sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Capitães da selva de pedra


Pois é. Tá dando muito na cara que esse é um post pós leitura de Jorge Amado. Foi um livro pro vestibular que por incrível que pareça, eu me deliciei lendo. E não deixei de sorrir por isso. Pelo menos um não foi um sacrifício. E foi um livro que me fez refletir muito. Me perder mesmo nos meus pensamentos.

E aí me deu vontade fazer esse post.
Aqui em São Paulo, essa selva de pedra, existem muitos meninos de rua. Em cada canto, em cada semáforo, em cada esquina, em cada pracinha.. Olha, nunca tentaram me assaltar, mas alguns de meus amigos já foram, meus pais também.. enfim.. É claro que na hora a gente sente aquela raiva tremenda e vontade de matar o moleque. Humn.. Matar o moleque? Não. Devíamos dar um jeito de matar o governo. Não é possível que isso está certo, que eles não vêem. Têm tanto dinheiro pra negociar com países amigos, ou pra voar de um canto a outro.. Mas pra cuidar dos problemas da nossa população, não tem. E enquanto isso, temos que ver essas crianças nas ruas. Crianças que foram obrigadas pelo mundo a crescer antes do tempo. Crianças que deveriam estar jogando bola, e não fazendo malabarismo com elas para conseguir alguns centavos. Tem droga no meio? Muitas vezes.. E ai? A culpa é deles? Estão na rua. Chegam muito mais fácil a esse tipo de coisas. O livro do Jorge Amado mostrou uma realidade nua e crua, que sempre esteve na frente do meu nariz e eu nunca parei pra analisar a fundo.. O que é, meu Deus, o mundo dessas crianças. O que está por trás do roubo, e das carinhas mortas de fome. Um mundo sujo. De miséria. De abandono. O que a falta de uma família não trás. A falta de uma mãe, que protege, que ama. Que cuida quando está doente. São crianças como todas as outras. Mereciam o mundo. Mas o mundo fecha a porta e não as quer.
Aonde vamos parar?

19 comentários:

  1. As pessoas não querem ver essas crianças, assim como eu muitas vezes prefiro nem olhar, mas não para tentar fingir que eles não existem , e sim porque me doí o coração, ver crianças tão pequenas trabalhando, e não só crianças, homens adultos que são surrados pela vida, arrastando carros de papelão entre os carros, não sou sensível a bandidagem , pra mim, desvio de carater não vem da pobreza, e sim, da falta de vergonha na cara mesmo. Sinto pena de quem trabalha pra não ganhar quase nada, de quem não tem a menor perspectiva de melhorar, de crescer.
    O mundo é cruel com quem não tem pdoer de fala, ou de compra.

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  2. O texto ficou muito legal Analu! Olha eu concordo com um monte de coisas que você falou. Essas, são crianças como todas as outras e merecem o mundo.
    Parabéns pelo texto.
    Muito obrigada pela visita e pelo comentário. Desculpa a demora para passar aqui! Agora eu atualizei o blog, fique a vontade para conferir.!

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  3. q profundo.....
    mais o livro e muito bom, sim!
    e seu post me embrou da redaçao de historia de hj!!!!
    ahuahauhauahuahauhauahua


    bjos!

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  4. Eu também não acredito nessa de avaliar o caso da criminalidade, das crianças de rua, como uma coisa isolada. É tudo consequência de um fundamento ruim lá nos primórdios, talvez até antes do Brasil ser Brasil.
    beijos

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  5. O texto é um alôu para a consciência tanto nossa quanto do governo, parabéns =]

    E prova, mais uma vez, que a saída para isso é o investimento em educação. Porque dessa forma eles não terão motivos para viver na rua.

    Beeijo

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  6. Como já disseram anteriormente, tanto contraste social é proveniente de tempos remotos.

    Eu acho que pobreza existe em qualquer canto do mundo, até mesmo nas ilhas britânicas ou na super potência norte-americana. Países que foram colonizados apenas com intuitos de exploração são os subdesenvolvidos de hoje, que já "começaram errado".

    Aqui em SC existe sim a infância marginalizada e interrompida, mas não em grandes porporções como em São Paulo ou Rio de Janeiro. E eu, sinceramente creio que, mesmo que se o governo quisesse, não teriam como exterminar esta nódoa da sociedade de imediato.

    São séculos e séculos de desigualdade que exigiriam séculos e séculos de transformação. E a gente sabe que os presidentes e demais representantes políticos que costumamos eleger nunca dão continuidade aquele que fez uma coisa ou outra. A tendência, é sempre piorar. E nós, "cidadãos comuns", ficamos de mãos e pés atados.

