quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Que seja doce

“Mas, se alguém me perguntasse
o que deverá ser doce,
talvez não saiba responder.”

Faço questão de me despedir de 2011, e “abençoar” a chegada de 2012, ao lado de Caio. Caio, ele, que me acompanhou em grandes das alegrias desse ano que se vai. Caio, ele, que me deu suporte e me desmoronou ao mesmo tempo, com as mesmíssimas palavras. Caio, ele. Ele, que sempre sabe o que dizer.

Desejo que o ano seja bonito. Desses que a gente tem vontade de sentar para assistir. Desses que nos arrepiam. Que 2012 valha fotografias e sorrisos inesquecíveis.

Desejo que seja de amor. Desses que a gente tem vontade de amar. De ser junto, de estar junto, de amar junto. De abraçar, de se aninhar, de compartilhar! A vida, o amor, e todos os anos mais.

Desejo que seja calmo pra quem for de calma. Desejo agito pra quem for de agito. Que seja ensolarado pra quem for de Sol, e chuvoso pra quem for de chuva. Desejo equilíbrio para todos os “quens”. Desejo que seja um ano de arte. Porque arte faz crescer a alma. Desejo que seja um ano de alma, porque ser de alma faz bem. Desejo que seja um ano de vida. Que seja convidativo, que seja estrelado, que seja sorridente, que seja acolhedor. Que seja leve. E que seja Doce. Ah, 2012. Que seja doce!

“Então, que seja doce.
Repito todas as manhãs,
ao abrir as janelas
para deixar entrar o sol
ou o cinza dos dias,
bem assim:
que seja doce.”

Caio F.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Para mim é fácil gostar do Natal

Sabe, antes eu não entendia (e fazia questão de não entender) quem saía por aí pregando que odiava Natal. É sério, os Grinchs da vida me tiravam do sério. Por que, como assim, não gostar do Natal?

E aí, um belo dia, há menos de um mês, eu estava conversando com uma amiga, e ela estava falando que não gostava de Natal, que os pais eram separados, a família era desunida, e ela acabava jantando em casa, só com a mãe, como num dia normal. E pela primeira vez eu entendi.

Minha família é enorme. Minha mãe tem 13 irmãos. Nós somos em 29 netos, isso sem falar nos mais ou menos 10 bisnetos. Nós moramos em cantos diferenciados do Brasil, do Nordeste ao Sul, e a tia caçula mora em Portugal.

Nós nos amamos o ano inteiro. A maioria só se vê no Natal. Eu, que moro longe de todo mundo desde pequena, sempre passei o ano sonhando com o Natal, onde eu reencontraria todo mundo.

Então o Natal, pra nós, é A data. É quando a gente põe o amor em dia. Os abraços, as risadas, o carinho. É quando o povo passa o dia inteiro enchendo a cara junto, e uma garrafa de cerveja nuca para cheia. É quando a gente faz o tradicional amigo-X, que só as mulheres entram, e os homens ficam todos em volta gritando que é tudo marmelada, porque só dá parente tirando parente.

Natal 030

É quando eu “faço o favor” de tirar minha madrinha, e aí todo mundo grita em dobro que foi marmelada, e meu padrinho invade a “pista”, fazendo a brincadeira parar por uns 5 minutos, só porque ele quer que batam um milhão de fotos.

É quando a gente canta parabéns pro vovô um trilhão de vezes, tira um trilhão de fotos (iguais às do ano anterior), senta na calçada pra conversar e rir, se entope de comida da vovó, transforma a piscina da minha tia em um “Piscinão de Ramos”:

Natal 196

A clássica foto: Mais Bussular que água.

Então, depois de tudo isso, eu sou obrigada a concluir que pra mim é fácil, muito fácil, gostar tanto assim do Natal.

Obrigada, Senhor.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

E eu nunca gostei de abóboras!

Foi em um blog-Day da Little Poney. Ela falava super bem do seu blog, e eu fiquei com vontade de conhecer também. O nome era super fofo. Eu odeio abóboras, e passei anos da minha infância tendo ânsia só de ouvir essa palavra. Mas desde que descobri que em inglês era “pumpkin”, eu passei a achar fofinho. E então, eu acho que essa foi a primeira coisa que eu pensei sobre você: “Pumpkin. Dizem que é abóbora. Mas é fofo demais”.

Comecei a ler seu blog, e quando vi, tinha lido ele inteiro. Posts enormes. Bem do estilo que eu gosto. Enormes daquele jeito que você não tem vontade de chegar ao fim, de tão gostosa que é a leitura. Eu comecei a comentar alucinadamente, e tinha certeza que você nunca ia me dar bola, afinal de contas, eu seria só mais uma pirralha, e você, uma diva independente, de 30 anos, que mora sozinha e escreve 10 posts sobre o mesmo assunto sem cansar ninguém.

