo me pegar pra Cristo, lembro de erros de mais de anos atrás, erros dos quais eu não me perdoo, e resolvo, inutilmente, ficar matutando sobre o assunto, até tudo virar uma bola de neve e eu me pegar sentada na cama chorando em plena madrugada.

Não. Eu não estou em crise existencial, muito pelo contrário, e é por isso que estou conseguindo fazer esse post, acho. Eu andei juntando coisa com coisa. O estopim foi o teatro, assumo. Muitas vezes ele o é, mas é porque ele é grande parte da minha vida, vocês sabem.

Eu acho que comecei a pensar isso ainda de forma inconsciente, o dia que meu professor me disse que eu cantaria um solo na peça e eu olhei pra ele e falei que estava desesperada. Ele falou que sabia disso, mas que se eu não confiasse em mim, era para eu confiar nele, que ele confiaria em mim, e tudo daria certo, e então eu saí um pouco mais calma dali, para logo depois tentar colocar a cabeça no lugar e concluir que eu não posso ficar esperando, sempre, que as pessoas confiem em mim. Eu tenho que confiar em mim em primeiro lugar, para assim, dar base para que os outros confiem.

Teve início aí, e depois eu comecei a repensar muitas coisas, e perceber que isso já estava implícito em mim em algumas questões anteriores, eu só não tinha conseguido perceber. Na verdade, eu notei que quando ‘a água bate na bunda’, a gente realmente tem que aprender a nadar. Semestre passado, também no teatro, eu tive muito medo de não conseguir fazer a Clara direito, de falhar, de não encontrar, enfim. Mas eu tinha entrado depois na sala, e guardei muita timidez em relação a muitas coisas, então, meio que fui segurando meu medo sozinha, sem contar pra ninguém. A Airen sabia o tempo todo, sem que eu precisasse contar, porque ela sempre sabe. Mas eu nem pensei que ela soubesse, e segui o fluxo das coisas: Com medo. E analisando isso, e analisando o que a Clara se tornou, eu percebi que ela nasceu, e se ela nasceu, foi porque em algum ponto dessa estrada eu confiei que ela iria nascer.

Juntei lé-com-cré e vi que, se eu não fui desabafar horrores sobre o não-nascimento da Clara com alguém que viraria e falaria que confiava em mim, obviamente eu acabei confiando em mim por mim mesma. E foi bacana perceber que, então, no fim das contas, eu sei confiar em mim. O caminho pra isso é que às vezes parece difícil.

Mas conseguir definir isso, e ter como um ponto claro pra mim, já foi bastante interessante. Porque agora eu sei mais ou menos como pensar, sei que tenho que lembrar disso, e prestar atenção na maneira como eu guio as coisas pra mim mesma. Sabe aquela música que diz que “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”? Pois é. A dor e a delícia. Mas a gente acaba se acostumando em achar a grama do vizinho mais verde, nos acostumar com nossa dor e com a delícia dos outros, ao invés de perceber que muitas vezes, nós mesmos causamos (ou pelo menos aumentamos monstruosamente) nossas próprias dores. E eu posso falar bem disso, porque sou dramática pra caramba.

Sei que agora eu aprendi a lidar melhor com as milhões de caraminholas que aparecem sem avisar na minha cabeça. Eu ainda grito socorro. Ainda soco travesseiros quando fico nervosa. Ainda me encolho e choro quando julgo necessário. Mas agora eu lembro que eu não devo ser o meu próprio inferno, e que para ter a cabeça no lugar, eu preciso me dar paz.

Isso não é auto-ajuda. Não é auto-estima. Não é revista de adolescente falando pra você aprender a se amar. Não é MESMO. É só aprender a lidar consigo mesma. Tentar entender onde ficam seus limites, onde fica o medo, até onde ele é necessário, e como colocar sua cabeça a seu favor.

Longe de mim dizer que Sartre estava errado quando disse que o inferno são os outros. Ele está certo sim. É que ele já tinha a mente bem evoluída para se livrar do seu inferno interior e só encontrá-lo do lado de fora. O inferno deveria sim ser os outros, o mínimo que podemos fazer por nós mesmos é sermos nosso céu. E isso é bem interessante, porque somos obrigados a conviver com nós mesmos o dia todo.

sábado, 19 de novembro de 2011

Vitrola da Cultura

Eis que o trabalho final de telejornalismo era montar um programa de estúdio. A professora falou, e então eu entendi um pouco sobre J. K. Rowling. Sabe, quando ela contou em milhares de entrevistas que a história do Harry Potter caiu inteirinha na sua cabeça, assim, poft, como se fosse mágica? Estou bem longe de receber uma entidade me contando uma história tão perfeita quanto Harry Potter, mas juro que o que aconteceu com o Vitrola da Cultura foi algo parecido. A professora falou: Montem um programa de estúdio. Eu virei pro lado e falei para os meus amigos: Venham aqui. Vamos montar o Vitrola da Cultura.

