sexta-feira, 23 de março de 2012

Pela poesia de seus bairros, Curitiba.

E daí que depois de 2 anos e 2 meses morando aqui, eu até já posso dizer que sou um pouquinho curitibana também. Porque as coisas deixam marcas na gente, né. E tudo bem que eu passo 90% do ano reclamando da temperatura, porque eu odeio frio, e na minha concepção ideal a humanidade viveria de verão. Como não é assim, eu me conformo esperneio. Deixando de fora o clima, Curitiba lá tem seus encantos.

Já falei de como o céu em Curitiba é lindo quando faz sol? Pois é. Quando está sol, essa cidade ganha um céu de azul infinito. Daqueles que dá vontade de deitar no chão e olhar pra cima, pra sempre. Se afogar no meio das nuvens. Nunca abri mão de sentar na janela, quando na sala de aula. No meio daquela aula insuportável, eu viro pro lado e olho pro céu. E se for um dia de céu cinza, eu puxo a cortina, claro.

Já falei de suas flores? De como eu reclamo de passeios turísticos, mas sempre tenho vontade de correr como se não houvesse amanhã quando entro no Jardim Botânico? Seus desenhos de sebes, canteiros de dente-de-leão… Não dá vontade de ir embora.

Preciso falar da Ópera de Arame? Passando por cima da Majestade do Teatro Abril e do Guaíra, aquela estrutura tão diferente sempre me deixa de olhos brilhando. Acho que todo aprendiz de ator dessa cidade deve ter um sonhozinho antigo de pisar naquele palco.

O bosque do alemão começa com a história da Chapeuzinho vermelho e termina com uma citação de Goethe: “Pra quem ama, Bagdá é perto”. No meio, a casa da bruxa da Chapeuzinho, onde funciona uma biblioteca pequenina, com livrinhos infantis, e monitoras se vestem de bruxas para contar histórias paras a crianças. Foi onde eu fiz minha primeira reportagem de TV.

Não vou ficar rasgando mais seda. Porque eu adoro fazer bico e dizer aos meus amigos curitibanos que essa cidade é um saco. É. Mas todas no mundo são, se a gente se esforçar para só olhar o lado ruim. Hoje, eu ainda não me acostumei a olhar pra esse template cheio de florzinhas, saí vestida de rosa da cabeça aos pés, com sapatilha brilhando e tudo, ou seja, estou amor. Mas o que eu ia falar desde o título do post era só do nome dos bairros.

De como eu fico enfezada no ponto de ônibus, morrendo de frio, e com ódio de tudo, mas como eu fico feliz da vida quando passa o “Vista Alegre/Canal da Música”, não só porque finalmente é o meu ônibus, mas porque eu acho o nome dele poético. Agora, com 2 anos e 2 meses morando aqui, eu ainda não deixei de sentir um arrepio sutil e delicioso quando alguém me fala de Santa Felicidade. Santa Felicidade, gente. Existe nome de bairro mais poético no mundo? Tudo bem, São Paulo chegou bem perto com sua Liberdade, e eu acho que não existe avenida no mundo tão poética quando a Paulista, mas aqui em Curitiba, o povo, mesmo meio mal-humorado, descobriu que a felicidade é Santa, e resolveu nomear um bairro assim.

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Santa Felicidade.

E pela poesia de seus bairros, Curitiba, como és bela!

11 comentários:

  1. Que post mais amor, amiga! Adoro essa sua mania - nunca a perca - de reparar nas coisas simples da vida. Eu tenho essa paixão toda por céu e pelos nomes das coisas também. Acho que eu não iria reclamar de passar uma temporada em Curitiba, sabe? Eu estou morrendo por um pouco de frio, não aguento mais o calor que faz por aqui. É bom usar vestidos, é verdade, mas é terrível ficar em pé no ônibus com o cabelo fritando por causa do sol.

    Ficou lindo o texto, acho que depois de 2 anos e 2 meses a velha e fria Curitiba já amoleceu seu coração, confesse!

    Beijo!

    P.S: Eu sempre sonhei em morar no meu bairro em parte por causa do nome. Monte Castelo. Acho lindo!

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  2. como voce mesmo lembrou, faltou falar da tradicional, clássica e maravilhosa pipoca com bacon nas esquinas curitibanas né, e ó com esse texto ae todo cheio de amor pela cidade só me faz ter mais vontade de voltar ae logo pra conhecer essa cidade inteira...=)

    qualquer dia, te dou um susto e toco a campainha...=)

    ahaha

    bjao

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  3. Primeiro: que layout lindo.
    Segundo: você não é de Curitiba??? Jurava que era. Agora que vi na Máfia que nasceu em Vitória.
    Eu morro de vontade de conhecer Curitiba, principalmente o Jardim Botânico (babo nas fotos).
    Amei os nomes dos bairros, principalmente porque as referências da minha cidade não são boas: duvido que aí tenha um bairro chamado "Calaboca" como aqui hehehe