Ainda lembro do seu primeiro comentário no meu blog. Fiquei feliz da vida. Mal sabia eu que, futuramente, você faria um dos comentários mais lindos que meu blog já recebeu!

Não lembro como você apareceu no meu msn. Não lembro quem de nós se adicionou, e muito menos por que, mas lembro que você apareceu lá, falou poucas coisas e se retirou dizendo que ia assistir “Esquadrão da Moda”. Nunca ia imaginar que essa teria sido somente a primeira conversa, de muitas.

Gosto de descrever nossa amizade com uma frase que minha amiga inventou, e eu acho brilhante: “Me lembro bem do momento em que nos conhecemos, mas não me lembro quando foi que você se tornou essencial”, porque a linha que separa tudo é tão tênue. Éramos desconhecidas, e de repente, eu confiava tanto em você, que nem era mais capaz de explicar.

Freud deve ser, quem sabe. Eu sei que você é uma amiga muito, muito especial, e que sabe disso. É minha amiga de 30 anos. Aquela que para pra pensar e dar conselhos (e broncas) com aquele ar leve de quem já viveu e sabe da verdade das coisas. Aquela que adora me ver saltitando em auroras, mas sabiamente, nunca me deixa esquecer de ter um fiozinho que me prenda ao chão, afinal de contas, já aprendeu que se a gente voa demais, o tombo pode ser bem mais dolorido.

Você é aquela que finge que é uma pessoa não-amor, mas é amor purinho. No fim das contas, você é exatamente aquilo que foi a primeira coisa que pensei: Dizem que é abóbora. Mas é fofo demais.

Renata, hoje eu vou desejar apenas um “feliz aniversário”, porque isso é tudo aquilo que eu só posso desejar no dia 26 de dezembro. O resto, tipo, felicidades, sucesso, realizações, paz, amor e saúde, eu desejo pra você em todos, todos os outros dias. E você sabe.

Parabéns, minha amiga querida, pelos seus 32! E obrigada por tudo, sempre!

sábado, 24 de dezembro de 2011

João Bussular, 89

No dia que ele fez 79, eu tinha 9, e entrei em pânico. Na minha cabeça, 80 era o símbolo da velhice, e eu tinha que encarar os fatos. Não faltaria muito e meu avô iria morrer.

Nessas, foram 10 anos. DEZ, escrito, assim, pra ficar mais bonito. E meu avô está aqui. Chegando aos 90. E eu perdi o medo há muito tempo. Com a graça de Deus, comemoraremos os CEM dele ainda. Mas hoje são 89. Então é isso que estamos comemorando. E não faltam motivos.

Morador da Rua Antônio Sampaio, número 89, ele brinca, dizendo que vai inverter os números, para garantir mais 9 anos. Meu padrinho falou que já vai pintar logo um “100” na parede. Eu disse que estamos no lado ímpar da rua. Vamos colocar logo um 101 lá. Pra garantir.

Miudinho e magrelinho, Sr. Joãozinho está terminando a década dos 80 cheio de saúde, de gás, de vida, filhos, netos e bisnetos. Espertinho e lúcido que só ele, capaz de saber a data de aniversário de todos e o que cada um faz na faculdade. De vez em quando tem uns brancos engraçados: “Quem é Carol?”, foi sua pergunta pra mim, ontem, quando eu falei que eu, Bianca e Carol íamos dormir na sala. Chorei de rir. “Carol, né, vô? Do tio Eraldo!”, respondi. “Ah, claro! Carolina, do Eraldo!”, respondeu ele. É claro que ele sabe. Ele sabe de tudo.

Ele sabe que viver é uma delícia. Sabe que a casa dele é nosso paraíso. Sabe do orgulho que nós temos em carregar o nome dele, e sabe, muito bem, que nós o amamos, e somos seu legado mais duradouro. Hoje, enquanto nós o mimamos, festejamos, abraçamos e lhe damos os parabéns, ele sorri de leve, e pensa, com certeza, que nós somos o seu presente.

Mas quando ele deita com aquela cabecinha quase careca no travesseiro, aposto que ele sorri de leve novamente, e dorme feliz da vida, porque ele sabe, com certeza, que no fim das contas, ele sim é que é o nosso maior presente.

Guandu 018

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Já.

