quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Acabou, Jéssica?

Quem vê pensa que foi assim o ano todo

Chegou o dia 31 de dezembro e com ele aquela tradição de aparecer no blog para se despedir do ano que está indo embora e pedir pelo amor de Deus para que o próximo seja melhor. Na verdade, 2015 requebrou tanto a cadeira (?) e remexeu tanto na minha vida que resolvi me entregar à zoeira e até o título do post de fim de ano é um meme eu nem sei se a palavra correta do que espero para 2016 seja "melhor". Senta aí que lá vem história, afinal de contas, se eu tenho um resumo para fazer das linhas a fio que vou despejar aí embaixo, esse resumo é: 

2015 foi um dos piores anos da minha vida
2015 foi um dos melhores anos da minha vida

BA DUM TS. Se ficou confuso para vocês imaginem pra mim. Vamos por partes. Lembro que no fim do ano passado o Gregório Duvivier escreveu um texto dizendo que todos os anos passam rápido, mas alguns passam como um AVC e outros como uma andorinha. Eu sei, eu também citei esse texto no meu último texto do ano passado mas que que eu posso fazer se ele sempre parece cabível? Enfim. Acho que 2015 passou foi feito um elefante mesmo: não tão ruim quanto uma doença fatal, nem de longe tão leve quanto uma ave (#rainhadasmetáforas).

A verdade é que não dá pra dizer que esse ano não foi marcante. 2015 foi tudo nessa vida menos leve e fácil. O que foi ruim foi ruim demais - o que foi bom foi bom demais, também. Neil Gaiman diz em Um oceano no fim do caminho que não existe nenhum adulto sequer no mundo e eu acredito muito nisso. Mesmo assim acho que muitas das coisas que eu vivi esse ano foram as coisas mais adultas que já me aconteceram

Esse ano eu perdi meu avô e fui demitida pela primeira vez na minha vida. Não que uma coisa se compare à outra, mas eram duas coisas que eu tinha muito medo que acontecessem. A primeira porque meu avô, além de ser uma pessoa que eu amo muito, é (não consigo falar dele no passado) o maior alicerce da minha família. A segunda porque eu achava que ser demitida era uma situação totalmente terrível, que a gente devia morrer de vergonha, se sentir imprestável, querer se enfiar num buraco e coisa e tal. 

Perder meu avô foi a segunda coisa mais terrível que aconteceu na minha vida (por ordem cronológica mesmo, não de importância), mas isso me mostrou que a minha família é ainda mais sólida do que eu pensava. Ser demitida não foi nem de longe o bicho de sete cabeças que eu pensava que seria: tá tudo muito bem, obrigado, não fui linchada, não quis morrer de vergonha e continuo fazendo freelas para a empresa que eu trabalhava. (Isso tudo aí é ser meio adulto, não é? Ver grandes medos nossos se tornarem realidade e descobrir que somos capazes de enfrentá-los e que bola pra frente?)

As coisas maravilhosas que aconteceram nesse ano também foram bastante adultas. Em 2015 eu casei uma amiga (essa aqui!) e pouco tempo depois conheci o amor da minha vida. PAUSA: "Você não precisa amar uma pessoa como se ela fosse o grande amor da sua vida. Eu preciso.". DESPAUSA. 

Quero dizer para vocês que se vocês nunca organizaram um chá de pinto lingerie num apartamento alugado no Rio de Janeiro, nunca foi para o salão fazer folia com suas melhores amigas, nunca invadiu a suíte da noiva para cantar Beyoncé com ela (e se emocionar com ela sendo maqueada para o grande dia), nunca participaram de um cortejo segurando buquê, nunca fizeram um discurso no altar desejando que duas pessoas sejam felizes para sempre e nunca assinaram como testemunha de um casamento vocês não sabem o que estão perdendo. O dia em que eu casei uma amiga pela primeira vez foi um dos dias mais felizes da minha vida e também foi um dos dias mais felizes da minha vida o dia em que, pouco mais de 3 meses depois, eu fui dormir nas nuvens com uma sensação deliciosa que eu desconhecia: estar apaixonada e não ser platônico. (Tudo isso aí também é muito adulto, né não?)

