segunda-feira, 5 de abril de 2010

Do mesmo lugar

Meus pais não se contetaram com uma não. Acho que começaram a cansar da vidinha monótona que tinham a 3 e resolveram chamar a cegonha de novo. Ela apareceu com essa garota no bico.
Dizem as más línguas que eu queria, e que nem tinha ciúme.
Antes dela nascer, tinha 2 amigas imaginárias. Mamãe jurava que quem ouvia eu brincando com as duas, tinha quase certeza de que tinha gente dentro do quarto comigo.
Na tarde do dia 8 de novembro de 1995 eu entrei correndo dentro do quarto da maternidade. Fui direito até aquele bercinho, olhei praquela coisa miúda e cor de rosa e disse: Oi bebê!
Como se já nos conhecíamos desde sempre.
Mamãe disse que depois disso nunca mais falei com as imaginárias.
Um pouco depois mamãe apareceu com aquela neném em casa, e ela só chorava.
Papai disse pra mim: Você era tão boazinha que a gente achou que ia ser fácil e fizemos outra. Porque você nos enganou?
Pois é. Aquela coisa rosa só chorava. E chorava.
Mas um belo dia ela para de chorar e começa a rir. E fazer gracinha. E eu, que era chatinha pra burro e não ia no colo de ninguém, comecei a ser legal pra todo mundo querer brincar comigo também.
Aprendi que eu era o espelho dela, sua grande ídola, e que tudo o que eu fazia, ela queria fazer igual.
Eu aprendia com ela, e ela comigo.
Mais do que da mesma barriga, a gente nasceu do mesmo coração.
As vezes a gente se odeia. Mas mesmo nesses momentos a gente sabe que se ama.
Já tive muita vontade matar. Mas mataria por.
E tenho certeza que todas as fotos de família seriam incompletas sem ela.
E que a minha vida seria muito sem graça sem alguém pra aparecer no meu quarto de noite, escondida, pra bater papo.
Ou sem alguém pra eu acordar as 3h da manhã porque entrou um besouro no meu quarto e eu to morrendo de medo de matar.
Fico triste de pensar que tem muitos irmãos por aí que se odeiam. Porque estão perdendo uma grande chance.
Podia ser até legal ser filha única, a bonequinha dos pais... Mas eu não troco as nossas risadas por essa vida não.
Porque até no meio das brigas a gente olha uma pra cara da outra e ri.
E não tem nada no mundo que pague isso.

9 comentários:

  1. amiga, difícil falar sobre isso, porque não tenho irmãos.
    Mas muitas vezes senti falta de uma companhia quando criança, que bom que seus pais não fecharam a conta depois de você!

    ;**

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  2. Ai, eu ri muito do comentário da Ju. Mas todo o irmão é assim, né? :) Se não fosse, não seriam irmãos.
    Já tô com saudade de você, loira!
    Beijos.

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  3. Ai que lindo!
    Adoro esses relacionamentos de irmãos. Mas, sou filha única. Às vezes é triste...

    "Já tive muita vontade matar. Mas mataria por." lindo isso!

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  4. Meus gorgulhos fraternossssssss!!! kkkkkkkkk

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  5. Aihh acho que irmão é sempre assim. Eu quando criança tinha um ciuminho enooorme do meu irmão (mais novo), a gente brigava e tals, mas só eu podia brigar...outra pessoa eu tomaba partido do meu irmão na maior hauhauahu

    Adoro!!

    beijinhos

    Por Sami

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  6. Ah, concordo com você, mas prefiro ser caçula como sou. Ter alguém para me espelhar, pedir conselhos e ouvir as reclamações. Só não rasgo mais seda com medo que ela descubra. "Mataria por" só quando ela não vê. Afinal, umas brigas de vez em quando são inevitáveis e até divertidas.
    Beijos.

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  7. eu também tenho irmãos, mais três por sinal. e cada um deles faz eu sorrir de uma forma diferente. irmão é tudo nessa vida!
    adorei o texto.
    beijo

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  8. AHHHH qe lindaaaaaaaa *-----------*
    pra variar eu chorei lendo haha, n sei escrever igual vc pra fazer uma coisa assim, mas eu te ajudo a escolher suas roupas,ja qe você é o gorgulho intelectual e eu sou o fashion haha, amo muito vc *-* ♥

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  9. ai que coisa mais linda!
    eu amo minhas irmãs!

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