Já peguei os 2 aviões e o ônibus que tinha que pegar, e cheguei terça de noite na casa da minha avó. Já pulei nos meu avós, e quase derrubei os dois. Já combinei de passar a madrugada fofocando com a minha prima, mas ela dormiu antes de começarmos a fofocar. Já fugi de uma baratinha, uma arainha, e me encolhi num canto quando vi a mariposa na parede. Já zoei com a cara da tia Lisânia, e a madrinha Celma já lançou o primeiro bordão do natal 2011. Já enchi a cara de pão com manteiga, já roubei docinhos que são-só-para-o-Natal, já tomei um cascão do Q-Jóia.

Já comi lanche daqui, já almocei comida da vovó, já deitei no quarto com minhas primas e tias para fofocar embaixo do ventilador e acabar todo mundo dormindo. Já tomei banho de biquíni no chuveiro externo, só porque ele é o melhor da casa.

Já fiquei batendo papo na calçada, já deitei no chão da varanda, já acordei no susto com o Luke dando uma bela lambida no meu rosto, já estou aqui ansiosa pela galera que ainda está para chegar, louca para a bagunça começar de vez.

Já estou com algumas picadas de mosquito, já relembrei o que é sentir muito calor e já avisei que quem reclamar apanha, porque eu sim sei o que é morrer de frio o ano inteiro.

Enfim, já estou em Baixo Guandu! Agora sei que o fim de ano chegou.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Home is where heart is

Como o mundo gira em 1 ano. Me lembro de 18 de dezembro de 2010. Primeira festa de aniversário do Cena Hum em que eu estava na escola. Foi o aniversário de 15 anos da escola, em um sábado, numa maison super chique, diretores com roupa de gala e coisas do gênero. Eu fui ao salão, pensem. Cheguei na festa parecendo uma bonequinha de porcelana, e assim continuei. Fiquei mais parada que qualquer coisa, dancei pouco, conversei só com minhas amigas, e, quando fui embora, às 4h30 da manhã, estava quase morrendo de tédio. Não que a festa não estivesse boa, porque estava. Mas eu não sabia estar lá.

Agora vamos a 18 de dezembro de 2011. 365 dias depois, somente. Aniversário de 16 anos, em um domingo, num lugar menor. Me arrumei com mais 3 amigas na minha casa mesmo, nada de salão. Vestido colorido, nada de renda esse ano. A bonequinha de porcelana ficou bem pra trás também, ufa. Esse ano eu conhecia uns bons 80% da festa. Abracei, dancei, e tirei foto com essas pessoas a madrugada inteira. Dancei com minha amiga e nosso coordenador em cima do palco. EM CIMA DO PALCO. O que isso significa? Muito. Quer dizer que (no bom sentido, claro!) a gente não tem mais vergonha. Significa que ali, a gente sabe que está em casa.

Cheguei em casa quase 6h da manhã, com uma sensação de pertencimento muito grande. O Cena Hum se tornou uma casa pra mim. É mágico ir abraçar o diretor da escola, depois de 3h de festa, e ele falar: – Oi minha paixão! Ainda não tinha te visto!

Feliz aniversário, Cena Hum. Vocês me deram coisas demais de presente em apenas 1 ano.

5

Eu, Letícia, e Hum, a coisa mais fofa desse mundo!

E quais são os planos de hoje? Pegar um avião às 10h30 da manhã, depois um ônibus, e, com a graça de Deus, estar deitada no colo da minha avó de noite, comendo pão e docinhos. Minha outra casa.

É muito bom pertencer. É muito bom ter várias casas. E casa, não é um lugar. É uma pessoa. Ou várias.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

E ela segue me encantando

Estou eu no meio de uma tarde trivial, sentada no notebook, vigiando a máfia e batendo papo com a , enquanto a Anna Beatriz saracoteia sem parar pelo ambiente. De quando em quando ela surge pulando em cima de mim pra me contar alguma coisa, ou me mostrar alguma coisa, ou apertar todos os botões do teclado.

De repente ela aparece, e sobre na cadeira, no momento em que estou passando um olho rápido pelo meu blog. Passo correndo pelo post que tem essa foto, e ela pede insistentemente que eu volte lá para ela me ver de peruca rosa.

E então ela, que viu a peça e até então não tinha feito nenhum comentário comigo, perguntou porque a peruca era rosa e não amarela. Eu respondi que a Lucy gostava mais de rosa, e ela disse que eu não era a Lucy, que eu era a Lu (ela me chama de Lu desde que aprendeu a falar).

Respondi que a Lucy era a personagem que eu estava interpretando, e cortei o assunto, achando que ela não ia entender nada. Ela me abraçou e falou: – Lu, canta pra mim a música?

Eu perguntei que música, e ela disse: – Aquela que você cantou lá no teatro, de peruca rosa.

