domingo, 23 de junho de 2013

Não sei o que eu vim escrever

Só sei que já é fim de domingo e que eu estou incomodada olhando pra essa página em branco e que preciso preenchê-la com alguma coisa. Não sei se tenho mais alguma coisa pra comentar sobre as manifestações, visto que as coisas mudam tão rápido de uma bela e emocionada comoção nacional para confusões totalmente alarmantes. Não sei se tenho algo pra dizer sobre a estreia do musical no sábado, visto que meu coração tá num misto surtado de ansiedade com saudade antecipada.  Quem sabe dê pra falar das duas coisas juntas.

Existem prioridades emocionais na minha vida, eu tenho as minhas, e no momento todas elas são “a estreia do meu musical” e tudo o que gira em torno dele. Todo mundo tá girando em torno de manifestações e roendo as unhas embaixo de mesas com medo de golpe militar e eu tenho medo de dar uma desafinada no palco, ou de que passe rápido demais. Ainda tem muita coisa pra fazer. Listagens de tarefas que deixamos pra última hora, isso sem falar na busca pela resolução das crises existenciais de personagens.

Mas hoje eu estava lá pintando cenário, e estava um vento frio, sabe. E geralmente a gente pinta cenário cantando, falando besteira… Hoje estava quieto. Eu pintei as janelas de preto pensando, redundantemente, em como o tempo passa. E em como aquilo ali era, pelo menos teoricamente, a última vez que fazíamos aquilo juntos. Vamos nos formar.

Saímos pra comprar figurino com as mãos sujas de tinta a óleo. Desfilei de moletom e tênis na Zara carregando uma calça fashion na mão. Demos risadas e comentamos sobre “why on earth” deixamos tudo pra última hora. E aí a Airen ligou pra dizer que estava chegado no shopping, e a gente achou que ela queria ferver junto, ou mesmo colocar seu olhar e crivo de diretora nas nossas compras figurinísticas, mas nem era isso. Ela foi buscar “suas filhotas” no shopping porque a manifestação estava descendo e haviam ameaças de confusão pelos arredores. “Comentaram que estavam fechando postos e eu pensei que vocês estariam alegres e felizes saindo do shopping com sacolas na mão e que era melhor não”, ela disse. E então voltamos. Com algumas coisinhas compradas, as sacolas dentro das bolsas, e a mãe escoltando na calçada. E, puxa, que coisa.

Espero que o Brasil se acalme um bocado. Não por resiliência, não por acomodação, mas por necessidade. Já deu pra ver que não é bem por aí, correto? Há que se dosar a quantidade de mentos na Coca Cola, e sempre tem gente que coloca mais que o necessário.

Quanto ao musical, eu tenho uma certeza quente no coração de que sábado vai estar tudo acontecendo encaixadamente de forma mágica, mesmo que pareça infinita a lista de tudo o que tem que estar pronto em 5 dias para que isso aconteça.

E era isso tudo o que eu não precisava escrever nesse fim de domingo, pra botar palavras na folha em branco e soltar um pouco da miscelânea manifesto-musical que não para de acontecer toda ao mesmo tempo agora na minha cabeça.

8 comentários:

  1. Acho bem a sua cara estar esse misto de surto e algo mais sereno. É a última vez que você estreia como aluna, sendo que é a primeira vez que a peça é em parte sua. Daqui não tem surto nenhum, medo nenhum. Sei que quando eu estiver ali na A6, vou sentir as emoções que você sentiu escrevendo, ensaiando, pintando cenário e tudo mais envolvido.
    Parabéns! Beijo! <3

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  2. Já falei isso tantas vezes, mas repito: as coisas vão funcionar, porque elas tem motivos especiais pra funcionar. E não estou só falando de questões mafiosas, mas porque é um fechamento de uma coisa linda, que está sendo sonhado, montado e preparado da forma mais digna possível e não há por que vocês não arrasarem MUITO. E eu vou chorar horrores.
    Quanto ao Brasil vou ficar quietinha, não quero voltar a roer as unhas embaixo da mesa, ao menos não por enquanto. Vou focar na minha semana, que também será tensa, e vejo se consigo passear metaforicamente na Zara enquanto o movimento esquenta lá fora.
    Beijos, minha querida.
    Até daqui 5 dias. <3

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  3. Amiga, tudo precisa se resolver e acabar bem porque merecemos. Vou me recolher que nem Anna Vitória quando o assunto é o Brasil, mas quanto ao musical: vai ser lindo, tenho certeza TOTAL.

    Te amo, amica <3 Até sexta!

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  4. Hoje eu também me vi diante dessa brancura sem nenhuma ideia, mas escrevi.

    E essa miscelânea de pensamentos faz parte. Dps que li seu texto vi que deve ser normal msm. Estou do mesmo jeito hj.

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  5. Amiga, vai dar certo, mas tão certo! Especialmente porque nós vamos estar LÁ PARA TE VER ESTREAR! Você tá acreditando nisso? Que um dia as suas amigas, que eram só de blog, iam se largar das suas casas pra ir te ver num palco?

    E como as meninas disseram, não é só porque a gente vai não. É porque vocês se prepararam, ensaiaram, e estão prontos! E vai ser lindo!

    Beijo e até sábado!

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  6. Meu amor de Analu, vai dar tudo certo, sabe por quê? Porque sempre dá! Tudo vai ser lindo, vai ser mágico e nós vamos estar lá por ti.
    Te amo!

    Até sexta! <3

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  7. às vezes um post que fala sobre nada e sobre tudo pode operar milagres na nossa cabeça, sei o quanto voce ama seu curso de teatro e to torcendo pra dar tudo certo pra ti! Tua estréia final vai ser ainda mais linda porque vai ter um monte de gente na platéia que te ama e é sua fã desde sempre (:
    mas por enquanto respira e foca no hoje, o amanhã a Deus pertence!

    Beijos

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  8. Lindinha! É isso mesmo, apesar de tudo o que está acontecendo nesse país, que também é nosso e amamos, não dá pra simplesmente deixar nossos "dramas emocionais" de lado e apenas viver de manifestação né? E sim, nossos pequenos dramas podem parecer minúsculos para os outros, mas dentro do coração só a gente sabe o quanto é difícil lidar com eles né! MAs finalmente o dia da sua estréia chegou e tenho certeza que a mágica vai acontecer mesmo! Beijos e boa sorte!

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