Eis que a tal da melhor sexta-feira 13 do mundo chegou. Eu fui dormir já eram mais de 2h da manhã, depois de finalmente arrumar a mala e bater horas de papo com dona Tagareline no Skype. Antes de dormir, obviamente, fui fazendo a lista mental de coisas que não poderia esquecer e claro que lembrei do Rock in Rio Card, que estava, desde que eu comprei, guardado na caixinha vermelha na estante da minha cabeceira. Ia ser supimpa esquecer o ingresso em Curitiba. Coloquei na carteira e deitei de novo, até que lembrei que meu cartão de crédito estava em outra bolsa, fora da carteira. Levantei, peguei o cartão, guardei, e fiquei pensando no quão errado tudo poderia dar se eu esquecesse a entrada do show E a fonte de renda. Quase chegando no sono, lembrei que podia levar meu caderninho mafioso pra Paloma assinar, já que eu finalmente iria conhecê-la. Mas decidi que poderia fazer isso quando acordasse, bem como escovar os dentes e lembrar de guardar a escova.
Acordei no susto com o despertador menos de 2h depois de ter dormido. Esqueci o caderninho, e escovei os dentes (!), mas larguei a escova de volta na gaveta. E assim saí de casa: Sem escova de dentes Com um visual Rock deliciosamente poser: Short jeans com preguinhas, blusa preta de um ombro só, coturno (!!) e jaqueta jeans. E não, não foi proposital. Mas eu queria muito usar meu coturninho e ele não combinou com a blusa branca que eu tinha em mente.
Sei que saí de casa me passando com todo aquele look “nada eu”, e obviamente isso precisava render algo. Minha inocente bota apitou no detector de metais do aeroporto, e seria trivial e tranquilíssimo tirá-la e passar descalça, não fosse o fato de que como eu sabia que ficaria o dia todo de pé, preferi não colocar apenas a meia calça. Uma soquete por cima dela, dentro da bota, não é nada sexy, mas fica mais confortável, e além do mais, ninguém além das minhas amigas me veria sem a bota, certo? Não, né. Quando o detector de metais apitou a moça disse para eu tirar a bota eu pensei em chorar e implorar para que ela não fizesse isso comigo, mas ela obviamente não iria me levar a sério. Então eu respirei fundo e comecei a desamarrar os cadarços enquanto todos os homens de terno que ficam do outro lado do detector me encaravam e… estava lá. Minha meia soquete branca cheia de cachorrinhos desenhados e foi-se embora todo um visual de rock cuidadosamente pensado (só que não) e a consolidada imagem da mulher decidida viajando sozinha. Todos descobriram que eu era uma adolescente, daquelas meigas retardadas, ainda por cima. E enquanto eles seguravam o riso, tudo o que eu queria era abrir um buraco e me atirar.
Passei pelo detector desfilando meus cachorrinhos, sentei, coloquei as duas botas e amarrei os cadarços de volta como se nada tivesse acontecendo e como se minhas bochechas não estivessem pegando fogo. E então, levantei novamente, peguei minha malinha e saí como se nada tivesse acontecido. Entre um capítulo de John Green e uma pescoçada na conversa alheia, embarquei. Li mais um pouco, ouvi a conversa de dois estudantes de medicina que também estavam indo pro Rio e falavam sobre os shows do dia, ao mesmo tempo que falavam de um aniversário e eu não entendi até agora se eles estavam indo pro Rock ou para a festa de uma amiga. Desisti da conversa deles e apaguei. Acordei em São Paulo. Li mais um pouco, tomei um sol pelo vidro do aeroporto, embarquei no outro avião, e logo tratei de dormir outra vez. Acordei quase no solo. Assim que pousou, saí do avião, olhei para o sol e recebi um bafo de ar quente na minha cara. Sorria! – pensei – você está na Bahia no Rio!
ESTOU TE JULGANDO POR NÃO TER FICADO ACORDADA PRA VER A VISTA AÉREA DO RIO DE JANEIRO!!!!
ResponderExcluirE eu amei teu visual rocker! Tua bota era uma graça e fiquei curiosa pra saber qual foi a resolução da vida sem escova de dentes, me diz que vc escovou, pfvr! HAHAHAAHAHA
Ai que emoção você de coturninho! É o melhor sapato do mundo! <3
ResponderExcluirE eu ODEIO ter que tirar o sapato no aeroporto, absolutamente odeio. Por isso que eu abri mão do meu coturno pra viajar, embora ele seja sempre a opção mais confortável: SEMPRE APITA!
É uma tristeza!
Outra coisa: deixar pra guardar a escova de dente depois e esquecer - apenas sempre. Compro uma escova nova a cada viagem que faço, hahaha
beijo! <3
Eu estou amando esses posts, amiga.
ResponderExcluirEu vi uma foto que tu publicou no instagram de coturninho e pensei: "Será que é a Analu, gente?" HAHAHA. Tu ficou tão linda.
Eu nunca precisei tirar o sapato no aeroporto, graças, minhas meias não são fofinhas que nem as tuas. :(
Beijo. <3
Qual o livro de John Green que você está lendo? Estou lendo A culpa é das estrelas, e vim aqui para dizer que a escrita dele neste livro tem me lembrado muito a sua forma de escrever.
ResponderExcluirQue legal sua viagem, a experiência, e a forma de contar.
beijo
Nossa, até eu gelei quando você quase esqueceu de levar o Card. Pense na treta! Só por Deus, quero nem pensar.
ResponderExcluirMeias adolescentísticas nos entregam sempre, não tem jeito.
beijos!
P.S: Vocês precisam seriamente parar de acabar com a minha imagens nos seus blogs =P
O fato de eu ter tido o privilégio de ouvir essa história ao vivo e em primeira mão me deixa abismada mesmo é com o fato de você conseguir dormir numa ponte aérea! É rápido demais, nunca consigo.
ResponderExcluirMas esse final! É esse bafo de ar quente que me dá a sensação de estar em casa, amiga. Amo tanto esse bafo de ar quente que escreveria odes dedicadas a ele.
<3