Eu então comecei a cantar, ela ficou sorrindo, me abraçou e falou: – Tá, mas depois você pode cantar de peruca rosa, lá no teatro?

Eu, apaixonada, não consegui dizer nada. Ela me abraçou de novo e saiu fazer outra coisa. 5 minutos depois ela vem correndo lá de dentro, pula na cadeira, me dá um abraço super apertado e sussurra no meu ouvido: – Eu quero ver você de Lucy de novo, tá?

Morri.

Anna 

E assim você faz, Anna Beatriz, com que eu fique mais maluca por você a cada dia.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Príncipes não caem do céu.

Era uma vez a Júlia, que vivia sua vida quase normal, sonhando com um príncipe encantado, até que ela começou com os preparativos finais de uma peça que deu trabalho pra caramba! Estreou, e a correria continuava, e Júlia ficava igual a uma pipoca, praticamente morando na escola de teatro e indo pra casa para dormir, sem conseguir pensar em outra coisa na vida que não fosse a sua peça e a dor de cabeça deliciosa que vinha junto com ela.

A estreia passou, mas a correria continuou, e Júlia já estava a dias sem nem lembrar da palavra príncipe, até que ela foi pegar seu ônibus de sempre para ir para a escola de teatro, e estava lá, mais uma vez, tomando chá-de-ponto-de-ônibus, porque seu ônibus é sempre o último a vir, e aparece, do além, um bonitinho.

Júlia nem reparou, estava, pra variar, com a cabeça nas nuvens. Porém, o bonitinho não se conteve em estar ali parado esperando o ônibus, ele teve que chamar a menina e perguntar para ela que ônibus ia para o Centro. Júlia é mais perdida que camaleão em show de Restart, mas ela já aprendeu que todos os ônibus amarelinhos vão para o Centro, e então, respondeu toda orgulhosa para o bonitinho, enquanto pensava: – Meu Deus, que cara bonitinho!

Ele então perguntou se ela ia para o Centro também. Ela disse que não, mas que o ônibus dela também ia para o Centro. Após a resposta, ela voltou a olhar para o lado procurando seu ônibus, mas o bonitinho não desistiu, e começou a puxar uma conversa atrás da outra. Nessas, trocaram nomes, cursos de faculdade, ele disse que ama teatro e que acha que leva jeito, tinha uma super carinha de bom moço e dois super olhos azuis. Passou um ônibus que ia para o Centro, e Júlia falou para ele. Ele então respondeu: – Não. Prefiro esperar o seu.

Júlia corou internamente, e continuaram o papo, até que ele pediu o telefone, e ela, que nunca passa telefones, sentiu um frio na barriga, mas passou. E riu da cara dele quando ele pediu o ORKUT dela. Ele riu, falando que sabia que todo mundo tinha facebook, mas que ele não ligava muito para internet. Mesmo assim, pediu o msn de Júlia, além do telefone: – Para garantir! Não quero perder o contato!

Júlia suspirava, e o bonitinho não parava de conversar. Até que chegou o ônibus, e ele insinuou pagar a passagem dela, mas ela fingiu que nem era com ela, passou seu cartãozinho e foi se sentar, ele sentou do lado, claro, ele mostrou o visor do celular e perguntou se tinha anotado o e-mail dela direito: – “Não quero correr o risco de ter anotado errado, né?” E Júlia corou, mais uma vez.

O ônibus chegou ao ponto de Júlia e ela desceu pisando em nuvens. Sonhando com bonitinhos de ponto de ônibus. Ensaiando animada pensando em bonitinhos, e falando para as amigas sobre bonitinhos.

Uma semana passou e cada vez que o celular tocava ela arrepiava. E cada vez que uma solicitação de facebook ou msn chegava, ela tremia. E sei que já se vão mais que 20 dias nisso, e não, o fim da história ainda não foi feliz para nossa doce e esperançosa Júlia. O quase-príncipe não adicionou. Não ligou. E nem caiu do céu no ponto de ônibus de novo.

