sábado, 13 de julho de 2013

Eu queria muito ter amado

Quando ouvi rumores de que J. K. Rowling estava aparecendo por aí com um livro eu fiquei com uma sensação muito dúbia no meu peito. Era uma alegria imensa de poder ler algo dela de novo, e um pavor imenso de imaginar ela escrevendo alguma coisa que não fosse Harry Potter.

Admiro. Claro que ela tem o direito. Ninguém quer ser marcado por “uma obra só”. E por isso eu fui deixando o barco correr. Olhava o livro e não comprava. Esperava pelo momento onde eu ia ter muita vontade de lê-lo. Pedi de aniversário e ganhei. Coloquei em cima da escrivaninha e esperei. Até que, ainda no meio da leitura de “Olhai os lírios do campo”, olhei de relance pra escrivaninha e ele gritou pedindo atenção. E eu ouvi.

Terminei Érico Veríssimo na maior correria, tamanha vontade de aproveitar aquela ansiedade súbita para finalmente ter um J. K. Rowling de novo nos meus braços e devorá-lo. Quando finalmente comecei o livro, olhei várias vezes para o nome na capa e lembrei de cada Harry Potter que eu esperei ansiosamente ter sido lançado. Prometi a mim mesma que ia apagar esse registro e ler sem fazer comparações. E consegui. Não pelo mais nobre dos motivos.

Essa leitura pra mim foi um gráfico. Quando comecei, viciei e achei que leria de uma vez. Mas ele oscilava muito. Perdia o sentido várias vezes. Aqueles milhões de personagens me deixavam maluca. Ao contrário das pessoas tão vivas que Harry Potter colocou na minha vida, as pessoas de Morte Súbita me pareciam vazias, sem aprofundamento nenhum. Consegui angariar um núcleo favorito, e os únicos momentos onde eu conseguia me entregar de verdade à leitura para esquecer da vida real eram onde esses personagens apareciam. No caso, o drama de Terri, Robbie e Krystal, com um dedinho de Kay, Gavin e Gaia. Dei umas risadas com Samantha e odiei Obbo com todas as minhas forças. E só. De resto, um enorme vazio. Parminder não me convenceu. Colin não me convenceu. Mary não me convenceu, e o chato do Simon menos ainda.

Consegui me envolver um pouquinho nas confusões e intrigas que rodeiam eleições de cidade do interior, e achei o máximo os adolescentes aprontando enquanto os adultos se descabelavam para descobrir quem era o grande mentor por trás das sacanagens virtuais. Mas a superficialidade dos personagens insistia em me afastar da história.

O fato é que ainda me pego chateada de dar 3 estrelas pra J. K. Rowling. Gostei de seu livro, e só. Terminei louca pra terminar, porque já não aguentava mais olhar pra capa dele toda hora. Li um livro do Antônio Prata em menos de 48 no meio da leitura dele. Não ataquei o livro quando ele saiu, tentei esperar nosso momento. E mesmo assim não rolou. Tem nada não. J. K. pra mim sempre será J. K., e nunca terei papas na língua ao dizer, sem receio, que minha vida vale a pena porque existe Harry Potter. Meu coração agradece silenciosamente a ela pela infância, adolescência e lições de vida que ela me deu de presente criando o fantástico mundo de Hogwarts e tudo o mais. Mas com Morte Súbita não rolou. E, meu Deus.

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Como eu queria ter amado

8 comentários:

  1. Banana e suas três estrelas.
    Eu amei demais esse livro, amiga, da primeira página até a última. E me conectei muito com os personagens, me chateia você dizer que achou eles vazios. Juro pra você que depois que eu terminei o livro eu continuei pensando neles por um bom tempo e até hoje morro de saudade da Samantha, da Kay, do Andrew...
    Mas enfim, quando não é pra ser não é.
    E é claro que continuo te amando!

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  2. Sabe que de todos que eu conheço que já leram esse livro, só Anna gostou. Todos falam a mesma coisa, que não se prenderam na história, que tem muitos personagens, etc.
    Não tenho vontade nenhuma de ler. Desanimei total com todas as críticas. :(
    Quem sabe um dia...
    Beijo. <3

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  3. Dei cinco estrelas pra esse livro, CINCO! Achei tão extremamente peculiar e diferente de Harry Potter, mas me arrebatou de uma maneira que li em dois dias. Comprei, sentei e li, praticamente. Fiquei ansiosa pelos desenlaces de todos os núcleos, e achei os personagens muito bem escritos. Claro que é difícil de se preocupar tanto com eles quanto fazíamos em Harry Potter, afinal foram anos de comunicação e sala comunal da Grifinória, mas achei ótimo encontrar esse outro lado da Jo. Uma pena você não ter gostado tanto assim, mas essa é a vida de leituras. Nem sempre somos fisgados por aquilo que esperamos ser. Beijo!

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  4. Ganhei esse livro da editora, justamente quando ia comprá-lo. Ainda está aqui na estante, mas existem tantas obras na frente da Rowling, que ainda não me animei em lê-la.
    Você é mais uma das pessoas que conheço que leram e não curtiram a vibe do livro. Eu terei a "sorte" de ler sem pensar em Harry Potter, foi não fui uma grande fã da série do bruxo. Não acompanhei.
    Num futuro próximo, espero dar o emu parecer.
    Abraços.

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  5. Eu comprei esse livro há séculos e a cada crítica é um balde de água fria, só vou adiando. Não aceito não gostar :(

    e cara, você lembra demais a atriz Romola Garai, especialmente como Briony em Desejo e Reparação, alguém já te disse? haha

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  6. Você achou ok e Annoca amou... Esse é um dos livros que eu não faço a menor ideia do que vou achar. Não tô com expectativa nenhuma, o que pode ajudar, mas vai saber. Só lendo. E tô esperando o momento certo. Agora tô louca pra trazerem o livro policial dela pro Brasil porque adoro o gênero. Dependendo, leio até primeiro, hahaha!

    Te amo, amica!

    P.S: 'Banana e suas 3 estrelas' HAHAHAHA EU RI.

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  7. Pode me matar, mas nunca li Harry Potter, então não poderia fazer nenhuma comparação das obras.
    Agora fiquei curiosa com a obra, porque li tanta coisa boa e tanta coisa ruim que preciso tirar minhas próprias conclusões.
    Mas ainda este ano quero começar e terminar a série.
    Antes, eu estava tirando o atraso da adolescência com a série linda de morrer da MEg Cabot, Princesa. *___*


    Suas opiniões são sempre muito válidas pra mim, por isso comecei a série Princesa, porque uma vez li aqui você falando dela e blábláblá.

    Beijo.

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  8. Bem, eu sou bem curiosa pra ler Morte Súbita, pra ter essa capa na minha estante, toda minha, sempre que eu quiser parar tudo pra admirá-la. E não é porque minha infância foi marcada por HP, ou porque eu comecei a ler por conta de HP, nem nada de HP, mesmo porque nunca li HP ~~ É porque pura e simplesmente Morte Súbita me interessou, e, como costumo ter um gosto nem sempre faz parte da maioria, talvez eu até aprecie muito dele. O enredo é diferente e parece ser peculiar, e também daqueles que você pode não gostar ou amar ou achar mediano. Imprevisível.
    Gostei mesmo de sua crítica. E que bom que você não deixou de gostar da Rowling, afinal o quanto de leitores ela conquistou com HP nunca vai mudar só por causa de um livro que não agradou a tantos assim.
    sete-viidas.blogspot.com

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