quarta-feira, 4 de maio de 2016

Uma pincelada sobre os perigos da insegurança, a síndrome do impostor e a fragmentação

A pessoa aparece depois de mais de 1 mês sem dar as caras e já começa de um jeito horrível: abordando que ficou um tempão sem dar as caras. Não estava pensando em tocar nesse assunto, mas acho que me tornei algo que sempre achei curioso: uma blogueira ocasional. Eu já percebi que "trabalho" com rotina e que se eu deixo com que algo pare de fazer parte do dia-a-dia e, consequentemente, pare de me fazer falta, as coisas saem do prumo. Isso foi uma parte do que aconteceu com o blog.

As outras partes tem a ver com esse título enorme que eu joguei ali em cima: estou longe de estar na minha melhor fase em relação à escrita. Esse negócio de ter virado alguém que escreve mais ocasionalmente que rotineiramente só tem me feito implicar cada vez mais com o que escrevo. "É só mais do mesmo", "como foi que me disseram que eu sabia fazer isso e eu quis acreditar" e outras coisas do gênero. Não é desejo de confete, é insegurança e descrença mesmo - e se vocês conhecem o sentimento de de repente ter certeza que não faz a menor ideia de como fazer algo que sempre acreditou que conseguia fazer bem vocês imaginam como eu ando me sentindo. 

Basta uma pitada de insegurança e uma boa dose de síndrome do impostor para a gente ter certeza que nunca mereceu o lugar onde esteve. Penso em textos bons que já escrevi e ao mesmo tempo que penso que nunca mais conseguirei escrever outro daquele penso que é melhor nem ir lá relê-lo, já que o risco é grande de que, no fim das contas, NEM ELE seja bom. É complicado.

Junto com tudo isso vem a fragmentação. Paloma comentou sobre isso no blog dela dia desses e caiu feito uma bomba no meu colo: se eu resolvi falar do cotidiano na newsletter, fazer reflexões literárias na Pólen e guardar os temas mais complexos para mim mesma já que acho que não estou conseguindo escrever direito sobre eles... bem, o que sobra para o blog? As teias de aranha? Espero que não. A questão deve ser tentar se reinventar, de certo. Ou reinventar isso aqui. Ou tentar inserir de novo na rotina. Ou voltar a acreditar minimamente que eu sei o que eu estou fazendo. Ou tudo isso junto. 

É engraçado como a gente cospe para o alto e deixa cair no meio da testa: uma coisa que eu sempre detestei em blogueiros ocasionais era essa mania de aparecer uma vez por mês no blog e... falar do sumiço. Falar que vai voltar. Falar que está tentando. Pois sinto que é isso que estou fazendo aqui desde outubro do ano passado, com alguns intervalos de drops interessantes. A maré tá horrível, mas eu sei fazer melhor que isso. Ainda tem alguém aí?