E ninguém consegue entender porque diabos eles fazem isso. Isso, de pedir telefone, e-mail, e nem ligar, nem falar nada. Homens. Bonitinhos, ainda por cima. Ô RAÇA.

bico

Aqui pra você, ó!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O outro capítulo sobre os capítulos de 2011

Junho acabou, e eu comecei o semestre novo lendo Comer rezar amar, que é bem divertidinho no início, e eu dei boas risadas, mas no final ele dá uma boa enrolada. E meu exemplar tem a capa baseada no filme, e eu me estressava de tanto ver a foto da Julia Roberts. Depois dele, comecei Sushi, da Marian Keyes, que foi mega enrolado até a última parte, que foi uma delicinha de ler. Depois disso, comecei com a série Os O’Hurley, da Nora Roberts, que fala sobre uma família de artistas. O primeiro, Abigail, fala da irmã que foi morar na fazenda. O segundo, Maddy, fala da atriz/dançarina de musicais da Broadway. O terceiro, Chantel, fala de uma estrela de cinema, e o quarto, Trace, fala do irmão ovelha-negra, que não quis ser artista. Me perguntem se eu amei. Como disse a Madi, em seu comentário do post passado, tenho os 2 pés enfiados no teatro, então a história da Maddy me comoveu demais. É uma série de livros linda, que fala do amor. À arte, à família, e à vida em si. Vale muito à pena.

Bom, não quis separar os O’Hurley, mas teve coisa no meio. A autobiografia de Sidney Sheldon, O outro lado de mim, foi um deles. FANTÁSTICO. Livro bem grosso, que eu lembro de ter devorado em menos de cinco dias, simplesmente porque eu não conseguia parar de ler.

Já em agosto, comprei o livro Harry Potter – A magia do cinema, que é quase uma obra de arte. Cheio de fotos e acessórios que pulam das páginas, é realmente um passeio pelos filmes da série. Muito bom, de verdade. Depois dele eu me enfiei em Gabriel García Márquez, com Memória de minhas putas tristes, que ao contrário do que o nome insinua, acaba sendo bem puro, em partes. Só quem já leu pra me entender. De Gabriel fui pra Sparks. Meu primeiro Sparks, e como eu sou clichê, comecei logo com Querido John, e achei bem meloso pro meu gosto, mas é fofinho, e é bom de vez em quando. Depois do Sparks cheguei em Florbela Espanca, e já falei tanto da minha paixão pela poetisa aqui e aqui, que não vou falar mais. Não porque não há assunto, porque sempre há. Mas pra não ficar tão repetitiva. Eu amo Florbela e pronto, sobre ela, acho que basta dizer por hora que foi o primeiro livro de poesias que me encantou, e que a coleção da poesia completa dela nunca mais saiu da minha mesa de cabeceira e do meu coração.

Entre a poesia completa da Flor, eu li também Fadas no divã, um livro gigantesco sobre a psicanálise nas histórias infantis, que, obviamente, a minha professora de teatro me emprestou no começo do módulo. É uma viagem, de verdade! A explicação que mais me marcou foi certamente a da história Barba Azul, mas todas tem fatos muito interessantes.

Setembro chegou, e com ele, meu segundo Sparks. Um amor pra recordar, que eu já tinha visto o filme há muito tempo. E foi interessante, porque ao contrário da maioria dos filmes baseados em livros, que são um resumo da história, dessa vez senti que o livro foi um resumo do filme. Porque o livro era tão curto e grosso que o pessoal do filme teve que inventar coisas fofas para o desenrolar da história, sério. Sei que isso é inusitado, mas mil vezes o filme. É a segunda vez que prefiro o filme ao livro. A primeira vez foi com O diabo veste Prada, leitura de 2009, se não me engano.

Bom, depois de Sparks eu voltei pra Harlan Coben, em Cilada, que é fantástico. Quase engoli o livro. Do tenso Cilada eu fui para o doce/tenso Pequena Abelha, que ganhei da minha amiga-futura-sócia-de-uma-filial-da-livraria-cultura, Juju. É um livro bacana e bem diferente, nunca vi história parecida! Depois dessa, li Eu sou o mensageiro, do Markus Zusak, de A menina que roubava livros. Fantástico, eu DEVOREI, peguei emprestado da Rafa, e fui eu mesma que dei pra ela. Mas assim, é um livro fantástico MESMO, desses que ninguém deveria passar sem ler.

Depois disso sabem o que eu fiz? Passei o fim de setembro, outubro, novembro, e começo de dezembro INTEIROS enrolada com o primeiro de NOVE volumes de As aventuras de Sherlock Holmes, que eu comprei pensando que ia amar. Reparando no tempo que eu demorei para ler, vocês já devem imaginar né. Sorte que eu não cometi a insanidade de comprar mais de 1 volume de uma vez, senão estaria me odiando profundamente. Gente, Sherlock Holmes nunca mais. Achei um saco o livro. E aí eu fui ganhando/comprando livros nesse meio termo, e os livros que eu ainda não li, eu vou deixando em cima da minha cabeceira… Observem o estrago que Sir. Arthur Conan Doyle fez em minha doce cabeceira:

Cabeceira

Finalmente terminei, e agora estou lendo Trem noturno para Lisboa, de Pascoal Mercier, que peguei emprestado com a mãe da minha amiga. Parece bacana, mas tem que estar bem concentrada, é um livro bem introspectivo. Ali na foto tem Florbela também, porque Florbela nunca sai dali, eu já disse. E esse amarelinho é um oráculo de pensamentos fofos, que eu ganhei de natal da Nathy.

