domingo, 6 de maio de 2012

Clandestina e efêmera… Ah, a vida!

Era madrugada, eu tinha acabado de ler o conto “Felicidade Clandestina” pela milésima vez. Eu amo. Para mim, aquele conto é o melhor de Clarice. Mas eu estava lá, lendo Clarice, depois de ter guardado um pouco o Jogos Vorazes. Estava lá, deitada embaixo do edredom, com meia luz, felicidade clandestina e muita insônia. Eram 3 horas da manhã, e eu me deparei com um vidrinho de bolhas de sabão, lá longe, na minha estante. Anna Beatriz tinha esquecido aqui. Mas o vidrinho começou a me chamar, eu levantei da cama, peguei, e ainda deitada, fiquei soprando bolhas enquanto pensava no quão clandestina pode ser a felicidade.

Não contente em filosofar, de madrugada, sobre a felicidade, eu fiquei ali olhando aquelas bolhas tão bonitas estourando tão rápido, e comecei a pensar em como a vida é efêmera. Efêmera, bela, e clandestina. Como a felicidade. Como uma bolha de sabão.

Uma bolha de sabão é a metáfora perfeita da vida, na minha humilde opinião. Porque ela é linda. Extremamente linda. Ela reflete. Reflete cores e sombras misturadas. Ela hipnotiza. Hipnotiza quem tiver coração para enxergá-las. Ela é escorregadia. Voa com a direção dela, ninguém doma uma bolha de sabão. Só ela sabe o seu sentido. Você pode até achar que pode pegá-la, mas ela dá um jeito de se mandar. É clandestina porque sempre vai estar por ali de passagem.. sem pagar.. e vai sumir sem deixar vestígios. Sim, porque se você piscar, ao abrir o olho, ela pode não estar mais lá. Uma bolha, aliás, é um verdadeiro ensinamento às pessoas sobre a vida. Porque ela é leve e transparente. Como todos deveriam ser.

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Que felicidade clandestina e efêmera essa de viver.

23 comentários:

  1. Vontade de imprimir esse post e colar no meu mural. Vontade de revelar essa foto e pendurar em Tina & Nina para ver todos os dias quando acordar. Vontade de te dar um abraço bem apertado por ter escrito algo tão lindo, sensível e maravilhoso quanto esse post.

    Bolhas de sabão são efêmeras, incríveis e principalmente, simples. Como a vida. A gente é que complica, não é?

    Nem sei o que dizer. Estou apenas apaixonada por esse texto.

    Te amo!

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  2. e essa brisinha hein?? pqp...fico sensacional.....aeeahueahuaehuaehuae mtu profunda e mtu verdade manolaaa.... SENSACIONAL!

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  3. Como você e a Tary andam profundas! Aposto que combinaram de postar juntas também! Não dou conta de vocês, meu coração explode de tanto amor!
    Coisa mais querida esse texto seu Analu. Pode patentear a metáfora!
    beijão

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  4. Caramba! Que coisa mais linda esse post, Analu. Desculpa não ter vindo antes, já me arrependi. Amei, amei! Tô quase colando no mural também.

    <3

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  5. Poxa, nem tenho mais tempo para ter insônia e filosofar na madrugada :/

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  6. * Reclamei do livro do Bukowski lá no post, mas ainda o considero um dos meus autores favoritos.

    Infelizmente, alguns capítulos de "Mulheres", e certas atitudes do personagem, me fizeram lembrar de experiências desagradáveis. E que eu adoraria esquecer para sempre...

    Mas enfim. Recomendo os livros do velho Buk, principalmente "Cartas na Rua" e "Factótum".

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  7. "Leve e transparente. Como todos deveriam ser." Olha, isso sim é frase de efeito! Li Felicidade Clandestina umas duas vezes, mas confesso que não consegui gostar tanto quanto você. Pelo menos não ao ponto de reler tantas vezes. Gosto de Clarice, mas não é aquela coisa arrebatadora.

    Essas insônias da madrugada nunca me fazem filosofar assim, hehe, quer dizer, fico pensando em milhões de coisas mas nunca chego a conclusão alguma. Até espanto mais o sono, blé.

