domingo, 16 de maio de 2010

Eles

Ele ainda estava sentado no banco daquela delegacia gelada esperando ser interrogado. Estava praticamente preso. Por um crime que não cometeu. Enquanto isso, seu coração estava em pedaços, pois sabia que ela, a essa altura, já estava na rodoviária com todas as malas. Voltando pra sua cidade. Claro que ela não podia continuar vivendo junto com um assasino. Mas justo ela. O grande amor da sua vida. Sua primeira grande paixão. E agora o odiava. Por um crime que ele não havia cometido.
Isso é o que todos chamam de estar no lugar errado, na hora errada.
Tinha mesmo que sair do prédio com a camisa suja de sangue justo no momento em que o porteiro havia sido esfaqueado?
Pensava, repensava, e não conseguia compreender em como ela tinha acreditado nessa história. Justo ela, que jurou confiar nele para sempre. Ela, com quem ele fazia todos os seus planos de futuro feliz. Pensou no casamento. Pensou nos filhos incríveis, que ele nem teria a chance de conhecer, afinal, não existiriam.
No meio disso, o delegado entra, interrompendo seu pranto, e diz que ele está liberado; diz que os policiais que ficaram de plantão viram o verdadeiro assassino saindo do prédio. Horas depois. Horas grandes demais para ele.
Agora ele nem queria mais ser liberado. Liberdade pra que? Iria para casa e não teria seus braços.
Quando chegou ao prédio, sem rumo, girou a chave na fechadura e deu de cara com ela. Sentada nas malas.
Disse que a viagem havia sido cancelada.
Ele disse que o julgamento havia sido cancelado. E que não acreditava que ela não tinha acreditado nele.
Ela disse que estava com a cabeça a mil no momento, e ficou completamente transtornada. Quando estava na rodoviária, percebeu que sua menstruação estava 5 dias atrasada. E que já estava enjoando a 3. Correu na farmácia e comprou um exame. As 2 listras apareceram. Parou. Respirou. E lembrou do verdadeiro homem. Que tinha colocado aquele presente na sua barriga. O homem que ela amava, e em quem ela jurou confiar. Claro que ele nunca faria mal a ninguém. Correu pra casa na hora, e ainda estava em choque demais para ir até a delegacia quando ele entrou pela porta.
Os 2 então se abraçaram. E dessa vez, choraram juntos. De amor, de alegria. Agora, a 3.

10 comentários:

  1. super leve e lindo, adoro finais felizes!
    Um beijo!

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  2. Que doce final! E eu achando que essa história ia terminar dolorosa como tantas outras que conheço. Como é bom encontrar um porto seguro nas suas confiantes palavras

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  3. Que lindo.
    Adorei a dose de tensão e o romance na medida.

    Beijo, Ana!

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  4. Um conto, que legal! E com final feliz, adorei!
    beijos

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  5. Obrigada pelos parabéns, Ana! *-*
    E a propósito, amei a foto nova do perfil! (;

    Beijo

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  6. Aiin...tão lindo esse texto !
    Final incrível.
    Bjoos

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  7. Tua foto de perfil tá linda! :)

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  8. Vc um dia ainda vai escrever um livro *-*

    beijinhos mil

    Por Sami

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  9. Ahhhh eu amo o O escaravelho do diabo. *-* hauahuauh eu lembro que quando li, eu era bem novinha.. então achava super do mal ler um livro com diabo no título xD

    beijinhos mil

    Por Sami

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