terça-feira, 11 de agosto de 2015

Sim - 11/31

Passei grande parte da minha infância querendo ser a Sandy. Não sei direito como aconteceu, só sei que era assim. Desde pequenininha eu gostava, pedia os CDs de presente e ia correndo até a televisão quando escutava o nome dela. A primeira música que eu aprendi a cantar no Karaokê foi a da Maria Chiquinha, e quando o Júnior falava “o resto? Pode deixar que eu aproveito” eu imaginava algo muito diferente do que ele realmente queria dizer. Eles eram só crianças e eu também, afinal de contas.

Sandy e Júnior me acompanharam em diversos momentos da vida. Fui em dois shows, me viciei em diferentes álbuns deles ao longo do tempo, tudo dependia das fases onde eu me encontrava. Quando eu era criança ainda, li uma reportagem sobre memória, e nela dizia que quando você chega no ápice de uma memória musical você nunca mais esquece. Na época acho que não acreditei, mas só isso explica eu saber até hoje, de cor, músicas como “O aniversário do Tatu” e “Meu primeiro Amor”.

Acho interessante quando a gente meio que vai crescendo junto com alguém ou algo que a gente gosta. Sempre fiquei encantada que a minha geração foi a única a crescer com Harry Potter. Adorei que meu terceiro ano foi juntinho com o do pessoal do High School Musical (me deixem) e estava no meu primeiro ano de faculdade quando o Andy de Toy Story passou por isso também. Não cresci exatamente junto com a Sandy, ela está uns 10 anos na frente, acredito, mas mesmo assim é bacana acompanhar.

Quando eu era criança ela me acompanhava com “Abre a porta Mariquinha” e só Deus (e minhas amigas) sabe o que aconteceu quando essa música tocou na balada certa vez aí. Mas o fato é que em algum momento nós nos distanciamos, Sandy e eu. Troquei a menina pela Avril Lavigne, achava que a primeira só escrevia música para crianças mesmo (?). Depois da Avril veio a Colbie e depois da Colbie veio a Taylor que dominou o meu IPod (e a minha vida rsss) de uma forma que nem eu mesma imaginava ser possível. Só que aí, no meio do vórtice eterno de Speak Now-Red-1989, AnnaVitória bateu na minha porta para me perguntar, em caps lock, o que eu estava fazendo da vida que ainda não tinha escutado o "novo" CD da Sandy - que, btw, foi lançando em 2013.

Enrolei alguns dias ainda, porque sou eu, mas quando resolvi tomar vergonha na cara e ouvir de uma vez... foi amor à primeira escuta. Sandy não escrevia só músicas para crianças, afinal. Ela cresceu também – e o melhor: cresceu mais um pouco ainda e veio, com seu aprendizado, me acalmar e antecipar meus receios antes mesmo que eu os concebesse.

Não vou fazer um faixa-a-faixa completo porque acho que o post já está longo demais. Mas só sei que hoje eu consigo dividir o espaço da Taylor com “SIM”, que virou meu novo mantra. Para uma pessoa medrosa e insegura feito eu, que foge da possibilidade de arrependimentos como o diabo foge da cruz, não há receita de ansiolítico melhor que lavar a cabeça com a voz da Sandy ecoando que dizer sim para o mundo é, geralmente, o melhor que podemos fazer por nós mesmos e que é dizendo esse sim que a gente descobre que a gente pode mais do que pensa.

Além disso, em “Quase 30” ela conforta meu coração dizendo que ela também, aos 20, achava que tinha a vida toda pela frente e que em 10 anos teria dado conta de saber de tudo; que tinha certeza que chegaria aos 30 realizada, e não cheia de medos e de sonhos por realizar. Ela fala dessa confusão de sentimentos de se sentir jovem demais para ser velha e velha demais para ser jovem, ao mesmo tempo. Talvez a chegada aos 30 seja a nossa segunda adolescência, e que é complicado e doloroso sim. Como isso me conforta? Se até para a Sandy está difícil, tudo bem ser difícil para mim. Não estou sozinha nessa.

“Morada” foi minha primeira queridinha desde sempre, e a única que eu já tinha escutado. Romântica, poética, lentinha, do jeito que eu gosto. Essa eu coloco no repeat para sonhar acordada e lembrar de agradecer por minhas linhas serem tortas. Não fosse assim e elas não teriam dado de cara com outras linhas tão tortas quanto... e me rendido a amizade mais importante da minha vida. Sim, transformo música romântica em ode às minhas amigas, e você que é feio?

