quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Meme literário sempre vai bem - 27/31

Sexta-feira algumas das meninas da Máfia marcaram de postar coletivamente o meme sobre hábitos literários. Como a brincadeira já rolava na blogosfera há tempos, acabou que eu e a Anna já tínhamos respondido certa vez em vídeo, de forma que pulamos  fora dessa vez. Só que eu estava sentindo que não era justo postar todos os dias por 31 dias e não responder um meme literariozinho que fosse, já que né, sempre bom pelo menos para ocupar espaço e coisa e tal  indicar mais uns livros e/ou ser obrigada a pensar um pouquinho neles.

Acabei encontrando esse aqui no blog da Del. Ela respondeu em texto (e assim farei também) mas ele foi originalmente criado no YT, no canal Livro e Café. Trata-se da “Tag As Ondas” e cada uma das categorias é baseada na descrição de um personagem do livro homônimo da Virginia Woolf que eu ainda não li, hehe. Vamos lá.


1. Bernard sentia amor à literatura (Um livro sobre livros)
Pensei automaticamente em várias opções, tipo A Sombra do Vento, A Vida do Livreiro A. J. Fikry ou ainda A menina que não sabia ler, mas no fim das contas resolvi que vou de O clube do livro no fim da vida que é bem menos conhecido que os outros. Trata-se de um romance de não-ficção, no qual o autor fala sobre sua relação com sua mãe, o desenvolvimento da doença dela, e o combinado que eles fizeram de ler os mesmos livros e comentar sobre eles enquanto a mãe ainda estivesse viva. Bonito, emocionante, sincero, acaba nos dando dicas de vários livros e propondo reflexões interessantíssimas sobre a vida e as relações pessoais que construímos.

2. Susan sentia paixão pela natureza e a maternidade (Um livro que fale sobre ser mãe)
Ah não, né? DE NOVO não. Vem aqui que tem.

3. Rodha se sente diferente em relação aos outros (Um livro com um personagem diferente dos padrões)
Em Mar da Tranquilidade somos apresentados a Nastya, uma protagonista cheia de issues secretas e que tem infinitos problemas de relacionamento. Sabemos que algo aconteceu em seu passado e que ela nunca mais foi a mesma desde então, parando de falar, inclusive. Aos poucos vamos entendendo melhor sua cabeça e chegando perto de descobrir o que rolou, mas enquanto esses desdobramentos vão acontecendo o incômodo de lidar com a personagem é grande.

4. Neville tinha inquietações sociais e ideológicas (Um livro que após a leitura dá vontade de fazer algo pelo mundo)
Olha, não sei se ter vontade de fazer algo pelo mundo é a descrição exata dos meus feelings, mas Americanah virou minha cabeça de white people que enxergava o racismo como algo distante e me tirou totalmente do lugar comum ao me mostrar como ele acontece todo santo dia debaixo do meu nariz, o quanto atinge às pessoas que são vítimas dele e o quanto deveria indignar a sociedade mais do que indigna. Então, primeiro, eu queria que todo mundo no mundo lesse esse livro para levar na cara também. Aí, depois, todo mundo teria lido e entendido e não haveria, finalmente, mais racismo no mundo, que tal?

5. Jinny era uma mulher sensual, preocupada com a aparência e com namorados (Um livro chick lit)
Mais uma vez eu podia tirar várias cartas da manga e citar a estante inteira da Sophie Kinsella, mas vou apelar por um menos conhecido que talvez possa servir melhor aos interessados em dicas literárias. Desde o primeiro instante é um catatau da Novo Conceito com uma capa meio duvidosa, mas acabou me entregando mais do que eu esperava e eu guardei ele no coração por causa disso. Não é um livro maravilhoso e está cheio de erros de edição e revisão mas me diverti enquanto lia, acreditei nos personagens, me envolvi nos dramas e torci muito para tudo dar certo. Numa era onde todo mundo acha que é fácil escrever um livro e nos enfia guela a baixo um monte de personagens rasos com histórias completamente inverossímeis, acho que só de eu ter conseguido me relacionar empaticamente com eles já foi um grande ganho, com o bônus da protagonista ser jornalista e eu ter conseguido super entender os enroscos em que ela acabou se metendo por ser “mais ética” do que deveria ser e confiar demais nas pessoas. Rachel, toca aqui, miga.

6. Louis era inseguro por ser estrangeiro (Um livro de sua estante numa língua que você não entende)
Juro que acho curioso o fato de alguém conseguir responder a essa pergunta, porque a menos que fosse um livro onde as imagens importassem realmente mais que o todo eu jamais gastaria dinheiro com um livro que eu não entendesse o idioma. Por que as pessoas fazem isso?

7. Percival é o único personagem que não tem fala direta. Os outros apenas comentam sobre ele (Um livro que todo mundo leu, mas você ainda não)
Memórias Póstumas de Brás Cubas é um dos meus grandes tabus literários. Não vou nem dizer que nunca peguei no coitadinho, porque uma vez me deu 5 minutos, eu baixei e devo ter lido metade em uma tarde, mas depois nunca mais abri o arquivo, nunca terminei e já me esqueci de tudo que eu li, inclusive do nome dos personagens, OU SEJA. O fato é que eu já falei isso antes umas mil vezes li Dom Casmurro na época errada da vida graças ao nosso maravilhoso sistema educacional que quer empurrar classicões para adolescentes e peguei birra do Machado de Assis. Depois disso, mesmo que eu já tenha amadurecido e passado a me encantar com suas histórias quando ouço pessoas entendidas falando delas, criei um certo receio e morro de medo de pegar qualquer obra de novo para tentar ler e achar um saco. Um dia sei que vamos viver nosso momento, Brás brother