O programa apareceu montado na minha cabeça, como mágica. E aconteceu, cara. É tão bom sonhar com alguma coisa e ela acontecer. Melhor. Sonhar com alguma coisa e FAZER ela acontecer. Pois foi o que fizemos. Ignoramos tudo o que podia dar errado e fizemos. Nossa reportagem principal mesmo, tinha que ser filmada em um domingo. Era dia 6 de novembro, adiaram pra 13, véspera de feriadão. Dois amigos que iam comigo, sendo que uma ia ser a repórter, foram viajar. A PUC não empresta câmera filmadora aos domingos. Nem liguei. Passei a mão na minha Elizabeth, chamei outra colega pra ir, falei com meus amigos (era uma reportagem sobre o grupo de teatro voluntário de uns amigos meus!) e fui convidada para ir no carro deles, ainda por cima. Fui com eles cantando, nadando nas janelas, num espírito delicioso. Filmei a peça, mas infelizmente tive que excluir a primeira metade dela, pois os depoimentos de todos eles não iam caber no cartão da câmera! Quase chorei, mas tudo bem. Apaguei a primeira parte, gravei TODOS os atores e a diretora falando coisas sobre o processo, e até que tremi pouquinho! No final, tivemos uma conversa deliciosa, eles choraram, eu quase embarquei junto, minha colega se encantou pelo teatro, disse que agora me entende, e depois ainda me enfiei no carro deles e ficamos num barzinho até 22h30. Chato, né?

Depois a colega que foi viajar editou a reportagem, minha entrevistada in loco desmarcou pois teve um compromisso, e praticamente nos 40 do 2º tempo, meu colega de teatro me salvou ligando para o amigo dele, que também fez a peça, para ir lá dar entrevista in loco, e foi a coisa mais deliciosa! O programa foi uma delícia, eu me surpreendi com a minha calma pra falar na frente da câmera. (Eu e o Gus éramos os apresentadores, bafo, fala sério).

VC 009

Filmar foi fácil. A hora que o programa passar na sala de aula eu desmaio, mas aí são outros 500.

O Gus virou pra mim e falou: Se você estiver com vergonha de ser apresentadora de TV, finja que é uma atriz interpretando uma apresentadora de TV, ué. E aí, já sabem. Galharufa no pulso, paixão no peito, e tá tudo certo!

Eu, Gus e Rudi fizemos o primeiro bloco INTEIRINHO com uma tomada. Não erramos nenhuma vez. A diretora, dona  Rhaíssa, que ordenou que eu fosse de vestido e bota, e estava desfilando de terninho, ficou toda orgulhosa. Depois ficamos lá, batendo papo e dando risada no sofá, com a Nathy, produtora, que estava de câmera, até podermos gravar o segundo bloco, porque nosso entrevistado número 2 estava fazendo prova. Eu ainda tive um minuto de bobeira delicioso e falei:  “GENTE! Eu estou realizando um sonho”. Perguntaram o que era, e eu: “Quando eu era criança, eu morria de vontade saber o que o pessoal do programa ficava fazendo na hora do intervalo comercial. Agora eu sei. Dando risada no sofá”. Que delícia foi pensar isso, de verdade. Me aqueceu tanto o peito lembrar das minhas vontades de menina de 5 anos ali, quando eu estava com aquela roupa, aquelas botas, aquelas câmeras e aquele IPad na mão, pronta para chamar o segundo bloco.

Sei que foi uma delícia. Que deu certo, que o grupo trabalhou em sintonia mesmo, tudo funcionou, demos boas risadas, e saímos nos abraçando, com aquele orgulho delicioso de nós mesmos, que só sentimos no final de algo que foi muito gostoso!

VC 016

Rudi é o entrevistado mais fofo da cidade, eu de vestido roxo e botas, Nathy-produtora-contra-regra-de-moletons, Gustavo com seu cabelinho, Fer sentada no nosso amado chão que pensamos que não íamos conseguir comprar, Rhai diretora metida de terninho verde, Alan entrevistado que tocou violão no programa e tudo, Helô e Gleize que tiveram que ir apresentar trabalho de outra matéria mas ficaram ali em pensamento, e de pé, atrás, professora toda orgulhosa, que não fica junto na gravação, mas chegou no finalzinho pra elogiar o cenário e dizer que está doida pra assistir.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O dia em que meu Google Chrome morreu

Amanheceu gelado em Curitiba, mas eu nem sabia, porque estava no décimo sono enquanto amanhecia. Era mais ou menos 14h quando eu finalmente abri os olhos, e ainda enquanto me espreguiçava escutei meu celular apitar. Era a Gabi me mencionando no twitter, enquanto confabulava com a Marie sobre o sorteio do amigo secreto mafioso. Meio minuto depois, enquanto eu ainda decidia se realmente ia acordar ou não, lá veio outro apito no celular. Dessa vez era a Isadora, no GTalk, querendo saber onde diabos eu tinha me enfiado. Resolvi abrir os olhos. Sentei. Puxei meu notebook, liguei, e lembro vagamente do anti-vírus perguntando alguma coisa, que eu, ainda com sono e com um monte de meninas me apressando, cliquei no “não” sem querer. Gelei a espinha na hora. Sabia que tinha feito merda, mas não sabia o tamanho dela. Até que tentei usar o google chrome e ele não funcionou.