2015 foi rápido como todos os outros anos... e longuíssimo, ao mesmo tempo. Ele teve tanta paulada e tanta coisa boa - e tanto as pauladas como as coisas boas foram sempre tão fortes que me fizeram perder o rumo de casa TANTAS VEZES - que parece que o que aconteceu, por exemplo, no começo do ano, já aconteceu há muito mais tempo do que só alguns meses. Pareceu um ano esticado e cheio de surpresas. Pareceu até que eu estava desafiando: quando acontecia algo muito bom e eu pensava "duvido que algo ainda se equipare a isso"; quando acontecia algo ruim, lá vinha, rápido e faceiro, o mesmo pensamento, com uma pequena variação "agora chega, né, Jéssica?" só que nunca chegava até que, como tudo na vida, aparentemente, chegou. Hoje é dia 31 de dezembro. Amanhã vai ser 2016.

Eu comecei 2015 me colocando à prova: morro de medo de agulha e estava com uma tatuagem marcada para o dia 5 de janeiro. Venci um medo grande, me senti maior e mais forte, mandei o ano vir porque eu estava pronta. Dado o resumo de tudo de importante que aconteceu durante esses últimos 365 dias, acho que concluo o ano com um grande e cansativo empate com vários gols. Daqueles que você leva um, fica triste, faz um, fica feliz da vida, leva outro, fica triste e assim vai indo. Vamos definir que o ano terminou no 3x3 - e bem feito pra mim, já que foi isso que eu pedi dele fazendo tatuagem no início de janeiro e gritando aos quatro cantos que o que me afogava é que me fazia ter vontade de flutuar.

No primeiro dia do ano eu sempre fico esperançosa e poética porque sim, eu sou esse tipo de pessoa clichê que cisma em acreditar que ano novo vida nova um livro de páginas em branco pronto para a gente aprontar o que quiser e blablabla. No primeiro dia de 2015 eu sentei feliz da vida para escrever no caderninho cor-de-rosa que eu tinha comprado porque decidi que ia levar a sério a história de fazer um journal (HAHAHAHA) que 2015 seria o ano da minha vida... mas só até 2016. Sabe aquilo que a gente cisma em tentar aprender, de aproveitar o presente porque ele é, na verdade, o único tempo que temos mesmo para viver? Então. Eu acho que eu já sei disso sem nem saber.

Fui dar uma olhada na minha retrospectiva de 2014 e vi que ela estava totalmente na vibe dessa: o que foi ruim foi ruim e o que foi bom foi melhor ainda. Talvez eu ande achando que todos os anos são muito intensos porque eu tenho aprendido a vivê-los de verdade, ou isso é só mais uma filosofia de boteco? Sei lá. Sei que eu já aprendi tem tempo de que eu sou uma pessoa que sente e que se não fosse assim não seria eu então vou continuar assim, sofrendo muito com o que for ruim, sendo feliz demais com o que for bom e que Deus me livre de um dia não ser realmente tocada pelo que acontece.

O que eu espero de 2016? Sei lá. Só sei que eu pretendo começá-lo tomando água de coco na praia, sossegada, de mãos dadas com o maior presente que 2015 ano meu deu, olhando a vida acontecer e as ondas baterem levinhas na areia - porque às vezes tudo o que a gente precisa é de um pouco de sossego bem acompanhado. Durante os outros 365 dias, sei que virão muitos outros sossegos e muitos sufocos também - mas dá para cruzar os dedinhos e torcer para que o saldo de gols seja positivo para o lado das coisas boas? Dá, né. E não me perguntem por que diabos eu encafifei com essa metáfora futebolística já que nem de futebol eu gosto. Feliz ano novo!