8 comentários:

  1. Quero saber por que a senhorita resolveu desaplaudir nossa postagem coletiva de hoje. Assim, rapidão, me explica aqui antes que as botinas comecem a voar.
    Achei que esse meme fosse ser a coisa mais chata do universo, mas aí vem você e me mostra que não, que dá pra fazer um troço chato ficar divertido. Ainda não achando justo que você tenha ignorado a bichice em nome de um MEME, mas tudo bem, talvez eu te perdoe em breve.

    continuo te amando muito de qualquer forma <3

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  2. Memórias Póstumas também é um tabu meu! Tipo, eu REALMENTE quero ler. A ideia parecer tão genial. Memórias PÓSTUMAS já evoca um personagem sem muito a perder, né? Não sei por que ainda não aconteceu. Dom Casmurro também é outro que eu ainda não li, mas quero, com força. Todo mundo já leu e ficou na dúvida se teve ou não traição, mas eu estou jurando que vou ler e encontrar uma prova cabal, seja para o sim ou para não.

    Americanah tá aqui na minha estante esperando a vez.

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  3. É com grande pesar que venho por meio deste afirmar que não li nenhum dos livros acima citados.
    EXCEÇÃO: Memórias Póstumas e Dom Casmurro que são minhas paixões, amo Machadinho e li na escola também, mas sei lá, acho que eu tava na vibe de ler clássicos com 16 anos. Hahaha Depois reli mil vezes e cada vez amo mais. Tente outra vez, Bananinha.
    Claro que todos os outros livros vão para a lista de "quero muito ler".
    Te amo <3

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  4. Amiga, não acredito que consegui skoobear livros que ainda não tinha visto você indicar. Acho tão bom isso. Os da Sophie e da Jodi li por sua causa, coisa mais linda.
    Ainda tô devendo umas leituras, mas prometo resolver isso em breve.
    Não lembro de nada de Dom Casmurro e de Brás, mas tenho os dois lá em casa e quero ler logo logo.
    Beijos. ♥

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  5. Amiga, eu só li Americanah, pode ser? De resto, não li naaaada, não conheço nenhum, e também tenho problemas com a literatura brasileira, porque acho que nunca li Brás cubas.

    Mas enfim, te amo ❤️
    Beijos

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  6. Adoro memes literários, cedo ou tarde acabo fazendo um! Relevando o fato de que eu nunca li Virginia Woolf, e fiquei meio impressionada com as descrições que dão nomes às categorias, achei super criativo! Vou anotar todos os títulos que eu encontrei aqui, porque sugestões nunca são demais.

    Americanah eu conheço de nome, e sei um pouco sobre a autora. O discurso dela é famoso pela internet e já fiz um lição de inglês na faculdade com baseada nele. Preciso muito ler mais sobre a questão racial, e levar na cara como você falou. Não sou uma pessoa preconceituosa, mas fico imaginando se alguma vez cometi um deslize sem saber. Nos esforçamos diariamente para quebrar todos os preconceitos, mas discursos preconceituosos sempre foram tão disseminados conforme fomos crescendo que acabar com ele por completo requer algum empenho. Já assisti The Help, já assisti e li trechos sobre A Cor Púrpura, já assisti The Gret Debaters. Todos ótimos filmes sobre essa questão e que me marcaram muito, mas sabe? Não é suficiente.

    Agora concordo com você que os clássicos obrigatórios do Ensino Médio são um porre e acabam desmotivando os alunos à leitura ao invés de ter o efeito contrário. Ainda bem que escapei de detestar Machado de Assis e Clarice Lispector, mas os outros, quero longe de mim. E isso porque cursei Letras, tive quatro semestres de Literatura Brasileira e Portuguesa na faculdade e em época de provas queria MORRER. Minha professora era maravilhosa, amenizou o assunto pra mim, mas as provas dela eram na verdade, "análises reflexivas". Você tinha que analisar a obra e dissertar sobre ela pela sua própria perspectiva. E a minha perspectiva estava travada por ódio. O sistema educacional deveria entender que a maioria dos alunos de hoje não têm a mesma maturidade dos alunos de muito antigamente, na minha humilde opinião, e tentar montar uma lista de leitura mais eclética. Enfim, quando você sentir que o momento é certo, dê uma chance ao Machadão (oi?) sim, as obras dele são incríveis.

    Os outros títulos eu não conhecia, mas vou procurar depois! Desculpa o textão nos comentários.

    Beijinhos. :*

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  7. Memes literários são amor! Vou guardar esse pra um dia de emergência (dia sem ideias, haha).

    Ainda não li nada da Virginia Woolf (shame on me!), mas depois desses títulos enigmáticos, percebi que tenho que resolver esse problema o quanto antes. Alguns dos livros que você citou conheço apenas de nome, e outros, tipo Americanah, tô me coçando pra comprar - só não o fiz porque minha pilha de não lidos tá enorme e eu não me permito comprar mais nada antes de terminar com ela, haha.

    Um beijo!

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  8. Amiga, adorei que mesmo fadigada dos memes literários você conseguiu dar respostas diferenciadas pra todas as categorias, falando de livros que em sua grande maioria eu nunca tinha ouvido falar (!). Fiquei curiosinha com esse chick-lit por causa daquela quote que você compartilhou comigo e não é de hoje que quero ler Mar da Tranquilidade. Mas olha, minha missão real de vida é fazer você (e todo mundo) superar o trauma machadiano, que eu entendo, eu juro que eu entendo, mas é que vale tanto a pena conhecer os livros dele de coração aberto, PRINCIPALMENTE Brás Cubas, que livro incrível afff <3333

    te amo!
    e amo Americanah, hahhahaha sempre bom frisar

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