sexta-feira, 5 de julho de 2013

Um relicário imenso de infinitos

Os sonhos mais legais de realizar são aqueles que, pelo fato de não colocarmos muita fé, nem nos esforçamos sonhando tanto. Eles ficam ali. Quietinhos, intrínsecos na alma, e de repente, se realizam. Como num passe de mágica. A vida às vezes parece um passe de mágica, e se existe a tal da lei de Murphy que faz tudo dar errado da pior maneira possível, existe também a não tão comentada lei sem-nome, que faz tudo dar muito certo da melhor maneira possível.

Ano passado, antes de agosto, não acreditava de coração que um dia seria possível um encontrão da máfia. E ele aconteceu. E mesmo com o destino sambando na minha cara e mostrando que as coisas são possíveis eu teimava em não pensar a sério no assunto de acreditar ser possível um dia eu ter essas meninas em uma estreia de peça minha.

Não contente em me permitir estrear um musical (logo eu, que não cantava nem “o cravo rosa” em público, tamanho o desespero), o destino ainda resolveu que seria legal mandar umas pessoas bacanas pra assistirem. Uma que resolveu vir, então duas, e de repente eu avisei pra minha mãe que sete pessoas estariam vindo se hospedar em nossa casa. Era inacreditável. Era muita realidade para um sonho só. E aconteceu.

É difícil até enumerar tudo o que ocorre nesse tão intenso e curto tempo no qual as coisas realmente acontecem. Sei que no dia 27 de junho, uma quinta-feira fria, eu cheguei maravilhada de um ensaio belíssimo, que rolou depois de finalmente termos terminado de fazer o cenário. Tomei banho, cantei pelo quarto, e fui dormir ansiosa por tudo o que viria. Levantei da minha cama às 6h30 pra ir ao aeroporto e só voltei para ela no dia 3 de julho às 5h30, quando as últimas duas foram embora e deixaram uma casa vazia e gelada para trás.

Minhas amigas vieram. E eu estreei um musical com elas na primeira fila. Elas passaram um sábado aflitivo comigo andando de um lado pro outro, e tentavam conversar e fazer piadas enquanto me empurravam comida goela baixo e me viam de pé com o olhar sem rumo de tanto desespero. Cantaram Taylor Swift no carro comigo, conseguindo me desestressar um pouco. Rolaram no chão em meio a presentes fofos que ganhamos de uma certa amiga talentosíssima. Me desejaram merda-merda pessoalmente, e me viram sair de casa às 17h com um iceberg dentro da barriga pra cantar em cima de um palco. Comeram pizza comigo pós-estreia, falaram da peça com lágrimas nos olhos, me apertaram chorando agradecendo pela maravilha que elas tinham ido assistir. Ora essa, quem sou eu! Maravilha foi tê-las na plateia.

Tudo o que é bom dura o tempo necessário para se tornar inesquecível. E se alguns infinitos são maiores que outros, só tenho a reafirmar o que Rafinha disse tão sabiamente: Ok, temos mais 1 ano separadas pela frente, mas o que é 1 ano separada perante aos 3 maravilhosos dias que passamos tão juntas? E digo mais: Nunca ficamos 1 ano separadas. Alma não se separa.

Na quarta-feira às 5h30 da manhã, quando eu me deitei na minha cama de novo após esses dias, eu fiquei quieta olhando pro teto e pensando que era incrível que só haviam se passado 5 madrugadas desde que eu tinha levantado dela. E pensei que eu vivo achando que anos se passam e minha vida não sai do lugar, e que nada muda. E meu Deus, quantos sonhos podem ser realizados em 5 dias. Quantos relicários de amor não são construídos em 5 dias. E... quantas vezes eu preciso agradecer ao universo por ter me dado de presente pessoas tão especiais?

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We’re happy, free, confused, lonely at the same time

7 comentários:

  1. Ai meu amor de Analu! Que coisa mais linda e gostosa esse texto.
    Eu nunca na vida imaginei que iria numa estreia tua. E aconteceu. E foi tudo muito lindo, tudo muito sonho, sabe?
    Foi incrível passar esses dias do lado de vocês, que são gurias maravilhosas e que eu tenho uma baita sorte de ter na minha vida.
    Amo vocês.
    Te amo.
    <3

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  2. Criando coragem pra comentar nesse post.
    Depois eu volto.
    Um xero.

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  3. Meu coração dói tanto de pensar de perdi o Encontrão 2.0 que vocês nem imaginam. Ainda mais sendo no meu anviersário. Mas, como dito pela Rafinha e reafirmado por você, alma não se separa. Amo vocês.

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  4. Alma não se separa. Disse tudo.
    Sei lá o que dizer, amiga.
    Quero um botão pra voltar e reviver esses dias. Porque eles foram infinitos mas passaram tão injustamente rápido! Tô com abraços engasgados de novo!

    Te amo muito muito <3

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  5. tô na madruga boladona lendo os posts sobre esse segundo encontrão e to tão mas tão mas TÃO feliz por vocês que to até com invejinha por não ter podido participar por n razões, mas tá tudo tão lindo, as fotos, os videos, os posts que até aquece o coração e tu se derramando aí... menina, me empresta um pouco de coração? O meu acho que ta em falta ):

    enfim, é uma delicia essa bagunça né? Senti a mesma coisa depois que a gente se despediu no metrô ano passado. AI ai

    beijos guria

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  6. Fico encantada com as coisas singelas e profundas que vc escreve. Obrigada AMOR-a de lindeza.

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  7. Também sei lá o que dizer.
    Ainda rio quando lembro daquele em que perdemos nossas malas. Ainda choro quando lembro da Mel cantando "Os outros" e minha mão esmagando a da Taryne. Sou muito grata pelos nossos infinitos dos 3 dias, amiga. Muito obrigada por ter proporcionado tudo isso, desde o início!
    Amo vocês!

    <3

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