Nenhum post importante deste blog pode terminar sem gif da Taylor Swift

10 comentários:

  1. Maravilhosa!! Feliz ano novo pra você! Toda felicidade e sucesso sempre!
    ❤️❤️❤️

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  2. Li o seu post e o da Anna antes de começar a escrever o meu e achei engraçado (de um jeito curioso e não realmente engraçado) que vocês duas constataram que 2015 tinha sido um ano adulto, e que bom que eu tenho vocês na minha vida (?) porque achei a mesma coisa também. Foi um ano adulto. E difícil. E maluco. E terrível. E estranho. Mas foi maravilhoso também e a gente precisa reconhecer isso. Que bom que a gente aprendeu tanto, que a gente cresceu, que a gente viu que dava pra ser feliz mesmo com tanta coisa ruim acontecendo. Que bom que a gente sentiu muito pelas coisas ruins, né? Obrigada por ter oficialmente entrado na minha vida em 2015, por ter estado comigo sempre, e pra 2016 quero mais viagens, mais encontros e menos aviões perdidos (risos eternos).
    Te amo!

    P.S: Te falei que tinha comprado um livro do Neil Gaiman, mas não lembrava o título. Foi Um Oceano no Fim do Caminho (que por algum motivo eu insisto em chamar de Oceano No Fim do Mundo?).

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  3. Eu acho que você resumiu muito bem esse ano, não só o teu 2015, mas o de muita gente. Foi sim um ano que terminou empatado, mas os nossos gols pareciam ser mil vezes melhores e mais bem feitos do que os gols que a vida fez contra a gente, né?

    GENTE, EU PRECISO DESSES CANUDOS DO CHÁ DE PINTO. Eu tenho uma coisa por objetos fálicos (juro que é pura admiração da arte, nada de conotação sexual) e preciso deles PRA ONTEM.

    Espero que 2016 seja bom com todas nós, e que passemos pelos sufocos sem perder as esperanças. :)

    Beijos.

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  4. Primeiro de tudo: amo você. Só quis dizer mesmo porque faz um tempinho que não digo e não quero correr o risco de você ousar duvidar HAHAHA

    Amiga, esse post ficou tão maravilhoso que foi pro meu mural. Você não deve ter visto ainda porque provavelmente está curtindo seu presente (o que você faz muito bem <3). Nós sempre brincamos que somos almas gêmeas e deve mesmo ser verdade porque (e desculpa se não demonstrei como deveria) me sinto MUITO feliz por você ter tido um ano com alegrias, apesar das tristezas (o que quero dizer é: me sinto muito feliz por você estar feliz).

    O meu 2015 foi assim também. Vi o fim do mundo algumas vezes, mas depois ficou tudo bem. E eu aprendi horrores. Sobre essa coisa toda do sentir, eu acho que você já conhece minha frase do perfil do Instagram, mas é muito a nossa cara e acho por bem repetir: "Comovo-me em excesso, por natureza e por ofício. Acho medonho alguém viver sem paixões" Ainda bem que eu tive a sorte de encontrar Gente que se apaixona. Que sente. Que vive de verdade.

    Quero muito mais Analu no meu 2016, pode ser?

    Amo você (sim, de novo), amiga!

    Beijos

    P.S: Com esse título você acaba de ganhar o Creiça Awards HAHAHAHAHAHA

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  5. Oi, miga. Sou relapsa, sou ridícula, ainda não escrevi meu fechamento de 2015 (vou fazer isso assim que terminar de ler/mimar vocês todas), mas estou aqui.

    2015, que ano imenso e peculiar. Acho que todas nós sentimos mais ou menos a mesma coisa. Anos só bons ou só ruins são apenas impossíveis, então fico muito feliz que a gente tenha aprendido a apreciar esses ciclos de altos e baixos intercalados por odes a esses ciclos de altos e baixos.

    Fico muito feliz de poder ter estado do seu lado observando de perto em todos os momentos e, como você bem sabe, só te desejo as melhores coisas.

    Te amo.

