quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Stop the beauty madness

Esse post faz parte da Blogagem Coletiva de setembro do Rotaroots 

Quando eu e minha irmã éramos pequenas, minha mãe sempre nos maquiava nas festas juninas. Como eu amava essa data. Ganhava pintinhas, sombra nos olhos e um batom vermelho. Era uma vez no ano. Dentro de casa, eu via minha mãe se maquiar só quando íamos ao aniversário de alguém e/ou sair para jantar a noite. Daquelas maquiagens de criança, provavelmente cheguei a ter alguma, mas minha irmã era tão alérgica que um dia se lambuzou com uma dessas, ficou inteira inchada e nunca mais essas coisas apareceram lá em casa.

Lembro de uma vez que eu tinha 11 anos, era de noite e estávamos indo para um aniversário. Minha mãe me chamou no banheiro e perguntou se eu queria passar uma sombra. Me senti adulta. No ano seguinte, minha amiga me chamou para fazer chapinha no meu cabelo. Feita a chapinha, ela pediu para passar um lápis no meu olho. Nunca aguentei nada dentro do meu olho e quando descobri que o lápis se passava do lado de dentro foi um calvário. Lembro até agora da gente sentada no sofá, ela vindo com o lápis e eu me encolhendo. Demoramos no mínimo meia hora para ela conseguir pintar – bem mal e mal – UM olho. Ficou tudo preto, borrado e esquisito. Jurei que nunca mais ia passar lápis.

Não demorou e a moda do lápis preto ganhou força na escola. Outra das minhas amigas passava muito bem, de forma que aprendi a deixar ela passar em mim. Quando ela levava o lápis para a escola, íamos para o banheiro, ela passava em mim e tudo não passava de uma brincadeira muito divertida. A partir daí, quando saíamos juntas, sempre deixava ela me maquiar. A parte mais legal de sair era quando nos arrumávamos.

Ilustrei o post com essas lembranças só para deixar bem claro que eu cresci achando que maquiagem era coisa que as mulheres adultas usavam para sair em ocasiões especiais e não faço ideia de em que momento do universo o mundo resolveu pensar todo de outra forma e as meninas começaram a usar maquiagem para viver, todos os dias.

Juro que quando comecei a ver pipocarem nos instagrans as legendas da tal da terça sem make eu dei risada e pensei que sério mesmo que as pessoas estão definindo um dia na semana para sair de casa sem se maquiar, meu Deus? Eu nunca me maquio!

Pronto. Confessei. Essa é a verdade dos fatos: pareço legal, mas gente, eu não me maquio cotidianamente e sou feliz assim, tirando momentos em que eu me revolto comigo mesma e meu sonho passa a ser ter paciência para me maquiar todo dia e andar sempre na linha.

Eu lembro de uma vez que fui de surpresa na casa de uma amiga minha e nós devíamos ter uns 16 anos. Eu cheguei lá e tomei um susto repentino: aquela era a cara da minha amiga? Nos conhecemos quando eu tinha 11 e ela 10 e a vida era leve e de cara limpa, mas tão logo começamos a crescer (e ela tentou passar lápis no meu olho) ela começou a se maquiar e nunca mais parou. Tomei um susto quando olhei pra ela aquele dia e a vi sem maquiagem, porque me toquei que não a via assim há muito tempo.

Cada um tem a sua relação com a maquiagem e não estou na posição de julgar ninguém. Como eu disse, eu também tenho os meus momentos de me julgar completamente errada de não fazer o mesmo que a maioria e sair parecendo uma boneca. Não posso julgar ninguém, mas posso dar uma julgada na sociedade que quase não me pegou, mas que aprisiona muitas mulheres todos os dias? Posso julgar sim. Posso julgar tudo isso porque se as pessoas inventaram uma terça sem make, para começo de conversa, é porque elas adoram ter um dia para sair de casa com o rosto leve sem ter que se esconder ou morrer de vergonha. E aqui eu reitero, não condeno absolutamente o uso diário da maquiagem por quem realmente ama fazer isso – mas duvido que a maioria não se sinta escrava dessa brincadeira e é isso que me incomoda. Quem foi que decidiu que sair de cara limpa é crime?

