segunda-feira, 23 de julho de 2012

A culpa é da vida.

Eu acabei de começar a ler A culpa é das estrelas, e apesar de não ter ficado tanto tempo esperando por ele, estou vivendo toda uma Felicidade Clandestina acerca dele, porque a única Milena do mundo andou amando tanto o livro que deixou a máfia inteira alucinada pelo assunto. Aí eu estava tentando resistir, mas fui passear inocentemente na livraria Cultura e é óbvio que saí com o livro embaixo do braço.

A capa é linda e eu não consigo parar de olhar. O cheiro dele é uma delícia, e eu vivo enfiando ele no meio do rosto enquanto leio só pra sentir mais de perto. E, confesso, para me auto-enrolar em meio à leitura. Porque ele é daqueles que eu estou começando a ler com calma, parando pra fazer carinho, jogando de lado pra olhar a capa mais um tempinho, só porque ele é pequeno e eu não quero terminar.

Só que essa minha pequena estreia em John Green já me fez ver que temos um caminho maravilhoso pela frente. Eu só li um capítulo e ele já falou coisas lindas, inclusive coisas lindíssimas sobre as metáforas. E todo mundo sabe como eu amo as metáforas.

Vou me conter nos spoilers, prometo. Só vim falar sobre uma coisa que é dita na primeira página, onde ela comenta que tudo que a gente passa, na verdade, é um efeito colateral de se estar morrendo.

Não deixa de ser verdade. Tem quem diga que a gente mal nasce e começa morrer, e que, vendo por esse lado, toda a nossa vida, nada mais é que um caminho até a morte. E é. Mas, tirando o livro dessa discussão (porque lá o contexto é outro), acho essa uma maneira não muito alegre de enxergar a vida.

Prefiro levar as coisas para o lado de que tudo, na verdade, é um efeito colateral de se estar vivendo. Eu tinha um professor de ginástica olímpica que era incrível, dos meus 8 aos 11 anos. Eu amo ele até hoje por tudo o que ele foi pra mim, mas não o vejo tem tempo. Ele era super bravo e super querido ao mesmo tempo, mas a regra oficial dele era a disciplina. E por isso, se no meio do treino a gente tinha, por exemplo, dor na perna e ia reclamar, ele dizia: – Sinal de que você tem perna. Continue a treinar.

Parece cruel, mas eu juro que não era. E com certeza fez a gente crescer. E eu lembrei disso enquanto estava lendo. E sim, eu acho que tudo é um efeito colateral da vida. Primeiro porque eu acho a palavra VIDA uma das mais bonitas de toda a língua portuguesa. E segundo porque não acho que seja porque estamos morrendo que soframos as coisas. E sim porque estamos vivendo. E também porque os efeitos colaterais não precisam ser ruins. Sim, as lágrimas e as dores também são efeitos colaterais da vida. Mas os sorrisos e os abraços, ah, esses também são. No final das contas, pra mim, até a morte é um mero efeito colateral da vida, que é algo muito, muito maior do que tudo isso!

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I plan on living forever.

13 comentários:

  1. MEU DEUS DO CÉU, QUE POST MARAVILHOSO, NALUÍSA! Amei! Nunca tinha parado pra pensar da forma que John Green colocou. Isso da vida ser um efeito colateral da morte, digo. E concordo contigo, isso é um jeito muito melancólico de se olhar a coisa.
    Meu professor de literatura vive dizendo que não devemos comemorar aniversários, porque não passam de anos a menos até a hora da morte. Mas, cara, pra que pensar assim?! Aniversários, pra mim, são ótimos pra celebrar a VIDA, porque ela que é a razão de tudo e ela deve ser celebrada e aplaudida, apesar de qualquer coisa. <3

    Te amo!!

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  2. Oi Ana Luísa,

    Tudo bem? Gostei da sua reflexão e fiquei até curiosa para ler o livro :)

    Belo post!

    Beijos e boa semana para você.

    Michas
    http://michasborges.blogspot.com

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  3. "No final das contas, pra mim, até a morte é um mero efeito colateral da vida" Por isso temos que aproveitar e viver, viver da melhor maneira possível. Amei o texto, Nalu. Estou ainda mais desesperada para ler esse livro, rs.
    Beijinhos s2

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  4. Eu prefiro ver as coisas assim do jeito que tu vê, porque pra mim é muito deprimente essa coisa de "nasceu, já ta morrendo" :(((
    Eu que morro de medo da morte [preciso me tratar]não aguento quando escuto isso.
    Eu gosto de viver, e por estar vivendo é que se vive todos os efeitos colaterais [?].
    Enfim, amei o post. Mesmo.
    Beijo meu amor de Analu. <3

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  5. Hey Analu!
    Suponho que vc achou uma bonita variação da filosófica pergunta "o copo está meio cheio ou meio vazio?" haha
    Mais ampla e direta, eu até diria!

    E não tenha dúvida que eu sempre irei pro lado otimista: concordo com você, tudo é um efeito colateral da vida!
    Sou adepto da filosofia espírita, e pensamos dessa forma. Torna tudo até mais alegre! :D

    Ah, por um pouco de humor: seu post me lembrou uma tirinha que vi onde o personagem se questionava "e se o ar for um veneno que leva uns 80 anos para fazer efeito?"
    Genial.