Acho que tenho chances de terminar o Trem Noturno ainda esse ano, e certamente emendarei em Um Dia, que foi o presente de amigo secreto mais acertado do mundo, que ganhei da Letícia. E olha que eu nem falei nada, só falei que queria um livro, e a danada foi direto no que eu mais queria ganhar!

Enfim, é isso né gente! Na literatura do segundo semestre também teve O Submarino Amarelo, adaptação de Juliana Lang. Que venham muito mais capítulos de tudo isso! 2012, me aguarde!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A literatura de 2011

Iniciei o ano me atrevendo a ler Crime e Castigo. Os nomes das pessoas eram tensos ao extremo, tipo Raskolnikóv e Ivanovna. Mais tenso ainda, só o enredo. Pensei que ia demorar mais, mas passei altas tardes de tédio em uma casa de praia, sem ir pra praia, e sem internet, apenas com uma rede e o livro na mão, ou seja, li.

De Dostoiévski a Harlan Coben, o segundo livro do ano foi Não conte a ninguém, e sabe aquela coisa de achar algo onde você nem quis procurar? Pois é. Harlan Coben é o cara, gente. Aquela sensação de não conseguir fechar o livro até terminá-lo é algo que impera em suas obras. Depois disso eu fui pra Clube do filme,  de David Gilmour, bem descartável, pra falar a verdade, mas foi interessante pra passar o tempo. Fechei janeiro com Lolita, obra que estava lendo há séculos e não conseguia terminar nunca.

Fevereiro chegou com uma paródia bem tosca de Crepúsculo, chamada Opúsculo, que eu ganhei da Juliana. Foi a única vez que ela errou no presente, e coitadinha, nem sei se conte isso pra ela. Mas o livro é ruim, gente. Ruim. Sorte que depois dele já peguei Alice, que de tão doce, hoje domina o template desse blog (mais uma vez, quem fez e arrasou foi a Tary).

Alice (1)

Terminei o mês com O guia do mochileiro das galáxias, que também tinha ganhado de presente. Achei altamente dispensável, mas muita gente gosta! O que seria do lilás se todos gostassem do amarelo, afinal?

Em março eu me iniciei em Jostein Gaarder, com A garota das laranjas. Extremamente leve e doce, adorei. Depois disso me enrolei até as tampas com Os homens que não amavam as mulheres, de Stieg Larrson, e só consegui terminá-lo em abril. Detestei.

Mas saindo dos livros, em março começou, né, gente. Vamos Falar de Amor sem dizer Eu Te Amo. Com isso começaram Inês Pedrosa, Milan Kundera, Tennessee Williams, Heiner Müller e seus corações, e ele, Caio F.. Com a primeira veio o sofrimento da viúva, com Milan veio o fantástico Jogo da Carona, de Tennessee Williams vieram Fala comigo doce como a chuva e Essa propriedade  está condenada, sendo que por causa da primeira nunca mais eu consegui ouvir a palavra SEDE sem sussurrar ÀGUA, e a segunda ganhou uma das marcações mais belas e significativas da peça. Heiner Müller guiava o texto todo, com o clássico diálogo do “Posso colocar meu coração aos seus pés?”, e o grande Caio entrou na dança com “Eu preciso de alguém e é tão urgente o que eu digo”, dando voz às angústias da Clara. O texto inteiro é uma obra-prima, e nisso entra toda a literatura da minha diretora e ídola, Airen Wormhoudt. (É claro que o nome dela ia aparecer na lista da literatura, ora poix.)

euteamo

Na verdade, foi em abril que a Airen entregou o texto inteiro, com a minha cena e tudo, onde apareceu meu Caio F. Mas durante abril eu fiquei só no texto mesmo, por fora eu li A menina que não sabia ler, que é uma pira, Eu sou Alice, que é a história da Alice que inspirou Lewis Carroll a escrever a história do país das maravilhas.. Amei. Mas não recomendo a quem não tenha lido a ficção ainda. Ler a biografia estraga um pouco da magia. Mas a história é tão intensa que eu jamais me arrependeria de tê-la lido. Ainda em abril, veio Jornal Nacional: Modo de fazer, bem gostosinho de ler, cheio de curiosidades e fotos.