Em “Eu escolho você” ela segue a vibe do tudo bem, é mais uma de amor, mas foca novamente que saiu da turma do talvez e se jogou sem paraquedas no sim. Um lembrete, caso a gente esteja em dúvida novamente, né? Essa música, aliás, é um casamento perfeito com a “Sim”, porque me trouxe quotes que tatuei na alma e levarei para a vida: quem vive (só) de princípios, assim, o tempo todo, não vai conseguir aproveitar os meios e os fins, e isso seria muito chato. Além disso, quebrar as próprias leis é extremamente necessário, porque só assim você se sente dono de si.

Vou citar rapidamente também “Ponto Final”, onde ela assume que às vezes a gente fica tão boba que cai antes da ficha e acaba se apaixonando pelo que inventamos das pessoas, e não pelo que elas realmente são. Qualquer semelhança com John Green é mera coincidência, mas não tem como não lembrar que é traiçoeiro isso de pensar que as pessoas são mais que pessoas, não? Só que aí, tudo bem, sabe? Acontece às vezes, e o que ela tem a dizer sobre isso é que, depois que a gente já descobriu que tá tudo errado, não devemos deixar para amanhã quem podemos deixar já – e assim perdemos menos tempo na vida com o que nos trava o riso.

LEAH, Sandy. Que crescida. Que madura. A Mariquinha da minha infância resolveu sair da bolha que a transformava apenas na boa mocinha e tomou as rédeas da própria vida. Hoje, ela é mais ela do que nunca e, por tabela, está me ensinando, dia após dia, banho após banho, a ser assim também. Venham com a gente!


> Eu e a Anna Vitória não combinamos (a gente jura) mas acabamos falando do mesmo assunto no mesmo dia, então aproveite que você está passeando por aqui e corra lá ler o texto dela também!
>> O post da segunda-feira que vem vai ser em formato de vídeo - e estamos planejando fazer aquele de responder perguntas. Então se você tem alguma pra mim, essa é a hora!

12 comentários:

  1. Eu também cresci com a Sandy. Lembro uma vez que ia ter show deles aqui na minha cidade e o show foi cancelado porque não teve venda o suficiente de ingresso. Chorei muito na época, e cresci meio frustrada por causa disso.
    Mas eu nem sabia que a Sandy tinha álbum "novo" e agora até deu vontadezinha de escutar, embora ache que o som dela talvez não me agrade muito. Vamos ver.

    Beijos!

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  2. Geeeente, super me identifiquei com o teu post. Não fui fã da Sandy, mas eu era totalmente apaixonada pela Thalia, sim, a mexicana da trilogia de Marias na TV.
    Deixei de lado há muito tempo e voltei a curtir o meu rock, mas até hoje sei de cor também todas suas canções. Memória musical é assim mesmo.
    Que bacana você voltar às origens, isso é saber reconhecer e celebrar o que foi bom no passado. ♥
    Tava com saudade de passar por aqui e "conversar" contigo :)

    Um beijão Analu-linda.
    Bia.

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  3. Amiga, quando acordei hoje a primeira coisa que fiz foi ler seu post, e fiquei meio chorrindo porque óbvio que a gente ia falar as mesmas coisas, óbvio que você ia falar tudo que eu esqueci de escrever, e óbvio que seria uma bichice bizarra porque é a gente e aff te amo tanto <3 Fico muito feliz e orgulhosa (?) de ver que a Sandy cresceu e se tornou uma mulher tão real, sensata e honesta, e tenho achado delicioso crescer junto com ela e ter uma trilha pra me inspirar nessas estradas tortas da vida.
    um brinde ao SIM! (?)
    te amo!

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  4. Maior decepção da minha vida foi não ter ido a um show de Sandy e Júnior. O pai das minhas amigas as levaram e eu passei a noite chorando e ouvindo a fita cassete num mimimi infinito.
    :(
    No meu celular tenho o cd acústico deles e vivo ouvindo loucamente e me segurando pra não soltar a voz no ônibus.
    Este "novo" dela é muito amorzinho, como tudo que ela fez, mas tem essa 'amadurecência' né? E amiga, Morada é muito perfeita! ♥ ♥
    Sandy, pega na minha mão e me ajuda a segurar essa barra que é viver sendo jovem e velho ao mesmo tempo, porque não tá fácil miga.

    Beijão!

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  5. Nananinha, fui ouvir esse CD quando Chica comentou sobre e apaixonei também. Era dessas #fanzoca de S&Jr na infância, amava demais. Tinha poster, CDs, sabia as letras, as coreografias, tudo. Aí chegou esse CD e enfiou uma faca no meu peito, de tão bom. Super tomo banho gritando as músicas como se não houvesse amanhã. Deu até vontade de ouvi agora.