Passada um pouco a história da terça sem make, chegou ao meu contexto aquele desafio de postar uma foto de cara limpa na internet. A Anna foi a primeira amiga minha que eu vi fazer – e não me convidou. Fui tirar satisfações, porque sou dessas, e ela rebateu dizendo que eu nem usava maquiagem cotidianamente. Disse que não usava mesmo e ri, mas que obviamente as fotos que eu postava na internet tinham maquiagem ou pelo menos filtro de luz. Ela então voltou lá e me indicou para o negócio. Levantei a câmera, dei um sorriso, bati a foto e postei. Sem delongas ou preliminares – não tive que tirar nada, porque já estava sem maquiagem, e confesso que não fiquei com vergonha, tampouco.

Olhando as fotos de quem participou, percebi que a maioria das pessoas saía meio séria. Quando muito com um meio-sorriso. Eu, apesar de não ter mostrado os dentes, sorri normalmente, e cheguei a pensar – juro – se não tinha sido um truque para a foto ficar um pouco mais bonita e que eu tinha roubado (percebam). Logo espanei o pensamento pensando que o problema era postar foto com make (e filtro!) e não foto bonita. Meu sorriso, ao meu ver, deu conta da foto muito bem. E é por isso que eu acho que o estado de espírito é a maquiagem mais linda que temos para usar todos os dias.

Isso não é demagogia: todos temos nossos dias ótimos, nossos dias bons, nossos dias ruins e nossos dias péssimos. Eu durmo pouco, acordo com olheiras, passo o dia mau-humorada, olho no espelho e quero chorar. Ou eu posso também acordar animada, com as mesmas olheiras, mas cheia de vontade de viver, passar o dia sorrindo, olhar no espelho e pensar “nossa, como eu estou bem hoje”. Tem dias que eu quero me jogar inteira fora. Tem dias que eu casaria com meu reflexo em Vegas. Todas temos esses dias. E o que eu mais queria para todo mundo é que todo mundo aprendesse a casar consigo mesma em Vegas sem precisar de rímel para isso – se você não estiver afim de passar rímel naquele dia!

Quando eu estou muito bem maquiada, não nego que me sinto linda: tiro selfies, olho por horas no espelho, sorrio para o reflexo, fico encantada. Enrolo para tirar a maquiagem: quero me ver linda por mais tempo. Quem não quer? A diferença é que quando eu pego o algodão, encho ele de demaquilante e arranco aqueles quilos a mais do meu rosto, eu não tenho receio nenhum de sair na rua e tudo o que eu queria com essa ideia do Stop Beauty Madness é que fosse assim para todo mundo.

Na minha foto do desafio, muita gente comentou: “Linda de qualquer jeito!”. Eu ri. Ri porque postar a foto de cara lavada numa brincadeira do facebook, com um texto motivacional e abraçando um movimento foi muito fácil – para mim e para todos os que comentaram. Ri mais ainda porque uma parte clara das pessoas que comentou dizendo que eu era linda de qualquer jeito são as mesmas pessoas que vivem me dizendo, quando eu estou saindo de casa: “CUSTA passar um lápis e um rímel?”. Custa sim: minha vontade de acordar mais cedo e ficar parada na frente do espelho por mais tempo do que julgo necessário para a minha existência na maioria dos dias. Comentar na minha foto apoiando a causa é muito bacana, mas apoiar a causa quando vê que eu realmente sou adepta dela desde antes de ela existir, isso parece muito mais complicado para muitas das mulheres que me rodeiam. Logo que os comentários começaram, cheguei a pensar que era hipocrisia e dei gargalhadas. Agora, refletindo, pensei que o buraco é realmente mais embaixo, porque elas realmente se sentem apoiando a falta da maquiagem – mas não devem perceber que estão indo totalmente contra isso quando reclamam porque eu saio sem ela todo santo dia para ir encarar o mundo lá fora.

