segunda-feira, 24 de novembro de 2014

1989, a retificação

taytay

Esse blog já falou de outra coisa que não Taylor Swift – e meu IPod já tocou outras coisas também, em algum tempo passado do qual sinto saudades. Ou talvez nem sinta tanta, na verdade. Ok, deixa eu parar de devanear comigo mesma e falar do que se trata o post.

Vim me retificar. Isso mesmo. Lembram desse post aqui? Então. Foi a primeira resenha musical que fiz na vida: achava muito chique quem sabia resenhar CD, e quando consegui escrever um texto mais ou menos sobre isso, morri de orgulho. Acontece que, como previsto lá no próprio post, onde eu disse “dificilmente eu gosto de alguma coisa na primeira vez que escuto, então ainda tenho esperanças de gostar bastante de 1989”, eu estou amando 1989.

Amando no nível “absolutamente não consigo ouvir outra coisa”. E nem estou falando de 2, 3, ou vai, das 10 primeiras músicas não. Estou falando do álbum inteiro. Só sossego se consigo ir de “Welcome to New York” a “New Romantics” sem interrupção – e adoro quando estou no meio da lista e percebo que tenho tempo de sobra para ouví-la pelo menos mais uma vez inteira antes de precisar viver.

Vivia resmungando que TayTay demorou tanto pra vir ao Brasil que quando resolver vir, vai deixar de fora do show pelo menos 3/4 do que eu amo. Nunca vou perdoar a menina por não ter vindo com a turnê RED pra cá: eu precisava desse show fossa para curtir uma dor de cotovelo na companhia de um estádio inteiro , chorar ao som de “The last time” e ficar rouca gritando aquele apelo de “Come back, be here”. Mas estou aqui, resignadamente, dizendo que se ela resolver aparecer pra cantar o 1989 inteirinho eu estarei feliz feito uma pipoca no show, doida para repetir vinte vezes cada um daqueles refrões que rechacei no post anterior. É, a vida da voltas. E um álbum no modo repeat faz loucuras com a nossa cabeça.
‘Cause, baby, I could build a castle
Out of all the bricks they threw ate me
And every day is like a battle
But every night with us is like a dream

New Romantics




segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Tag 12981 de 7092019

Nunca antes na história desse país blog houve tanta TAG. Dá uma culpa danada, mas sabe como é: basta juntar a dificuldade pra escrever com o milhão de TAGs que andam surgindo e as pessoas legais te indicando que fica complicado fazer outra coisa da vida, módisque aqui estou para responder à “Tag das Diva”, criada pelo André, que consiste em você relacionar um livro com cada diva escolhida por ele. Sigam-me os bons.

Beyoncé (escolha um livro que te faz perder o fôlego)
A Sangue Frio, do Trumann Capote. Aquele aquele detalhe da história ser real é bem o que desestabiliza a gente. Ainda mais tendo direito a uma foto da família (que sofreu toda a treta) na última capa. Eu lia, perdia o fôlego, parava pra fechar o livro e dar uma olhada na foto e perdia mais ainda o fôlego. Ler esse trem era um looping eterno disso aí. Sem contar que eu perdi noites de sono pensando que entrariam malucos no meu apartamento e eu acabaria assaltada e morta. Recomendo o livro, é brilhante. Não recomendo pessoas altamente influenciáveis em contato com ele perto da hora de dormir. Quanto à Bey, por sua vez, recomendo de olhos fechados para qualquer momento. Quem nunca pulou sozinha no quarto ao som de Run the World que atire a primeira escova de cabelo que foi usada como microfone.

Katy Perry (escolha um livro que deveria ser mais reconhecido)
Vou debater a questão porque não acho que KP não é reconhecida. Inclusive fiquei pasma mês passado votando no Capricho Awards, onde Katy estava concorrendo a melhor cantora (que ano é hoje mesmo?) e TayTay não. Por favor, Capricho. Enfim, já que é pra falar de livro vou de Vaclav e Lena, que eu já resenhei aqui e acho que mais gente deveria ler. Juro.

Taylor Swift (YOU GO TAYTAY!) (um livro sobre superar os haters e seguir em frente)
Tô quebrando a cabeça aqui porque queria relacionar TayTay com algum livro igualmente absoluto (#talifã) e não estou conseguindo, porque tudo o que me vem à cabeça é A Lista Negra. Eu nem lembro direitinho do livro, mas sei que a barra começou pesadíssima pra nossa personagem e provavelmente ela terminou o livro bem melhor do que começou (afinal de contas, não tinha muito como piorar).

