Ser adulto é um mito, não? Quando a gente é criança, a gente acha que nunca vai crescer. Que ser adulto é fabuloso, e que esta é uma graça que demorará uma eternidade até ser alcançada. Poder comer sorvete a hora que quer, dormir a hora que quer, não ter que estudar para provas, olha que mundo maravilhoso esse dos adultos.
Eu fui daquelas crianças que passou a vida querendo crescer, e já devo ter falado isso aqui algumas muitas vezes. Apesar de ter aproveitado a infância, tinha uma mente inquieta, desesperada por me ver adulta com tudo realizado. Acontece que, de uma forma ou de outra, a idade chega. Sem muitas das realizações sonhadas e com muito mais dores de cabeça.
Lembro de um texto da Irena que falava que no fim das contas, ter 20 ou quase 20 é ter 12 anos fingindo que tem algo a mais. Eu li tantas vezes esse texto que decorei partes e concordo tanto. Porque ela dizia que quando a gente tem 12 anos, 20 parece tanta coisa. E a gente tem certeza de que vai chegar aos 20 sambando glamour na cara da sociedade, sem dúvidas e com a vida de caminho andado.
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Nem sei se sinto mais saudade ou mais ódio dessa inocência que me fazia perder horas da minha vida desejando crescer. Porque um dia, a gente cresce. E então descobre porque o esperto do Peter Pan não queria fazer isso de jeito nenhum. Eu era uma criança cheia de encucações e medos. Mas eles se resolviam de formas mais fáceis. Sinto saudade daquele medo absurdo de dormir no meu quarto, onde simplesmente pular na cama da mãe resolvia tudo. Saudade de chorar por vontade de ganhar um brinquedo. Saudade quando os desejos que não tinha atendidos eram somente os de passar uma tarde brincando na casa da amiga, ou chupar chiclete antes do almoço. Saudade de quando eu não precisava entender. E muito menos: Não precisava gastar horas de desespero tentando me entender. Eu sei. Esse post parece não ter o menor sentido. Mas pro meu coração pesado de anseios eu juro que ele tem.
Amiga, eu entendo demais esse texto. Sei lá, a vida tá chegando pra valer e parece que eu ainda quero chegar em casa depois da escola, ver desenho animado, comer comida de vó e dormir a soneca da tarde. Mas o que tá tendo é esperar a faculdade começar, tirar a carta e etc. Cada vez mais a vida começa e menos eu me sinto preparada.
ResponderExcluirEu gosto de acreditar que uma hora a gente aprende a lidar com isso, as coisas fluem naturalmente. É como você me disse: é só essa fé que me deixa seguir em frente.
Te amo!
Deus há de te dar umas direções que acabem diretamente nas realizações dos seus sonhos, porque a justiça precisa ser feita. E você merece todos os sonhos do mundo.
Beijo <3
Já te falei, né? Eu amo ser adulta. Amo ter 30 anos, porque os 20 são mesmo a idade da indecisão. Amo mascar chiclete a hora que eu quero, tomar sorvete a hora que eu quero, antes da comida, de café da manhã. E amo mais ainda a preocupação em pensar que se eu fizer isso estarei com um pé no diabetes da vida. Amo saber que se eu tiver filhos farei tudo igualzinho: não deixar mascar chicletes antes do almoço. Porque hoje eu sei que não pode, e melhor: eu sei o porquê de não poder. Porque quando eu era criança eu tinha o que eu mais odeio: ignorância. Não assim no sentido pejorativo da palavra, mas no sentido de falta de conhecimento mesmo. Por que eu não posso mascar chiclete antes do almoço? POR QUE? O que há de tão ilegal e imoral em um simples chiclete às 11 horas de um dia tão comum? Hoje eu sei. E concordo com você: junto com a idade adulta vieram as preocupações da vida. As milhares de preocupações que a nossa cabeça inventa todos os dias. Mas mesmo assim eu prefiro assim. Porque a sabedoria da minha idade me conta que eu tenho milhares de preocupações porque eu estou viva e a vida é assim. Que bom que eu sou normal e saudável e penso tanto.
ResponderExcluirBeijo!
É verdade mesmo! Quando eu era criança, queria crescer logo, e agora com quase 16, eu quero voltar a ser criança! Já é difícil! :*
ResponderExcluirAcho que nunca me preocupei muito com isso. Desde criança tive um lado adulto aflorado. O que às vezes me preocupa, é o fato de eu me sentir responsável demais o tempo inteiro e deixar de aproveitar certas coisas.
ResponderExcluirMas relaxa, Analu... com 20 anos ainda é permitido fazer algumas besteiras. Beijos!
Consegui me identificar demais com esse texto! E olha que ainda não estou na casa dos vinte ainda! Não faz nem 3 anos que o que eu mais queria era crescer, ser independente, responsável e ter liberdade de escolha completa.
ResponderExcluirHoje em dia tudo isso me apavora um pouco. Não que seja algo ruim, mas é uma situação em que, se eu pudesse, escolheria permanecer nessa etapa da minha vida durante mais um tempinho!
O pior é que o peso da idade parece atormentar até antes do que a gente espera. Aí me pego pensando em tudo o que eu esperava que seria a essa altura do campeonato e percebo que sou apenas uma criança prestes a se tornar adulta, goste ou não!
São fases né? Espero que essa sensação se alivie depois que o glamour da idade resolver aparecer (se resolver)...
Beijão :*
Ahhh, mas esse texto faz mais sentido do que você imagina. Como faz...
