quarta-feira, 4 de março de 2015

Leave my lunch alone

Oi. Meu nome é Ana Luísa, eu tenho quase 23 anos nas costas e eu como mal. Eu sei que eu como mal. Sei que quando tem pizza na janta eu como 3 pedaços e que me entupo de picanha quando vou numa churrascaria, mas no dia-a-dia, almoçando nos self-services da vida com a galera do trabalho, meu prato nunca passa dos R$7,00, chutando alto.

Eu coloco uma colher e meia de arroz, um punhadinho de milho, salada maionese se tiver, um pedaço de peixe ou carne e batata frita. Só. Todos os dias. E não, eu não me orgulho. Vivo, inclusive, procurando inspiração e esperando o dia em que farei a menina Paloma, que declarou que não comia salada nenhuma até o dia que resolveu que comeria, passou a comer e hoje não se imagina sem. Mas enquanto eu não tomei essa vergonha na cara, continuo comendo mal. Por que esse post? Ele é pura influência desses tweets da Anna, com os quais me deparei essa semana:


Entendam que eu me senti total e completamente compreendida e abraçada por esses tweets. Porque esse é o segundo ano que eu almoço diariamente com o pessoal do trabalho e os papos costumam ser sempre muito legais depois que todos conseguem sair da pauta inicial que invariavelmente é o meu prato de comida. 

Juro. Não sei como um prato com uma colher e meia de arroz, um pedaço de peixe e 10 grãos de milho conseguem fazer tanto sucesso elucubrativo porque é fato que nenhum almoço consegue começar em paz sem que falem do que estou comendo/reclamem da falta de salada/perguntem como eu consigo passar o dia com tão pouca comida. Sim, eu sei que eu como mal. Sim, eu sei que falta salada. Não, eu não acho bonito o meu prato, mas ele é meu. 

Teve um dia que alguém chegou a dizer que sonhava com o dia em que eu colocaria alface e brócolis no meu prato (?), comentário ao qual meu chefe replicou com “acho que ela sonha com o dia em que deixarão ela comer em paz sem falarem sobre o prato dela”  eu praticamente levantei da mesa e o abracei. 

Não me entendam mal. Sei que a intenção não é ruim. É sempre uma boa piada, todo mundo ri e ainda por cima sei que eles esperam que um dia eu internalize tudo ou canse da encheção de saco e melhore a minha vida servindo salada. Acontece que não. Não é isso que vai me fazer comer direito, isso só vai me fazer bufar e perguntar mais uma vez se ninguém tem um assunto melhor para o horário. Comentar sobre a pouca qualidade nutricional do meu prato não vai melhorar a saúde de ninguém, assim como chamar alguém de gorda não te faz mais magra, como já tentou ensinar nossa pensadora contemporânea Cady Heron. Fica a dica.

17 comentários:

  1. Acho que eu também me encaixo na categoria que come mal, mas mal n sentido exagerado. Se eu vou comer pizza, eu como uns 10 pedaços de boa, e qualquer comida que seja boa, eu como exageradamente. Salada eu também gosto, mas não muda muito, porque não cobre o tanto de gordura que eu como, aliás, salgado é tudo, hahahah. Então eu entendo o que é as pessoas olhando pro seu prato e te questionando, mas no meu caso é mais do tipo: "mds pra onde vai toda essa comida? Para de comer Natalia!" Mas, acostuma.Adorei o post, beijos.
    Desfocando Ideias

    ResponderExcluir
  2. Não sei qual foi a bruxaria que eu fiz, mas eu voltei pra página anterior sem nem ter terminado o comentário, muito menos enviado. Ok, vamos lá.

    Eu como muita besteira, mas não digo que como mal porque, no dia-a-dia, eu acabo comendo de tudo, sem nenhuma frescura. Até umas coisas meio exóticas tipo pequi, quiabo e jiló eu como (e gosto) então acho que mamãe não tem muito do que reclamar. Mas também me senti abraçada por esses tweets de Anna Vitória porque, gente, que coisa mais insuportável julgar o prato dos outros. No meu caso é sempre assim: se eu como pouco, tô de dieta; se como muito, sou a faminta do pedaço. Apenas: me deixem comer em paz.