Avril Lavigne (um livro antigo que por mais que envelheça continue atual)
Amo o meme “Avril Lavigne dorme no formol”, por isso amei demais essa categoria. Tô aqui pensando e acho que vou de 1984. Acho que ele é um bom tapa na cara em qualquer época que for lido. Não é um top favorito da minha vida, mas tem um dos melhores finais que já li. Sério, toda vez que lembro bato palmas. Estou batendo palmas agora.

Miley Cyrus (um livro que começa meio bobinho, mas acaba despirocando)
Nada, da Jane Teller. Fininho, li em 2 dias. Tudo começa quando um garoto resolve subir em cima de uma árvore porque a vida não faz nenhum sentido e, por isso, é melhor não se desgastar com cotidianices. Seus coleguinhas de turma, por sua vez, decidem provar que a vida tem sim sentido, fazendo uma pilha com seus objetos preferidos. Começa bem bobo, com bichinhos de pelúcia e coisas do gênero, mas, believe me, a porra fica muito séria. Desculpem o palavreado, foi a única maneira que encontrei de realmente expressar o que a situação se torna. Nunca vi personagens tão perturbadores, sério. Essa turma de pirralhos me deixou alucinada, queria dar na cara de todos eles para eles aprenderem a ser gente.

Christina Aguilera (um livro que deu errado com você)
Eleanor & Park. Todo mundo ama. Minhas amigas, TODAS, se apaixonaram. Eu ansiei muito por esse livro. Ganhei e fiquei enrolando pra ler, curtindo uma felicidade clandestina. Aí fui ler e ZZZZZZZZZ. Que. Negócio. Chato. Queria muito ter amado, amo amar em conjunto. Mas não rolou.

Demi Lovato
Tá sem parêntesis explicativo (TOC manda abraços) porque o André mencionou Demetria e depois disse que não conseguia pensar numa categoria para ela. Como eu me recuso a responder uma TAG de Divas sem citar a menina Neon Lights, vou me encrespar aqui rapidinho com o dono da TAG e dizer que a categoria de superação devia ser de Demi, antes de ser de TayTay. Na verdade são tipos de superação diferentes, né. TayTay vem sambando na cara dos haters (e na cara duzômi, com seu maravilhoso 1989 ((sim, já amo)) e Demi teve que superar, basicamente, a si mesma. Acho que vou juntar as duas coisas e falar de Jogos Vorazes aqui, porque se a Katniss, mesmo sendo chatinha, não for exemplo de força e coragem (o que eu acho a cara da Demi), não sei quem mais poderia ser.

Britney Spears (um livro que tenha uma narrativa tão sem graça quanto show com playback)
Gente, que pesado. Pobre Neide. Vou de Cartas de amor aos mortos e se vocês ainda não leram minha resenha é só clicar nesse link que eu explico todo o motivo dele estar nessa categoria. Inclusive acho uma ofensa comparar Neidoca a isso, mas é o que tá tendo, segundo a descrição da categoria.

Adele (um livro de um autor que tenha uma voz própria e única, e que voz!)
A sombra do vento e companhia limitada, vindos todos da cabeça do Zafón. A literatura dele é tão peculiar que acho que o livro podia vir sem capa e sem título e eu saberia que era dele no primeiro capítulo.

Lady Gaga (um livro bizarro que você custou a entender)
Perdi muito tempo tentando lembrar se Lady Gaga existia ainda e esqueci de pensar no livro. Eu tenho certeza que existe o livro perfeito pra essa categoria, e ele está na ponta da minha língua mas eu não estou conseguindo lembrar qual é. Daqui a alguns dias, relendo esse post, lembrarei na hora do livro, gritarei “MAS É CLARO” e morrerei de ódio de não ter conseguido responder. É a vida.

Lana Del Rey gente, essa TAG não acaba (um livro melancólico)
Coisas que ninguém sabe, o maior amor literário da minha vida, que não só é todo melancólico como tem um epílogo que pega nosso coração na mão e espreme até você se curvar em cima do livro de tanta dorzinha presa.

Madonna (um livro que nunca perde a majestade da sua estante)
Meus dois livros ostentação são o Toda Mafalda e o Harry Potter: A Magia do Cinema. Os dois são grandes, lindos, ficam um do lado do outro na escrivaninha e todo mundo que entra no meu quarto quer mexer neles.