ResponderExcluirAdorei seu cantinho ;)
E eu que ainda fico pensando no "quando eu crescer vai ser tudo diferente". A verdade é que a gente chega nos 20, e aí quer chegar nos 30 por tudo aquilo que a gente (acha que) vai ter.
ResponderExcluirAo mesmo tempo, tudo o que queremos quando a coisa aperta é o colo dos pais. E olha, muitas vezes é só isso que resolve as coisas. Já tentou?
Um beijo meu amor de Analu e acalme esse coraçãozinho. Te amo. <3
Não tenho saudades da minha infância, não. Sei lá, foi tão difícil. Eu tenho mais saudades das coisas que não fiz quando adolescente. Aí sim, eu perco o rumo de tanta raiva dessa inocência.
ResponderExcluirAh, amiga, me abraça então. Porque nós estamos no mesmo barco. Ando implorando por direções e, pior, achando que meu futuro vai ser cinzento. Tô vivendo aqueles períodos em que a esperança abandona a gente =/ Que saudade de mim mesma.
ResponderExcluirMas não podemos ficar assim. Nós merecemos mais e eu tenho fé de que vai chegar. Crescer dói pra caralho, machuca cada pedaço da gente, mas não é em vão.
Te amo <3
Babalu, meu amor, se eu pudesse pegar essa sua angústia com a mão e soprar pra longe eu fazia isso, você sabe. Mas agora vou mesmo me resignar em dizer essas coisas que tanto irritam quem lê, mas que quem está de fora precisa dizer: crescer dói demais da conta, mas é tão lindo! Mesmo!
ResponderExcluirNão vou dizer que gosto de ser gente grande o tempo inteiro - e olha que eu nem sou lá tão gente grande. Tem dias que eu sinto, sim, falta de ser criança e ter preocupações ínfimas, em viver uma vida sem problemas maiores do que o medo do escuro. Mas como a Rê colocou super bem (ah sério?), eu não tinha problemas mas eu também não tinha a menor noção da vida. A menor. Não que eu tenha muita hoje, mas ainda assim eu sei mais sobre mim e sobre o mundo do que eu sabia antes, e sei cada dia mais, porque cada dia a gente descobre algo diferente - ainda que vá constatar isso meses, anos depois. Eu prefiro isso a não saber, por mais dolorido que tantas vezes seja.
Não tenha dúvidas que você tá crescendo pra melhor, e como diz nosso beloved John Green, a dor *precisa* ser sentida. É mais bonito ler do que sentir, mas é verdade. Acredita em mim.
Deus tá cuidando do seu coraçãozinho, não tenha dúvidas. Você sabe que Switchfoot é minha banda autoajuda, né? Um dos meus versos favoritos da vida vem de "Yet", que diz mais ou menos assim: se não quebrar seu coração não é suficiente, porque é quando você está destruído, com suas tripas saindo pra fora é que descobre do que é feito. :)
http://www.youtube.com/watch?v=rfNo4Nvkfyw
te amo.
Amei o seu Blog, muito interessante. Parabéns!!!
ResponderExcluirVisite o meu
www.meumundorosapynk.blogspot.com.br
Beijocas
Como não te compreender neste texto Analu?
ResponderExcluirImpossível. Acho que a maioria das crianças - 99,9999% - passam muito tempo imaginando e desejando a vida após os 20. Quando completei 15, vi que o mundo desabaria em questão de segundos e logo eu completaria 20,30,40 - 90 anos.
Passou num piscar de olhos a infância e adolescência juntas. Nem vi. E olha que aproveitei a tal da criancice! Pulei muita corda na rua, brinquei de pique-esconde, de bambolê, de bonecas, casinha, adedanha e tudo que tive direito. Mas acontece que a idade realmente chega, junto com ela: responsabilidades, contas no seu nome, dores de cabeça, emprego, faculdade. É inevitável. E tem momentos, que é mais sábio ajoelhar e pedir orientações, pois sozinha, é impossível tomar as rédeas de tanta coisa. Tem que ter um Ser Maior e Todo Poderoso nos ajudando. hahahaha
Beijo
Li seu post lembrando de um poema que abre o livro "O senhor dos Ladrões", da Cornelia Funke. Lá diz que os adultos não se lembram de como é ser criança, por mais que digam que lembram. Não lembram de como o mundo parecia grande, que podia ser difícil subir numa cadeira ou como tinham que olhar para cima o tempo todo. E termina falando que é engraçado eles quererem lembrar da infância e sentir saudades, quando sonhavam justamente em se tornar adultos quando eram crianças.
ResponderExcluirEu meio que nunca quis ser adulta, a vida me empurrou para isso. Acabei tendo que amadurecer muito antes dos meus amiguinhos, por conta de alguns acontecimentos na minha casa. Não sei bem se teria sido muito diferente, mas até hoje guardo muito de "criança" em mim: gosto de livros infantis, vestidos com estampa e coisas fofinhas. Minha irmã de 16 anos parece até mais velha que eu, nesse sentido.
A verdade é que todo mundo se sente assim angustiado que nem você. Não precisa achar que o texto não fez sentido, nem nada... É normal. Acho que quanto mais a gente cresce, mais confuso se sente. Pra depois, bem lá na frente, a gente poder olhar para trás com a experiência adquirida e sorrir satisfeitos pela vida que levamos. Pelo menos é o que eu espero :)
Ahh, eu corrigi lá no meu post de retrospectiva literária e dei os créditos para a Tary, obrigada por me avisar <3 Beijos (já falei demais)