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  7. Aonde vamos parar eu não sei mas, a culpa no fundo não é do governo e das pessoas, dos homens e mulheres que põe 20 crianças no mundo sem o mínimo de preocupação com o que vai ser destas crianças, sem dinheiro sem estrutura ao invés de evitar, preferem ter mais e mais filhos. Fiquei com vontade de ler o livro.

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  8. Jorge Amado fez uma coisa incrível com Capitães de Areia.
    E você fez uma analogia ótima, nesse seu texto incrível.

    beijinhos*

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  9. Se o livro em questão é Capitães da Areia... Nossa! Foi um dos melhores que já li e desde então sou fã do Jorge.

    Seu post ilustra bem de que se trata a história, que é bastante cruel e, ao mesmo tempo, linda.

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  10. Analu,
    Estou sem palavras. Maravilhosa analogia.
    Bjs

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  11. Estes dias fui numa favela aqui na minha cidade, que eu nem mesmo sabia que existia, porque aqui a pobreza fica muito afastada. E me surpreendi que pessoas, gente como nós, pudessem viver daquela forma.
    No entanto, discordo de você em um ponto, é só minha opinião, claro, mas acho que responsabilizar o governo não é a melhor solução, é claro que os políticos (diversas vezes corruptos ou imcompetentes) tem grande responsabilidade no fato de muitos viverem como vivem, mas nós também temos, afinal, não somos nós que vivemos gastando dinheiro atoa enquanto eles morrem de fome? A verdade é que expressamos nossa profunda indignação com a situação,mas nós colaboramos com ela.
    Bom, desculpa se fui um pouco rude, mas deixo claro que eu mesma me enquadro no que digo a você, também não faço nada pra mudar nossa realidade, mesmo pregando com tanta veemência meus ideais de igualdade.
    Mas enfim, se não nos indignássemos, não seríamos nem mesmo humanos.
    Um beeijo!

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  12. eu acredito que o brasil pra melhorar só se voltar aos anos de descobrimento, pq do jeito q tá, não tem mudança, as pessoas não se importam com isso, é um problema q foi arquivado por muitos! é lamentável!
    beijos

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  13. Olha, vc está certa...a gente sempre fica com aquela raiva enorme quando sabemos de assaltos, ou mesmo quando passa alguém pedindo dinheiro na nossa porta, ficamos com raiva e fechamos a cara e o coração...e tb a capacidade de refletir, afinal, eu acredito que a grande maioria desses jovens não tiveram chances de escolher, pois se tivessem a escola seria o lar deles, o futuro séria de médicos, jornalistas, atores...de talentos.

    Por isso, não basta fechar a cara, temos que pensar no que estamos transformando nossa sociedade, o governo é sim o principal cupado, mas será que é só ele?!

    Sei como é ler um livro da escola e se apaixonar..foi assim com Memórias Póstumas de Bras Cubas de Machado eu fiquei total fã, já do Jorge Amado sou muito fã não =/


    Beijinhos

    Por Samara Correia

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  14. Ahh já está devidamente linkada lá no nosso blog *-*

    Beijinhos

    Por Samara Correia

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  15. ADOREII o seu blog!
    você faz faculdade de jornalismo, que legal!
    Eu tbm quiria fazer, mais com toda essa historia de "acabar" com a faculdade de jornalismo eu não sei mais nada! É UM SONHOO!

    ADOREI O BLOG
    é lindo
    beijos :*:

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  16. Muitas das vezes eu vejo e percebo que igual a elas existem várias perdidas, e tudo isso vem de um geração que só vai aumentando sem instrução na base, que é a familia. Mas tbm ficou muito bolada, quando vejo que muitas estão ali por opção, e eu conheço muitas assim, e o pior, por culpa da mãe, porque acham bonito e vão. Issp é uma vergonha. Bom post.

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  17. De certa forma esse seu post tem muito a ver com o que eu escrevi ontem, sobre a responsabilidade da educação e nesse caso também a educação formal, escola e tal...
    Eu te disse que vc ia acabar gostando de algum livro do vestibular não foi?!
    Aproveite!!

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  18. Também não gosto da narrativa do Machadão não, muito complicado, mas as histórias são mara...
    Gosto de José de Alencar mas amo mesmo ler Nelson Rodrigues, li toda a coleção teatro completo dele, rsrs...
    Ps.: Olha só a gente conversando por coment, rsrs

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  19. O nome dela é Rafaela Bussular! Mora em aimores, mais atrualmente tá estudando em vitoria!
    beijos

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