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  6. 2015 arrebentou com a gente!
    "porque às vezes tudo o que a gente precisa é de um pouco de sossego bem acompanhado" <3
    Feliz ano novo, tudo de maravilhoso pra ti!
    #amogifsdataylor

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  7. Que bom que você teve muita coisa para relembrar em 2015.
    Sucesso em 2016!
    Bj e fk c Deus.
    Nana
    http://procurandoamigosvirtuais.blogspot.com.br

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  8. Ana, essa frase: "fui dormir nas nuvens com uma sensação deliciosa que eu desconhecia: estar apaixonada e não ser platônico."
    Ahhh, minha amiga...eu sei o que é isso. Agora eu sei! Agora sabemos!
    Nas retrospectivas que tenho lido, vejo que 2015 foi tenso pra muita gente, porém a maioria teve experiências de amadurecimento. Isso é muito bom! Desejo que 2016 seja intenso novamente. Que cada dia seja vivido maravilhosamente!
    Beijos, lindona!

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  9. Amiga! <3
    Cheguei, hehe.
    Eu já comentei pessoalmente o que pensei e senti lendo esse post, mas o principal é uma imensa felicidade, tanto por ter vivido tanta coisa por você, tanto por você mesmo. Porque se tem uma pessoa que merece amar, ser feliz, e viver o melhor dos sossegos na melhor das companhias, essa pessoa é você. 2015 me fez experimentar a maravilhosa felicidade que é estar feliz por outra pessoa, e não foi só a Couth que me permitiu viver isso. <3

    Acho incrível nossa sintonia de viver adultices e sentimentos num mesmo ano, de jeitos diferentes mas sempre encavalados, em conjuntos, como a gente sabe fazer. "Talvez eu ande achando que todos os anos são muito intensos porque eu tenho aprendido a vivê-los de verdade, ou isso é só mais uma filosofia de boteco? Sei lá. Sei que eu já aprendi tem tempo de que eu sou uma pessoa que sente e que se não fosse assim não seria eu então vou continuar assim, sofrendo muito com o que for ruim, sendo feliz demais com o que for bom e que Deus me livre de um dia não ser realmente tocada pelo que acontece." Posso tatuar isso na minha alma?

    Que bom que você é gente que sente, eu te amo por isso. Tenho aprendido cada vez mais a ser assim, e não quero nunca voltar atrás.

    um beijo enorme e que 2016 tenha (MAIS) da gente <3
    te amo de novo!

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  10. DEU. PRONTO. FINALMENTE VOU COMENTAR AQUI.
    Sem brincadeira, acho que já abri uma dezena de post uma dezena de vezes pra poder comentar e mimar direitinho e aí algo acontece e eu não consigo, mas aqui estou, 22 dias depois, com o mimo.
    Agora, a frase do amor da sua vida: amei. Adorei. Adotei. Eu tinha uma sacola de quase-relacionamentos enormes, que sempre foram quase-relacionamentos porque eu não sintonizava com o negócio. O louco foi que, em 2015, eu percebi que sim, eu gosto de alguém, e sim, pode dar merda porque a gente é super amigo há anos, mas sim, vou tentar. E tentei, e olha, foi a luz no fim do túnel que fez com que 2015 fosse suportável. Eu que nunca soube lidar muito com sentimentos, muito menos sentia vontade de lidar com eles, hoje digo eu te amo com facilidade, coisa que eu, em nenhum outro momento, consegui dizer. Amém nós, e os boys.
    Sinto muito pelo seu vô mas fico feliz em saber que tua família é A+. Esses perrengues são um saco (perrengues........), mas é bom saber que tem gente do nosso lado nessa hora.
    Eu também sou do tipo que acredita em ano novo, vida nova, comprar caderninho pra algo que com certeza não vai dar certo. Fazer o que, né?
    "Sei que eu já aprendi tem tempo de que eu sou uma pessoa que sente e que se não fosse assim não seria eu então vou continuar assim, sofrendo muito com o que for ruim, sendo feliz demais com o que for bom e que Deus me livre de um dia não ser realmente tocada pelo que acontece" concordo TANTO que nossa. Apatia é um saco, eu bem sei.
    Espero que 2016 seja maravilhoso e lindo e cheio de amor e intensidade pra ti.
    Beijão! ♥

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