sábado, 5 de maio de 2012

Quatro de maio de dois mil e doze

Dia sorteado pelas mafiosas para fazer um diário de bordo. Murphy está sempre pendurado no meu ombro, então meu cabelo acordou terrível, e minhas olheiras lá na bochecha. So Good. Por esse motivo o vídeo que eu fiz durante o dia vai ficar só em off, porque eu ainda não estou com toda essa disposição para jogar minha imagem no ralo. Por aqui, vamos de relato mesmo. Quem sabe contando eu não consigo refletir sobre o dia?

6h30 o despertador tocou doído. Tinha ficado rolando na cama até por volta das 2h30. Ninguém merece. Alguém precisa avisar pra insônia que ela só é poética de sábado pra domingo, quando a gente tem a madrugada toda pra ouvir música e pensar na vida, sem ter que acordar. Levantei. Entre trancos e barrancos, tentando disfarçar a olheira com rímel e dar um jeito no cabelo, que fica um ó com essa umidade. Tomei meu Toddy sagrado de cada dia de manhã. Faço isso desde que larguei a mamadeira. Meu pai me pergunta quando é que eu vou crescer e tomar uma xícara de café. Sei lá. Gosto do achocolatado.

Fui pra faculdade morrendo de frio E de sono, ouvindo desde Kid Abelha a Fernando & Sorocaba no carro, passando até por Balão Mágico. Estava uma chuvinha irritante do lado de fora. A aula foi no auditório, estava escuro, o computador travou… Boring. Finalmente chega a hora da carta de alforria, viemos pra casa, com direito a um belo cochilo no carro. Abri a porta com câmera em punho, toda felizinha, mas a Kimmy não quis me fazer festa. Nem pegar a bolinha quando eu joguei. Traidora.

Me joguei na cama pra começar a dar uma olhada nos vídeos e capotei. Dormi tão fundo que perdi o almoço. Não sei de onde tirei forças para levantar as 14h e ir fazer unha. Deve ser só porque eu adoro a minha manicure. O nome dela é Elizabeth, gente, muito chique. Ela escolhe meu esmalte sozinha, e super bota banca. É carioca e eu morro de rir com ela. Hoje eu pedi pra ela nunca voltar pro Rio de Janeiro. Quando ela me perguntou porque eu disse que é porque eu me apego muito fácil. Ela parou de tirar minhas cúticulas para me dar um abraço. Dou sorte com as pessoas.

Cheguei em casa e fui digitar o texto adaptado da peça, enquanto me emputecia cada vez mais com o meu cabelo, sem ter mais tempo de lavá-lo antes de ter que sair de novo. Fui pra psicóloga. Já contei? Pois é, eu vou na psicóloga agora, porque eu morro de medo de agulhas (?). A psicologia é engraçada. Sei que a gente acaba descobrindo uma porção de coisas. De lá, fui pro Cena Hum e me enfiei uma sala pra terminar de digitar texto. Cansei de digitar sozinha e fui chamar minha amiga pra me ajudar, e ela veio toda contente, de muletas. O Murilo veio também, e ficamos os 3 no chão da sala. Elô ditando, eu digitando, Murilo espiando. O texto ficou pronto 10 minutos antes da aula, deu tempo de imprimir e entregar na mão da diretora! Lemos um pedaço dele hoje. E conversamos bastante sobre que caminho queremos tomar na peça. Como é uma metáfora do nazismo, falamos bastante sobre ditadura, política, métodos de tortura, e até Jogos Vorazes entrou na dança. Tá, fui eu que falei dos Jogos Vorazes, mas a professora super se interessou, viu? No meio do caminho eu encontrei a Mayra, claro. Fiz a bichinha aparecer no vídeo. Fofinha.

Na hora da saída eu esqueci de ligar pra minha mãe, e fiquei encostada na mureta da escola, olhando o movimento da rua e o céu, enquanto minha mãe não chegava. Até que ela me ligou, e eu me toquei de que não tinha pedido pra ela ir, então ela não ia chegar, obviamente. Sendo assim, pedi, e fiquei esperando ela vir, enquanto rolavam uns diálogos bem inusitados naquela calçada, num fim de sexta-feira.

Finalmente em casa, nem acreditei que lavei meu cabelo. Ele estava me incomodando desde às 6h da manhã, gente. Adoro me enfiar no pijama e nas meias. Sentei no tapete, joguei o meu Felicidade Clandestina no meio do tapete, e fui tentar tirar a foto do dia pro Projeto 366. Comecei a soprar bolhas de sabão, e consegui umas fotos bem legais, até que tinha uma aranha minúscula andando na minha perna e eu fiz um escândalo, até que minha mãe procurou tamanha enormidade de inseto no meu quarto e matou.

Aí eu sentei pra editar vídeo e escrever esse relato. De um dia extremamente trivial e sem graça, com olhos cheios de areias e nada refletivo saiu desse texto hoje, apesar de eu estar com uma vibe feliz! Às vezes a Felicidade tem cara de Clandestina. Ou eu é que ando lendo Clarice Lispector demais. Minha orelha esquerda está pegando fogo. Acho que tem alguém falando mal de mim por aí. Deixa eu morder essa gola e terminar esse relato.

