Quando eu comecei a ler Harry Potter eu era bem novinha. Aos 8 anos eu não entendia direito que poderia existir essa coisa de querer fazer parte de alguma história fictícia sem ser um dos principais. Se eu tivesse que ser dali, eu certamente gostaria de ser da Grifinória, a casa mais poderosa, a casa mais legal. Foi por isso que eu acabei passando boa parte da leitura enfiada no armário: eu sentia que não era da Grifinória, mas podia jogar para debaixo do tapete a vontade de ir para a cozinha comer brigadeiro com os elfos enquanto o povo ia para a floresta proibida perguntar para a Aragogue sobre a câmara secreta. Ninguém descobriria.
Ronald Weasley entende o apelo
Acontece que o tempo foi passando, os livros acabaram e eu ficava furiosa toda vez que via alguém falando por aí que a Lufa-Lufa era a casa dos bobalhões ou, pior, dos figurantes: "quando tem alguém que não vai ter importância nenhuma na série, jogam a pessoa na Lufa-Lufa". Nunca consegui me conformar com isso. Hoje, me conformo menos ainda, e penso que tendo como base esse tipo de comentário dá para a gente fazer uma rápida análise da nossa sociedade: sempre tem aquela galera que vai insistir em disseminar a ideia de que justiça, lealdade e amizade não são assim tão importantes. Melhor ser audacioso, ambicioso ou inteligente. Os lufanos só ocupam espaço... assim como ocupam espaço demais no mundo as pessoas que são adeptas desses valores.
Durante a adolescência eu devo ter feito por aí um milhão desses testes para saber de que casa de Hogwarts eu era e, como toda boa adolescente fazendo teste de revista, roubada horrores porque sabia bem onde me levaria qualquer coisa que eu falasse e eu queria ser da Grifinória.
Até que um dia, depois de muito ouvir falar do Pottermore e nunca ter entrado, comecei a me sentir uma péssima fã. Sei que faz uns 2 anos, e já era madrugada, e não lembro direito como isso aconteceu, mas de repente eu e Iralinha estávamos abraçadas na cilada folia, comprando varinhas, corujas e livros no Beco Diagonal, ansiosíssimas para a noite da seleção. E quando eu abri a primeira pergunta do teste eu jurei solenemente não fazer nada de bom que dessa vez eu ia falar a verdade. E foi assim que eu caí na Lufa-Lufa (e ela também, caso vocês estejam mal informados).
Se eu tive alguma dúvida até ali, esta se dissipou rapidamente quando eu li a carta e chorei em cima do teclado [caso você ache que no alto da minha segunda década de vida eu já devia ter "crescido" e parado de me importar com Harry Potter disque 1 o X vermelho no canto da tela é cortesia da casa]. Porque era eu. Era pra mim. Quando eu li aquela carta, não só eu senti que eu tinha encontrado mais um dos meus lugares do mundo como tive mais certeza ainda de quem eu era - e de quem eu podia ser. Querem um spoiler? Nunca na história desse país tivemos registro de um lufano das trevas. Concordo plenamente que eles não saiam todos da sonserina (acho esse pensamento bem infantil, inclusive), mas o fato é que podem sair de qualquer lugar, mas da Lufa-Lufa certamente não saem.
Com isso eu não quero dizer que é a melhor casa de todas porém é rssss, mas somente que a gentileza e a lealdade podem levar as pessoas a lugares incríveis e que eu devo lembrar disso sempre que a grosseria falar mais alto e que eu cogitar resolver que a ambição é maior que qualquer relação humana que eu tenha construído. Tenho que honrar a casa na qual o chapéu seletor acreditou que eu merecia estar.
"O que mais você precisa saber?
Ah, sim, a entrada para a sala comunal
está escondida em uma pilha de barris
em um canto na ala direita
do corredor das cozinhas."
Eu também sou lufana! Toca aqui! o/
ResponderExcluirNunca liguei muito pra essa história de saber qual seria minha casa (minha relação com HP inclui o processo de me esquecer de mim mesma), mas achava vagamente que seria Corvinal, por motivo de CDefizisse. Quando deu Lufa-Lufa no Pottermore, não fiquei decepcionada nem nada, mas não entendi direito, talvez por nunca ter prestado muita atenção à Lufa-Lufa nos livros. Mas aí comecei a pensar e fez sentido, porque lealdade e justiça são a base da minha relação com o mundo, ainda que muitas vezes no mau sentido. Por exemplo, me importo tanto com a lealdade que me decepciono fácil quando uma pessoa se mostra um pouco volúvel, o que gera rancor, que me faz pensar em onde está a justiça num mundo em que pessoas levianas estão alegres e contentes enquanto deixam um rastro de mágoa no meu coração (mas não é com todo mundo; existem umas 5 pessoas que desencadearam esse processo). Enfim, meio deprimente, mas isso é minha vida como ela é. ;)
Olá, Ana!