Entrei em pânico. As meninas me apressavam para fazer o sorteio do amigo secreto, e eu continuava em pânico. Desliguei e liguei computador. Reiniciei. Alterei configurações. Limpei disco. Desinstalei e instalei o programa. Restaurei sistema. E nada. O meu google chrome continuava sem funcionar. Nesse meio tempo fiz sorteio de amigo secreto, reclamei da falta do meu google chrome no facebook e no twitter, almocei, tentei mais um milhão de coisas pra ressuscitar meu navegador. Por fim, lavei a louça, tomei banho, e desci pro ponto de ônibus porque tinha duas peças para ver no Cena Hum.

Fiquei 40 minutos CONGELANDO em pleno novembro no ponto de ônibus. Vinham 500 ônibus, menos o meu. O Santa Felicidade passou 3 vezes. Eu já estava chutando calçada, comendo o resto da unha que me sobrava (porque segunda-feira, depois de 1 mês e com unhas grandes e fofas, eu fiz o favor de comê-las), com ódio da cidade, do frio, do ser maligno que tinha me roubado o google chrome, e morrendo de vontade de chamar um táxi. Aí o ônibus chegou.

Fui pro Cena Hum, bati papo em ótima companhia, assisti “Quando Romeu partiu”, chorei, saí pensando que Romeu não devia ter partido e que meu Google Chrome não devia ter morrido. Bati mais papo com a mesma ótima companhia, agora com mais um integrante. Assisti outra peça: “Estação 2412”, saí com a linda música na cabeça, e pensando em quando diabos o meu navegador voltaria a funcionar. Bati mais papo em ótima companhia com mais um integrante até minha mãe chegar, e fui lamentando no carro sobre a morte do meu Google Chrome. Cheguei em casa e tentei milagrosamente ligar o meu notebook e vê-lo funcionando, mas ele não estava. Jantei e tomei sorvete enquanto pensava no assunto e tentava arduamente usar o Internet Explorer.

Mas usar o Internet Explorer me dá raiva. Porque toda hora eu lembrava que era o Internet Explorer. Via aquele E lá em cima, via as coisas demorando pra carregar, facebook com outra fonte, e me irritava profundamente. Estava prestes a entrar em depressão. (Minha mãe diz desde que eu tenho 4 anos eu devia ser atriz.)

Minha irmã chegou no quarto pra tomar meu texto do teatro, e eu fui dando as falas enquanto batia papo com a diva Sabine no facebook e continuava matutando sobre o meu navegador em coma. Editei as rifas do teatro no computador (Falando nisso, alguém quer comprar?), e fui imprimir. Adivinham? A impressora não quis imprimir. Aquilo foi minha gota d’água. Juntei o frio, a chuva, o fim do feriado, a impressora que se recusava a imprimir minhas rifas e o meu google chrome quebrado. Entrei em crise. Comecei a dar socos na minha irmã e perguntar: “POR QUE EU, PORQUE EU?”, e ela se matava de rir, até que ela calmamente reiniciou o computador a impressora funcionou como mágica. Eu cheguei a falar: “Ok, agora clica no ícone do google Chrome. Se ele funcionar eu te dou 10 reais”. Mas nem funcionou.

Depois de um longo e tenebroso inverno, onde eu baixei vídeos, picotei rifas, entrei no tumblr e reclamei do IE no ouvido da Helena, ela resolveu ir dormir e eu fiquei forever alone na companhia do Internet Explorer. Meu anti-vírus está vencido tem 60 dias, e eu preciso renovar. Aí entrei pela ENÉSIMA vez do dia nas configurações de firewall do meu computador, e não consegui alterar, porque dizia que o anti-vírus é que mandava naquilo. Acontece que o anti-vírus está vencido. Ele bloqueou meu google chrome e ficou lá de cima, no seu patamar vencido e inabalável. Era eu contra o anti-vírus pela vida do meu google chrome e pela minha sanidade mental. Afinal de contas, mais um dia usando IE e eu ia pirar.

Olhei bem nas fuças do meu anti-vírus. Cliquei em desinstalar. E agora o meu google chrome funciona. MAN, I WON!

megustachrome

P.S.: Mãe, por favor, precisamos sentar no computador e encomendar o anti-vírus novo. Agora ele não está mais VENCIDO. Ele está INEXISTENTE. E isso é tenebroso. (Mas agora eu tenho meu google chrome de volta, não é lindo?)

domingo, 13 de novembro de 2011

Meu infinito particular

Vamos Falar de Amor sem dizer Eu Te Amo (221)

Daí que essa semana eu me peguei no twitter na maior conversa de decidir quem era o Beatle preferido de cada uma das envolvidas no papo. E eu estava me divertindo com os argumentos e com nossa babação em cima dos quatro rapazes e de suas músicas, e enquanto eu cantarolava “Lucy in the sky with diamonds” mentalmente, eu pensei, de novo, em como o teatro é algo fantástico.