13 comentários:

  1. Seu dia foi mais legal que o meu, amiga, relaxa! Adorei o relato.
    Queria tomar achocolatado, mas não posso mais. Me dá dor de estômago, e eu não posso com isso no terceiro ano de 12 horas por dia no colégio, né?!
    Que inveja da sua tarde gostosa, que saudade de poder dormir e só acordar pra ir fazer as unhas. Falando nisso, super fofa a sua manicure carioca. Imaginei a cena e morri de amores. Awn! Você não dá sorte com as pessoas, elas é que dão contigo, sua fofa!
    Caraca, como assim Jogos Vorazes na construção da peça?! Sério isso? Quem seri o Peeta? Acho bom fazer jus! HAHAHAHAHA
    Você ainda sopra bolinhas de sabão, hahaha. Vi no instagram outro dia e achei muito fofa!

    P.S. Quando terminar de ler o livro, quero reações! E post! (:

    Beijos <3

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  2. Sem o vídeo é sacanagem! Você tá me deixando com vontade de fazer teatro, mas sou travada demais pra isso. Não daria certo. E eu costumo dizer que é melhor um dia comum do que uma surpresa desagradável; pois é, vou a terapia porque sou pessimista hahaha

    Obrigadíssima pelo elogio ao livro, linda :)

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  3. Se eu fosse relatar o meu dia, acho que muita gente iria sentir pena de mim. Viver só do trabalho para casa é um ritual meio sem graça e rotineiro demais.

    Beijos

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  4. Amiga flor, seu dia foi muito melhor que o meu! Mas assim, 500 milhões de vezes melhor, hahaha. Amei o relato e amei o vídeo, por isso meus comentários vão misturar os dois, tá?

    A senhorita coloca muito achocolatado nesse leite, jesus! Pelo menos não coloca açúcar! Eu não sou nada saudável. Não como e nem bebo NADA antes de ir pra faculdade. Não desce, sabe? Só vou me alimentar lá pelas 7h30min, 8h, às vezes 9h, quando já estou na universidade. Só aí consigo engolir alguma coisa.

    Acho o máximo você ouvir de Balão Mágico a Adele no caminho, minha colcha de retalhos <3

    E como vocês fazem pra não dormir naquele auditório, me explica? Parece um mini cinema, tão escurinho!

    Muito fantástica sua manicure e o nome dela, que chique! Aliás, sou obrigada a concordar com Rafitcha: que saudade de acordar e ir fazer as unhas. Estar de unhas feitas é uma das coisas que mais melhoram o meu dia, de verdade. Uma dessas pequenas alegrias absurdamente necessárias. E dormir a tarde é uma saudade imensa =(

    Fiquei com inveja do seu abraço na Mayrinha naquele vídeo. Funcionou a sua tática de querer matar as pessoa de ciúmes! Boba.

    Lavar o cabelo é outra daquelas pequenas felicidades. Me sinto uma nova pessoa!

    "Comecei a soprar bolhas de sabão". AI, SUA FOFA.

    <3

    Te amo!

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  5. Orelha com rímel? Olheira, né? Tive que zoar. kkkkkk Que fofa sua manicure. Que inveja desse seu sono depois da faculdade que você não tem noção.kkkkk Anem, você é linda e fofa demais. Adorei saber mais sobre seu dia.

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  6. Analu, ainda não tive como ver o vídeo, por isso comentarei só o post.
    Pois bem, achei tão diferente do seu tom normal! Por incrível que pareça consegui te sentir meio com sono e meio mal humorada. Mas claro que ali pro meio você deu um jeito de quebrar o clima, analuzar as coisas, com o momento amor com a manicure e as bolhas de sabão só pra tirar foto.
    Tem coisas que só você, viu? <3

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  7. Amei seu texto! Tem bem mais detalhes que o vídeo, muito legal! E hoje eu descobri que Clarice Lispector usou em um epílogo uma frase do Raul Seixas, acredita? Na hora que falaram isso quase morri querendo te contar!
    Abraços <3

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  8. "Pois é, eu vou na psicóloga agora, porque eu morro de medo de agulhas (?)."

    juro que sem eu nem ver esse "(?)" eu tinha feito cara de WTF??? oO EAahEhuaehuaEuAEuhaeuhaEhuaehuaeuhaehuaehuaehue

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  9. Uou, difícil para de ler as coisas por aqui, hein?!
    Parabéns!

    Bjs

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  10. Amor de AnaLu, eu vou na psicóloga porque tenho medo de morrer, mas antes eu ia porque tinha medo de agulhas. Sério mesmo. Por isso me identifiquei. hhahaha
    Eu gostei do teu dia.
    Que manicure é essa? Que amor de pessoa ela deve ser.
    Beijo <3

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  11. Me amarrei no seu dia, Analu. E ri duas vezes com você dormindo no carro!

    Se eu não lavo meu cabelo de manhã cedo, eu não vivo. Sério. Sou a mais neurótica do mundo. E você digitando me lembrou que eu tenho que começar a treinar digitação.

    Repetindo pra fixar: adorei sua mãe!
    Beijos

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  12. putz Ana, sei muito bem como é ficar com o cabelo incomodando o dia inteiro e só conseguir lavar no finalzinho, dá uma agonia e um mau humor que é até dificil de acreditar, mas diazinho agitado esse teu hein? hahahaha to até com invejinha porque meus dias de vagal tão me levando a loucura... fazer o que?
    Adorei o seu video e não sei pra que tanto drama quanto a sua dignidade, pra mim ela continua firme e forte, intacta :D

    abraço!

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  13. Haha, adorei saber mais sobre seu dia!

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