ResponderExcluirEu amo taanto ser da lufa-lufa, mas antigamente eu não pensava desse jeito. Era do grupo de pessoas que você citou, que achavam que quem ia pra lufa-lufa era quem sobrava. Sempre me achei na corvinal, inclusive em todos os testes de revista que fazia. Porém, ao me deparar com o pottermore, dei de cara com o resultado que achava mais improvável: lufa-lufa. Li a carta, depois fui pensando seriamente e percebi, sou uma lufana mesmo e tenho muito orgulho de ser. Me encontrei nessa casa que acolhe sim a todos, porque ela é gentil, leal e amiga, é justamente isso que tento ser todo dia e espero da vida e das melhores pessoas (sim). Hoje espalho por aí que se mais lufanos existissem pelo mundo, as coisas seriam mais leves, mais companheiras e amorosas. Enfim, até a J.K. afirma que todos deveriam querer ser da lufa-lufa. Se a rainha maravilhosa diz né, quem somos nós para afirmarmos outra coisa?
Beijoss
Já eu, sempre fui mais com a cara da Sonserina e foi lá mesmo que o chapéu seletor me colocou. Entendo completamente a minha casa e também concordo que nem todos os vilões saem de lá, mas enfim, me dá aqui um abraço que mesmo com esse chapéu eu reconheço você, lufana (sim, eu fiz uma referência a duas coisas ao mesmo tempo)! <3
ResponderExcluirAmiga, que texto lindo. Cê sabe que sou da Corvinal (com orgulho e amor, como manda o figurino), mas acho os lufanos de um modo geral tão maravilhosos. Não desde sempre porque é claro que eu fui esse tipo de pessoa que os tratava como pessoas aleatórias que só estão ali pra cumprir cota ou qualquer coisa assim, mas não, não é assim que as coisas funcionam. Eu sempre quis ser da Grifinória porque sim, era a casa mais legal, ainda que não tivesse nada a ver comigo (eu corajosa, risos eternos), mas hoje eu só consigo pensar que, se da Corvinal não fosse, da Lufa-Lufa gostaria de ser. Ainda acho texugo um bicho pouco imponente perto de leão, águia e serpente, mas ele não é uma graça mesmo assim? Vocês são maravilhosos e não tem um dia que eu não agradeça por ter tantas amigas lufanas na vida. Só pode ser um ótimo sinal.
ResponderExcluirte amo mutcho <3
eu caí na grifinória e não curti nada, nada.. não tem muito a ver comigo :/ eu sou corvinal, pô.
ResponderExcluirMinha vida é uma mentira, tsc.
Os valores da lufa lufa são legais, de fato. O mundo precisa mesmo de pessoas assim.. Eu honestamente não lembro muito de nada específico das casas no livro, mas achava todas chatas exceto a do harry. Daí vc cresce e interpreta diferente... e no final das contas as casas mais secundárias pra mim tem os valores mais importantes..
Bjs
Ler todas essas histórias me fez querer reler minha carta (e quase entrei em desespero pois esqueci meu usuário), e não me lembro exatamente das minhas respostas, fiz o teste em janeiro do ano passado, e não poderia ficar mais feliz por ter caído na Lufa-Lufa, lá no fundo eu já sabia que aquela era minha casa. (E eu chorei quando o Chapéu gritou "HUFFLEPUFF", de felicidade claro, foi meio um sentimento de "agora é real, eu finalmente faço parte disso tudo").
ResponderExcluirSer da Lufa-Lufa me fez querer ser MAIS Lufa-Lufa pra tentar mudar o mundo um pouquinho mais de cada vez.
Amiga, que linda madrugada aquela na qual nos descobrimos lufanas <3
ResponderExcluirEu amo muito ser da Lufa Lufa (tbm acho que é a melhor casa, sóri)! Me identifiquei com cada pedacinho da carta e acho que sou muito feliz assim, totalmente humanas, totalmente lufana.
Te amo, amiga <3
NALUÍSA <3 <3 <3 <3 Obrigada pelo " Concordo plenamente que eles não saiam todos da sonserina (acho esse pensamento bem infantil, inclusive)," porque eu sou da Sonserina e OI? hahahaha eu sempre gostei muito mais dos lufanos do que dos griffos porque exatamente me identifico muito mais com comer brigadeiro na cozinha do que ir pra Floresta Negra, mas eu sempre soube que era muito mais da sonserina ou corvinal do que dessas outras duas casas.
ResponderExcluirMas amei amei amei amei e olha, lufanos são ótimas pessoas e nada mais justo do que ter você como membro dessa casa! <3
beijo!
CLAP CLAP CLAP
ResponderExcluirAdorei teu texto...
Amiga, amo a minha casa do fundo do coração, mas também gosto demais da sua e, se eu já não soubesse disso antes, seu texto tinha me convencido. Acho que as qualidades de vocês são as mais importantes de todas, e devemos deixar a grifinória e a sonserina se matarem ali enquanto a gente se abraça, confraterniza e é feliz.
ResponderExcluirTe amo muito.
MIGA, te contar, não fui uma criança adolescente Harry Potter. No interior eu não descobria essas coisas, sabe? Só li o livro 1 este ano, adorei, porém só lerei coleções após terminar meus avulsos.
ResponderExcluirMas olha, se eu pudesse escolher uma casa para estar - já que nunca fiz um teste, não sei em qual o chapéu me colocaria - seria Lufa Lufa, porque sei lá, não sou tão inteligente sabe? E por isso acho que sou mais gentil e leal. Eu seria feliz sendo lufana.
Não conheço muito ainda pra falar, mas...
Bjs