Completos

(Essa é uma foto do elenco antigo, algumas pessoas mudaram, mas a base continuou. Não tenho as fotos de hoje ainda, mas vale pra expressar!)

Hoje o dia foi perfeito. Nem falando dele até amanhã daria pra expressar.

Na verdade, começou sexta a noite, no aniversário da Renata.

O aniversário mais esperado do século, exatamente na sexta-fim-da-semana-de-prova.

Só tinhamos forças pra estudar se pensássemos na sexta a noite.

E foi o começo da perfeição.

Todos nós, num karaokê divino, cantando, sorrindo, dançando, zoando, se abraçando..

E reclamando a 1h da manhã por ir embora.

Mas é que hoje tinhamos que estar as 8h da manhã na escola.. Pra mais uma apresentação de nossa peça "Hora de dormir?", e o dia seria longo, porque faríamos uma apresentação na escola, e depois iríamos em komboio, com o cenário e tudo, para uma instituição de caridade que o meu colégio ajuda, pra fazermos outra apresentação lá.

Na primeira apresentação, foi um susto atrás de outro. Como minha irmã na peça, a Renata, tinha operado há mais ou menos 1 mês, ensaiamos outra menina pra fazer o papel dela. Só que.. a apresentação não foi no dia que devia ter sido, e sendo hoje, Renata já estava ótima. Enfim, por termos feito todo o trabalho com a menina, o professor disse que ela faria a primeira apresentação, e Rê, a segunda.

Só que a menina tinha ensaiado só 2 vezes. E fez bem, pela mínima quantidade de ensaios.. Mas me deixou louquinha né?

Eu já tava com o pressentimento de que ia estourar uma bomba no meu colo, e tava mais tensa que na estréia. Fiquei abraçada no Betão uns 20 minutos, enchendo e cabeça dele de besteiras do tipo: Vai dar errado! Ela vai errar e eu não vou conseguir sair dessa!

E ele, tadinho, ouvindo e falando: Calma, vai dar certo, vc vai se virar, e coisas do tipo.

Ela errou. Esqueceu uma fala crucial, e eu tive que me meter a falar, e depois, por causa dela, mudar várias outras falas durante a peça. O meu medo foi o silêncio.. Na minha cabeça neurótica tinham sido 10 segundos, mas o professor disse que não deu nem 3 segundos. Uffa..

Enfim, tirando os erros do meu lado, teve rei chattur que entrou em cena com rabo de lobo pendurado.. Entre outras.

Ai, depois da apresentação, respira fundo. Almoçam todos juntos. E vamos pra instituição, que fica só um pouquinho antes de onde Judas perdeu as botas.

Mas foi uma delícia.

Uma caminhonete na frente, com todo o cenário, a nossa "muamba".

Hahaha

E nós atrás, separados entre carros de pais. hahaha

E como nos divertimos na ida. Eu fui no carro dos pais mais animados ever, Renato e Tia Sol, pais da Rê e da Rafa. Eles foram na frente, no banco de trás: Rafa, Rê e Letícia. Eu deitada em cima das 3. Hahahahahha. Fomos cantando, rindo, zuando o resto do povo que estava indo de carro enquanto a gente ia de trio elétrico. Uhuuul.

Chegamos, e montamos o cenário na quadra, aberta.

E ai? CHUVA!!

Nós, já de fantasia, nem pudemos sair pra arrumar o cenário pra não sermos vistos pelas crianças, e o professor e os pais se viraram, enquanto nós zuávamos muito, conversávamos, pra escapar a tenção. E ai a Tia Sol só foi avisar que viu as crianças juntinhas, rezando pra chuva não deixar eles sem a nossa apresentação. Quer melhor? Rezamos na cabeça, junto com elas, pra tudo dar certo.

E deu. Bom, quase..

Tirando o Caio que esqueceu o figurino de lobo e teve que improvisar, e a cesta de maçãs da madrasta que sumiu.. ahhahaha..

Mas foi perfeito. Nós. Todos. Juntos. Teatro. Crianças.

Tudo de bom.

Os olhinhos dela.. Saber que nós estávamos levando aquela alegria pra elas. As risadas..

Tem uma hora que o grandalhão, que na foto está sendo vivido pelo Lucas, mas que no elenco atual, está sendo vivido pelo Léo, enfim, tem uma hora que ele conta, mas tipo, ele conta todo errado, tipo 1, 4, 10. Ai as crianças: Tá errado. E elas começaram a contar. Imagina a gente na cochia, e ouvimos as crianças contando lindamente, até 10. O Léo quase chorou. Nós começamos a contar junto com elas, da cochia. Perfeito.

E a carinha delas de realizadas no final só não superava a nossa.

E a palavra final, como sempre, da Rafa:

"Eu estou me sentindo completa. Se todos os dias fossem como esse, eu viveria feliz pra sempre. Não falta nada."

É Rafa, você tá sempre certa, e por isso, a palavra final é sempre sua.

Todos somos completos. Porque estamos juntos.

Na boa, desaprendi a viver sem vocês.