    Enquanto sua saúde estiver ok, acho válido que você coma o que bem entender porque a vida é sua, o prato é seu e esse povo que te respeite. Um abraço no seu chefe e um ABRAÇO MUITO APERTADO PRA VOCÊ, RAINHA BUSSULAR DA PIZZA. Siga assim, amiga, tá tudo bem.

    Te amo <3

    ResponderExcluir
  3. Nossa que pavor que eu tenho de pessoas assim. No meu prato diário SEMPRE tem salada de maionese, mas parece ser a treva para meus colegas que TODOS OS DIAS falam que "cuidado com a salmonela", "é perigoso comer salada de maionese" e no fim parece que eles estão agourando, sabe? Péssimo. Tão péssimo que passei a evitar almoçar com eles. :(
    Vamos fazer uma campanha, amiga? DEIXAI O PRATO ALHEIO EM PAZ. Pelo amor. Já passou da hora.
    Continue com seu prato (que eu já achei uma delícia pois: milho) até VOCÊ encher o saco e não os outros.
    Te amo! <3

    ResponderExcluir
  4. Ana tudo bem?
    Em meu último estágio eu sofria muito com isso, já que minha dieta era a base de pão e bolacha, eu não tinha uma hora de almoço e oficialmente eu tinha 15 minutos então não dava pra fazer muita coisa. A fome que eu sentia o pão não matava, nada como arroz e feijão. Então todos os dias as pessoas falavam das minhas bolachas e dos pães diários.

    Até meu antigo chefe me enchia com isso, falava que eu precisa comprar frutas, que perto da casa dele vendia um potinho com salada de frutas prontas e blábláblá. Um dia eu me irritei e falei pra ele me pagar um Vale alimentação! kkkkkkk

    E as pessoas morriam de dor de cotovelo, porque eram todas gordas e queriam meu peso comendo o tanto que eu (eu hein!)

    Uma vez ouvi de um colega: - Tenho inveja de você porque você come o que quer e não engorda!

    Gentes, eu não tinha opção, trabalhava e estudava de noite, não comia comida e se eu não me alimentasse sairia desmaiando por aí X(

    Acho que isso acontecia porque eu não cuido do prato de ninguém, muito menos da vida e por isso eu era alvo. Isso deve ser o porquê de todos que sofrem de bullying de prato.

    ResponderExcluir
  5. Também já sofri desse bullying, amiga. Na época da escola, quando tinha aula o dia inteiro, eu sempre ia almoçar com os amigos e comia a mesma coisa: arroz, carne/frango e três (sim) batatas fritas. E tinha um amigo meu que TODA VEZ comentava das minhas três batatas fritas. Na real, eu nem ligava porque meu toc das batatas era realmente peculiar. Enfim, só queria dizer que te entendo e te amo hahaha

    (P.S. miga, quantos anos até tu processar o fato que eu tenho domínio? hahaha Sempre acho super curioso quando você coloca meu link .blogspot)

    Beijos <3

    ResponderExcluir
  6. Gostaria de comer tão pouco quanto você...

    ResponderExcluir
  7. Eu não diria que eu como mal - meu prato sempre tem uns três tipos de salada (talvez só porque isso faça eu me sentir mais ~saudável~ risos). Eu como é pouco. Digo, não é pouco pra mim. Eu como até não estar mais com fome, e isso geralmente requer menos comida do que as outras pessoas comem. Então eu sempre ouço comentários sobre o meu prato - ou ligando a quantidade de comida no meu prato ao meu corpo, que é bem magrinho mesmo, e nunca é coisa que eu queria ouvir. Não, não estou passando fome pra ficar magra. Não, não sou anoréxica (pois é, já ouvi ISSO também, porque a falta de limites é real). Não, eu não preciso comer mais (a não ser que você seja meu médico me dizendo isso - e me explicando por quê).

    Leave my lunch alone - sim, quero dizer isso também. Eu te entendo. Apenas parem.

    Beijo!

    ResponderExcluir
  8. Nossa, TE AMO?

