quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Às vezes as coisas têm que “dar errado”.

Esse vai sendo parecendo mais um daqueles posts “filosofias de botequim”. Aliás, gostei disso, acho que vou criar um marcador com esse nome. Mas vamos parar de divagar e ir direto ao post.

Tudo começou quando a Anna fez um post de homenagem ao pudim de sua avó. O que me lembra que eu ainda preciso fazer um post para o pão da minha, mas acho que vou deixar isso para o fim do ano, porque aí eu posso comer vários pedaços dele para me inspirar. (Já estou divagando de novo. Planeta Terra chamando!). A questão central da história do pudim da vó da Anninha foi que ela tirou o doce do forno cinco minutos antes do previsto, ele ficou com uma consistência esquisita e com um gosto maravilhoso.

Na hora de comentar o post dela, eu lembrei que o melhor bolo de chocolate que eu comi foi o do dia em que minha tia errou a receita e colocou pó royal a mais, fazendo com que o mesmo EXPLODISSE dentro do forno. Olha, agora eu vou fazer uma declaração da qual possivelmente vou me arrepender: Eu trollo* MUITO a minha tia, e se ela fosse a Nazira ia viver desejando que eu ardesse no mármore do inferno, porque ela ficou maluca da vida com a explosão do bolo, e foi tirá-lo do forno para limpar enquanto eu sentei no chão e CHOREI de rir. Tinha chocolate pelo forno todo. O bolo parecia uma mousse gigante e desmantelada. Eu estava ansiosíssima para comê-lo, mas mesmo assim, só conseguia rir. Porque a situação era HILÁRIA. Um bolo explodindo galera. Reflitam.

No meio da crise de riso, eu acho que eu ainda insisti com a minha tia para ela colocar a cobertura no bolo, antes de limpar o forno todo. Sim, era uma mousse desmantelada, mas merecia cobertura, ué. Sei que ela colocou a cobertura e então pôs o pseudo-bolo para esfriar em cima da mesa. Eu esperei no máximo uns 10 minutos, peguei um prato, um garfo, uma espátula e ataquei. E aí?

E aí que o bolo desmantelado foi o melhor bolo de chocolate que eu comi na minha vida. Sério, gente, era de comer REZANDO. A receita desse bolo é da tia Lú, e ela o faz divinamente. Só que eu enchi o saco pra ela me passar a receita, para que a tia Malu pudesse fazer, e ela passou. Só que se confundiu e anotou a quantidade de pó royal para a receita DOBRADA. E aí, já viram. O bolo da tia Malu explodiu. Todas as vezes que as duas fazem esse bolo ele fica divino. Mas acho que vai ser difícil superar aquele dito cujo que explodiu.

Agora que eu relatei o acontecido e dei um trilhão de risadas internas de lembrar da cena, a minha filosofia de boteco da madrugada de hoje (sim, porque são quase 2 horas da manhã) é que as coisas às vezes têm que dar errado para dar totalmente certo.

E com “dar errado”, eu não quero dizer no sentido literal. Eu quero dizer que não aconteceu exatamente conforme o planejado. Outro exemplo disso foi quando o meu estágio caiu do céu na minha cabeça em março desse ano. Eu chorei todas as pitangas possíveis no dia que me ligaram pra avisar que a vaga era minha, porque eu teria que mudar de turma no teatro. Foi algo que fugiu dos meus planos iniciais, ué. E aí o que aconteceu? Além de um estágio super bacana, caí de para-quedas no processo de uma peça que vocês-estão-mais-do-que-carecas-de-saber amei de paixão.

Não. Isso não quer dizer que eu vou parar de chorar as pitangas quando algo sai diferente do que eu planejo. Porque eu choro mesmo. Como diz a Mayra, basta uma gota fora do copo para eu achar que Noé está voltando à terra. Mas eu posso continuar chorando, e as coisas podem continuar dando certo no final, e eu vou continuar sorrindo e pensando: Nossa, que bom que “deu errado”! Porque é aí que está a magia da coisa. Se surpreender. Seja no começo, no meio ou no final. Desde que seja sempre.

* Eu sei. O verbo trollar é ridículo. Mas tem certas situações em que ele é o único que cabe perfeitamente. Quando eu ler esse texto daqui há alguns meses eu vou morrer de vergonha de ter usado esse verbo. Mas não consegui pensar em nenhum outro pra usar agora. Então vai isso mesmo.

