“É só teu o meu livro; guarda-o bem;
Nele floresce o nosso casto amor
Nascido nesse dia em que o destino
Uniu o teu olhar à minha dor!”
Florbela Moutinho
E foi assinando “Moutinho” que ela começou Trocando Olhares. Quando eu abri esse livro pela primeira vez e li essa dedicatória, eu fechei o livro e engoli seco. Começando assim, o que viria pela frente? Abri, reli, reli, reli, e custei a ter coragem de virar a página. Se o livro tivesse só dedicatória e nada mais, já teria me ganhado ali. Mas não. Veio muita coisa pela frente.
Eu o li no mês passado, logo depois que fiz esse post, mas algo conspirou para que esse texto fosse escrito apenas hoje. Hoje, quando eu acordei, coloquei um casaquinho bege romantiquinho, taquei um cachecol verde por cima da blusa cinza, e conclui que a bolsa que estou usando atualmente na faculdade (que mais parece um arco-íris ambulante) não combinaria nada com o conjunto. Como faria prova e não precisaria de caderno, peguei minha bolsa preta pequena, coloquei carteira, guarda-chuva, óculos de sol, estojo, chave, celular, e faltava o livro. Sherlock Holmes é enorme, não caberia ali. Florbela me encarou da cabeceira da cama, praticamente implorando: “Me leva.” Levei.
No fim das contas, o professor tinha adiado a prova e eu era uma das únicas que não sabia. Ele resolveu dar uma revisão, e eu resolvi tirar Florbela da bolsa e colocar em cima da mesa. Abri na primeira página, e comecei a ler de novo. Enquanto o professor falava de cores primárias e secundárias, eu resolvi pegar a lapiseira e me atrever a grifar minhas estrofes preferidas. O resultado vocês podem avaliar na foto acima: Grifei praticamente o livro todo, enchi de colchetes, coraçõezinhos e pontos de exclamação.
Foi onde eu concluí que não dá, gente. Não dá pra abrir esse livro e não se encantar, se emocionar, querer morder as páginas de tanto amor, e, porque não, compadecimento. Eu queria dar um abraço na Florbela. Um abraço de meia hora, no mínimo, só pra tentar mostrar que ela tinha com quem contar. Porque, gente, tentem mensurar a dor de alguém que escreve isso:
"Coveiros, sombrios, desgrenhados.
Fazei-me depressa a cova,
Quero enterrar minha dor
Quero enterrar-me assim nova.
Coveiros, só o corpo é novo,
Que há poucos anos nasceu;
Fazei-me depressa a cova
Que a minha alma morreu."
E, eu juro, nem me dignei a pensar para decidir que estrofes colocaria aqui, porque senão, certamente não decidiria nunca. Isso não é nem 1/10 do que está registrado nas páginas de Trocando Olhares. E é por isso que Florbela não sai da minha cabeceira desde que eu comprei. Porque não dá pra passar um dia inteiro sem ler pelo menos um pouquinho disso. É triste? É. Mas é amor. Amor. Tão desmedido e verdadeiro, como poucos atualmente. Tiro meu chapéu pra essa moça. Acho que não conseguiria amar tanto.
Florbela. Always a good idea.
"Mas nem negros nem azuis
São teus olhos, meu amor,
Seriam da cor da mágoa
Se a mágoa tivesse cor!"
Florbela Espanca
que saudade de ver esses seus aneizinhos fofos, nessa mão branquelinha com unhas mais que roídas!
ResponderExcluirComo faz com tanto amor assim gente? Faz nossos problemas parecerem tão pequenos diante dessa dor toda, desse sofrimento que a gente tanto procura...
ResponderExcluirE agora pra eu achar um livro dessa mulher pra ler aqui? Ê AnaLu! Você e sua mania de deixar as pessoas querendo ler livros aos quais elas não tem acesso u.u kkkkkkkkkkkkkkk
beijo flor!
MEU. DEUS. me imagina com esse livro? se eu me arrepiei toda só com os pedacinhos que estão aqui. fiquei com MUITA vontade de ler; aliás, estou com o site da livraria cultura aberto na outra guia, pra poder comprar logo SHAUSHAS *-* e só pra constar, você escreve bem demais (não é justo u.u' HSUAHSUAHS) e eu adoro tudo o que leio aqui. sério *-*
ResponderExcluirbeeijo cheio de saudades ;* <3
Ai, Aninha, terei que comprar mais esse livro...