    Palavras não são capazes de mensurar o tanto que fiscal do prato alheio me irrita. E olha que eu como ~bem~, viu? Pior que quem mais faz isso é meu pai, então eu nunca posso responder o que dá vontade na hora da raiva e na maior parte das vezes tenho que fingir que não ouvi. Mas é todo. santo. dia. Meu problema é o mesmo da Fer, eu normalmente como pouco, pelo menos pouco pra maior parte das pessoas. E eu como a salada junto com a comida, então sempre termino antes de todo mundo, o que deixa as pessoas com a sensação de que eu comi menos ainda, aí todo dia tenho que dizer que não, não estou fazendo regime (E SE TIVESSE?), não, não quero comer mais e não, não vou passar fome no resto do dia e, principalmente, não, a comida não tá ruim. Minha avó sempre pergunta se eu comi pouco porque a comida tá ruim. Aí num dia que eu faço um prato maior, ao invés das pessoas ficarem satisfeitas (e caladas), vem aquele glorioso: "TÁ COM FOME HOJE HEIN BICHINHA? RSRSRS".

    Quando como fora a situação é mais dramática porque tenho paladar infantil de self-service e sim, sempre sirvo arroz, carne e batata frita (às vezes beterraba, que é a única salada que como em self-service - não me pergunte), aí levo bronca porque meu prato é muito bege??? "Nossa, mas você vai comer essa coisa sem cor mesmo? Nem uma alface? Ah credo". Gente???????

    Outro grande drama familiar é que eu não gosto da maioria dos pratos que são tipo a prata da casa na casa da minha avó. Eu não como feijoada, por exemplo. No ano novo a ceia é sempre, desde que eu me conheço por gente, leitoa e salpicão. As pessoas passam o ano sonhando com a leitoa assada e o salpicão da minha avó. Meu tio chorou ano passado porque ele estava doente e não pode comer a leitoa, sabe? É esse nível de obsessão. E eu não como carne de porco. E não como salpicão, porque tem azeitona, uva passa e maçã. Então, minha ceia de ano novo é, basicamente, arroz com azeite e farofa. Por mim tudo bem, tudo ótimo. Sério. Eu fico bem de boa no meu canto, nunca reclamei, nem pedi pra mudarem o cardápio por mim. Mas TODO ANO em algum momento da noite alguém percebe que tô comendo arroz com farofa e começa o festival de NOOOOOOSSAAAAAA e todo ano minha avó fala que eu tô fazendo desfeita sendo que tem bem uns 5 anos que eu não como a leitoa dela.

    (tô pensando agora em tantas situações que os fiscais de prato me irritaram que acho que farei um post)

    ENFIM, desabafei.
    Amei o post, me senti abraçada e compreendida.
    Te amo <3

    ResponderExcluir
  9. Fiscal de prato, pior tipo de fiscal. Eu, chata que sou, nunca abri brecha pra nennhum tipo de comentário vindo de ninguém que não fosse meu irmão, porque eu dou pitaco em toda a vida dele, ele na minha e vivemos em paz assim. Seu chefe é um ser de luz que merece muitos estalinhos! Eu sempre comi pouco e sempre comi mal... Eu comia melhor quando estava na cultura, porque tinha um ragazzo ali do lado e a salada deles é uma delícia! Daí eu pedia uma salada com suco e duas coxinhas, porque ninguém é de ferro haha... Mas se meus pais que são meus pais não me enchem o saco que direito tem qualquer outra pessoa de encher? Eu já mando catar coquinho ou só fico olhando com cara de "bitch, really?" Porque aff! Mas paciência Nalu, infelizmente não é uma raça que se extingue do dia pra noite!

    Beijo!

    ResponderExcluir
  10. Amiga, eu nunca liguei muito para os fiscais de prato alheio, sabe? Sempre comi de tudo, mas vira e mexe alguém faz alguma piadinha sobre a quantidade e eu tiro de letra.

    Lendo o seu texto, percebi que só não me irrito porque isso não acontece diariamente. Um saco ter que aturar esse tipo de comentário direto. O pior é que as pessoas não devem nem perceber o quanto isso incomoda.

    Beijinho!

    ResponderExcluir
  11. Gente, fiscal de prato alheio é a pior coisa do mundo!

    Eu acabo sendo seu oposto: vivo na tentativa de reeducação alimentar e isso é quase pior do que comer mal. É sério.