Uma causa dessas não se apoia só de vez em quando, só de brincadeira, só na internet. Se apoia de verdade. Se apoia treinando o olhar para achar as mulheres lindas (o que inclui você mesma) quando elas quiserem sair de cara limpa. Não é deixando de usar a sua maquiagem que você apoia – repito: se você gosta de usar, de se arrumar cuidadosamente toda manhã, nada mais digno com você mesma do que você fazer isso. Essa causa se apoia quando você deixa de ser escrava disso – se um dia você acordar sem estar afim de passar lápis, colega, não passa! Repita comigo: você não é obrigada. O cerne da causa toda – ao meu ver – é o mesmo cerne de quase todas as causas da humanidade: a liberdade de escolha. O poder de cada uma exercer a própria liberdade no dia que acordar sem vontade nenhuma de passar base.

Usemos delineador! Usemos rímel, usemos sombra, usemos corretivos! Usemos porque amamos essas incríveis invenções, mas única e exclusivamente porque amamos e porque é legal que elas nos deixem nos sentindo mais lindas - e não porque acreditamos que não somos capazes de ganharmos o mundo sem todas essas intervenções. A parte mais bonita de nós é, sempre, o que está embaixo. Vai por mim: se você tiver que escolher entre o batom e o sorriso, fique com o segundo. Ele é bem mais indispensável. 


20 comentários:

  1. Minha mãe sempre me diz, antes de eu sair de casa "Mas não vai passar nem um batom?" e eu, a rainha da preguiça, digo que "Nah, não tenho paciência pra essas coisas". E é essa é a verdade, eu não tenho paciência pra ficar me maquiando, ainda mais se isso reflete em acordar mais cedo pra dar conta de tudo que tenho que fazer pela manhã antes de ir trabalhar E me maquiar. Não rola, pra mim. Claro que quando a ocasião é especial, me esmero mais no cuidado, assim como você, mas no dia a dia sou total negação pra isso. Mas isso é coisa minha, e também não julgo as meninas que gostam de se maquiar diariamente e que fazem isso por puro e simples prazer. Aí, quando a coisa se torna obrigação, é pq deixou de ser saudável e tudo feito por obrigação deixa de ser prazeroso. Eu admiro a premissa da campanha, só é uma pena que já virou barganha (vi menina postando, por exemplo, que se a desafiada não participar terá que dar um batom da MAC pra ela. TIPO ASSIM, qual é o ponto disso?). Enfim, fato é que vivemos em tempos insanos de exagero e é bom que surjam campanhas como essa, que te diga que tudo bem ir na padaria sem passar rímel ou dar uma voltinha com o cachorro sem precisar de delineador. Seu texto sobre o tema foi um dos melhores que li, principalmente por ter me identificado com tanta coisa. Um beijo!

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  2. Oi Ana, vi agorinha no grupo do Rotarrots o seu link da publicação do tema especial. Gostei do seu ponto de vista e da forma como começou o post, pois me identifiquei com a sua história. Na minha infância foi assim também, maquiagem era coisa de adulto, minha mãe mal usava, pois quando eu e minha irmã via a gente queria também. Mas eu sempre gostei e quando passei o lápis no olho pela primeira vez na adolescência os meus pais não gostaram do que viram. Eu gostava tanto que pintei o rosto da minha boneca com canetinha fingindo que era maquiagem. Hoje posso usar e abusar da make, mas não sou escrava dela, quando não quero não uso e pronto, vou ao supermercado assim. Falei sobre o tema também, caso queira dar uma olhada. Beijos e prazer!!

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  3. Oi Ana... gosto sempre de ler seus posts... sobre a tal "cara limpa" nunca poderia ser desafiada pois, como sou gordinha e transpiro muito, fiz a maquiagem definitiva em torno dos olhos, primeiramente.
    Passado algum tempo, fiz a sobrancelha definitiva, pois tinha pequenas falhas...
    Por fim, por não tem a bendita voltinha do coração, fiz o contorno dos lábios...
    Logo, nunca estou "sem make".
    Por outro lado... não tenho nenhum "pó" em casa... nenhunzinho mesmo... nem sombra, nem blush, nem pós de arroz, nem nada...
    Não uso nada disso pelo mesmo motivo que fiz o contorno definitivo: transpiro muito.
    Então, não pude entrar no desafio mas lançaram um outro: a foto do RG... e nesse me lancei sem nenhum problema...
    Um beijo e uma ótima tarde pra vc menina das palavras com gosto de algodão doce...