    =**

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  8. Mas que bela filosofada Ana! Muito legal este seu texto. Ainda nao li felicidade clandestina, mas depois deste post entrou pra minha lista de livro a ler heim!
    Um beijo

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  9. Muita verdade no seu texto...


    http://herecomesmyworld.blogspot.com.br/

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  10. Não consigo ouvir falar de bolhas sem pensar na Ju <3 Aaaiii amei o texto! Idolatro ferrenhamente "felicidade clandestina" mas não é meu preferido de Clarice, porque "o ovo e a galinha" existe. Adoro. Clarice é foda. E eu só discordo de ti porque não acho que a vida seja êfemera... Niemeyer tem 100 e tantos anos, a vida dele pode ter sido tudo, menos êfemera. Quanto ao resto, belo texto!
    Abraços!

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  11. Nuss! Que texto lindo, Ana Luísa. Admiro as pessoas que possuem um olhar leve e sensível para enxergar nas coisas mais simples a beleza da vida, assim como você faz.
    Sou uma leitora fantasma sua, mas a delicadeza desse post me fez sair da moita.
    Xero grande ^^

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  12. às vezes, dá até medinho =/

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  13. Lindo texto, você é uma menina de sensibilidade muito grande! Eu também sou apaixonado por bolhas de sabão, sou encantado por elas *-*

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  14. Ana, minha querida, não tivemos a oportunidade conversar depois do último post. Não queria ter te assustado, mas na hora eu estava com tanta raiva que eu aproveitei e deixei sair. Mas as coisas não estão assim tão ruins, eu briguei com o namo aquele dia, mas agora está tudo bem. Eu só usei da raiva para fazer um texto cheio de ódio, coisa que há tempo eu não fazia - e que acho eu, o blog pedia.

    Voltando à essa doçura que é seu blog e texto, falo com todas as palavras: também amo Felicidade Clandestina e bolinhas de sabão então, são picolé na minha mão. Mas o que eu gostei mesmo mesmo aqui foi da foto. Menina, tá de categoria! Um xuxu!!!

    Beijos mil!

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  15. Você é uma graça de menina, Analu!
    Que sensibilidade!!!
    Amei seu texto e sua metáfora!
    Parabéns, mesmo! E nunca perca isso!
    Beijo enorme!

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  16. Ja leu esse livro da imagem Ana? ganhei semana passada e não peguei para ler, li uma pag e julguei chato =; preciso de inspiração rs

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  17. Gosto de pensar em como nossa vida e felicidade são efêmeras. O sentimento de final - de despedida - deixa a vida mais intensa, mais justa, mais feliz. Lembrar que temos pouco tempo nos ensina a viver.

    Beijos, moça.

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  18. Ana Luísa, roulou um trmendo mimimi devido ao comentario que eu fiz no seu blog alguns dias atrás. Pois troquei as bolas e te chamei de Taryne ao invéz de Ana.
    Quero dizer que sinto muito tamanho erro que cometi. Se ficou ofendida de alguma maneira, não foi esta a minha intenção. Foi puro descuido, vi um nome, digitei outro.
    Sinto muito mesmo.
    Saiba que esta sendo muito bem protegida de qualquer desaforo pelas suas leitoras.
    Have a nice life.

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  19. Adoro este livro....

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  20. Sou fã de metáforas e essa é perfeita, que texto maravilhoso, gente, adorei, sério mesmo, logo eu que sou nostalgia até a raiz dos cabelos, sei bem o quanto a felicidade é visitante, e o quanto nós desejamos que ela seja uma eterna moradora, mas são poucas as vezes em que ajeitamos a nossa casa pro visitante se sentir bem e querer ficar, pra sempre. Muito bonito o teu texto, sério mesmo. :3

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  21. Texto lindo! Apesar da metáfora da efemeridade da bolha de sabão chegar a soar como um clichê acho extremamente válida... Adorei!

    abraços.

    http://anonimatodacriatividade.blogspot.com.br/

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  22. delícia de insônia inspiradora!

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  23. Também adoro esse conto e todos os outros da Clarice. E como ela faz a gente pensar na vida de uma forma diferente e bela. Pena que hoje em dia as pessoas têm apenas copiado e colado frases soltas dela, e não param para ler um livro.
    Gostei muito do texto :)
    Beijos

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