    Quando se está de dieta, e as pessoas ao seu redor percebem isso, é a pior coisa da vida. 1) Primeiro, aparecem os amigos hipócritas. Eles te veem de dieta e sempre dizem "pra que isso amiga, você não precisa", ou "como assim você não está bebendo por causa de dieta? sai dessa!" ou até "pare com isso, só hoje, vai, come aqui esse pedaço de pizza". Ou seja, não te apoiam de maneira alguma, além de tentarem fazer de tudo pra te convencerem a quebrar sua dieta e comer. E se esbanjam na hipocrisia pois quando você (finalmente) consegue emagrecer, são esses os primeiros que dizem "nossa amiga, você emagreceu muito, ta maravilhosa!" (Nessas horas tenho vontade de voltar no tempo e mostrar a cena dela falando que eu não precisava de dieta).

    2) Quando você se permite comer algo, é quase uma chuva de olhos julgantes em cima de você. Sinto todos olhando e pensando "alá, nem consegue manter a dieta".

    Ou seja, simplesmente NÃO mexam com a comida alheia. Não. E ponto. A não ser se for a comida do seu filho pequeno que não tem idade pra decidir o que quer comer. De resto, não. Apenas, não.

    Então, te entendo, Analu, mesmo! Tente mostrar pros seus colegas o quanto isso é irritante, nem que seja mostrando que tem um blog e fazendo-os lerem isso "sem querer", rs.

    ResponderExcluir
  12. Amiga, esse post me representa, porque eu ODEIO fiscal de prato alheio! Só que o meu problema é meio que o oposto do teu: normalmente, as pessoas acham o meu prato com muita salada, que eu nunca como nada ~gostoso~ e que eu quero viver só de mato. Gente, mas me diz uma coisa... E DAÍ? E daí se eu prefiro alface a arroz? E daí se eu prefiro um peixinho a uma picanha? E DAÍ? Isso me irrita em níveis estratosféricos, sério. E o pior de tudo: depois de tanto reclamar, sempre aparece alguém pra pedir um pedacinho. Oh gente, por que as pessoas insistem em pedir pedacinho (normalmente metade do prato) da comida alheia? Primeiro falam mal, olham com cara feia e dizem que não curtem aquilo, mas na hora que o meu prato chega cada um quer um tiquim, ainda que seja só pra dizer que é ruim. Meu sonho as pessoas entenderam que cada um com seu prato e cabô palhaçada.
    A única mania que eu tenho com prato alheio é sempre perguntar o que as pessoas vão pedir no restaurante quando é prato individual. Não pra criticar, mas porque eu gosto de ter "parâmetros" hahaha faz sentido? Mas eu pergunto o que a pessoa vai pedir e fico na minha, juro. Assim pode, né?
    Mas, tirando a parte séria, amei o seu post e ainda dei risada hahaha
    Te amo <3

    ResponderExcluir
  13. Deixa eu te dar uns abraços? Comigo o que me deixa louca é quando eu levanto pra repetir e alguém diz "nossa, vai comer mais ainda?" e, ao me ver levantando pela terceira vez, exclama um "DE NOVO?!". Cara, se você come pouco: ok, coma pouco. Mas eu como muito - às vezes por fome, às vezes por gula - e o problema é todo e unicamente meu. Não tava comendo na casa dos outros, nem muito menos estavam pagando a minha conta.

    Muito mais interessante (e gostoso) do que ficar de olho no prato alheio é olhar e apreciar a própria comida!

    ResponderExcluir
  14. Nossa, sim, esse post. ESSE POST!!! É um saco ter que lidar com essa galera que fica de mimimi porque tem pouca comida no meu prato, ou porque tem muita besteira. Gente, por favor. Uma vez uma menina que estava almoçando comigo comentou que "esse seu prato é muito amarelo" (era arroz, frango, milho e batata frita), enquanto uma outra veio falar que "é verdade, olha o meu como é colorido!!!!!!", de forma que eu fiquei tipo rsrsrsrs ok gente rsrsrsrsrs come aí seu arco-íris srsrsrsrs porque né, como é que se reage a esse tipo de coisa? Pior que isso é quando eles querem comparar seu peso ao seu prato. Por exemplo, eu como pouco e sou muito magra, daí tenho que ficar ouvindo "nossa, acho que amanda tá fazendo dieta pra sumir hehehehe". Ou, se eu como muita besteira (o que rola), sempre tem um pra dizer que "onde você guarda essa bobagem toda que você come?? hehehehe".
    Amigos, por favor, parem.

