Livremente inspirado nesse blog genial aqui
Eu comentei rapidamente aqui
nesse texto aqui sobre o semestre em que passei fazendo monitoria em uma turma das
crianças pequenas na escola de teatro. Então, o meu xodó era a Mariana mesmo,
mas uma coisa que você descobre convivendo semanalmente com o mesmo grupo de
crianças é que você pode se apaixonar por várias delas diversas vezes porque se
tem uma coisa que criança não faz é abraçar a monotonia da rotina, coisa que
nos adultos fazemos muito bem e que não tem a menor graça. Crianças são cheias
de histórias. Uma vez eu li alguém falando que crianças são aqueles seres que
mudam as perguntas quando a gente pensa que encontrou as respostas, e eu achei
essa definição genial.
Crianças, em suma, inventam moda.
Se elas dão a sorte de ter pais que estimulam as invencionices, aí é um prato
cheio. O Rodrigo é um desses.
Primeiro dia de aula e chega na
sala um garotinho vestido de Capitão América. O corpo docente se derreteu no
ato, mas ainda nem sonhávamos com o que encontraríamos sábado após sábado – e encontramos
muita coisa.
Durante todo o semestre em que eu
acompanhei de pertinho, Rodrigo apareceu de Jack Sparrow, de diretor de cinema
com claquete e tudo, de “adulto” e, pasmem, de CUPIDO, com asas nas costas e
carregando uma flecha na mão, só porque era a semana do dia dos namorados. Neste
dia inclusive, coitado, ele teve que flechar metade da escola, porque não tinha
um só adulto que não se derretesse ao olhar para aquela figura.
Rodrigo tinha 5 ou 6 anos na
época e cada conversa que até Deus duvidava. Era nítido o quanto ele tinha
acesso à cultura, ao cinema e aos livros desde pequenininho, e era a gente que
ganhava com sua criatividade e as histórias que ele contava. O tempo passou.
Eu parei de ser monitora, Rodrigo
passou para a turma dos “gigantes” de 7 a 9 anos e vez ou outra eu via o
menininho passar fantasiado de alguma coisa, mas tinha tempo que eu não conversava
com ele. Até o sábado retrasado.
Sábado retrasado era eu que
estava responsável pela escola e sua mãe chegou para fazer sua matrícula. Ele
estava de paletó e chapéu na cabeça e falava com um ar misterioso, algo que me
soou como uma mistura de James Bond com Poderoso Chefão, sabe assim? Só faltou
o bigode.
Enquanto a mãe fazia a matrícula
na secretaria, me ofereci para levar o garotinho para a sala de aula e
aproveitar para matar as saudades enquanto subíamos as escadas. “E aí cara,
você cresceu hein? Tá tudo bem? Como foi de férias” e blablabla, seguia eu com
meu papinho de tia chata enquanto ele concordava com a cabeça e dizia
pouquíssimas palavras. Até que de repente ele me solta um: “Você lembra de mim?”.
Eu, chocada com o fato do menino
cogitar que eu tivesse esquecido dele, soltei rapidamente um “Mas é claro,
menino! Fui sua professora!”, ao que ele, abaixando levemente a cabeça,
levantou uma das sobrancelhas e me veio com essa: “Mas mesmo com esse chapéu?”.
BA DUM TS.
Eu estava subindo a escada lépida
e faceira conversando com o Rodriguinho que eu achava que conhecia, enquanto
ele estava, para variar, em outro plano existencial, provavelmente chefiando a
máfia italiana e ficou incomodadíssimo que eu batia um papo aleatório com ele
sem nem saber quem ele era. Enquanto eu perguntava das férias ele pensava “Vem
cá, eu te conheço” e eu não entendia porque ele estava tão quieto. Era óbvio,
eu tinha esquecido mesmo, Rodrigo nunca é apenas quem aparenta ser. Às vezes
ele é o Dom Corleone e as pessoas é que tem que se adaptar ao babado.
Quando eu retornei à secretaria
gargalhando e contando a história, a mãe dele gargalhou com aquela cara de “mais
uma do Rodrigo” e rapidamente foi para a casa sem pensar mais uma vez no
acontecido. Enquanto isso, eu e o meu colega da secretaria estamos trabalhando há 10
dias sem acidentes olhando um para a cara do outro toda hora e perguntando: “mas hein, MESMO
com esse chapéu?”. Crianças.
Crianças, como não amar? <3
ResponderExcluirO bonito disso tudo amiga, é o que você disse, que é claro o acesso que ele tem à cultura e obviamente, o incentivo em casa sobre sua criatividade. Criança tem que ser criança e ser criança é ser quem quiser. (Era mãe, era professora, médica, era famosa, era tudo o que eu queria). Queira Deus que eu consiga ser assim com meus filhos.
Imaginei Rodrigo direitinho aqui, com e sem chapéu. hehehehe
Miga, décima pessoa. <3
Beijão!
E esse rodrigo que eu nem conheço e já amo? hahahaha Gente, quero um filho assim. Amiga, me ajuda a dar corda pra imaginação dos meus babies? Obrigada, conto com Vossa Senhoria para ser a madrinha legal que me lembra de rir e não decapitar as crianças quando eu estiver na TPM.
ResponderExcluirEstou apaixonada pelo Rodrigo. Mesmo com esse chapéu.
Te amo <3
Vou ter que fazer um repeteco do mimo de Pássara porque nem conheço Rodrigo, mas obviamente já amo pacas e né, lógico que quero ter um filho assim. Quero muito ser o tipo de mãe que incentiva esse tipo de coisa, porque eu tive minha fase de viver assim, me fantasiando e sendo quem eu quisesse, e foi tudo tão bom que quero muito que meus filhos tenham a oportunidade de viver isso também. Ai socorro, Rodrigo <3
ResponderExcluirte amo <3
Hahahaahahah que amor essa quiança. Várias pessoas diferentes num pequeno serzinho. Já amo.
ResponderExcluirAmei a fantasia de adulto. Que pessoa fantástica ele vai ser.
Crianças assim tem o dom de animar a vida das pessoas pra sempre, ainda bem.
Quero conhecer Rodrigo. <3
Beijo amiga, te amo <3
Eu amo essas crianças que tem o apoio dos pais pra desenvolver suas pirações sem medo de ser feliz, sabe? O Rodrigo me lembrou muito o Pedro, meu primo, que era uma criança super peculiar e tinha um milhão de facetas e ideias também. Só que ele era mais fã de passar o dia inteiro se comportando como um dinossauro e coisas assim, hahaha! Quero muito ser uma mãe paciente pra embarcar nessas coisas, e principalmente, quero muito ter um filho que seja um pouquinho Rodrigo <3
ResponderExcluirbeijos!
te amo!