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  4. Cara, que texto incrível. <3
    Parabéns, Ana, fiquei apaixonada. E concordo com você: o sorriso é, de longe, a melhor make-up.

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  5. Quando eu estava no começo da adolescência tive uma fase de não sair de casa sem lápis, porque eu achava que se não passasse eu parecia sem olho (?).

    Passada essa informação desnecessária, preciso dizer que concordo e discordo do seu texto. Sim, concordo em gênero, número e grau que uma das coisas mais importantes nessa vida é a liberdade de escolha e que se a pessoa realmente QUER perder minutos preciosos de sono pra passar maquiagem todo dia, ninguém tem direito de julgar. Mas pra mim, o objetivo do projeto é outro.

    Ao meu ver, o ponto é que a gente convive tanto com televisão, revista photoshopada e gente com quilos de maquiagem que acabamos nos sentindo mal por sermos imperfeitas no meio de tanta gente "perfeita". O que eu entendi como objetivo do projeto é mostrar pros outros que todos somos imperfeitos. Todo mundo tem cravo, todo mundo tem espinha, todo mundo tem alguma manchinha ou qualquer outra coisa que considera feio/ruim/imperfeito. E tudo bem querer disfarçar com maquiagem - o problema é que a coisa ficou tão obsessiva que a gente começou a viver em um mundo de plástico em que todo mundo é perfeito, menos a gente. Porque enquanto convivemos com a perfeição alheia, só nós somos obrigadas a conviver diariamente conosco mesmas sem maquiagem, com mal hálito matinal, espinha na ponta do nariz etc e tal. E isso causa baixa autoestima, causa depressão, causa muitos e muitos problemas.

    Não sei se me fiz entender, e também não vou falar mais porque chega de discursar. Beijos <3

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  6. Te compreendo Ana, também não uso maquiagem no cotidiano, só uso em datas especiais e olhe lá. Não sinto necessidade de usar tanta maquiagem, talvez porque na minha casa nunca tive tanta influência. Mas a questão é saber quando essa necessidade passa a fazer mal. Ninguém é perfeito, nem de maquiagem, a questão é se aceitar.

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  7. Me identifiquei TOTAL com seu texto! Eu não uso make NUNCA hahaha todos os dias vou pro curso de cara lavada, e as meninas chegam lá montadas na make, e eu: hã? E eu tenho 25 anos. Todo mundo acha que eu tenho cara de 15, mas também pudera, adolescentes se maquiam tanto que aparentam ter mais idade. Mesmo com olheiras matinais ou eventuais espinhas, eu saio de cara limpa. GENTE, EU SOU ASSIM. Como vou lidar com o fato de não poder conviver com a minha própria cara sem passar uma maquiagem em cima? É como se a pessoa não pudesse aceitar o fato de ser humana ou imperfeita. Também não estou julgando quem usa maquiagem todos os dias - quando eu começar a trabalhar em algum lugar em que lide com o público, talvez eu precise usar pra passar uma seriedade etc - mas cara, é como se elas não pudessem lidar com seus próprios defeitos e serem felizes assim. Que dó, que dó.

