segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A desvalorização da comunicação

maquina

Tive a ideia de escrever esse post lendo o da Mari agora a pouco. Assim vira praticamente um manifesto, humpff.

Tudo começa quando Deus fez o mundo e decidiu que para tudo se encaixar, cada um deve ter uma função dentro da sociedade. E aí surgiram os médicos, os advogados, os jornalistas, os publicitários, os psicólogos e os cheffs de cozinha. E muitos outros mais, claro. Todos são importantes certo? Certo! Então porque essa desvalorização de alguns cursos em relação a outros?

Quando eu desisti da medicina que falava desde criança e resolvi fazer jornalismo, minha professora de biologia brincou comigo que eu estava caindo de nível. Eu sei que ela só disse isso porque eu sempre fui boa em biologia, e porque ela queria que eu seguisse a área dela. Mas usei a frase dela como exemplo pra retratar que muita gente olhou pra mim com cara de: Ah, tah.

Minha mãe queria que eu fizesse medicina. Papai queria que eu fizesse direito. E aí que eu fui fazer o que eu estava a fim. E os 2 acharam legal, e entenderam rapidamente que nessa hora não era o sonho deles que valia, e sim, o meu.

No começo da faculdade, minha professora de Arte, estética e comunicação (sim, é o nome de uma matéria só) comentou que amava dar aulas para jornalismo, porque ninguém ali estava ali por obrigação. Vou reproduzir a fala dela:

- Se eu perguntar numa sala de direito quantos estão ali porque os pais querem, 10 levantam a mão. E muitos outros não levantam porque tem vergonha. Agora aqui, não! Porque nenhum pai em sã consciência fala pro filho fazer jornalismo. Todo mundo que está aqui, está aqui por que quer. Eu me formei em publicidade, mas os meus filhos.. Ah, os meus filhos farão direito!

A última frase ela disse brincando, e morrendo de rir. Só pra deixar claro, não tenho absolutamente nada contra quem faz direito, e acho mesmo que tem muita gente lá que não está lá pelos pais, não me entendam mal.

O que eu quero dizer é que acho digno cada um fazer o que quer, e não o que o resto do mundo quer que ele faça. E que ninguém deve desmerecer seu curso, e nem deixar que ninguém o desmereça.

19 comentários:

  1. Nossa Ana! Que medo!
    Tava pensando ontem mesmo em fazer um post sobre isso!
    Meus pais demoraram pra aceitar que eu não quero fazer medicina/direito/arquitetura/engenharias.
    Não entendo porque esses cursos recebem tanto destaque em relação aos outros, é como se só essas profissões fossem dignas.
    Não gosto disso.


    Beijos

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  2. Ai, Ana, concordo tanto com você. Entendi bem o que você disse: faço Direito e não me ofendi de jeito nenhum, porque, primeiro, faço porque gosto e, segundo, só comecei a fazer esse curso quando já estava no 3º período de Letras. Quer outro curso que sofre super preconceito? Os que formam professores. Porque professor é tudo pobre e sem futuro. Não vou nem dizer o quanto isso é absurdo, porque a frase fala por si só. Mas nós da licenciatura, do jornalismo, música, ciências sociais... A gente é tão desvalorizado que dá vontade de jogar tudo pro ar. Porque não fazemos? Porque a gente ama, e só quem ama que entende :)
    Beijos!

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  3. Oie
    td bem?
    hehe
    bem, lendo alguns textos seus, vi q morava em Curitiba e q fazia jornalismo, mas nao imaginei q vc estudava na PUC daí, hehe, é coincidencia pq eu trabalho na PUC de Maringá :D q é bem menor q a de Curitiba, e sim aqui tem Direito, kakakak, e o povo mais chato é o q faz Direito :D

    temos q fazer sempre o q o nosso coracao manda
    Beijosss

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  4. É isso aí, Analu. Aliás, eu também queria fazer medicina, depois mudei para direito, depois para jornalismo (passei na Pucc, mas desisti...) e, enfim, decidi fazer Letras e Linguistica (isso é que é garota decidida, fala a verdade...)
    E quer saber? Sinto-me muito realizada! Fiz mestrado em linguística, ainda penso num doutorado (espero só meus filhos crescerem mais um pouco) e adoro dar aulas de português e redação!
    Beijo!

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  5. Olha, tive uma conversa sobre isso HOJE com minha mãe. Ela estava novamente tentando me persuadir pra fazer Direito, e não Jornalismo, e eu disse: "Mãe, você quer que eu faça Direito porque acha que é melhor pra mim, ou porque quer encher a boca e dizer que tem uma filha que faz Direito?" e acho que a mudança de assunto dela na hora de responder diz muito.
    Meu pai eu sei que queria que eu fizesse Direito porque ele fez e é apaixonado pela área, apesar de ter feito, depois, Administração e seguido esse lado. Um dia ele me disse que se eu fizesse Direito ele entraria na faculdade junto comigo e faria de novo! hahaha
    Beijos, ótimo post!

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  6. Vou te contar uma coisa engraçada: querem que eu faça jornalismo. Praticamente me obrigam a isso (nao, nao sao necessariamente os meus pais) e eu rio muito porque minha paixao é historia. Acho que querem que eu faça jornalismo por conta da minha escrita. Mas quero fazer historia porque essa é minha paixao.
    Abraços.

