Ela levantou e resolveu não fazer o café da manhã usual. Ao invés do simples copo de leite, abriu a geladeira e pegou uma porção de morangos. Encheu de açúcar em cima e se fartou com aquelas pequenas maravilhas vermelhas e brancas. Escovou os dentes, passou um rímel, jogou o cabelo para o lado e tentou pela milésima vez escolher entre seu pingente de nuvem ou seu pingente de corujinha. Todo dia era a mesma coisa. E acabava no uni-duni-tê. Decidiu sair com a nuvem. Porque estava afim de dizer OKAY para o mundo. Só não sabia ainda que, daquele dia em diante, o mundo estava ainda mais decidido a dizer OKAY para ela. Em um fim de inverno totalmente primaveril, munida de câmera fotográfica e livros, resolveu passar o dia no parque.
Sentou perto dos lírios. Sempre foram seus preferidos. Leu vários capítulos, tirou várias fotografias, deitou na canga e quis olhar o céu passear. As nuvens pareciam flores. Lembrou-se de uma frase que sempre achou bonita: “Quem perde o teto, ganha as estrelas”. Pensou que felizmente não havia precisado perder o teto para se perceber em relação a isso. “Como são lindas as nuvens”, frisou, sem querer, em voz alta, enquanto lembrava da nuvem que carregava no peito.
- É. Elas são lindas mesmo! Já viu aquela ali, parece uma nuvem!
- Muito engraçado uma nuvem ter formato de nuvem. Vem cá, eu te conheço?
- Não, mas isso agora é o de menos. Olha aquela outra ali! Também parece uma nuvem!
- Pois eu acho que parece uma coruja.
- Ah, vai, talvez se eu virar bem a cabeça... Não. Realmente parece uma nuvem.
E riu. E riu a menina também, espantosamente analisando o sujeito que havia acabado de conhecer, do nada, embaixo de uma árvore, perto dos lírios. Como assim ele tinha a cabeça quadrada a ponto de pensar que nuvens se pareciam apenas com nuvens? Mas, puxa, que sorriso ele tem, pensava, ao mesmo tempo.
- Você tem um sorriso lindo, sabia? E olha só, seu pingente! Parece uma nuvem em forma de nuvem!
- Muito engraçado.
- Ah, vai, você nem notou que eu reparei no seu sorriso?
- Er... reparei. Obrigada.
Corou. Corou e ele sorriu. Sabia que tinha começado a ganhar pontos. Perguntou sobre o livro que ela lia, e sobre as fotografias que tinha tirado. Disse que na verdade não tinha paciência de ficar à toa no parque, mas que a partir desse dia, seria obrigado a começar a vir. Convidou-a para tomar um sorvete, e colocou uma flor em seu cabelo. E então dançaram. Dançaram e rodopiaram pela grama. Dançaram como se não dançassem para ninguém. Ou só para os dois, ainda bem. E ninguém percebeu o tempo passar.
- Ei! São 20h!
- É, eu sei! As nuvens agora, curiosamente, estão com forma de estrelas!
- Deve ser porque SÃO estrelas!
- Quem é o quadrado agora?
E ela sorriu. Disse que precisava ir embora. Correndo. Alguma coisa sobre uma carruagem que virava abóbora depois de um certo horário. Não. História errada. Devia ser porque ela tinha um TCC pra terminar. Isso, era isso. Ele então ofereceu uma carona na sua bicicleta azul. Ela disse que jamais pegaria carona com um estranho.
- Prazer, Pedro.
- Taryne.
E então, ela pegou a carona. O mundo sorriu para os dois.
As estrelas nunca mais foram apenas estrelas. Seriam sempre nuvens.
E as nuvens, essas sempre seriam nuvens, mesmo que parecessem coelhos.
E eles nunca mais foram estranhos um ao outro.
Ai, amiga, que lindo! Senti muita conexão mental entre nós duas, vale constar! Tão meio e inocente, mas ao mesmo tempo eu senti meu coração rodopiando aqui também.E eu ri da parte do TCC hahaha. A Taryne é uma figura fantástica mesmo, merece uma história bonita assim! Amo as duas <3
ResponderExcluirChorando nuvens e estrelas, apenas.
ResponderExcluirComo a senhora tem coragem de dizer que seu texto não ficou bom? Tô rindo inteira por dentro aqui, Babalu <3 Doce e tarynesco, como mandava a proposta.
Amo vocês <3
Que lindo! "As estrelas nunca mais foram apenas estrelas. Seriam sempre nuvens."
ResponderExcluirGostei muito!
Ai, posso começar a chorar? Que história mais Taryne! Vou ficar aqui torcendo pra ser assim. Pra ser doce, leve, encantador como ela. E TEM NUVENS! Nuvens Greenianas que podem remeter a infinitos. E que remeterão, porque ela merece.
ResponderExcluirAmo você, amo a Tary. <3
Ah, não, amor demais esse conto. Mandou muito mais do que bem, tô chorando aqui. "As estrelas nunca mais foram apenas estrelas. Seriam sempre nuvens. E as nuvens, essas sempre seriam nuvens, mesmo que parecessem coelhos."
ResponderExcluirHappy #TaryDay
Amo vocês <3
AI MEU DEUS DO CÉU! Vocês querem me matar? Nem preciso dizer que eu chorei porque você viu isso acontecer ao vivo na webcam. Nem sei se eu mereço tanto, minha irmã de alma. Eu devo ter feito alguma coisa muito certa nessa vida pra ter a sorte de ter vocês comigo. Te amo muito, muito, muito! Me dói não poder te abraçar agora, mas sei que está perto. E esse texto... meu Deus! Que coisa incrível. Isso podia perfeitamente ter acontecido. Perfeitamente. Ai, você arrasa.
ResponderExcluir<3
Obrigada por ser essa amiga fantástica.
Ai que lindo <3
ResponderExcluirAi romance...*suspiros infinitos*
ResponderExcluirHappy TaryDay!!
A-M-E-I! Quero um conto onde eu encontro o amor da minha vida, também! hahahahha
ResponderExcluir#TARYDAY YAY!
NaLu arrasa, véi. APENAS.
oie ana, tudo bom?
ResponderExcluirsegundo post que eu leio em homenagem a taryne hoje... achei fofo! a sua história ficou muito legal... fiquei rindo aqui do pedro, por ele achar que todas as nuvens tem formas de nuvens! hahaha! muito bom... e a história é fofa! parabéns pelo texto! ;)
beijo, beijo!
Só uma coisa a dizer: que delícia!!!
ResponderExcluirVoltarei sempre ao seu blog!
Beijos
uauuuu mas que coisa mais lindaaaa. vocês duas tem uma amizade tão bicha, mas tão bicha, que é de dar inveja. dá pra sentir nas piadas internas, comentários trocados... poxa, que sorte a de vocês. e reza de amiga é forte! quem sabe o conto vira realidade? rs.
ResponderExcluirana amada, desculpa o sumiço, to numa agonia pra postar no blog mas nunca dá. agora vim, postei e corri pra cá. você sabe que eu morro de amores por aqui.
beijoca
Simplesmente lindo. Sério, estou sem palavras. Tão simples e ao mesmo tempo tão intenso. Me emocionou.
ResponderExcluirBeijinhos