O mês de maio eu passei abraçada com 3 livros que ganhei de aniversário em abril. O mundo de Sofia, interessante, mas precisa ter paciência com a quantidade de história da filosofia. O castelo de vidro, maravilhoso. E elas, as famosas, as Virgens Suicidas, de Jeffrey Eugenides, que eu ganhei da Rafa, e queria tanto, mas tanto, que ela nem sabia e adivinhou. Quando eu abri o pacote eu quase desmaiei de emoção. Fiz tanto carinho no livro, e fui deixando ele pra depois, só porque ele era o melhor bombom da caixa. Li, me encantei, e, segredinho? Estou querendo montar uma peça sobre esse livro no meu próximo semestre do teatro. As meninas da turma ficaram bem animadas, rezem pra diretora topar!

Em junho eu já estava tão consumida e apaixonada por Vamos Falar de Amor sem dizer Eu Te Amo que passei dias me deliciando com a biografia de meu novo amor: Para sempre teu, Caio F. Tanto da construção da Clara veio desse livro que nem se explicar. Ainda nesse mês li Travessuras da menina má, presentão de aniversário da Amandinha, que é fantástico e me apresentou a personagem mais perturbadora de todas.

Eu achei que ia precisar de um post só para fazer essa retrospectiva, mas já vi que gosto de falar do assunto e que vai ser melhor dividir, senão eu vou começar a me polir no final, e não quero. Tem muita água pra rolar ainda, eu nem cheguei na Florbela Espanca! Sendo assim, encerro aqui o primeiro semestre, aguardem o próximo e último capítulo sobre os capítulos de 2011!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Aniversário da melhor amiga…

… tem data reservada nesse blog, não tem jeito. Por mais que eu ache que já falei tudo o que podia, e que mais um post só vai tornar tudo bem repetitivo, o dia 8 de dezembro é da Juliana e pronto. E eu não posso nem reclamar, afinal de contas, ela que teve a ideia de criar blog, e por isso, tem grande participação nos 3 anos desse aqui. Vamos lá.

Ju, esse é o 4º aniversário seu que eu comemoro. Parece mentira. Parece mentira porque mostra que o tempo passou rápido, mas porque me mostra também que, meu Deus, é só o 4º? Como assim eu passei 15 anos sem você? Espera, eu já sei. Nós duas precisávamos de maturidade para nos encontrarmos.

Eu e você não temos nada a ver uma com a outra. Nada. E acho que essa é a magia. A gente acaba se equilibrando, e tudo dá certo. Você é minha amiga que menos tem a ver comigo, e uma das que mais me ensinou nessa vida. Você é aquela que me dá tapa na cara quando eu estou chorando demais por algo que não tem jeito. É aquela que xinga quem apronta comigo antes mesmo de eu xingar.

Ano que vem ela vai morar 1 mês aqui em casa, vai ser tipo a nossa prova de fogo: Será que vamos brigar pela primeira vez? Arrisco dizer que não. A gente sempre se entende antes de ir às vias de fato.

Enfim. Falei demais e não falei o que a data pede que eu fale: Parabéns, Juliana! Muitas felicidades, muito amor, muita paz, muita saúde, e muitos, muitos anos de amizade pra nós, porque eu não sei o que eu faria sem você, minha BFF.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Onde andará Desirée?

Cabaret Brasilis.

Cabaret

Essa peça já tinha me ganhado antes mesmo de ganhar vida. Eu lembro. Era setembro, e eu estava sentada na escada que fica na frente da minha sala no Cena, esperando minha vez de entrar para fazer o exercício. Estava conversando com a Airen, e perguntei se ela já tinha decidido o que faria com o musical que estava dirigindo. Ela deu seu tradicional sorriso enigmático, e respondeu: Um Cabaret. Eu lembro que falei,  meio que tremendo: Tia Airen!

E aí a porta abriu e minha professora foi me buscar. Pronto. O “Cabaret da tia Airen” tinha me ganhado ali. Não ia precisar de muito. Passou setembro, outubro, novembro, e eu sempre ouvindo de cá e de lá sobre essa peça, conversando com minha amiga que é dessa turma, morrendo de ansiedade só de pensar.

E estreou. Estreou, e eu estava com um frio gigante na barriga quando segurei aquele ingresso da melhor cadeira do teatro. Estava com a barriga gelada quando entreguei para o bilheteiro. Me senti aos 5 anos indo ao circo, tamanha ansiedade. Quando senti o clima que estava no teatro, subi a escada e me deparei com o palco, minha vontade era sair correndo pra subir lá junto. Cenário LINDO, com luzes amarelas e tecidos vermelhos brilhantes. Meninas de meia arrastão, sapatos pretos e corseletes, dançando em cima de cadeiras. Um bar ao fundo, cheio de garrafas.