Estar no palco é maravilhoso. É mágico. Entorpece e dá forças. Ao mesmo tempo que dá pra se pensar que nos tornamos vulneráveis, lá em cima também somos intocáveis. Porque sim. Só quem vive isso consegue explicar. Ou melhor, não consegue explicar. Consegue sentir, que é o importante.

Mas é incrível também o mundo que existe atrás e antes do palco! São tantas experiências, tantas “vidas”! Nessa minha “curta brincadeira” de estar no meu 4º ano de teatro, já fui uma criança que pedia histórias, já estive em lua de mel na Transilvânia perdida na casa mal-assombrada de um maluco, aprendi que meias arrastão pinicam, descobri que quando sua personagem tem que estar morta no palco você consegue se desligar tanto de si mesma que pela primeira vez na vida alguém fica sacudindo sua barriga e você não sente cócegas nenhuma vez. Semestre passado então foi recheado. Me apaixonei por Caio F., descobri Heiner Müller e seus corações, me encantei com o doce, e ao mesmo tempo, forte, jeito de Tennessee Williams contar suas histórias, e comecei a abrir um sorriso só de ver um vasinho de margaridas. Nesse semestre, não mais que de repente, me pego cantarolando Beatles por aí a torto e a direito, além de ter passado um dia inteiro camelando atrás de tecidos para o nosso figurino: Agora eu sei o que é tricoline e Oxford, gente. E nem vou mencionar o repertório que vem com a peça dos outros, só vou dizer um nome: Florbela Espanca.

E é por isso que o teatro é meu infinito particular. Porque é um mundo vasto demais para não ser chamado de infinito. E é particular porque cada um tira dali o que precisa, o que quer. Dumbledore disse que Hogwarts sempre estará lá para os que precisarem dela. Foi mais além, se corrigindo e reinteirando: “Ou melhor. Hogwarts sempre estará lá para aqueles que a merecerem”. Eu tenho que parafrasear o sábio bruxo e dizer que o teatro sempre estará lá para aqueles que o merecerem e precisarem dele. Para aqueles que souberem desvendar o infinito que existe ali. No palco, e atrás dele.

E terça feira começa a Mostra de Teatro do Cena Hum! E daqui a 13 dias estreia Submarino Amarelo! Merda Merda para todos nós! Que se faça a mágica, que se acenda a luz!

Foto da peça Vamos Falar de Amor sem dizer Eu Te Amo, tirada por Éri Buhrer.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Amor.

Eu ainda não tenho filhos. Um dia pretendo tê-los, segurar no colo, apertar contra o peito e ter certeza de que esse é o maior amor do mundo. Mas eu ainda não tenho. Eu tenho pais, tios, avós, primos, amigos, e amo muita gente. Amo mesmo. Porque eu sou dessas que me entrega, sabe? Me entrego de bandeja no primeiro abraço, no primeiro sorriso. Heiner Müller disse que a gente precisa perguntar se pode colocar o coração aos pés das pessoas. Eu não pergunto. Saio colocando. Se pisarem, eu acabo sobrevivendo. Mas eu amo.

Eu disse que ainda não tinha filhos né? Pois é. Um dia eu ouvi uma frase que dizia que irmãos mais novos nos ensinam a ser mães antes dos filhos chegarem. Juro que é a mais pura verdade.

A Helena é uma peste. Ela tirou essa casa do lugar comum quando nasceu. Ela chorava dia e noite, é birrenta, implicante, responde a minha mãe muito mais que deveria, e acha que é dona do nariz dela. E aí eu fico torcendo pra minha mãe virar a mão na cara dela. Mas é só minha mãe ameaçar que eu me fecho no quarto pra não ver, e no fim da contas, vou acabar chorando mais que a Helena.

A Helena é a pessoa com quem eu mais me preocupei na minha vida até então. De verdade. Até hoje, se eu estou sozinha com ela fora de casa e ela some 2 segundos da minha vista eu fico louca. Vai saber né? Também é da Helena que eu mais sinto falta quando eu viajo.

A Helena COM CERTEZA foi a pessoa com quem eu mais briguei na minha vida. Mas reza a lenda que a gente só briga com quem a gente ama. Então, vou te contar, deve ser amor demais!

Dia 20 de outubro de noite, poucas horas antes da Marina nascer, olhei pra Anna Beatriz dormindo no berço, meu olho encheu de água, e eu suspirei: “Mal sabe ela que ela está prestes a ganhar o melhor presente de toda a vida”. Porque é isso que a Helena é.

O melhor presente que eu ganhei na vida.