    PS: eu ia te avisar sobre a indicação, mas o blogday foi um auê tão grande que eu me embolei toda! hahaha. Você mereceu a indicação, escreve incrivelmente bem! :) Mil beijos.

    http://www.canseidesernerd.com/

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  8. Adorei seu texto, realmente temos que dar importância ao que realmente vale a pena, maquiagem sai. bjuu

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  9. Eu sou fissurada por maquiagem, desde criança. Mesmo que minha mãe tenha segurado por muitos anos uma vibe riponga de quem fez faculdade de Biologia (e que, portanto, se importava pouco com isso), minhas avós sempre foram muito vaidosas, e desde pequena elas são meus modelos de beleza. Minha avó materna até hoje passa batom vermelho até pra dormir, e sempre tá com as unhas das mãos e dos pés pintadas de vermelho ou rosa. Eu achava isso sensacional, e meu sonho era ser igual ela. Minha avó paterna não se maquiava muito, mas ela sempre adorou colares, lenços, brincos e acessórios, e eu já gritei na família que os lenços dela vão ficar pra mim, hehehe.

    Então, sempre gostei muito de me emperequetar, principalmente quando era mais nova. Dia de apresentação no balé, meu único dia no ano de usar maquiagem, era alegria pura, e eu vivia me pintando escondido antes da minha mãe chegar. Como eu gostava disso porque eu queria ser incrível como minhas avós eram, acho que minha relação com a beleza, de modo geral, acabou se desenvolvendo de forma mais saudável, sem nada da crueldade que atinge tantas meninas.

    Acho bem foda isso que você falou, e que pouca gente observa: a hipocrisia das pessoas diante dessas ações. Sair sem maquiagem uma vez na vida pra participar de uma campanha é lindo, a gent eé linda de qualquer jeito e não devia perder tempo com isso. Só que, às vezes sem ver, as pessoas não percebem que quando nos pressionam, como fazem com você, pra se adequar a essa rotina de se maquiar todo dia, elas estão contradizendo aquele oba-oba de antes, e resta pensar o que elas acreditam de verdade, pra início de conversa.

    No fim, tudo se resume a isso: "Usemos porque amamos essas incríveis invenções, mas única e exclusivamente porque amamos e porque é legal que elas nos deixem nos sentindo mais lindas - e não porque acreditamos que não somos capazes de ganharmos o mundo sem todas essas intervenções."
    Arrasou! <3
    te amo!

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  10. Eu ao contrário de vc, cresci com minha avó cobrando que me arrumasse, fizesse sobrancelha, usasse maquiagem, etc

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  11. Quando era pequena, sempre fui do tipo "vaidosa": queria sair arrumada, queria usar a roupa da mãe, o salto alto, a maquiagem. Quando entrei na adolescência, comecei a ver mil defeitos em mim e fiquei muito confusa com a minha própria personalidade e lugar no mundo e passei a ter aversão de chamar atenção. Então não me arrumava (usava uniforme no colégio e jeans + all star + camiseta no resto) e não passava maquiagem. Exatamente a maquiagem eu tinha vontade por aquela coisa de imitar o grupo, sabe?, eu via minhas amigas usando e queria usar também porque parecia divertido. Mas não usava porque a autoestima era tão baixa que pensava "não vai adiantar porque não vai melhorar em nada". Sempre fui cobrada pela família no "passa pelo menos um batonzinho" e isso sempre me deu raiva. Acabei aderindo ao cara lavada e, com o tempo, acabei tornando isso parte de mim, tanto de um jeito bom quanto ruim. Atualmente me resolvi em quase 100% com a minha autoestima e uso maquiagem quando me dá na telha, seja pra sair ou pra ficar em casa mesmo, mas saio de cara lavada sem qualquer tipo de problema e ninguém tem nada com isso. Se falam que tô com olheiras ou algo do tipo, a resposta é quase padrão: "e daí?", e continuo no "e daí?" até que a pessoa desista de ficar questionando o que eu decido ou não fazer com a MINHA cara. Só que até o nosso "eu uso porque gosto" é algo a ser problematizado: a gente gosta porque? Se sente mais bonita porque? porque gosto também é construção cultural. O buraco é realmente láááááááá embaixo, mas é bom que a gente esteja colocando a cabeça pra fora dele.

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  12. Que lindo texto Ana! Gostei bastante da forma que vc conduziu as ideias!
    Muito bacana! =D

    Também não sou de ficar me maquiando sempre. Entrei agora lá no Rotarrots e estou adorando conhecer os blogs de vocês!

    um abraço pra ti!