ResponderExcluirBeijoca
Olha, AnaLu. O que te dizer depois desse texto? Que minha alma e meus olhos choraram? Não sei. Lindo, lindo e quantas vezes lindo eu puder dizer. Quero ler esse livro e vou a caça dele. Um beijo :*
ResponderExcluirVocê ja falou tanto desse livro na minha cabeça que um dia eu ainda pego ele e leio haha, adoro as coisas que ela escreve *-* beijinhos
ResponderExcluirXuxu!
ResponderExcluirAcabo de escrever, adivinha? Sobre literatura, lá no blog. Amo Florbela, acho lindo cheia de amor! Do amor que dói, do amor que faz bem, do amor da vida real. Tem tanta verdade no que ela fala não tem?
Vou ver se pego um desse pra mim. Minha próxima leitura, quem sabe?
Você é minha melhor amiga e pronto. 'Cabou! ATÉ QUE ENFIM encontrei ou fã de Florbela Espanca assim como eu! Venha cá! Daremos um abraço grupal nessa poetisa linda, maravilhosa, perfeita :D
ResponderExcluirTrocando Olhares é um dos meus favoritos (porque todos os outros também são os meus favoritos, há). O amor dela era tão lindo, tão puro. Ela era tão sincera, sensível. Sofro tanta identificação com ela. "Sofro" sim. Porque pra sentir um amor desmedido desse, só sofrendo mesmo.
Ai, amei o post! Posso dar gritinhos afeminados de groupie?! AAAAAH!
Sabe o que eu gosto da Floorbela? Mesmo tendo lido tão pouco?
ResponderExcluirDa intensidade das palavras dela, chega a ser agressivo, mas doce ao mesmo tempo. Não sei nem explicar!
Preciso MESMO ler a obra completa!
Beijo, Aninha!
é tão gostoso ler sobre amor né?
ResponderExcluirjá coloquei esse livro na minha lista de livros pendentes ^^
Como já disse antes, pra poema não tenho muito gosto. Acho uma coisa exagerada, só não é pior que encosto.
ResponderExcluirMas se a Aninha disse que gosta, então por mim ta tudo bem. Tiro o chapéu pro autor, sem saber se é do mal ou do bem.
De novo e novamente, faço um comentário em poesia. Coisa besta, babaca e idiota, uma tremenda hipocrisia!
Beijos poéticos Aninha, e curta bem esse livro que você gosta tanto.
Gente, eu preciso ler esse livro, sério! Me deixou com muita muita vontade. Adoro ler o sentimento das pessoas, imaginar suas histórias...
ResponderExcluirEu também ainda amo Florbela Espanca. Acho que a primavera é dela (também Neruda). Acho que Florbela inventou essa estação.
ResponderExcluirFiquei me sentindo mal por nunca ter lido Florbela, você fala dela com tanto carinho! Quero sentir isso também, preciso remediar e isso e comprar logo tal livro! Beijo!
ResponderExcluirA dor alheia tem o poder de nos "purificar" de alguma forma, né?
ResponderExcluirUm beijo.
Morrendo de vergonha de dizer que eu nunca li! Vou sair amanhã mesmo atrás de um :)
ResponderExcluirMenina, aproveitando: essa foto é sua, mesmo? E esse anel lindíssimo!?
Então você acha que não conseguiria amar tanto?
ResponderExcluirVocê?
Conta outra.
Eu vou ler Florbela por você, já disse, né?
E essa última foto é tão linda que você deveria colocar no We Heart It. Sério!
AAAAHHH FLORBELA LINDA E MARAVILHOSA <3<3<3<3
ResponderExcluirEssas pessoas de antigamente conseguiam amar tão intensamente que me dá até inveja! Queria eu conseguir amar alguém pelo menos 1/3 disso! Espero conseguir um dia, rezo para isso. Sério. O amor pode mudar o mundo, só preciso encontrá-lo.
Beijosss
Não tenho muito o que falar. Florbela encanta e faz a gente sonhar. O amor muda o mundo e o coração. :D
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