Ba 006

Feliz aniversário, criança.
Mas nem precisa se meter à besta com essa minha declaração.
Amanhã acaba seu aniversário e tudo volta a ser como era antes.
(E não OUSE namorar Mateus Solano. Ele é meu.)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Anna Vitória me entenderia

Lembro que era janeiro. Se não me engano, de 2009. Estreou a minissérie Maysa, e dentro dela, apareceu um rosto, que na história, atendia por Ronaldo Boscoli, ou algo parecido. Sei que eu corria pra frente da televisão só para esperar aparecer aquele rosto novamente, e todas as vezes que ele aparecia, eu tinha ataques de amor.

Algum tempo depois, estreou uma novela em que ele era do núcleo protagonista. Além disso, ele era 2! Podia ter algo melhor? Só se ele entrasse na minha casa né. A questão é que nessa novela eu afirmei minha paixão eterna por ele, que tem o sorriso mais lindo da ficção: Mateus. E vou chamar só de Mateus porque sobrenomes tornam a coisa impessoal.

Hoje o destino fez uma sacanagem comigo. Porque eu sonhei com Mateus. Pela primeira vez. E o sonho era MEU. Tinha que ser tudo lindo, romântico, eu e Mateus poderíamos ter nos casado, mas não. No meu pesadelo, Mateus era namorado da minha irmã. Repito: Mateus era namorado da minha irmã.

Eu lembro que eu estava tão revoltada, que me trancava no quarto pra chorar e chutar móveis. Tinham fotos de Helena e Mateus espalhadas por toda a minha casa, toalhas com o nome dos dois no meu banheiro, eles saíam para tomar milk shake juntos e eu mordia minhas mãos de tanta inveja dentro de casa. O sonho foi tão desesperadamente real, que eu juro que quando acordei, sentei na cama assustada e fiquei repassando mentalmente se minha irmã não era realmente namorada de Mateus. Não é, graças a Deus.

Já é difícil imaginar meu Mateusinho casado com outra, agora, esfregando seu amor pela minha irmã debaixo do meu nariz é sacanagem demais. Destino, providencie um sonho com Mateus onde EU case com ele. Ou não né. Porque aí corria o risco de eu não querer acordar nunca mais.


Mateus, vem ser SOL assim pra mim, vem. 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Keep calm and find yourself a Ross Geller

rachelross

É porque eu recomecei a assistir Friends, sabe. Acabei de primeira temporada agora, e confesso que assisti até aqui pensando várias vezes sobre tudo o que a Anninha falou aqui. E me irritei um pouquinho com o Ross. Ele é mimado. De verdade. É mimado, se irrita muito fácil, é bem rancorosinho, e eu confesso que comecei a ficar com medo do que eu estava começando a pensar sobre o Ross. Porque eu AMO o Ross, e acho que ele e Rachel são o casal perfeito, e eu não devia recomeçar a assistir Friends se isso fosse acabar com a imagem imaculada que eu tenho dos dois juntos. OK, nem tão imaculada assim, porque né…

Mas aí os episódios vão passando, e a primeira temporada termina exatamente quando o Chandler deixa escapar que o Ross é apaixonado pela Rachel. E aí eu já senti aquela pontada no coração que eu acho que por mais que eu assista Friends 1000 vezes nunca vai passar. E aí sumiu todo o resto. O Ross pode ter milhões de defeitos, mas Ross will be Ross. Não tem jeito.

Ele vai ser pra sempre o Ross. Aquele que se apaixonou pela Rachel aos 15 anos e a amou a vida toda. Aquele que olha pra ela como se olhasse para um diamante. Aquele que declara para quem quiser ouvir que o defeito de todas as outras mulheres no mundo é que elas não são a Rachel. É aquele que olha nos olhos dela e diz que SEMPRE foi ela. E só.

É o Ross, cara. O Ross. Ele pode ter o defeito que for, mas ele vai ser sempre o Ross da Rachel. E meu coração sempre vai me dar pontadas quando vejo cenas dos dois. E eu sempre vou chorar quando olhar a carinha de Rachel esperando-o no aeroporto com aquele buquê de flores na mão. Sempre.

Afinal de contas, ele pode ser o que for. Mas acima de tudo, ele é a lagosta dela. E ponto final.

branco

He is her lobster.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Meeting Lucy

Faltam 28 dias para a estreia de “Submarino Amarelo”, a minha nova peça. Amantes dos meus posts sobre teatro, pululem! O texto foi escrito por uma ex-colega de turma nossa, a Ju, e ela se baseou no filme homônimo, que conta a história de uma cidade que vive de cor e alegria, até que chegam os azuis do mal, disseminam a tristeza, e então, o sargento da cidade tem que entrar no Submarino Amarelo para buscar os Beatles, os únicos capazes de salvar a cidade, com sua música. Amantes dos Beatles, pululem!

A Ju manda muito bem, fez uma adaptação super bacana, de acordo com o número de pessoas do elenco. O sargento, no filme, não tem uma assistente. Mas na nossa peça ele tem. É a “Lucy Nocéucomdiamantes”.

Quando eu bati o olho no texto, gostei de cara da Lucy, mas deixei baixo, porque também tem outras personagens super bacanas. Até que a Ju olhou com aqueles olhões expressivos dela pra cima de mim e falou: “Guria, você é total Lucy! Eu escrevi a Lucy pra você!”. Pronto. Juntou a fome com a vontade de comer.