Gretchen socorro (um livro nacional que tem todo o pipipi necessário pra te conquistar)
(Pipipi?) Nunca ouvi essa expressão mas vamo que vamo, e vamo acompanhada de Jorge Amado, aquele lindo, que marcou meu coração para sempre com o seu belíssimo Capitães da Areia. Que maravilha de livro, meu Deus.

Agora chegou a hora das indicações e eu só vou indicar diva: Gabriela Couth, Milena Martins, Paloma Engelke, Gabriela Irala e Ana Luiza Alves. (Quis usar sobrenomes porque ficou mais pomposo, 6 me errem). 

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

5. O Daniel

Livremente inspirado nesse blog genial aqui

Tem pessoas com as quais construímos relações densas. Daquelas que são construídas pouco a pouco e tem milhões de detalhes e nuances. Tem aquelas, por outro lado, que são leves. Levíssimas e, de forma nenhuma, vazias. Apenas leves. Fáceis. Daquelas que não exigem muito, que não dão trabalho nenhum, que apenas existe.

Outro dia eu estava quieta no meu canto, pensando na vida, depois de bater papo com um primo meu. Vejam bem, se você chegou agora e pouco sabe sobre a minha família eu vou ilustrar novamente para seu melhor entendimento: Eu tenho 31 primos de primeiro grau, por parte de mãe. 31. Muitos deles, um tanto mais velhos que eu, já começaram a casar e parir por conta, de modo que já tenho uns 10 de segundo grau também. Não sei que ideia vocês fizeram disso, mas eu acho o máximo.

Tem família que se desentende demais. Conheço muitas pessoas que simplesmente não suportam os primos. Eu não sei o que eu faria sem todos os meus. Acho que eles são um meio termo sensacional entre o irmão – aquele que vive na sua casa e você ama, mas te tesa a paciência por excesso de convívio – e o amigo – aquele que você encontra na vida e resolve que é família também. Primos, pra mim, são dádivas. Eles nascem da(s) barriga(s) da(s) sua(s) tia(s) e moram na casa dela(s). Você não tem que dividir mãe – só os avós. Avós são mais tranquilos de serem divididos. O colo deles é sempre infinito.

Primos são, em suma, totalmente diferentes de você - mas vocês sempre carregarão uma origem em comum, o que faz com que nunca se esqueçam de que apesar de diferentes, são impreterivelmente iguais . Eu, como tenho 31 deles e estou bem no meio da muvuca  das idades (o mais velho tem 40, a mais nova 8 meses) já entendi o que é ter primos mais velhos que podem sair quando você não pode, te excluir dos programas e subir no salto para te dar bronca. Entendi também o que é ser o primo mais velho, que exclui os pequenos, dá bronca neles e aperta as bochechas. Quando eu tinha 10 anos, achava muito engraçado o Alex falando assustado que tinha visto minha mãe trocar minhas fraldas e agora eu já estava fazendo provas de matemática. Hoje quem engole o desespero sou eu: adorava pedir para a minha tia me deixar segurar o Guilherme no colo; agora ele tem 14 anos e dá dois de mim na altura.

Com alguns dos meus primos eu converso muito mais. Com outros, muito menos. Mas pelo menos 80% deles renderia assunto para um post. Falei tudo isso aí em cima só pra introduzir a vontade que me deu de vir aqui, aleatoriamente, falar do Daniel. Sim, do Daniel.

O Daniel é filho da irmã gêmea da minha mãe. Ele tem 4 anos a mais que eu e é o irmão mais velho da minha prima-gêmea. Eu dormia na casa dela nas férias e lá estava o Daniel. Acho que foi assim, aos poucos, que ele virou meu ídolo  - e eu nem sei como. O apelido dele, quando criança, era Danifica tudo. Porque ele danificava, sabe. Dava nó em pingo d’água, em português claro. Escondia o controle de televisão do vovô dentro da churrasqueira (só porque sabia que vovô ofereceria 1 real para quem encontrasse o mesmo) e até a geladeira da vovó com super bonder ele colou. Uma vez saiu correndo atrás de mim segurando um garfo e me imprensou na parede. Eu tinha certeza que acabaria morta nesse dia. Daniel se escondia atrás da báscula do banheiro para nos dar susto quando íamos tomar banho. Ele tacou desodorante aerosol no meu machucado uma vez (sim) jurando que ia fazer parar de arder. Lembro da dor até agora.

