Eu acredito que posso dizer que sou daquelas pessoas intensas. Se isso é exatamente uma qualidade ou um defeito, eu não sei. Acho que pode ser as duas coisas, dependendo do momento.
A Anna escreveu um texto uma vez intitulado “Porque a gente é assim”, ou alguma coisa do gênero. E ela falava sobre como se entregava tanto aos livros que gostava que fazia carinho neles além de ler, e curtia tanto a história que era difícil se desapegar dela e começar uma nova. Não lembro se era exatamente isso, mas era algo do tipo. E eu gritei na caixa de comentários, porque eu sou assim, sabe. Eu me apaixono muito, eu entro na história de cabeça, sinto saudades, tenho certeza absoluta de que nada no mundo vai se igualar àquilo, termino de ler e fico abraçada em posição fetal com o livro. Paro de ler pra ver a capa mais uma vez, faço carinho na página, beijo a lombada. E não é só com livros.
Quando eu me apaixono por uma música, eu posso chegar a ouví-la 50 vezes no mesmo dia. Me apaixono por algo que estou fazendo e me entrego, e por dias a fio só sei falar no assunto. Eu viro monotemática quando me apaixono. Tenho minhas fases de só saber indicar um livro, uma música, um autor, uma sobremesa.
Eu sou meio Clarice. Principalmente naquele texto onde ela fala tanto sobre intensidade. Assim como ela, eu já passei muitas noites chorando tanto a ponto de não conseguir pegar no sono, bem como já fui dormir tão feliz a ponto de nem conseguir fechar os olhos. Já passei horas olhando pra um espelho tentando descobrir quem eu era, e em outros dias, já tive tanta certeza de mim a ponto de querer sumir. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentiras. Não sei voar com os pés no chão.
O título desse texto seria “Sobre intensidade”, mas hoje passei o dia com essa frase que usei na cabeça. Na verdade, é o título do álbum de fotos de uma amiga minha: “I plan on live forever, so far, so good”, que eu sempre achei maravilhoso. E eu acho que intensidade tem disso aí, né? É querer viver pra sempre. E já que sabemos que não dá, que vivamos muito longe e muito bem.
Quando eu tenho que chorar, eu choro muito. Eu mordo travesseiro, eu perco o ar, chuto o armário e tenho certeza absoluta de que nunca mais vou conseguir ser feliz na minha vida. Quando eu tenho que sorrir, eu sorrio muito. Eu sento na cama de madrugada dando gargalhadas e agradecendo a Deus pela minha vida, tendo a certeza de que eu não faço ideia do que é a tristeza. Quando eu não vou com a cara da comida, eu torço o nariz, reclamo, e nem provo. Eu costumo comer pouquinho, mas meu tio faz um spaghetti que eu amo, e um dia eu comi três pratos dele depois de ter comido um cheeseburger, só porque ele estava realmente bom. Eu não sei viver pela metade.
Hoje minha irmã tirou meu “A Culpa é das Estrelas” da estante, e eu perguntei se ela tinha visto que tinha uma marca de mordida no livro. Ela me perguntou o que diabos era aquilo, e eu disse que tinha gostado tanto do livro, que quando terminei, dei uma mordida de amor nele. Ela olhou pra mim com uma cara de julgamento e só conseguiu dizer: “Coitado do teu afilhado”. Eu dei risada e pensei: “Verdade”. Mas pensando bem, mordidinha de amor não dói.
Viver por inteiro pode ser bem dolorido. Mas pode ser bem mágico também. E ainda tem tantos tons de cores dentro desses extremos… Existem muitos infinitos entre um 0 e um 1. E está tudo aí, pra ser vivido. Intensamente.
HAHAHAHAHAHA Você MORDEU "A Culpa é das Estrelas! Pausa. Eu não mordi ACEDE, mas ele bem tá do lado da minha cama, tanto que, quando você me perguntou daquela quote, eu estiquei o braço e peguei o livro. Ele sempre tem que estar perto, sabe, porque sim.
ResponderExcluirAmiga, eu tento ser assim também, intensa. Mas não consigo muito bem, porque me preocupo demais. Eu choro por antecipação e não tô nem aí pra se o que eu temo que aconteça vai acontecer mesmo ou não, eu só choro e sofro logo. Hoje tá sendo um desses dias. Mas aí eu tenho gente como você que me diz pra ignorar tudo e viver intensamente. Vai bem no título do seu texto. Vai bem na foto que eu postei no facebook, que sempre dá pra recomeçar o pequeno infinito que é a vida, que sempre dá pra viver de novo, basta querer. Tomara que nós consigamos manter isso em mente, sempre.
Te amo!
KKKKKK, ainda estou em choque igual a Rafaela: você mordeu o livro porque o ama. Ai céus, você não existe, Analu! hahaha
ResponderExcluirGosto de pessoas intensas porque tenho a sensação de que elas vivem "mais" as coisas, conseguem extrair mais de cada momento, seja ele bom ou ruim. Muito legal saber que você é assim Ana, porque ultimamente eu só tenho visto pessoas superficiais por aí e ler esse texto me deixou feliz. Feliz por saber que ainda existem pessoas tão maravilhosas assim no mundo.
Jamais deixe de ser assim porque seja se acabando de chorar ou morrendo de rir tenho certeza que você será muito mais feliz do que os amenos desse mundo.
Beijões, sua linda ♥
Eu, sinceramente, sempre tive um pouco de inveja de gente assim, como você e a Clarice, intensa. Sempre quis amar alguém como se fosse a última pessoa da minha vida, sempre quis viver como se fosse o último dia da minha existência, mas eu não consigo. Porque me dói inteira pensar em chorar como se não existisse luz no fim do túnel ou simplesmente amar tanto alguém e aí não saber como pode caber tanta coisa no coração, acho que eu não me permito. Eu acho muito incrível quem se joga, quem é intensidade pura e não teme isso. Um dia quem sabe eu consiga, né? não temer a intensidade, que tenho certeza que tem dentro de mim, mas eu controlo com todas minhas forças, um dia eu vou ser assim como você e a Clarice e então eu vou me doer inteira, mas eu vou amar e viver os meu pequeno infinito intensamente! E vai valer a pena!!
ResponderExcluirBeijo
Ah Analu...eu acho lindo quem vive assim, sabe? Eu sempre lembro daquela frase clichê " A vida é muito curta p/ ser vivida tão mal" e toda vez que essa frase vem à minha cabeça eu sinto que não dá p/ ficar só sentado vem o trem passar. Vamos gritar, vamos chorar, vamos sorrir, vamos amar! Sei lá...acho que é assim q a vida deve ser vivida. Beijão!
ResponderExcluirjj-jovemjornalista.com/
ResponderExcluirAmiga, acho que esse é um dos aspectos em que eu mais me pareço com você. Não sei nem se isso é bom, pra falar a verdade. Sim, por um lado é maravilhoso, porque quando estamos felizes, sentimos essa alegria que não cabe no peito e explode, atingindo a todos que nos cercam. Por outro lado, quando estamos tristes, dói tanto, mas tanto, que a gente nem sabe o que fazer com tanta dor. A gente às vezes não sabe o que fazer com tanto sentimento, na verdade. Os outros não estão preparados para pessoas que sentem muito, o tempo todo - como nós. Ainda bem que a gente se tem e se entende. Te amo muito por você ser assim <3
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