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  6. Primeiro: Você já fez ginástica olímpica? EU TBMMM!!!! Agora, minha mãe sempre diz isso. "Tá com dor na perna? Sinal de que você tem perna.". Bem, eu gosto muito daquela música do "A gente mal nasce, começa a morrer". Acho que é isso. Meu professor disse uma vez que não é certo perguntar quantos anos você tem? Porque a gente não sabe quantos anos ainda tem. A gente só sabe quantos anos já perdeu, já passou. Já vivi 19 anos. Mas não sei quantos anos tenho. Enfim, adorei o post e to louca pra ler esse livro <3

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  7. EU.PRECISO.LER.ESSE.LIVRO.
    Sério, a Milena mais linda de todas as Milenas do mundo criou monstros quando fez aquele tópico na Máfia e os alimentou ainda mais ao escrever aquele post no blog dela. Não penso em outra coisa. Só não comprei ainda porque não fui à livraria depois que foi lançado.

    Super entendo a sua felicidade clandestina, amiga. SUPER. Porque eu passo por isso com quase todos os livros que namorei muito antes de finalmente colocar as mãos. E eu já sabia que esse livro seria incrível. Já li John Green e me encantei com o jeito que ele consegue inserir questionamentos sérios em um livro destinado ao público adolescente. Quem sabe ele não vai parar na minha revista também?

    Sobre a vida... ah, a vida é tão bonita! Aquela música do Gonzaguinha é uma espécie de mantra pra mim. "Viver e não ter a vergonha de ser feliz..."

    QUE POST MAIS LINDO, AMIGA <3

    Te amo!

    E te odeio por ter me feito ficar com ainda mais vontade de ler "A Culpa é das Estrelas".

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  8. arrasou chefa!
    E sou muito a favor desse seu ponto de vista ai, apesar do primeiro até que fazer sentido... Lindo o post e quero ler o livro agora tb ><
    hehe

    beijo!

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  9. AnaLu,
    Amo sentir esse amor que vc tem pelos livros.
    Quando leio os seus textos, onde relata o deleite ao sentir o cheiro de um livro; de acariciá-lo, vejo em vc paixão pela leitura. E vc sabe o quanto me orgulho disso!
    Bjs

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  10. Olá, parabéns pelo seu blog!
    se você puder visite este blog:
    http://morgannascimento.blogspot.com.br/
    Obrigado pela atenção

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  11. Amei seu ponto de vista, Ana Luísa! Também estou lendo o livro do John Green e achei bem depreciativo o ponto de vista dele, o que cai bem no contexto do livro, mas confesso que penso igual a você. Deixa a vida com mais sentido ou algo assim. Também estou lendo ele devagarinho para sentir o efeito completo do livro.

    Beijo :)

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  12. Lindo, lindo, lindo, guria! Mesmo. Essa é a primeira vez que venho aqui e já me encantei com o teu blog e o post. Gostei muito do modo como analisaste essa frase e do ponto de vista que defendeste. Fiquei com vontade de ler o livro e de voltar mais vezes aqui. Sou que nem tu, preciso cheirar o livro, admirá-lo na minha estante ou na cabeceira e, quando ele é bom, leio com mais calma só para não terminar. :) Me identifiquei muito.
    Beijos.

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  13. Pausa. Respira. Respira. Vamos lá.
    Esse livro. Meu livro. O livro de quem tem alma e cérebro e não aguenta o quão enorme é ter alma e cérebro.
    Ele tem mesmo o melhor cheiro do mundo. Abro de vez em quando só pra sentir naquele aroma tudo que senti lendo e que sinto quando penso no assunto.
    Pra mim a vida é efeito colateral de estar vivendo tanto quanto de estar morrendo. Vivemos nessa corda bamba cheia de vida que nos encaminha morbidamente pro fim. Mas não gosto de pensar no outro lado, porque isso me impediria de viver tudo que tem pra mim aqui. Mas acho que, mesmo sem falar, é isso que a Hazel descobre. Que não adianta se proteger na vida com a morte. Que enquanto não se morre, a gente deve à vida. Temos a obrigação inadiável de viver.
    Existe a dor, existe tudo aquilo que não podemos controlar ou explicar, mas faz parte da vida. Faz parte de estar no meio desse universo imenso e tão pouco explicável.
    Meu medo é qualquer um ler tudo isso e não enxergar o quão profundo e doloroso isso tudo é. Hazel e Augustus são um dos casais mais maravilhosos da história das histórias, mas o livro é tão mais que o romance deles.
    É sobre como é estranho e incrível estar aqui agora. E sobre como queremos permanecer de qualquer jeito, mesmo que isso acabe nos fazendo meter os pés pelas mãos. Existem diversas maneiras de sobreviver e ser lembrado, precisamos apenas achar a nossa. Talvez o amor, como foi pra eles dois.
    Me lembre de te falar um pouco sobre como e porquê o livro foi escrito? Prepare os lenços. ME COBRA ISSO!
    Obrigada por se importar e por enxergar toda a beleza do livro. Te amo.
    Beijo! <3

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