    Te amoOoOo <3

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  6. Também já gostei de Sandy e Junior. As fases das carreiras deles que mais me marcavam eram aquelas de mudança de fase. Tipo, com "As 4 Estações" (e o AO VIVO deste mesmo título, com 4 opções de capa - e ainda tinha o "Todas as Estações" com canções Remix!) me agraciaram com canções como "A lenda", "Olha o que o amor me faz" (na época de "O cravo e a Rosa"!!) e "Príncipe dos Mares".

    Passei pelas fases do CD sem título que lançou "Turu-turu". Aquele programa dominical onde eles interpretavam a si próprios... Cara! Que loucura. Eles me afetaram mais do que eu imaginava.

    Assisti ao Show do Maraca pela TV, por não ter dinheiro pra ir assistir ao vivo (e não querer demonstrar ser fã a tal ponto), e foi com eles que eu comecei a criar interesse em cantar em Inglês/Espanhol/Francês, tudo por causa daquele CD bônus que vinha junto! Na verdade, inglês eu já tinha ouvido no CD internacional... Ai ai.. "We've only just begun", "Don't say you love me", "Must be magic"...

    O último deles na minha vida foi o "Identidade", onde eu fui assistir ACQUARIA no cinema e achei o máximo! (Hoje, quando eu assisto, penso: "Como eu consegui gostar tanto desse filme, na época?!". Lembro que em uma foto do encarte de "Identidade", tinha uma imagem da Sandy segurando um livro de "Florbela Espanca". Cara! E pra descobrir que livro era aquele?! Só porque eu vi a Sandy segurando na foto, eu queria ler também. Pra ler o que ela lia. (Tô assustado comigo mesmo, enquanto escrevo isso aqui!)

    Por fim, eu conheci o "Manuscrito" por comprar o CD e depois me apaixonado pelo DVD (Sim! Sou daqueles que gostam de ter o produto em casa). E o "Sim", eu me apaixonei não apenas por "Aquela dos 30", mas especialmente por "Segredo" e "Refúgio".. São tristes, mas são minhas favoritas. Posso ouvi-las repetidamente, sem me dar conta por um dia inteiro.

    Bem, desculpa escrever outro texto aqui, mas não era minha intenção.

    Sobre a pergunta: "Você já foi rotulada de alguma maneira que você não gostou? Conte-nos sobre isso."

    Beijos e até mais!

    O Coração do Menino

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  7. Eu ainda to aqui morrendo de saudade da Sandy porque ainda não revi ela nesse novo Cd. Demorei, eu sei. Minha irmã já mandou eu escutar e agora vocês com esses textos maravilhosos. Pera aí, já volto vou ali escutar.
    Te amo <3

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  8. Analuuuuu, tô amando teus posts, juro que quando tiver um tempinho venho comentar com mais propriedade. Aliás, tô muito feliz que teu BEDA esteja rolando... Sério, muito bom ter post teu novo todo dia <3

    Queria dizer que te marquei numa TAG lá no blog sobre escrita. O nome é ~se eu fosse você~ e a ideia é escrever um texto no "estilo" de escrita algum escritor famoso ou simplesmente de alguém que você admira. Ficarei muito feliz se tu conseguir responder! O link tá aqui, ó.

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  9. Ainda assisto ao programa da Sandy no VIVA. Ai como eu adorava os dois!

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  10. Li seu post cedo, mas tive que parar um pouquinho e pensar porque acho que sou a única que ainda não pegou a vibe desse cd. E eu acho que ele diria muito pra mim, de verdade. Fui fã de Sandy & Junior e já falei 12838912839 vezes que a minha maior frustração foi nunca ter ido num show deles, e comprado faixa e sido creiça pra caralho. Mas ok, vida que segue. Queria gostar um pouquinho desse álbum. Queria me apegar também. Quem sabe qualquer hora dessas?

    te amo <3

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  11. Minha vida super casou com HSM e Toy Story também! Por isso tenho um apego até hoje hehe.

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  12. Amiga do céu, meu comentário aqui vai ser quase o mesmo que o que farei no blog da Anna, mas: adorava a Sandy, mas não sei se teria paciência pra ouvir um cd ~novo~ dela por esses dias, viu? Não sei, acho que perdeu a magia pra mim ou só via magia na era Sandy & Jr. Assim como você, na época mais nova, a Sandy era um sonho, queria muito, muito ser igual a ela. Mas passou! Hahahaha

    Beijo!

    Te amo!

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