quinta-feira, 15 de setembro de 2011

E eu sigo pagando a minha língua

fone

Um dia, no carro, analisando superficialmente o conteúdo de nossos IPods, papai concluiu: “O gosto da Ana Luísa é mais refinado, já o da Helena é uma esculhambação, tem de tudo.” Hoje, quem chegou a uma conclusão fui eu.

Sabe esses sertanejos universitários que na verdade deviam se chamar chiclete? Então. Eles surgem do além né. Um dia tem uma pessoa cantando, no outro dia são cem, e aí então, não mais que de repente, todo mundo está cantarolando. Inclusive eu. Só que assim, eu ainda não aprendi a parar de recriminar as tais das músicas na hora em que elas começam a bombar.

Hoje, no laboratório de informática da faculdade, enquanto eu cantava SEM PARAR o hit do momento (lê-se: “Ai, se eu te pego, ai, ai, se eu te pego.. Delícia! Assim você me mata”) eu tive que balançar a cabeça negativamente e fazer um minuto de silêncio pela morte do meu suposto refinamento musical. E aí eu fiz meio que um storyboard de como se dá o meu processo de “pagação de língua”. É assim:

  1. Lança-se a música
  2. Minha irmã baixa a música
  3. Ela começa a cantar dentro de casa.
  4. Eu xingo horrores, a acuso de fazer parte da escória musical…
  5. Eu me pego pensando na música
  6. Eu cantarolo a música no chuveiro
  7. Eu cantarolo a música no meu quarto
  8. Eu cantarolo EMPOLGADAMENTE  a música no meu quarto
  9. Eu começo a cantar a música no carro
  10. Eu começo a cantar a música em todos os lugares

E aí, vocês já sabem quais são os próximos  passos. Eu canto e saio dançando a música pelos corredores da faculdade, da escola de teatro, desço as escadas pulando os degraus nos ritmos da música, canto a música entre uma mordida e outra do pão de queijo, escrevo a letra no twitter, e aí, finalmente, chega o dia em que eu me rendo, chego no quarto da minha irmã segurando o IPod e o cabo com cara de cachorrinho pidão e falo a temida frase: “Coloca aquela música pra mim, por favor.” E aí, minha irmã é cruel. Ela me tortura. Ela pergunta com um sorriso macabro no rosto: “Que música?” E eu falo: Você sabe. E ela, com cara de quem comeu e não gosto: “Não sei não”. Eu, praticamente sussurrando: “A do __ (complete com: Michel Teló, Luan Santana, João Bosco e Vinícius ou Jorge e Mateus). Ela ainda por cima diz que tem um milhão de músicas desse artista, e que por isso, eu preciso dizer o nome. Como eu nunca sei, o resultado é que eu sempre tenho que cantar um  pedaço da música pra ela saber qual que eu quero. E aí, pronto. Ela venceu, mais uma vez.

Então, assim gente, eu assumo. Eu xingo as letras mequetrefes e dor-de-cotovelo agudas desses sertanejos universitários. Fico puta com a Helena quando ela coloca as músicas no carro. E no final das contas, elas acabam no meu IPod.

Em minha defesa eu só tenho a dizer que eu não sou tão Maria-vai-com-as-outras assim não. Porque, como disse o meu pai, o IPod da Helena É uma esculhambação. Até funk e pagode já teve naquela merda. (Steve Jobs nesse momento se arrepende da inclusão tecnológica, e se arrepia ao pensar em ter “Dona Gigi” tocando em seus aparelhos). E funk e pagode são demais até pra mim. Esses eu posso ATÉ me pegar cantando. Mas só no chuveiro. Desse passo elas não passam, juro. Porque: “Amar não é pecado, e se eu tiver errado, que se dane o mundo, eu só quero você” até vai. Agora, “Se me ver agarrado com ela separa que é briga, tá ligado?” já é apelação.

13 comentários:

  1. AHUSHAHUSUHAHUSUHAHUSUHAHUSUHAHSUAHUSHUAHSUAHUSHAUSHUAHSUAHSUAHSUAHUS MEEEEEEEU eu sei que você ama meus sertanejos meeeu! "Delícia, delícia, assim você me mata, ai se eu te pego, ai ai se eu te pego". E descreveu muito bem a hora em que você aparece no meu quarto pedindo a música, é exatamente assim, e você sempre canta uma parte da música NADA A VER e eu tenho que traduzir HAUHSUAHUSHUAHUS Ei, mas peralá que funks foi a 87637265342 anos atrás, eu não tenho funk no meu ipod não. ok, tenho jorge e mateus, joão bosco e vinícios, fernando e sorocaba, michel teló, guttavo lima, luan santana, ADAIR CARDOSO, e por ai vai AHUSHUAHSUA Minhas músicas são muito boas, fica bem na sua aí ok.