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  7. Meus pais nunca me influenciaram na carreira a seguir. Mas quando eu disse que faria Enfermagem, minha mãe se opôs de leve. Disse que eu perderia muito do tempo com a família, que a profissão envolvia muitos riscos etc. Ela falou a pura verdade, mas era o que o meu coração me mandava fazer. Eu estudei e trabalhei na área por amor. E isso compensa todo o esforço!

    Um beijo, querida!

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  8. Adorei o seu post, e o comentário da sua professora foi super sagaz pq é verdade!
    menina, eu faço psicologia, amo, escolhi aos 8 anos, ansci pra fazer isso, serei ótima profissa, mas papai queria que eu fizesse REL e mamãe odonto, ambos engoliram a saco,~o importante é que eles me apoiam psico e financeiramente! sajisnajnsa

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  9. Ana Lú,
    Acompanhei todos os seus sonhos de profissão futura. E quando vc me ligou e disse: "Tia, já escolhi o que vou fazer na faculdade - JORNALISMO! é foi assim que ouvi o seu entusiamo. Com letras maiúsculas. E eu soube desde sempre que vc ama os livros, as letras, arte, entre outros.
    Vc será uma profissional brilhante!
    Eu espero viver para ainda ler um romance escrito por vc.
    Bjs. Te amooooooooo0!

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  10. Morri de rir com seu texto, mesmo sendo um pouquinho trágico !
    explicar-me-ei...sou eu no seu texto! Mesma história, a diferença é que eu ainda estou prestando vestibular, e ainda tenho a dúvida se faço medicina ou comunicação.
    E penso em fazer medicina pra ajudar as pessoas,claro, mas por causa do mercado de trabalho. E quando penso em comunicação me desanimo por causa disso, a desvalorização e como hoje em dia, com essa história de não precisar de diploma, as coisas ficaram um pouco mais difíceis.
    Bem..espero que você tenha sucesso, e que eu me decida, se possível antes das provas,rs.
    beeeijos.

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  11. Eu fiz o que o resto do mundo quis que eu fizesse, sabe. Porque talvez eu não tivesse tanta certeza. Talvez me preocupasse mais com a aprovação de meus pais do que com meu próprio gosto (mais provável). Talvez porque acreditei que era mais fácil assim. Eu sei que hoje me adaptei, gosto até. Mas o meu sonho, a minha vontade.. não sumiram. E quando eu tiver oportunidade vou sim fazer o que eu sempre quis.

    Beijo.

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  12. Tá certíssima, Analu! Cara, enche o saco as pessoas nos olharem torto porque, diferente delas, temos coragem de fazer o que gostamos, e não o que papai e mamãe querem ou o que vai dar mais dinheiro!

    O complicado de falar disso é que tem muita (quer dizer, alguns) gente fazendo direito porque realmente gosta... Assim como tem gente fazendo jornalismo e que, na verdade, quer ser advogado.

    Mas vamos tornar esse manifesto forte! Rumo aos TT! :P

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  13. Apoiado.
    E ponto final.

    PS: Ana,'Brigada pela informação do negocinho lá das estatísticas. Sou uma porta pra essas coisas haha

    ;*

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  14. Olha, Ana... Mocinha que está de greve nos meus posts...
    Eu ficaria muito feliz se o meu filho chegasse pra mim daqui a vinte anos e dissesse: - Pai, eu quero ser engenheiro civil como você. Ou que ele fizesse qualquer coisa relacionada às Exatas. Querendo ou não, cada um puxa sardinha pra sua área e eu realmente não entendo porquê. hahaha

    Eu só não gosto disso dos pais imporem algum curso para os filhos porque acham bonito, porque dá dinheiro ou porque é o sonho não realizado deles. Meu filho não sou eu, mas como eu, ele é livre.

    Aqui na minha família eu sou engenheiro, meu pai e meu avô também, meu irmão arquiteto e a minha mãe é professora. E todo mundo é o que sempre bem entendeu ser, porque é assim que deve ser.

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  15. meu caso é pior, beeeem pior. FORMEI EM DIREITO PQ MINHA MAE QUIS! Triste, mas verdade! Ah se eu tivesse a cabeca que eu tenho hoje quando fiz vestibular!!!

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  16. como meu pai fez filosofia, ele não tinha moral nenhum pra tentar me obrigar a fazer nada, rs.

    agora imagine no meu caso, que faço faculdade de música!, as pessoas até estranham, 'e precisa de faculdade?', 'pelo menos faz o que gosta', e por aí vai. uma desvalorização que até hoje eu não entendo porque

    - lembro de poucas vezes ter sido atendida por um médico atencioso. é esse tipo de pessoas que os outros querem que sejamos? médicos e estúpidos?

    rs ;)

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  17. kkkkkkkkkkkkk fiquei com vontade de conhecer essa professora! mas é verdade mesmo.. ainda não sei o que pretendo estudar, mas não quero ser pressionada ao fazer essa escolha. é muito pessoal...
    beijos!

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  18. Eu faço Jornalismo e passo pelo mesmo. Todos perguntam: "Ah, uma menina tão inteligente, por que não faz medicina, direito?" Isso não tem o mínimo cabimento e, como falam, acredito que Jornalismo é paixão.
    A fala da tua professora foi realmente ótima, adorei!

    =*

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  19. Moça bonita, passo para te pedir que troques o meu link de daniellavirmes.wordpress.com para daniellavirmes.com, me mudei pro blogspot, agora sou tua colega! hehehe... Bjks!

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