    Adorei o post. Me senti representadíssima.
    Beijo, Analu!

    ResponderExcluir
  15. Cadê botão de aplausos virtuais gente? Que post maravilhoso! Se tem uma coisa que eu detesto é gente que não sabe cuidar da própria vida, quanto mais do próprio prato. Se eu peço um big mac com coca cola e batata grande, dizem que vou infartar. Se faço um prato com mais salada que comida propriamente dita (não sei incluir salada na categoria comida de verdade, desculpa mundo), perguntam porque se eu tô fazendo dieta e isso se a observação não vier com um comentário sobre meu corpo, que eu estou muito isso ou muito aquilo. Apenas parem, pelamor, vão gastar o tempo de vocês no rodízio de massas e me deixem com meus 5 pedaços de pizza.

    Adorei o texto!

    Beijo!

    ResponderExcluir
  16. Super te entendo amiga! Veja, eu não como salada, NUNCA! Já tentei mas fico mastigando aquelas folhas e simplesmente não consigo engolir! E a minha vida toda sofri desse mesmo bullying com o povo do trabalho. Tipo: VOCÊ NÃO COME SALADA???? QUE ABSURDO!!!
    Mano!!! Eu como o que eu quiser! Passei 10 anos da minha vida com gastrite e mal podia comer batata frita, hoje com o que eu quiser, ô povo feio!!! Isso é um negócio que me irrita profundamente sabe!
    Todas unidas pela batata frita!!! Uhuuu!

    (Mas pra qê esse milho no seu prato hein???? Milho não!!! ahahahaha!)

    Beijos amada!

    ResponderExcluir
  17. Me deixa te dizer uma coisa: alguns fiscais de prato alheio SEMPRE vão ter um motivo pra criticar sua alimentação. Quando você colocar alface, vão criticar a forma como você o tempera. Quando você colocar brócolis, vão te avisar que dá gases e, portanto, incha. Sei bem como é.

    Como eu sempre fui "muito magra" e sempre comi pouco (exceto pizza e picanha, porque nestes casos, sou exatamente como você), meus pratos também sempre chamaram atenção. Quando eu era mais nova, meu prato era bastante semelhante ao teu em restaurantes a quilo e isso enlouquecia as pessoas. "Você tá em fase de crescimento", "teu prato deveria ser mais colorido", "por que não pegou uma saladinha?", "mas é por isso que você é tão magra, não come"... E tantas outras coisas do tipo.

    Quando ganhei peso (uns 15kg em um ano), achei que as críticas ao meu corpo diminuiriam, mas elas só fizeram aumentar. "Nossa, como você engordou", "nesse ritmo vai passar tua amiga Fulana!", "já faz exame de colesterol, essas coisas, pra ver se tá tudo certinho?".

    Daí comecei a comer melhor. Na verdade, os primeiros quilos foram ganhos porque passei a me alimentar muito pior e os quilos restantes vieram quando passei a me alimentar bem. Meu prato, ao menos em restaurantes, é o sonho de todo nutricionista. (Dos bacanas, não desses nutricionistas malucos.) Meu prato geralmente é 50% salada, 25% carboidrato e 25% proteína. Rúcula, tomate cereja e frango grelhado estão sempre no meu prato. Ainda assim, as pessoas criticam. O fiscal de prato nem sempre se importa com a sua saúde. Muitas vezes, ele só quer dar pitaco. "Quanto mato, virou vaca?", "tá fazendo dieta, é?", "mas vai comer só isso?", "rúcula não sustenta, não, menina", "cadê o feijãozinho?", "ah, mas essa mandioquinha frita tá destoando, né não?".

    Amiga, desculpa o comentário-post-desabafo. O que queria dizer com tudo isso é que nosso prato, nossa alimentação, nosso corpo é problema nosso, mesmo que vá ter sempre alguém fiscalizando, dando pitaco e enchendo o saco. Mas #tamojunta.

    ResponderExcluir