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  4. Juro que não consigo crer que esse post foi escrito por você. Juro. Mas olha, confesso que também AMO o céu desse lugar, mas como gosto de inverno o amo mesmo quando está cinza, porque até cinza ele consegue ser bonito, não morto e triste demais, apenas sóbrio. Depois do terrível céu cinzendo de Londres, o de Curitiba passou a ser perfeito. Quanto aos bairros, o que eu acho mais interessante é o tal do "Novo Mundo", principalmente porque o ônibus pra chegar lá é o 666. Acho engraçado um bairro que se chama "Xaxim", porque sempre fico imaginando como diabos ele ganhou esse nome. As construções são realmente belissimas e o Jardim Botânico é um dos parques mais lindos do mundo, embora o Tanguá seja êxplendido também! Não sabia sobre essa casa no Bosque do Alemão, nunca vou lá... Por fim, gostaria de dizer que realmente existe uma santa que se chama Felicidade e creio que ela seja italiana e por isso o nome do bairro, não que as pessoas aqui achem a felicidade santa. Lembre-se de que eles são fechados e arrogantes, não felizes. A não ser que a partir daquele portal a felicidade reine e todos os habitantes de lá em diante sejam fantasticamente felizes, mas não acho que seja verdade... Enfim, ainda não creio que você disse que se sente meio curitibana. Acho que nunca crerei. Beijinhos :)

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  5. Minha eterna frustração: ter morado em Florianópolis e nunca ter ido até Curitiba. Era bem mais perto do que agora. Sempre tive vontade de conhecer, acho, assim de vista, que é uma cidade adorável. Mas sei lá, às vezes a gente se engana. Eu achava que Floripa ia ser mágico e foi, mas descobri muitas pessoas preconceituosas e chatas.
    Se no próximo verão eu for até SC, acho que me estendo e vou para Curitiba. Aí eu te visito!! <33
    Beijo Amor de AnaLu.

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  6. Que bonito o seu texto! Também moro em Curitiba e também não sou daqui, nasci em Belo Horizonte. Mas Curitiba acolheu a mim e minha família quando eu tinha completado 11 anos e hoje já se passaram 12 e a adotei como a cidade do meu coração. Gosto até do céu acinzentado - que, para mim, é melhor do que os dias de calor parado por causa da minha pressão baixa. =] Achei lindo o que você escreveu, de verdade. Beijo!

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  7. Pois é... Curitibinha, de madrasta, virou nossa Madrinha!
    Amo Curitibinha!
    Amo vc!!!!
    Beijinho.

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  8. São Paulo vai ficar com ciúme, só digo isso. Logo você, tão ciumentinha, poxa. Mas que aí é lindo, isso é. Beijo, Paulistaninha ♥

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  9. Ai, Nalu. hahaha. Aqui os nomes dos bairros são sempre de "Vila" ou "Jardim". Ex. eu moro na Vila Arizona (soy texana), mas desço no Jardim Luciana. Aqui não é poético, aqui é mais para indígena. "Piratininga" "Marengo" "Jundiapeba" "Taiaçupeba" e assim vai ladeira abaixo...

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  10. Deu até para sentir a tranquilidade de Curitiba ao ler o seu post. Quem dera eu ter uma visão assim da cidade onde eu moro: Santos. Talvez, por eu ter vivido aqui a minha vida toda, eu tenha me acostumado demais aos seus cenários para notar seus detalhes. É uma cidade bonita, relativamente tranquila e muito mais do que a cidade-berço de um time de futebol irritante. As cidades do Sul do país me cativam, espero poder conhecer pelo menos alguma delas. Curitiba, inclusive. :)

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  11. Olá,
    Primeiro acho que devo alguma explicação, não é verdade? Talvez possa parecer estranho receber uma mensagem relativamente grande de alguém que você não conhece, e junto com um pedido de amizade no face... simplesmente “do nada”. (talvez seja por isso que nem tenha lido,e provavelmente rejeitado a solicitação) kkkkk
    Bom, estava lendo “Sobre livros e filmes” no “não Ficção” e vi seu comentário sobre Harry Potter que foi respondido pela minha prima.
    Achei sua colocação muito real. Concordo na forma como a magia de ler cresceu adoravelmente depois de conhecer o mundo de J.K. Rowling.
    Claro que depois de ler seu comentário, me interessei em conhecer um pouco da pessoa que acabara de expor ideias e uma experiência muito semelhante a minha. Foi assim que eu conheci o “Minha Vida Como Ela É”.
    E nem preciso dizer que me encantei com sua percepção de ver além. E de poder sentir a mesma poesia nas palavras que você descreve os lugares por onde passa. Esse jeito de ver o mundo, dos tão fascinantes “encontros” da vida, seja num por do sol ou num céu estrelado, a sinfonia dos pássaros na alvorada ou o toque dos primeiros raios de sol na pele.... ah, são coisas que hoje as pessoas não se importam tanto. Concordo com o Petit Prince, e é triste como as “pessoas grandes” esqueceram que o essencial é invisível aos olhos, e que enxergamos melhor com os olhos da alma, com a verdadeira sensibilidade que certas coisas merecem ser observadas.

    Sou grande amante das belezas da natureza, das verdadeiras atitudes, de pensamentos com simplicidade (digo simplicidade no seu contexto de pureza e dignidade), e encontrei no seu blog um pensamento mutuo de “... em cada canto eu vejo o lado bom”.

    E conhecendo o seu "canto", mostrando um lado muito
    bom da AnaLu, eu agradeço que há pessoas que ainda conseguem ver o mundo dessa forma.

    :)

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