Mas, de noite, depois que a Rafaela dormia e eu morria de medo de ficar sozinha no quarto escuro ele ia lá dizer que estava tudo bem. Quando eu e ela resolvemos acampar no quarto dele, ele tirou o pôster do Evanescence da parede só porque eu disse que tinha medo da Amy Lee (gente, ela parecia um fantasma naquele pôster, eu juro). E ele sempre, sempre, mas sempre mesmo, dá um jeito de me fazer rir. Contando piadas, inventando histórias, ou mesmo transformando qualquer fato banal em uma cena de comédia fantástica. Eu me acostumei tanto a rir na presença do Dani que hoje em dia ele diz “oi” pra mim e eu começo a gargalhar.

Hoje em dia ele já tomou juízo (tem tempo que não ouço falar de geladeiras com portas coladas), tem um emprego incrível e até casou. Eu encontro com ele uma vez por ano, no Natal, e pra ser sincera a gente mal conversa. Ele está sempre com a esposa e alguns amigos que costuma levar junto, enquanto eu estou sempre caçando sarna com as minhas primas em algum outro canto. Tem no mínimo 5 anos que a gente promete um pro outro uma partida de Master, que ainda não saiu. Basicamente, a gente se diz “oi” e “tchau” uma vez por ano, deu pra notar? E foi por isso que eu fiz um primeiro parágrafo falando de relações que não exigem nada, simplesmente são. Eu gostaria muito – e tenho certeza que ele também – de ver o Dani mais vezes do que vejo. De conversar mais do que converso. Deus sabe como eu gostaria de rir com ele mais vezes do que rio – rir faz um bem danado para a saúde – mas isso não acontece. Tem o tempo, tem a distância, tem a vida, tem o que for. Tem pessoas que a gente ama pela convivência, pelo cuidado diário, pela presença. Tem outras que a gente simplesmente ama pelo que são, pelo que representam, pelas lembranças que nos ajudaram a construir.

Acho que eu nunca falei isso pra ele, mas eu amo o Dani o mesmo tanto que eu amava quando a gente se via mais (olha, talvez até um pouco mais, já que hoje em dia ele não corre atrás de mim com garfos), e acho que posso acreditar que é recíproco. E eu sempre, sempre vou saber que o dia que eu estiver triste eu tenho, a um clique do mouse, alguém que vai me dizer “oi” e me fazer chorar de rir instantaneamente. 

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Literatura, a melhor das estradas

“I lived in books more than I lived anywhere else.”
— Neil Gaiman, The Ocean at the End of the Lane

Uma vez eu fiz um post aqui falando sobre como comprar livros era uma aposta. Hoje vou ampliar a questão para abranger todo um estilo de vida: o de quem se dedica à literatura.

Tem gente que lê e tem gente que não lê (dá pra acreditar?). Acho fácil separar nessas duas caixinhas. O tipo mais interessante, ao meu ver, é quem fica no meio do caminho. Sabe quem fica com vontade de ler um livro específico, entra na livraria, compra, lê e segue a vida? Então. Meu pai é assim. Ele ficou com vontade de ler Harry Potter e leu os meus. Ficou com vontade de ler Dan Brown, comprou os livros e leu. Quis ler Senhor dos Anéis e leu. E pronto. Esse tipo de pessoa fecha a página e segue a vida. Esse tipo de pessoa realmente consegue “fumar só mais um cigarrinho”, uma vez a cada duas semanas, e não viciar.

Literatura, pra mim, é completamente ininterrupta. Eu emendo um no outro e não vejo nada mais lógico que isso. São muitos livros pra ler e muito pouca vida pela frente (vamos chutar aí, se Deus quiser, mais uns 70 anos) para dar conta de tudo e então eu e as melhores pessoas que eu conheço simplesmente não considero que pausas sejam algo razoável. São perda de tempo. Um dia sem ler é um dia perdido.

Não que seja difícil, porque eu não decidi isso um dia na minha vida e passo meu tempo cumprindo metas. Eu simplesmente faço; simplesmente leio (assim como a mairoia dos bookaholics, senão todos). É extremamente natural acabar um livro e pegar outro e, portanto, nunca estar sem ler. Mas não é uma estrada sem percalços. Existe alguma estrada, afinal, que seja?

Já me peguei milhões de vezes sentada na cama olhando para os meus livros e pensando que mais um ano se passou sem que eu tenha feito nada da vida além de ler – e tenha lido menos do que deveria. Sempre é mais E menos do que deveria. 