    Vanessa Vieira
    Pensamentos valem mais que ouro

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  13. Ana, eu sou igual a você, não uso maquiagem. O que é legal nisso é que quando eu uso TODO MUNDO percebe. Parece que olha uma segunda vez pensando "caramba, então a Dayane é bonita e eu nunca percebi?" - Porque sim, eu acho que a maquiagem é um bem , nos deixa lindas e radiantes, e como você comentou no texto, eu também acho que é para ser usada em momentos especiais e não todo dia. Porque dá trabalho. Porque a gente simplesmente não é assim.
    Não julgo quem usa sempre, mas eu acho que se se a pessoa não se ama de cara limpa, então nunca vai se amar de verdade porque a maquiagem não faz parte da gente.

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  14. Analu,
    compartilhamos do MESMO sentimento. Eu também não vi sacrifício algum em postar uma foto sem maquiagem, porque vivo assim. O ponto central mesmo é a liberdade de se maquiar, de se vestir e de ser o que quiser, quando e onde quiser. As pessoas não devem se sentir menores porque não seguem um padrão e também não deve menosprezar porque o outro não o segue.
    Com a internet, acho que as pessoas perderam o bom senso e saem julgando sem parar, sem se lembrarem que há outro ser humano atrás de um computador.

    Sair de cara limpa não é desleixo, é liberdade de escolha!

    Um beijo,

    Algumas Observações
    Teoria, Prática e Aprendizado
    Nosso Clube do Livro

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  15. Sempre fui super vaidosa, desde pequena. Passei pela fase do lápis preto, passei pela fase do gloss, passei pela fase do blush, e confesso que por um bom tempo fui insegura ao ponto de nunca conseguir sair de casa sem maquiagem. Quando entrei no ensino médio desencanei geral e apesar de continuar amando maquiagem, continuo tão (se não mais) desencanada quanto há cinco anos atrás.

    Lógico que tem dias que eu acordo querendo me emperequetar, assim como tem dias que minhas olheiras pulam tão longe que eu prefiro gastar cinco minutos a mais em casa pra passar um corretivo e minimizar o estrago. Mas faço isso por mim, porque gosto de me sentir bonita. E eu me sinto maravilhosa de maquiagem. Mas também me sinto sem.


    Nunca me deixei levar à ponto de jamais sair de casa sem maquiagem, mas tenho amigas que são exatamente assim e é por isso que acho iniciativas como a "terça sem make" e o "stop the beauty madness" tão importantes. Mas é no mínimo frustrante quando a gente vê uma proposta tão legal virar uma farra sem propósito algum. Queria muito que as pessoas se conscientizassem, não só em relação à maquiagem, mas sobre toda essa cobrança que nos rodeia, essa busca eterna por uma perfeição que não existe. Com certeza ainda tem muito chão pela frente e mudar certos hábitos é uma tarefa difícil, mas de pouco em pouco, acredito de verdade que um dia a gente chega lá.

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  16. Me identifiquei muito com seu texto, Analu, e só não vou comentar mais porque também quero participar dessa blogagem coletiva. ♥

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  17. Quando esse desafio começou a pipocar na internet eu também achei meio estranho. Até uso maquiagem no dia a dia (rímel, base e blush), mas por incrível que pareça, a maioria das fotos que eu posto e fotos do perfil são de mim sem maquiagem e nunca vi nenhum problema nisso. Às vezes até acho que fico melhor nas fotos sem maquiagem. Mas vai entender! hahaha O texto ficou ótimo e eu estou coçando os dedos para fazer essa blogagem coletiva!

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  18. ÓTIMO! Sou exatamente assim, uso quando dá na telha rsss Achei estranho tanta gente sofrendo pra tirar a maquiagem. Aiai...

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  19. Amei! As lembranças são muito, mas muito familiares pra mim. Lembro da primeira vez que passei lápis preto, e minhas amigas da escola já usavam há muito. Ainda nem saio loucamente maquiada por aí, mas curto nos momentos especiais. A vida deve ser mais leve, menos preocupante né?!

    Beijos.

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