Se o espetáculo já tinha me ganhado há muito tempo, ali eu me embriaguei. Eu fui descendo a escadas até o meu lugar sem conseguir tirar o olho do palco, sentei na cadeira e não consegui tirar o olho dali nunca mais. Foi tão bem montado, tão lindo, tão, tão! Quando a peça acabou eu tomei um susto, afinal de contas, era hora de voltar pra realidade, e eu estava tão ali, que parecia que era real. Eu fui totalmente sugada por aquele mundo, e agora estou aqui, deprimidíssima: – Como assim a Airen já montou um Cabaret perfeito? O que eu farei da minha vida quando chegar meu musical?

Falei pra minha amiga que vamos ter que pegar a Airen no musical, e ela vai ter que montar “Cabaret 2: O retorno de Desirée”. Senão eu vou ficar muito frustrada. Como isso é bem improvável, melhor eu utilizar esse 1 ano e meio que falta até a estreia do meu musical de formatura pra me conformar.

O Cabaret foi montado, e foi perfeito. E se eu tive uma vontade louca de também estar no palco de arrastão e sapatos pretos, em cima de cadeiras, procurando por Desirée, eu preciso dizer que estar na plateia foi mágico também. Porque foi como se eu tivesse saído das cadeiras do meu conhecido e amado teatro e realmente me transportado para dentro de um Cabaret.

Airen, você arrasou mais uma vez. Elenco inteiro, vocês mandaram bem demais. Fecharam com chave de ouro. Obrigada pela pouco mais de 1h incrível que passei ali.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Sobre o que eu aprendi no infantil.

Posso começar dizendo que aprendi que o tempo passa rápido demais, mas isso eu já aprendi faz tempo. Mas é que eu estou me assustando ao começar a fazer esse post, visto que me lembrei do meu primeiro post sobre “Vamos Falar de Amor sem dizer Eu Te Amo”, e não mais que de repente, aqui estou eu fazendo o último sobre “O Submarino Amarelo”. O tempo não passa. Corre. Mas nesse meio tempo, deu pra aprender muita coisa. Vou tentar enumerar.

Nesse módulo de teatro infantil, eu aprendi que o segundo semestre tem quatro meses. Aprendi que uma peça pode ser montada em 1 mês. Aprendi que eu tenho coragem de cantar em público, e que tive capacidade pra cantar 2 solos.

Aprendi que cola quente realmente queima, e estou com uma bolha roxa no indicador da mão esquerda. Aprendi que coturnos machucam muito o pé, e tenho um calo enorme no meu calcanhar direito, que dói muito, mas no palco, eu nem sinto. Aprendi que cola de cílios é bem potente, e que se a professora usar para colar brilhos no seu rosto, você vai precisar jogar álcool gel pra tirar. Sim. Álcool gel no rosto.

Aprendi que enfiar a cabeça dentro da pia do banheiro do camarim pra lavar o cabelo com o sabonete líquido que fica lá pode ser bem interessante, ao invés de ir almoçar no shopping com a cabeça cheia de grampos e laquê. Aprendi que, mesmo com o cabelo armado de sabonete líquido e o rosto cheio de gliter, é só colocar meu óculos roxo e sair com um ar blasé do camarim que todo mundo vai me chamar de Lindsay Lohan.

No dia da banca, eu confirmei que a Airen lê pensamentos: Ela foi banca da nossa turma, e quando eu pisei no palco eu já sabia o que ela ia falar de mim. Quando eu contei pra ela, ela me abraçou, beijou minha galharufa, e disse que mães sempre sabem. É. Mães sempre sabem.

No infantil, eu aprendi que Beatles é uma delícia, e que dançar com peruca cor de rosa e figurino fofinho pode ser muito gostoso. Aprendi que não é sempre que você vai ter uma conexão transcendental com a peça com a qual você está fazendo e com o seu personagem. Aprendi que a paixão é pelo teatro, pela arte, por cada pedacinho dela, e que isso está acima de qualquer peça. Aprendi que fazer uma peça infantil, colorida e cheia de dancinhas pode ser bem mágico, gostoso, e ter um resultado bem bacana.

Sub 175

E esse está sendo o processo de O Submarino Amarelo, que termina sua temporada amanhã. Foi uma delícia, mas posso falar? Aprendi também que prefiro os dramas. Não é atoa que estou saindo tranquila desse processo, com uma sensação deliciosa de dever cumprido, enquanto não me recuperei até hoje do fim de Vamos Falar de Amor, hahaha.