Eu sou medrosa, sabe. Se me levar a sério demais durante a noite, na hora de dormir, além dos mil planos de come brócolis e tomar um copo de água em jejum todas as manhãs, vou desistir de fazer metade das coisas “duvidosas e aventureiras” que por ventura eu tenha planejado.
E claro que com essa programação maluca de Rock in Rio não seria diferente. As passagens estavam absurdas de caras, tinha ficado tudo pra última hora, eu estava com ingresso em mãos e tremendo absurdos, pensando que isso ia ser uma loucura, que ia ter manifestação no meio do show (!), iam quebrar tudo e eu ia acabar morrendo pisoteada ou de bala perdida. Essa sou eu, esse é meu time. Lembrei de um professor meu que, no primeiro ano da faculdade, disse que em toda turma tem uma que fica grávida e uma que morre. Até o presente momento, nenhuma das duas situações aconteceu, mas eu tinha certeza que eu seria a que ia morrer. Claro, me enfiando no Rio de Janeiro praticamente sozinha em época de caos, não sairia viva dessa empreitada. Mas com a passagem comprada, voltei a respirar fundo e pensei que tudo aconteceria do jeito que tivesse que acontecer, porque ninguém morre de véspera.
Ainda mais perto da data, eu ficava pensando que eu canso muito fácil de ficar em pé, e meu pé, que nunca mais foi o mesmo pós 15 dias de Disney aos meus 15 anos, começa a doer muito rápido. Fiquei pensando naquela pista de show lotada de gente suada e pulando, daquele jeito onde, se você ousar levantar o braço, não consegue abaixar nunca mais porque não tem espaço. Quem disse que “dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço” certamente nunca andou de metrô em São Paulo na hora do Rush, nem tampouco encarou pista de show. Pensei que, lá pelas 2h da manhã, estaria bufando de cansaço e dor, e jurando pelas minhas próximas 10 gerações que nunca mais cairia naquela roubada, porque assistir do sofá sempre seria mais confortável.
Bom, o primeiro desespero caiu por terra. Como vocês podem notar, estou viva, mais prolixa que nunca (agora que aprendi o significado correto da palavra, estou faceira), e apaixonada pelos dias que passei no Rio de Janeiro. O segundo temor... também caiu por terra! O show foi super tranquilo: Eu e Milena deitávamos em cangas nos entre-shows para bater papo olhando as estrelas. Deu pra descansar, deu pra pular, deu pra levantar e abaixar o braço, deu pra cantar, e não deu pra andar na roda gigante (conto em algum outro capítulo), mas por volta das 2h da manhã, quando acabou, conseguimos caminhar horrores até o ponto de ônibus dando risada e conversando animadamente, e não caindo pelas tabelas. O saldo foi extremamente positivo, e por isso preciso fazer a jura ao contrário: Nunca mais quero assistir somente pelo sofá.
Sofá nunca mais me será suficiente! E estou morrendo de ansiedade pelos detalhes da coisa, mas estou fugindo de narrar porque acho que nenhum texto falará tudo que deve ser dito à respeito destes dias que, assim como a pulseira, sempre brilharão no nosso coração.
ResponderExcluirAmo gente paranoica igual que sempre pensa que é a pessoa que vai morrrer. Tamo junta e é por isso que eu te amo!
ResponderExcluirMas então, acho que já fui em um tanto considerável de shows, e nunca me arrependi de nenhum deles, apesar da dor no corpo inteiro, de fumar por tabela, de ser esmagada pelas pessoas, de levantar o braço e não conseguir abaixar (been there), de atolar na lama (sdds Lollapalooza) etc. Porque né, não contente em ir pra um troço que já é bagunçado, eu quero ficar na frente no meio da doideira. Mas, porém, no entanto, contudo e todavia, meu pique só funciona quando eu estou num show de alguém que eu curta demais da conta, sabe? Quando é uma coisa que eu não faço muita questão, o sofá é sempre bem vindo, apesar de a energia jamais ser a mesma.
Beijo!
Amiga, preciso rir do "época de caos". Porque senti já na semana anterior seu medo com aquela pergunta se a cidade tava tranquila. E você viu que de nervoso só o nosso atraso pra chegar na casa da Palo.
ResponderExcluirO show foi tranquilo demais! Ouso dizer que o menos cansativo na minha vida. Aquela deitadinha no entre-shows foi a salvação.
E sou uma pessoa muito mais feliz por ter feito parte dessa sua experiência.
Beijo! <3
Ah, que bom que você gostou do Rio de Janeiro, no ínicio do post eu estava irritada com você mentalmente, por pensar tanta coisa horrivel do lugar onde moro, vivo e amo. Ja viajei ''bastante'' e de todos os lugares sempre prefiro minha cidade maravilhosa... Porém no final fiquei feliz por ter sido bom o show (apesar de, não ter coragem de ir mesmos endo carioca).
ResponderExcluirBeijos verdes http://tqspl.blogspot.com.br
Sou do time das paranoicas também Ana! E vivo rezando umas orações decoradas, livrai-nos do Malamém e talicoisa, porque nunca se sabe né.
ResponderExcluirFui em poucos shows nessa vida, mas foram os que selecionei a dedo. :p
(tá, também tem a grana, e o deslocamento e blábláblá), mas enfim, fui em shows que nunca mais vou querer assistir do sofá:
Teatro Mágico - Nando Reis - Frejat - Jack Johnson. Não foi nenhum Rock in rio, nenhum festival top, mas foram os que mais me marcaram.
Que tenhamos sempre pique pra's coisas boas dessa vida. Inclusive pro sofá, que é meu melhor lugar no mundo. hahahahaha
Eu sou tipo a Annoca, não sei se passaria pelo suor/paranóia/loucura de ver alguém que eu nem gosto tanto assim. Por isso meu coraçãozinho dói de não ir ver o John Mayer :( Porque eu AMO aquele cara. Pelo menos vai passar ao vivo e ficarei feliz em ver no Camarote do Sofá.
ResponderExcluirFico feliz que a paranóia tenha dado lugar a todos esses sentimentos lindos que eu quero partilhar com vocês no próximo Rock in Rio.
Beijos!
P.S: Tocaí, Larie! Frejat ao vivo é AMOR DEMAIS.
Se eu colocasse seu primeiro parágrafo em uma descrição minha, combinaria 100%. Sou dessas também, Analu. Durante o dia sou só excitação, bolando planos e aventuras do barulho. Aí chega a noite e, com ela, todos os meus medos. E tenho tentado trabalhar isso, pois sei que tenho perdido muita coisa boa nessa vida por conta desse medo bobo. Tenho que me soltar mais, viver mais! E vou me lembrar desse texto seu toda vez que o monstrinho do temor vir me perturbar tarde da noite. Um beijo!
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