Quando, sexta-feira, a professora olhou pra mim e disse: “Ana, você vai fazer a Lucy”, eu não hesitei em pular da cadeira, e voar em cima dela para abraçá-la, de tão feliz que fiquei.

Até agora, sei que a “menina com olhos de caleidoscópio”, ao contrário da Clarinha, fala mais que uma condenada. Sério. Comecei a grifar as minhas falas com meu marca-texto roxo, e tenho a sensação de que caiu um balde de tinta roxa naquelas páginas. Minha amiga apontou o dedo pra minha cara e riu da minha situação, quando resolveu folhear meu texto. A Lucy fala o tempo todo. Ela usa uma roupa rosa, meias listradas de branco e preto, peruca cor-de-rosa, coturnos e meias verde-água que mais parecem polainas. Fashion que só ela.

Lucy é meiga como a Clara, mas ao invés de comer margaridas, ela se alimenta de cor, música e amor. Gente, ela vive de amor! Olha que gracinha! Além disso ela é enérgica, vai atrás do que quer, ensina ao sargento como se salva uma cidade, e não hesita em sentar dentro de um submarino amarelo e guiá-lo para o lugar onde ela quer que ele chegue. Seu sonho é que todas as pessoas se unam e o mundo se torne um só. E ela diz que não se importa se os outros dizerem que ela é uma sonhadora, porque ela sabe que não é a única. Enquanto Clara segurava seu desespero e falava de forma tranquila e doce, Lucy atropela as próprias palavras e às vezes até esquece de respirar. Todos sabem o lugar que a Clara ocupa na minha vida. A Lucy tá aqui, prontinha para conquistar o dela!

Hoje passei uma parte (deliciosa, por sinal) do meu fim de tarde às voltas com meu mais novo projeto: conhecer, amar, e ser Lucy Nocéucomdiamantes. Está sendo divertido e delicioso. Vamos ver o que vem pela frente!

lucy

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Seis coisas que gostaria de fazer e ainda não fiz

Sei que alguém indicou esse meme pra Isa, ela postou, não indicou ninguém, mas falou que quem quisesse podia fazer. Eu, arroz-de-festa que sou, já falei na hora que ia fazer se conseguisse pensar nas seis coisas. Comecei a pensar no caminho de casa para o estágio, e é claro que cheguei a uma lista com mais de seis itens. Para não abusar da boa vontade de ninguém, vou fazer só seis mesmo. Juntei alguns que acho que podem ficar juntos, e os que restaram, vou decidindo agora, enquanto escrevo, o que entra no post e o que sai. 

Não preciso nem dizer que vou colocar aqui as coisas SIMPLES, que podem ser resolvidas a curto prazo, porque né. Tem muita coisa que eu quero fazer nessa vida ainda, mas não adianta colocar aqui coisas como fazer um city tour na Europa, casar, ter um filho ou ganhar um Oscar... Porque eu ainda não tenho condição monetária para ir pra Europa, não tenho sequer um namorado pra falar que quero casar, e muito menos ter um filho. Ganhar um Oscar eu já absorvi que vai ficar pra próxima encarnação, porque se nem Fernanda Montenegro levou, não serei eu. Mas chega de devanear, isso foi pra explicar que as seis coisas que eu vou colocar aqui são coisas que dependem de não muito esforço, e que basta eu (ou meus pais) estalar o dedo que a coisa anda.

Seis coisas que gostaria de fazer e ainda não fiz:

Fazer uma tatuagem (e um piercing!)

Prevejo minha tia se contorcendo na cadeira e desistindo de continuar lendo esse post com medo de cair de cadeira até o fim.

Oi, tia! Eu prometo que você pode continuar lendo sem correr risco de ter um enfarte. Se você já tiver infartado, me desculpe. A questão é que eu quero fazer uma tatuagem (e um piercing!), mas juro que não é nada assim. Juro de coração. Eu só quero fazer um símbolo do infinito ali entre a nuca e as costas, onde está escrita a frase da menina. Ou eu desista do símbolo do infitino e escrevo AMOR ali. Ou LOVE, ou faço um coraçãozinho vazado, ou as duas máscaras de teatro. Ou escrevo: All you need is love, bem pequenininho, entre meu ombro esquerdo e meu pescoço. Ou eu faço qualquer uma dessas coisas no pulso. Ou no cóccix. Ou escrevo "equilíbrio" ou "paixão" com letras de máquina de escrever na minha panturrilha direita. Mas prometo que não vou fazer todas essas coisas, não tenho pretensão de virar uma tela. Só queria uma ou duas dessas. No máximo três, eu juro. Mas são bem pequenininhas! (Ainda está viva, tia? Podemos passar para a próxima etapa?)

Além da tatuagem eu queria um piercing no nariz. Aquela bolinha minúscula, que parece só um pontinho de brilho, sabe? Na narina direita. Bem sutil. Prometo.

