quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O jeito mais nobre de se comprometer.

E a gente escreve, né. E como já proclamou Caio (sempre ele!): “Quando eu escrevo eu falo pra caralho”. E se eu já falo absurdamente demais, imaginem quando escrevo.

Quando a gente escreve a gente se despe. Por mais que saibamos (e desejemos) que outras pessoas estejam aí do outro lado, lendo, sempre vem aquela sensação de estar intocável. De estar escrevendo aqui, pra tela do computador, e pronto.

Escrever é se libertar. É deixar pulsar o coração nos dedos. É como fechar os olhos e deixar que a intuição domine. É parar de pensar. Tá. Confesso. Muitas vezes eu penso e muito pra escrever. Mas os textos que eu mais gosto, com certeza, foram os que fiz sem pensar em nada, e que publiquei sem ler duas vezes ou pensar nas consequências.

Pode ter consequências? Pode. Um desabafo só seu lido pela pessoa errada, uma declaração que você escreve brincando e envia sem querer, ou mesmo aquele texto que você sabe que pode te render dor de cabeça, mas nem liga e manda bala mesmo assim.

Porque mesmo assim, escrever é um respiro. É um sopro de liberdade. É a melhor das válvulas de escape. Escrever é amor! Porque quem não ama, não escreve. Escrever é sonho. Escrever é.. alma.

É se jogar, sem medo da queda. A Marie outro dia publicou uma frase de um professor Moacir Assunção que eu não faço a menor ideia de quem seja, mas já tem meu respeito. Ele disse que “escrever é o jeito mais nobre de se comprometer”, e desde então a frase não saiu da minha cabeça. Porque é isso, né. Mas faz um bem danado.

E eu faço minhas as palavras de Clarice: “enquanto houverem perguntas e não houverem respostas, continuarei a escrever”. E digo mais. Talvez até quando houverem todas as respostas.

10 comentários:

  1. Analu,
    Vou ser repetitiva. Adoro os seus textos filosóficos.
    Muito lindo!
    Bs

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  2. AMEI, AMEI, AMEI!!

    Moacir é o meu professor! Um lindo, né? Ele tem vários livros publicados, já. Quando ele falou isso na sala, eu quase levantei pra bater palmas, hahaha. Não tem muito o que dizer, porque é uma frase que diz tudo. Um beijo, linda!

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  3. "Escrever é um sopro de liberdade,é um respiro,é alma".Que belo.Digo também que é a forma mais eficaz de esmiuçar o espírito,de sentir.Eu que nunca entendo esses que não escrevem,que não se comprometem em expressar o que se passa em suas profundezas.Estranho,apenas,essa coisa de não escrever.Escrever,pra mim,é fundamental e indispensável.

    beijo

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  4. Tb acho que escrever é alma, Ana!
    Magina se não fossemos capazes de expressar nossos sentimentos por escrita? Eu ia surtar...!
    Beijossss

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  5. Sim, é exatamente isso. Escrevo e desabafo e falo do que eu gosto sem pensar quem está do outro lado, mas quando páro pra pensar, me vem a exposição criada por mim. E me importo às vezes, outras não. Adorei o texto, super me identifiquei!

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  6. Escrever descongestiona o peito e alivia a alma!!!!
    Beijos!

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  7. É o jeito mais nobre de se comprometer, sim. Mas é com a escrita que eu menos desejo compromisso. Deixo tudo fluir. E, assim como Clarice (sempre ela!), tal condição me deixa sem obrigações para tal.
    Abraços!

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  8. Adorei esse post, Analú!
    Escrever é se comprometer mesmo (gente, queria ter um professor assim hahaha). E, mais, ter um blog é se comprometer mais ainda. Acho que é por isso que às vezes relutamos tanto em tornar nossa página pública de verdade (falo por mim, que só pretendo divulgar o Doses para os amigos presenciais quando começar a postar sobre o intercâmbio).
    Que todas continuemos escrevendo para manter essa amizade que nasce de uma maneira tão bacana, através de posts!

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  9. Assino embaixo, Aninha!
    Escrever esvazia, como disse a linda da Paloma outro dia ai.
    Faz milagres no nosso humor!

    beijos

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  10. Pra começar estou começando a seguir seu blog hoje, gostaria que fizesse o mesmo com o meu (unico) blog.
    E depois, eu adorei seu texto. Principalmente por que você usou Clarice, he.
    Já aconteceu comigo, de quando eu criei o blog: Não tinha nenhum seguidor, e um dia ruim fui num lugar e as pessoas de lá disseram que tinham lido o que eu escrevi. Tipo, muita gente, que eu sequer falava, ficaram sabendo de um sentimento meu, só meu.
    É muito tenso quando isso acontece. A gente escreve e acha que desabafou com muita gente, mas não quer que ngm leia! É como gritar pro mundo, sem ser ouvido. Fabuloso.

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