sábado, 14 de janeiro de 2012

A maioria dos bebês é acidente.

Anna não. E em muitos momentos da sua vida, isso é tudo o que ela deseja. Que fosse um mero acidente, de uma noite de bebedeira de um outro casal, em qualquer lugar do mundo. Mas ela não é.

Anna foi programada geneticamente para salvar a vida de sua irmã, Kate, diagnosticada com leucemia aos 2 anos. E eu sei. Já falei sobre isso aqui. Mas antes eu tinha falado do filme. Dessa vez eu li o livro, e juro que tentei sossegar. Mas não aguentei, e vou falar dessa história de novo, que dessa vez, tem o nome original, e apesar da Tary não concordar, uma das capas mais lindas e sublimes que já vi. Eis um livro que eu não só li, cheirei, e acariciei, como abracei, e fechava no meio da história só pra olhar para a capa mais uma vez.

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O livro é dividido por narradores: Anna, Bryan, Campbell, Jesse, Julia e Sara, sendo que os dessa última, em sua maioria, são compostos por flashbacks, da descoberta da doença, e de vários momentos cruciais das irmãs, tratamentos onde Kate precisou de Anna, ou momentos simples, de brincadeiras e afeto das duas meninas.

Eu chorei. Chorei. Mas essa história é muito mais que uma história triste. É amor. É entrega. Onde todos tem seus erros, e ninguém erra, ao mesmo tempo. É só uma família que vive uma situação que todo mundo acha que só acontece na casa do vizinho. Uma das partes que me emocionou muito foi a de Sara falando justamente isso. De repente, estava acontecendo na família dela aquilo que ela sempre acreditou que só aconteceria da porta pra fora.

Nas palavras de Jesse, o irmão mais velho, é a história de uma família que tem a morte sendo convidada para o jantar todos os dias. Parece mórbido. Mas eu juro que não é. Repito, mais essa vez, e quantas forem necessárias: É amor.

O livro é doce, e me fez deslizar pelas suas páginas e querer sair por aí dançando abraçada com ele. Quando fechei, chorei, e desejei ter lido mais devagar, para ficar mais tempo em sua companhia. O filme é maravilhoso, e eu não mudei minha opinião sobre ele. Mas talvez tenha mudado minha opinião sobre preferir ler o livro antes do filme. Se eu tivesse lido o livro antes, odiaria o filme. Porque ele retira coisas sublimes e lindas, que ao meu ver, não deveriam ter sido tiradas. E muda completamente algumas outras coisas, principalmente para suavizar a história. Digamos que, apesar de ter soluçado de chorar no filme, ele é mais sutil. E sabem o que eu achei? Ótimo.

Achei ótimo porque no filme já bastaram as imagens para me levar à loucura aquática de tanto chorar no meu sofá. Ele não precisava da quantidade de socos no estômagos e/ou passagens maravilhosamente emocionantes que vêm descritas no livro. E eu acho que, finalmente aprendi, que filme é filme, livro é livro, e prometo parar de xingar filmes que fogem do livro. Finalmente aprendi que cada um tem sua função e ponto final.

O livro tem uma doçura bem maior, e um soco no estômago bem maior também, mas que me deu mais uma grande lição. A vida é um sopro. E é muito, muito mais imprevisível do que podemos pensar. Jodi Picoult com certeza foi muito além de provar que o que acontece na casa do vizinho pode sim acontecer na sua casa. Ela mostrou que não é só quem vive uma situação assim é que tem a morte sentada na mesa de jantar em todas as noites. Todos nós temos. Pra morrer, realmente, basta estar vivo. E é por  isso mesmo que todos nós devemos mudar o ditado. Pra viver basta está vivo! Então, há que se viver!

Anna, Sara, Brian, Jesse e Kate. Todo mundo quer viver. Todo mundo quer falar. Todo mundo quer sentir, e sente. E só a união pode deixar transparecer o que é mais importa.

8 comentários:

  1. Um minuto pra digerir esse post, porque você está falando do filme que mais me fez chorar em toda a minha vida. Eu tenho uma aficção por filmes que têm casos de câncer, talvez por causa do documentário que eu quero fazer. Quando eu assisto filmes, eu fico me colocando no lugar dos personagens. E foi tão incrível ver esse filme, ver esse amor todo dessa família, que eu não conseguiria me imaginar perdendo alguém que eu amo. Não sei se conseguiria suportar a dor. Esse filme é lindo e agora fiquei louca pra ler o livro. Beijo, Nalu. Arrasou, like ever! <3

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  2. Você fala das minhas resenhas mas também tá arrasando, hein?
    Analu, nunca vi o filme e nem li o livro, mas já ouvi a história, chorei vendo o trailer (sou dessas) e não sei por que até hoje não assisti. Fiquei sabendo do livro por você, e agora tô com vontade de ler também, mas com medinho porque eu sei que vai me machucar, sabe? hahaha
    Mais um dos filmes que você vai pegar no meu pé até eu ver, vou me conformar com isso.
    Beijo!

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  3. Que injustiça a Tary achar essa capa feia! Eu também gostei muito dela.
    Pra te falar, não conhecia nem o filme nem o livro, mas vai entrar na lista dos livros a ler. Perdi um primo por leucemia quando ele tinha 10 anos (eu, 9) e o único irmão não era compatível =/

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  4. JURO que li o título e ouvi a voz da menininha do filme: "Most babies are accidents. Not me. I was engineered. Born to save my sister's life." hahahaha
    AMOOOOOOOOO o filme, tô louquinha pra ler o livro, já que você adorou tanto! Assim que achar, devorarei :D

    Beijos, Nalu!

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  5. Vi esse livro na nobel e pensei "que capa feia!!" hahah, desculpa.
    Eu sou extremamente chorona para filmes, não quis assistir a esse justamente pra não me desfazer em lágrimas. Se você gosta de filmes assim, procura 50/50, vi ontem por indicação da Gabi Petrucci e amei!!

    Beijos, Aninha querida<3

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  6. Eu não consegui nem terminar de assistir o filme de tanto que eu chorei e fico sem coragem de ler o livro. Olha que eu já peguei esse livro na mão várias vezes na livraria e nunca cheguei a comprar. Não gosto muito de histórias tão tristes.
    Gostei muito da sua resenha, super bem escrita. Beijos!

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  7. Nossa Ana! Isso não se faz! assim como você, eu também já vi o filme, e chorei rios, mas agora com toda essa descrição do livro, lá se vai minha mesada toda em livros outra vez! Sabe como é, eu não consigo entrar na livraria pra sair com só um de lá né ?

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  8. Falou tudo Ana!!!!

    O filme é maravilhoso, e eu não mudei minha opinião sobre ele. Mas talvez tenha mudado minha opinião sobre preferir ler o livro antes do filme. Se eu tivesse lido o livro antes, odiaria o filme. Porque ele retira coisas sublimes e lindas, que ao meu ver, não deveriam ter sido tiradas. E muda completamente algumas outras coisas, principalmente para suavizar a história.

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