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  2. hahahahahaa, adoro posts cheios de humor, Ana!
    me divirto. E olha lá em casa eu também tenho fama de culta, mas eu me debruço com refrões do Luan Santana e (confesso!) Belo! Todas nós temos um lado hãn, digamos, romântico.

    Viva a música sem amarras! rs


    Obs: Você está lendo a Pequena Abelha! Quero mto!

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  3. Ana Lu,
    Por onde anda aquela menina que curtia Bossa Nova?
    Está ficando mais eclética!
    O importante é a música ser agradável aos ouvidos e nos emocionar.
    Bjs da tia

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  4. Bom. Eu me limito a dizer que não sei do que você está falando.



    Felizmente. ;)

    Beijo!

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  5. Minha flor, obrigada por ser tão assídua no meu blog quando eu ando tão sumida!!!
    Eu até que estava aturando a música do Luan Santana (por aturar entenda SUPORTAR), mas quando ouvi a versão ao vivo na Rádio Disney, com as meninas de fundo fazendo CORO, não aguentei e nunca mais quis ouvir a música!
    Tive a minha fase de Sertanejo Universitário (comprei até um cd rs), tive minha fase de Hip Hop (que deve em quando ainda escuto), agora estou na fase de folk, indie e as trilhas sonoras!!!
    Mas tenho que te dizer que quero parabenizar a pessoa responsável por escolher o seu nome e o da sua irmã: Ana Luísa e Helena. Que nomes lindos!!!! Parabéns!
    beijos

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  6. Aliás, você recebeu minha cartinha?

    Beijos!

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  7. Nossa, muito bom! Parece comigo... falo tanto, mas minha playlist tem de tudo. E agora vou ficar com essa musica chicletes na cabeça haha

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  8. Adorei teu jeito de escrever. Parece que você tá contando uma história pra uma amiga, totalmente sem pretensão. E todo mundo sabe que a falta de pretensão agrada muito mais que a pretensão.
    Quanto ao conteúdo do post em si, minha cara, eu só digo uma coisa: o jeito é dar uma fugidinha com você, o jeito é... er, quer dizer, continuar refinando o próprio gosto musical mas sem julgar o dos outros, pra não ser sacaneada até a próxima encarnação quando alguém te flagrar cantarolando um sertanejo qualquer.

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  9. Poxa!
    Minha querida, você está traindo o movimento. Não pode!
    haha
    beijo

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  10. Hahaha muito bom!
    Olha, eu nem de longe tenho esse problema: só ouço coisa velha, mas muito velha. Sempre fico deslocada quando o assunto são "os hits do momento", e confundo Beyoncé com Rihanna e afins. Só Adele que se salvou disso tudo!

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  11. Nesse caso, você ia gostar de morar em Maringá, porque essas músicas tocam tanto e em todos os lugares, aí antes mesmo de você pensar em pedir pra sua irmã, já teria enjoado.

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  12. AOKAKOAKOAKOAKOAKOAKOAKOKOAKOAAKOAKOKOAKAOAKOAKOAKOAKOAKOAKOAKOAKOAKOAKOAKOAKOKAOA OH CÉUS!
    Que decepção Aninha! tsc, tsc, tsc....

    Não, não... to brincando, não sou dessas não. As vezes a música fica na minha cabeça uma semana inteira, mas eu me recuso a reproduzir essas... Coisas, o pior que já cantarolei empolgadamente na sala de aula foi latino, ainda mais quando tinha uma colega de classe chamada Renata cof cof cof!
    Mas é o que dizem né? Musica ruim PEGA! E de música ruim o Brasil tá cheio, infelizmente x.x

    Mas não se sinta culpada, enquanto ainda existe Cazuza, Cássia Eller e outros grandes da VERDADEIRA música brasileira nós estamos bem (:

    Beijão flor!

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  13. Ah, é sempre assim. Ainda menor, quando eu ia de perua pro Américas, o tio Daniel (o tio da perua) colocava as maiores porcarias pra tocar no rádio. Foi de lá que eu aprendi e sai cantando "Eguinha Pocotó". Meus pais, quando ouviram-me cantando tal música, ficaram muito bravos, quase me tiraram da perua por isso. Essas músicas tem esses elementos (rítimo fácil e quase contínuo, letra repetitiva para fácil memorização e falta de conteúdo para evitar reflexões profundas) propositalmente para que as cantemos sem ao menos percebemos que as cantamos, e quando nos damos conta, já sabemos a letra de cor e está na nossa playlist mental diária.
    Temos de lutar contra o sistema! Companheiros, avaaaante!

    E pensando numa trilha sonora à la Mozart, mando-lhe muitos beijos e muitas felicidades

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