Ok, tatuagem e piercing de uma vez só, apelei. Até a minha mãe que vive falando que é bonitinho vai querer me deserdar. Acho melhor fazer uma coisa em cada ano. Isso é, depois que eu convencer meu pai, porque se eu simplesmente chegar em casa com "uma novidade dessas" é capaz dele me colocar porta a fora em questão de minutos. 

O outro empecilho SUTIL, (alem do meu pai me expulsando de casa, minha tia infartando, e meu avô parando de puxar o meu saco) seria o PAVOR que eu tenho de agulhas. Vejam só, familiares preocupados, como meu pânico de agulhas não é assim tão prejudicial aos interesses de vocês quanto à minha pessoa?

Aprender a dançar (tango).

Na verdade eu deixei o tango entre parêntesis, porque eu quero aprender a dançar mesmo. De forró a lambada, e se eu quiser pedir por um milagre, até samba. Lá em casa, toda a habilidade pra dança caiu em cima da minha irmã. Ela tem um pezinho na África e samba igual a uma neguinha do morro, juro. Já eu? Certeza que passei direto por essa fila. 

Forró é necessário. Quer coisa mais irritante do que aquele povo que sai por aí humilhando a galera quando começa a tocar sertanejo/forró? Então. Quero ser dessas. Lambada, segundo minhas fontes, é um forró cheio de invenções de moda, confere? Também quero. Samba é Sapucaí, gente. Eu ainda desfilo na Sapucaí antes de morrer. 

Agora o tango... Tango é tango, né, gente? Nada mais lindo e classudo que sair dançando tango. O dia que eu casar eu não vou dançar valsa. Eu vou dançar tango, e sou tão clichê que vou de "Por una cabeza" mesmo. E não, eu não gosto desse filme, eu só gosto dessa cena, que já assisti 102831083 vezes.

Aprender a dirigir

Esse item dispensa maiores explicações não? Sempre fui daquelas que falava que mal faria 18 e já estaria na porta da auto-escola. Acontece que meus pais passaram o ano de 2010 me enrolando, e em 2011, com estágio de tarde e teatro de noite, foi-se toda a minha cota de tempo livre. Mas chega de brincar disso, eu preciso dirigir pra ontem. Não que eu vá ganhar um carro, mas antes saber dirigir e não ter um carro, do que não ganhar um carro por não saber dirigir, não é não? 

Fazer cupcakes

Nada mais fofo que dar uma festa de aniversário com cup cakes. Ou mesmo chamar os amigos para um café da tarde e servir esses bolinhos, que, de tão fofos, dá até peninha de comer. Estou super querendo me aventurar nos cup cakes para o meu aniversário de 20 anos. Que tal, hein, mãe? Quero encher a mesa com essas belezinhas! 

Passar um dia inteiro na Avenida Paulista, passeando e fotografando
Agora que eu já tenho câmera, só falta viajar pra São Paulo e arranjar uma companhia bem animada! Eu sei, companhia em São Paulo é o que não falta, mas acho que esse é o tipo de coisa que não dá pra fazer em galera, sabe assim? Tem que ser coisa de 4 ou 5 meninas, que tenham paciência pra passear, tirar fotos, entrar em cafeterias, livrarias, metrôs e coisas do gênero. Eu coloquei só Avenida Paulista, mas a proposta inclui a Oscar Freire, porque minha cafeteria preferida fica lá, e tem pessoas que eu PRECISO levar lá, porque se EU, que sou EU, e não gosto de café, adoro tomar o Calvin Klein (lá as bebidas tem nomes de grifes), fico imaginando as minhas 3 amigas cafeicólatras, lê-se: Isadora, Renata e Juju. Enfim, fica o convite para as que gostam de perambular com câmera na mão, pra bater um bom papo, fuçar livrarias e beslicar cafeterias!

Levar a Anninha no "Mundo Mágico das Bolinhas"
Vocês tem noção que na rua da minha casa tem um parque indoor chamado "Mundo Mágico das Bolinhas"? Gente, é o máximo! Tem a maior piscina de bolinhas que já vi, com vários escorregadores, e cama elástica DENTRO das bolinhas, e mais piscinas de bolinhas separadas, e tobogãs, e eu já estou quase confessando que vou levar a Anna como desculpa. Mentira. O lugar é o máximo, eu morro de vontade de mergulhar naquelas bolinhas, mas eu quero levar a Anna lá! A gente já levou, mas ela tinha 11 meses. Agora ela tem quase 3 anos, e todo dia que eu passo na frente desse lugar (ou seja, todo dia), eu olho a fachada e prometo que vou levar a Anna. Porque ela vai ficar alucinada! Eu quero que ela dê aquele sorrisão enquanto pula na cama elástica, que ela arremesse bolinhas pra cima e caia na gargalhada, e que mergulhe no meio das bolinhas por mim! Quero comprar pipoca e algodão doce, encher ela de beijos e tirar um montão de fotos. Quero que ela saia de lá com o cabelinho molhado e bochechas rosas, com os pezinhos sujos, e aquela cara de que brincou o dia inteiro mas ainda aguentava mais 1 hora, sabe? Então! (Cinthia, eu PROMETO que dou banho nela antes de devolver, deixa, vai!)

