domingo, 1 de dezembro de 2013

Cinco belezas roubadas

large

Não me lembro direito quando foi exatamente que ouvi falar pela primeira vez de “As virgens suicidas”, mas sei que foi no ato que corri ao meu Skoob marcar que precisava ler a obra. Procurei, procurei, e não encontrei. Até então, julgo que fosse algo bem desconhecido. Pouca gente tinha ouvido falar, pouquíssima gente tinha lido.

Acredito que quase 2 anos depois, quando tinha conseguido desencanar um pouco, ganhei, de surpresa, de aniversário. Foi uma felicidade clandestina nível hard, e eu não conseguia parar de olhar para o livro e não sorrir sozinha só de lembrar que ele era meu. Nunca tinha lido, mas já o amava. Quem nunca?

Na contra-capa do livro, a sinopse, encabeçada pelo título desse post, que por sinal, amo. E logo em seguida, um texto dizendo que sobretudo, essa não seria uma história triste. Não consigo saber ao certo de Jeffrey, o autor, mentiu sobre isso. A história é triste sim, não tem como não ser. Mas ao mesmo tempo tem um ar leve que permeia todo o peso, e que consegue realmente fazer com que aquilo não seja principalmente uma história triste. É. Mas não é. Sabe assim? Acho que posso definir dizendo que é melancólico. Certamente melancólico.

Sofia Coppola não se fez de rogada e adaptou um filme belíssimo, captando exatamente o ar que Jeffrey quis empregar, transformando a história terrível na melancolia permeada de leveza. Conseguiu brilhantemente. O filme é inteiro em tons pastéis, inclusive, o que faz com que toda a história, que deveria ser sombria, se torne… doce.

Não me entendam mal: É triste, é melancólico, são cinco meninas que se matam por serem privada pelos pais de tudo. Mas ainda assim, é doce e belo. Eu sabia que essa história nunca sairia da minha cabeça, e em julho deste ano, batendo papo com meu amigo que é professor na Cena Hum, comentei sobre essa obra e ele decidiu que poderíamos montá-la se ele pegasse alguma turma de adolescentes esse semestre.

Pegou. Eu adaptei o texto, Kaio dirigiu, e vivemos um semestre intenso e delicioso para fazer Belezas Roubadas nascer no palco. E nasceu. E foi difícil segurar a emoção olhando o empenho do elenco, o semblante tão bem construído das cinco meninas, o amor pelo projeto, e a intensidade do que nasceu no palco hoje. O público ficou de queixo caído, mas ainda mais fiquei eu, mesmo já tendo visto todos os outros ensaios. Enfim, nem sei o que dizer, na verdade. Era só pra contar que foi lindo e que é muito, muito delicioso realizar sonhos que a gente nem sabia que sonhava.

virgins2

- Do que os seus pais tem tanto medo?
- De que nós sejamos o que eles não conseguiram ser.

10 comentários:

  1. *fangirling*
    Eu amo essa história desde o primeiro contato. Não foi a toa que escrevi mais de uma resenha sobre ela. Amei o livro, amei o filme. Só estou aqui no aguardo da minha oportunidade de amar a peça. Certeza que amaria, olha essa foto.
    Fico bem orgulhosa de ver você realizando esses sonhos todos. Eta ano intenso, hein?
    Amo você <3

    ResponderExcluir
  2. AI MEU DEUS
    Eu sempre ouvi falar principalmente do filme e sempre tive vontade de assisti-lo. Agora tem esse texto, que aumentou minha vontade de conhecer a história primeiramente do livro e depois do filme (que, segundo você, é uma ótima adaptação do livro, que alívio).

    Querendo muito que alguém me dê de presente de aniversário surpresa.

    :)

    ResponderExcluir
  3. Ai Banana, acho que essa peça á em segundo lugar na minha lista de coisas-que-eu-queria-ver-no-Cena-Hum, depois de Vamos Falar de Amor, claro. Deve ter sido mágico e mesmo que fosse horrível, coisa que eu sei que jamais seria com você no comando, já teria valido à pena por esse figurino sensacional.
    Sobre a história das Virgens, desnecessário dizer que amo demais. O filme e o livro, queria mastigar as páginas, invadir a tela da TV, beber licor de pêssego e usar aqueles vestidos brancos horrendos (que na peça são um arraso!). Preciso muito reler o livro, porque acho que hoje tenho uma perspectiva totalmente diferente da história do que tive quando li pela primeira vez. Acho que a história é muito mais sobre os meninos do que sobre elas, acredita? Enfim. Vou reler e teorizar.
    Beijos, amiga, parabéns pelo sucesso!
    Amo você! <3

    ResponderExcluir
  4. Ai, meu amor de Analu, como eu queria ver Belezas Roubadas. E, meu deus, que orgulho de ti por fazer parte disso tudo. Tu é maravilhosa no que faz, óbvio que a peça seria um sucesso.
    Pobre de mim, nunca li o livro nem vi o filme, como faz? Preciso ver&ler urgente!!
    Te amo e parabéns, amiga!
    <3

    ResponderExcluir
  5. Bananinha, que awesome! Fiquei arrepiada com a foto das meninas e com esse figurino certeiro. Não sei se você lembra, mas devo ter sido uma das primeiras pessoas com quem você conversou sobre a vontade de montar a história. E, além de ficar tristinha por não ter conferido essa maravilha ao vivo, seu texto me deixou morrendo de vontade de reler o livro, rever o filme e me apaixonar de novo por essas cinco meninas impedidas de viver desde que nasceram.

    Te amo!

    ResponderExcluir
  6. P.S: Acho que vou ter que fazer um post com esse título um dia, já que você e Anna tem um! #bussularizehpreciso

    ResponderExcluir
  7. Eu gosto desse tipo de filme de tons assim mais melancólicos.

    jj-jovemjornalista.com

    ResponderExcluir
  8. Que bacana!
    Já fiquei com vontade de conhecer essa história!

    ResponderExcluir
  9. Amiga, morro de orgulho de você, e você sabe. Acho muito incrível você fazer toda essa coisa de textos de teatro e adaptações, como pode? Acho tão longe da minha realidade que só posso achar foda, e bater palmas e te agraciar com uma coroa de flores por ser tão incrível. Já estou vendo você na minha vida, olhando jornal um dia com MB e com bebê, e dizendo: olha aqui, a peça da tia Banana está fazendo o maior sucesso! Vamos ver esse fim de semana?

    Por favor, destino, providenciar essa vida!
    Te amo!

    ResponderExcluir
  10. Analu, essa leitura é uma delícia. Descobri o Eugenides com esse livro e, hoje, gosto de tudo que ele faz.
    Eu também adoraria ver a tua adaptação. Estou aqui na torcida para que você grave e coloque no Youtube pra gente ver!
    Um beijão, moça talentosa. Parabéns.

    ResponderExcluir