quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Antes que o público se cansasse

Era fim de domingo e eu resolvi vencer a preguiça que costumeiramente me assola nesse momento da semana e sair de casa para ir ao teatro. Já tinha combinado há alguns dias com a minha amiga, e era o último dia que a peça ficaria em cartaz. Fomos.

A peça era bacana. Tinha “Poe” no título, advindo de Edgar Allan Poe, e eu, que nada li sobre o moço, já estava com medo de me assustar. Sim, sou dessas que anda na montanha russa mas não entra de jeito nenhum no trem fantasma. Entrei e lá estavam cérebros, pessoas sujas de sangue e ataques de zumbi.

Repito que a peça foi legal, mas não posso negar que a melhor parte do espetáculo foi o fim, que estava fora do script. Quando o público menos esperava, mas ainda antes de se cansar, o namorado de uma das atrizes levantou, se encaminhou até ela, ajoelhou e tirou uma caixinha do bolso. E é essa cena que vai ficar marcada em mim sobre esse domingo.

O povo adora falar por aí sobre fim de mundo, apocalipses zumbis, essas coisas. E essa cena linda que aconteceu ali só me confirmou o que eu já sabia: Realmente o amor é o que fica. Já sobrevivemos a tantos fins de mundo e nada. Enquanto isso, o amor continua ali. Quando aquele moço levantou e pediu a namorada em casamento, daquela forma, na frente do público, eu sorri de orelha a orelha. Analisei a cena e me emocionei de notar que a menina tremia tanto que nem lembrava em que dedo se usava a aliança. Ele ainda falou algo do tipo: Esse é o presente que eu tenho pra te dar após esse 5 cinco anos onde você foi o presente da minha vida.

Eu estava ali. Eu vi essa cena. Eu fui ver a peça no exato dia que deveria ter ido. Fui no dia que aconteceu o fim dos zumbis e prevaleceu o amor. Saí de casa esperando morrer de medo de Poe e saí apaixonada pela vida. Porque às vezes a vida faz muito sentido. Saí de casa pra assistir uma peça e o que acabei assistindo foi um filme de romance. E o mocinho beijou a menina na hora certa, muito antes do público se cansar.

6 comentários:

  1. AI QUE LINDO!!!!!!!!!!!!!! Morri!
    Nem sabia da existência dessa peça, mas queria ter ido porque parece boa, porque Poe é muito legal e eu adoro coisas assustadoras, mas confesso que tambem adorei esse final inusitado e essa cena linda, porque se alguém me pedisse em casamento assim eu juro que aceitava!
    Nada melhor que isso pra acabar um domingo :D

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  2. Quando você me contou esse episódio eu fiz aquela cena típica de suspirar e falar "ooooown". Pode parecer piegas, mas tem horas que a vida devia deixar de ser cretina e ser piegas pra variar. E vivo repetindo que alguns clichês valem a pena. O amor é um que vou defender sempre.
    Esse domingo só perde pro domingo em que a gente desfilou amor na Paulista.
    Beijo! <3

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  3. E a vida sempre nos surpreendendo, né? Adoro esses momentos inesperados, que marcar nossas vidas. <3

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  4. Por esse e um dos motivos que vale MUITO a pena viver!

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  5. Olha, tem que ser assim bonita, poética e hot-sentimental-sexy-sem-ser-vulgar de vez em quando pra fazer algum sentido tudo isso, sabe? Ou pelo menos pra música da Clarice fazer algum sentido.
    <3

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  6. 'ele ajoelhou' <3 <3 <3 Morri e você sabe o motivo. Tá vendo como faz diferença? Ai de mim que sou romântica, eu sei. Nunca vi um pedido de casamento assim, ao vivo. Espero poder ver o meu, pelo menos, hahaha! Porque eu acho isso a coisa mais bonita do mundo, sabe? Ir lá, ajoelhar (SIM) e dizer que quer passar o resto da vida com aquela pessoa. Amei a relação que você fez com a música da Clarice. Amo essa música <3

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