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Presente de Primavera

A primavera chegou há 28 dias, mas no nosso jardim a flor mais bonita brotou foi hoje. Ela é linda. Perfeita como só uma flor pode ser! É cor-de-rosa e tem o cheirinho mais gostoso desse mundo.

Desde o dia 23 de setembro que a primavera anda colorindo a vida de todos. Já trouxe rosas, petúnias, tulipas e margaridas. Mas para nós ela se superou: Ela acaba de nos trazer Marina.

Ainda temos muito, muito tempo pela frente pra conhecermos direitinho a nossa florzinha e nos encantarmos com ela. Por hora, a única coisa que sei é que ela é uma  das coisinhas mais lindas que já vi na minha vida, e que se apaixonar por ela foi instantâneo.

Marina, meu amor, seja bem vinda. Se eu pudesse, desejaria que sua vida fosse feita de primaveras. Sempre doce e florida. Infelizmente, às vezes, algumas coisas dão errado, e aí a gente se sente no inverno. Independente disso, quero que você saiba que eu sempre estarei aqui. Seja verão, inverno, outono ou primavera. Pra pular em uma piscina com você, colher flores, rolar na grama, ou te dar um abraço bem apertado pra ajudar a passar o frio. Na realidade, meu desejo mais profundo é que você seja feliz. Em qualquer uma das estações. E que saiba aproveitar a magia de cada uma delas.

Só que você é só um bebê. Desculpe toda essa “metaforização”. É a emoção, minha linda, de ver você aqui do lado de fora. Você fugiu hoje da barriga da sua mãe, e as palavras estão fugindo de mim, então eu vou parar por aqui. Assim como o nosso mundo, hoje, parou para ver você chegar. Obrigada por ter nos escolhido. Somos um time de babões que já te ama muito. E isso, menininha, um dia você vai perceber: É o que mais importa na vida.

A

Marina – 21/10/2011

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Bom mesmo é…

…  levantar às 6h30 de uma terça-feira para ter 20 minutos de aula na faculdade. Combinar com as amigas de irem todas de moletom, afinal de contas, glamour é estar confortável e quentinha.

Bom mesmo é Pegar o exemplar de Florbela Espanca da amiga e comparar as partes que ela grifou com as suas. Perceber que você é muito mais empolgada e grifou quase o livro inteiro, enquanto ela foi bem mais contida.

Bom mesmo é continuar planejando um programa de TV que tem tudo pra ser supima. Combinar cenário e reportagens, terminar em 10 minutos, sequestrar o amigo e pedir pra ele pagar de fotógrafo, afinal, vocês precisam de fotos do Moleton’s day! Na escada laranja, claro, que é nosso cantinho:

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Fazer um milhão de poses e tirar várias fotos diferentes para se apaixonar por uma que saiu com a luz de fundo estourada. Faz parte:

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Garotas-propaganda da PUCPR, oi?

Fotos tiradas, a programação pré-definida era sair pra comprar doces. Tinha séculos que estávamos marcando de nos refastelar em uma distribuidora, mas sempre alguém desmarcava. Vou deixar claro que NUNCA era eu, afinal de contas, formiga que sou, estava ansiando por essa orgia gastronômica. Sei que sempre tinha algum motivo para uma das duas desmarcarem, e eu já estava dando piti, dizendo que tinha cansado de ser enganada e coisas do gênero. Aí hoje íamos pura e simplesmente comprar doces. Só que a gordinha tensa existente dentro da Nathy atacou. Então, antes de irmos à distribuidora, resolvemos ir ao Mercado Municipal comer pastel. Arrastamos o Gustavo, e sorte deu a Helô, que ia de carona com ele. Segundo ela, foi a carona mais gorda da vida dela. Rendeu pastéis, suco e pacotes de balas.

Bom mesmo é posar na calçada com as gulodices compradas. Claro que para a foto cada uma pegou só um pacote.. No carro tinha mais.

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Bom mesmo é ficar realizada da vida com um pacote só de jujubas vermelhas.  Sonho da pessoa fresca, que sempre deixa as laranjas, amarelas e verdes para os outros:

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Tá bom que as jujubas vermelhas foram meu prêmio de consolação: Eu estava sonhando com a distribuidora a dias porque eu queria MUITO comprar uma caixa de Dip Link, mas não  tinha. NÃO TINHA. Aí a gente sabe que não deve despejar suas frustrações em comida, mas tive que me agarrar ao pacote de jujubas vermelhas em forma de coração. Não teve jeito.

Quer saber? Bom mesmo é transformar o blog em fotolog quando existe motivo pra isso. Bom mesmo é sair numa terça feira de manhã pra jogar conversa fora e se entupir de calorias. Bom mesmo é falar besteira e rir dessa gulodice toda.

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Bom mesmo é ter com quem sorrir.