quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A mágica da hereditariedade

Todos os bebês do mundo são iguais e nascem com carinha de joelho. Menos os que circundam minha vida, é claro. Já dizia tão sabiamente o Pequeno Príncipe que antes de sermos cativados por uma pessoa, ela é apenas iguais às cem mil outras existentes. Aquelas outras, que ficam nos berçários com carinhas amassadas, e que são o mundo de outras pessoas, mas não o meu.

Meu afilhado poderia ser igual a esses outros cem mil bebezinhos amassados e com cara de joelho, mas não. Dei a maior sorte do mundo e ele era o neném mais lindo do berçário, é lógico. Tanto neném que tinha nascido e o “meu” era o mais incrível de todos. Porque ele tinha a bochechinha mais linda, o narizinho mais desenhado, e era, certamente, o que tinha mais graça poética pra piscar ou bocejar.

Quase 5 meses depois, pouca coisa mudou. Ele continua sendo o mais maravilhoso. E é mágico observar, nesse mundo de características maravilhosas e inteiramente deles, o que foi que ele saiu herdando de cada ser humano com quem é geneticamente relacionado. Não que alguém duvide que ele é a cópia exata do pai, é claro. Se tivesse, o Rico, sido concebido em laboratório, acusaria o Doutor de ter feito um clone do Guilherme, ao invés de uma fertilização in vitro. Não que tenha sido algo ruim, de forma alguma. Ricardo é perfeito, é claro. Ele tem o sorriso mais lindo, o olhar mais encantador, os pezinhos mais “bisnaguentos”, e a manchinha de nascença, uma das únicas coisas que puxou do nosso lado da família, foi dar de cair bem na canela, onde fica a minha. Aposto que ele fez de propósito, só pra deixar a madrinha ainda mais apaixonada por esse elo.

Enquanto ficamos parados admirando as características físicas que fazem nosso pequeno Rico ser uma criatura única no mundo, mas com tantas referências familiares, ele começou a crescer e mostrar a que veio, e faz questão de nos deixar ainda mais fascinados por essa coisa curiosa que é a tal da genética. Ontem encontrei o pequeno passeando com a mãe, no carrinho, na calçada do meu prédio. Chamei, beijei, cheirei a cabecinha, fiz umas micagens, ensaiei cantar a Galinha Pintadinha no meio da rua e nada. O menino nem tchum pra mim. Bianca ainda falou: “Filho, olha a dinda, filho!”, e ele nada. Resolvi seguir seus olhinhos e tentar descobrir o que diabos era tão mais interessante nessa vida que sua retardada madrinha, que fazia de tudo pra ganhar um olhar, e descobri: Os carros que estavam parados no sinal.

Isso seria algo trivial e nada digno de estudo ou observação, se excluíssemos o fato de que o pai da criança é completamente fissurado por automóveis! O tio da criança, quando tinha 1 ano e 8 meses, sabia dizer o nome e a marca do carro de todos os integrantes da família. Quando nasceu, Rico ganhou do avô um Mini Cooper, com marcha, volante e tudo, onde ele sentará quando ficar maiorzinho e algum adulto poderá controlar por controle remoto. Enfiei minha cabeça na frente da dele, e ele desviou para continuar olhando os carros. Resolvi recolher-me então à minha humilde insignificância e desistir do assunto. A mancha de nascença dele é toda minha, mas já entendi que não dá pra competir com os interesses geneticamente arraigados. Da Galinha Pintadinha, quem sabe um dia eu consiga ganhar. Dos carros já seria pedir demais.

4 comentários:

  1. Eu sou apaixonada pela beleza da genética, amiga, e amo flagrá-la em pequenos traços meus ou dos outros que remetem inegavelmente à nossa linhagem. Acho lindo que eu, meu avô, meu pai e a Mariana temos as mesmas sobrancelhas, e que meus dedos sejam gordos e tortos iguais aos da minha avó e os da tia Helena. Eu tenho o mesmo porte que minha mãe e minha avó, e além dos olhos e do cabelo, mamãe passou pra mim as ancas de parideira. E aí tem esse calombo bizarro que eu tenho no começo das costas que o Pedro tem igual, e minha mãe sempre fala que eu só poderia ter nascido enjoada e fresca como sou porque sou filha de dois chatos frescos e neta de quatro seres humanos cricris.
    Sangue não é água, né?
    E não me conformo e nunca vou me conformar que não cheirei a cabecinha do Rico. :~
    beijos

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  2. Estaria você esquecendo da genética se expressando no fato de, com 5 meses, o Rico já demonstrou um interesse considerável pelo Antonio Prata? Com certeza ele vai crescer e ganhar todos os Harry Potter da madrinha com os olhinhos brilhando e essas bochechas sorrindo.
    Queria entender o motivo de eu gostar de coisas antigas tanto quanto o meu pai, mas não me importar com carros, por exemplo. Papei adora carros. Por que eu choro tanto com coisas piegas, assim como mamãe?
    Não sei. Só sei que se o Rico puxar a madrinha, vai ser sempre o orgulho da Máfia.
    Beijo! <3
    P.S: Tinha que ter um dia só dele nessa semana, né?

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  3. A genética, ela é muito perfeita mesmo, né? Gosto de observar essas coisas nos bebês. Tudo que eles observam, ou mais gostam quando babys são as coisas que eles mais vão gostar no futuro mesmo. E é muito legal já descobrir isso quando eles são umas coisinhas. Minha afilhada, desde de muito bebê já gostava de pegar um lápis e sair rabiscalhando tudo. Hoje, com 6 anos, faz uns desenhos que eu, com 22, não conseguiria. E isso ela puxou da mãe [minha irmã], que é a artista da família.
    Meus filhos eu não sei como serão, mas com certeza serão apaixonados por carros, porque tanto eu quanto Flávio somos. E o Flávio vai mais longe porque ele tem um Maverick e é Eng. Mecânico. HAHAHA. Já está destinado, nosso pequeno [tudo no masculino, porque eu tenho a convicção de que terei um guri].

    Beijo, meu amor de Analu. <3

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  4. Amiga, eu acho um amor essa história da marquinha dele ser no mesmo lugar que a sua e estou morrendo só de imaginar os pés 'bisnaguentos' porque AMO pés de bebês <3 Quero morder pra sempre e essa comparação foi a mais perfeita ever, hahaha! Nalu, esses meninos sempre nos ignoram por carros e esportes ¬¬ Meus primos sempre foram assim e só piora quando crescem! Mas o importante é que eles sempre voltam pra serem apertados <3

    Te amo!

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