O caminho da literatura é uma aposta. Uma vez alguém comentou comigo que quem me vê lendo um livro atrás do outro deve pensar que eu to sempre feliz da vida, amando tudo o que leio. Eu ri. Imagina só, que maravilha, gostar de tudo o que a gente lê? Reiterando o que acabei de dizer, ~viver para a literatura~ é uma aposta. Você lê, lê, lê, lê, da uma porção de “3 estrelas” e vezenquando consegue dar 5 com tanto, mas tanto gosto que não resta nada a fazer a não ser parar e agradecer por ter resolvido se envolver nessa roubada que é ser apaixonada por livros. É pura aposta, repito, ler 60 livros por ano torcendo pra achar uns 20 maravilhosos e ter certeza que os outros 40 valeram a pena – seja porque foram bons, porque foram razoáveis ou porque foram horríveis, afinal de contas, criticar com propriedade é sempre uma opção viável.

Resolvi falar tudo isso porque acabei de passar por um desses momentos brilhantes. Era meia noite e cinco, mais ou menos, quando terminei de ler a última página de “A Trama do Casamento”, de Jeffrey Eugenides, e não tive outra reação que não fosse fechar o livro pensando “THIS” e dar uma salva de palmas.

Aviso de antemão aos empolgados que “A trama do casamento” não é um livro que se ama. É um livro que se aplauda. A diferença? Toda ela. Tem livro que pega a gente pelo coração. Que você lê querendo mastigar as páginas, sentindo na alma cada trecho dele. Esse não. Ele te agarra pelo brilhantismo mesmo. Porque ao invés de “own”, você pensa “CA-RA-CA” e “genial”. A obra começa morna, ao meu ver, mas vai martelando sua cabeça de forma tão direta que você não tem como chegar ao fim dela sendo a mesma pessoa que era no começo.

Pra quem lembrou do autor de algum lugar, sim, foi o Eugenides que escreveu “As virgens suicidades” e não, não tem nada a ver. Não só a história como o estilo e toda a proposta narrativa. Não parece que foi a mesma pessoa e é nítido o quanto ele amadureceu. Não que ele não tenha enfiado o pé no peito da galera com as virgens – porque enfiou lindamente – mas como eu disse, no primeiro caso foi no coração e dessa vez foi no cérebro mesmo. Eugenides me deu um nó. E eu não podia estar mais feliz com isso.

Literatura, é sempre uma honra ter a minha vida desconfigurada por você.

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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

One lovely blog award

No início de outubro a fofa da Ana Mattos me indicou para essa Tag que já está rolando solta pela blogosfera. Pouco tempo depois a Dani também me indicou, hoje a Thay me indicou – e cavucando a memória aqui tô até achando que rolou uma quarta indicação, mas não consigo me lembrar direito. Milhões de desculpas ao possível indicador! Se puder falar nos comentários “fui eu, sua ridícula desmemoriada e grossa, tó aqui o link do post” eu agradeço e prometo retificação. Claro que foi a querida xará, Ana L. do Starships & Queens.

1) Por que decidiu criar um blog e quando começou?
Então, eu já contei isso algumas vezes em posts de comemoração de aniversário, e na aba sobre o blog também. Mas vamos aí, contando de novo: Eu vivia ameaçando ter um blog e desistia porque achava a ideia ridícula. Tinha tido um aos 13 que chamava “Minha vidinha adolescente” (sim) e tinha template da Avril Lavigne (sim) e eu postei no máximo 5 vezes nele (amém). Depois disso, a ideia de fazer um novo blog sempre me rondava e eu cheguei a cadastrar o “mvcee” umas duas vezes e desistir na última etapa de criação. Um dia uma amiga minha disse que estava afim de criar um blog. Como eu sempre sou parceira de cilada das amigas (me convide pra um trem errado e eu dificilmente recusarei) falei que SIM na hora e um dia depois tínhamos blogs. Tinha certeza absoluta que não duraria 2 meses. O dela infelizmente não durou 2 anos (eu amava ele) mas o meu está aqui até hoje. 6 anos de guerra já!

2) Quais benefícios o blog te traz?
Registro de memórias, possibilidade de desabafar e registrar minhas teorias sobre o mundo, o universo e tudo o mais. Isso sem falar nas pessoas que eu conheci só por causa do blog. Nem vou entrar no mérito porque senão ficaria aqui para sempre me declarando.