11 comentários:

  1. Haha tudo errado né?Hum vc sabe q qnd tá tudo errado pra vc q as coisas saem boas, nós 2 sabemos, o mundo sabe, só metade de você que peleia em não saber, né pekenina?
    Gostei do texto, mostrando que erros formam acertos futuros ou desencadeiam obras maravilhosas
    Podemos ser um erro como um acerto, mas o sucesso depende da vontade =)

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  2. Sabe que o errado, às vezes parece certo.

    O gosto do errado tem sabor de certo.E a gente gosta tanto de errar.

    Adorei o texto. beijo

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  3. Por isso gosto tanto das imperfeições. O errado sempre sai maravilhoso. Adoro resultados assim.
    Gostaria de experimentar o bolo da sua tia. Até porque, de um modo geral, detesto bolos. Mas sou fã enlouquecida de pudim.
    Beijão.

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  4. Fugas no plano sempre são seguidas de boas coisas, mesmo que a gente se descabele e ache que tudo deu errado, elas sempre são válidas, felizmente!
    Amei sua filosofia de botequim e fiquei com uma senhora vontade de comer um bom bolo de chocolate hehehe
    O livro que vc está lendo eu sempre quis ler! É tão bom quanto parece?
    Beijos!

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  5. Como diz minha mãe, "há males que vêm para bens".
    E eu não sei o que acontece que a maioria das receitas que dão errado tendem a ser melhores do que as originais. Incrível!

    Beijo

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  6. Ana Lu,

    Foi maravilhoso ler esse texto, embora até hj, quando se fala do episódio, posso sentir o cheiro de bolo no meu forno e ver aquela cena horrível, de quase meia noite eu limpando td a bagunça. Foi divertidíssimo. O melhor foi ver vc se deliciando com o bolo.
    Estou com saudades de fazê-lo para vc.
    Temos que agendar uma ida à Curitiba.
    Bjs e muita saudade.

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  7. Ei Analu!

    Essa história do bolo me lembrou uma vez em que eu precisei fazer um fricassée de frango totalmente sozinha. E no meio eu errei a receita. Só que, não sei como, ficou ainda melhor do que o original, haha! (Ps: Fiquei com água na boca pensando nesse bolo, hmmm...)

    Sobre dar errado pra dar certo, olha, vou te dizer, é uma das poucas coisas que me fazem permanecer de pé quando tudo vai mal. Sério, essa crença de que primeiro dá errado pra depois da certo praticamente controla a minha vida. Não sei como seria sem essa esperança, de verdade. =)

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  8. AnaLuuuu do céu, vou ter que confessar que eu sou a "drama queen" do universo, porque detesto quando as coisas dão errado.

    Andei sumida pq tô tão sem tempo e só tenho aparecido pra colocar os posts. Mas como sempre, assim que posso dou uma visitada nos blogs preferidos - e lá está você.

    Ps: você me fez lembrar o Zeca Camargo com os seus "eu divago"

    Beijinhos

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  9. Ai adorei essa filosofia. Faz muito sentido e me acompanha sempre na minha vida. haha
    Um vez estava tudo certo para eu ir morar em outra cidade, com um amigo, pra fazer faculdade..mas aí não fui. Simples. Não deu. Chorei, gritei, fiquei triste, mas o que se podia fazer?
    Aí o que aconteceu? No outro ano eu conheci meu namorado e potencial amor da minha vida forever, coisa que nunca teria acontecido se eu tivesse agora morando em outra cidade. :)
    Dar errado pode dar certo. Curti. haha
    Beijo, Analu.

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  10. Às vezes é bom sentir o gosto do inesperado, do aparentemente "errado". Fugir do óbvio é bom. Dar certo nem sempre é tão bom quanto sair do planejado.

    Tem gosto bom. Como um bolo que explode. (risos)

    Beijos!

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  11. Isso me lembra as saídas que dão errado, mas que no fim eu me divirto mais do que o planejado; ou até mesmo as receitas que eu resolvo fazer, e no meio do preparo falta um ingrediente um outro, me obrigando a improvisar. E quase sempre o resultado é bom.

    Pois é. Concordo com a sua "filosofia de botequim" kkkk

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