3) Qual é o post mais acessado?
Então. Essa história do post mais acessado pra mim é um mistério. É o post “Minha irmã mais velha”, um texto de aniversário que eu fiz pra minha prima Bianca, em 2009, quando o blog nem tinha 1 ano e eu jurava que sabia escrever – mas não sabia -, de modo que eu não gosto desse texto. Acho ele comum (pedante), meio breguinha e cheio de piadinhas idiotas (eu jurava que era engraçada, socorro) e toques adolescentes demais na escrita (ao invés de “mal” escrevi “maaalll”, gente). Enfim. É curtinho e sem graça, mas minha prima amou receber e quando eu escrevi eu me senti brilhante também. No momento em que foi escrito ele pareceu uma ideia incrível e até funcionou. No entanto, juro, nunca vou entender o número de clicks que esse texto rende até hoje. As pessoas tem mania de pesquisar “texto pra irmã mais velha” no google e BINGO, caem direto nele, de forma que ele nunca, jamais, sob nenhuma hipótese, perde o posto de texto mais acessado do blog. E toda vez que eu lembro disso eu fico com vergonha. Fazer o que.

4) Você usa redes sociais?
Sim. Tenho facebook, twitter, instagram e skoob. Tenho também aquele askfm porque nunca fui deletar, mas nem se usa mais esse treco, né? Tenho perfil no GoodReads também mas não uso porque sou de vanguarda e não troco o skoob. O blog também tem página no face, mas eu sou péssima pra atualizar. Bom falar também que to com pavor desse tal de Ello – e nem sei explicar por que.

5) Como o blog tem evoluído?
Quando eu criei o blog eu tinha 16 anos, né. Se tem uma fase da vida onde as coisas mudam, essa fase, eu garanto a vocês, é dos 16 aos 22. Pensar no começo desse blog é pensar em um contexto completamente diferente de vida. Em relação à vida que tenho agora, não é exagero dizer que é outra. Mudei de cidade, terminei o ensino médio E a faculdade, trabalho, mudei de cantora preferida, mudei de amizades, vish. Nem falei sobre o que eu acho que a pergunta queria saber. Resumindo, eu mudei um monte (espero que tenha sido evolução!) e com isso o blog foi mudando na bagagem. E eu acredito que tenha aprendido a escrever melhor, também, pfvr, embora saiba que estou longe da melhor fase que já vivi com a escrita – ele já existiu e espero que volte e se supere.

6) Já viveu algum fato importante por causa do blog?
A pergunta que mais me dava vontade responder desde que comecei a ver esse meme por aí foi essa. Gente, vou começar na humildade aqui falando que publiquei um texto do blog na revista Atrevida, em 2010. Mas isso foi o que de menos importante me aconteceu pelo blog, porque nada supera izdaqui e jamais superará.
lar Vocês são meu lar

7) De onde nasce a inspiração de escrever e continuar o blog?
Gente, o nome do meu blog é Minha Vida como Ela É. Tá respondido?

8) O que você tem aprendido a nível pessoal e profissional esse ano?
Achei desnecessariamente pesada essa pergunta. Achei que era um questionário simples e leve sobre o meu blog e pluft, lá vem uma dessas pra me tirar um cadiquin do prumo. Meu 2013 não foi grandes coisa, meu início de 2014 foi capenga, tive um momento incrível no primeiro semestre que logo emendou em mais capenguice, depois tive Copa e foi incrível, daí começou o segundo semestre e foi ladeira a baixo. Entrei na vibe do meu primo que diz que se a gente tá com saúde não dá pra reclamar. Concordo plenamente, então não vou reclamar. Saúde a gente tá tendo, graças a Deus. Só vou pedir um pouco mais de estabilidade emocional. Pra já. Porque tá OSSO.

9) Qual a sua frase favorita?
Alguns infinitos são maiores que outros. (John Green)

10) Qual conselho você daria para quem está começando agora no mundo dos blogs?
Eu diria, essencialmente, me utilizando da famosa expressão da vlogueira “Lully de verdade”, CALMA, CARA!. Sim, porque quem vê de fora deve muito pensar que abrir um blog é virar a nova Melina Souza ou a Bruna Vieira, fazer sucesso instantâneo, ganhar fãs e ganhas presentes. Não é assim não, gente. Elas fizeram o trabalho direitinho e tiveram uma boa dose de sorte também, mas isso não é regra e eu arrisco dizer que se você criar um blog só pensando nisso aí ele não vai pra frente não. Crie um blog pensando em ter um espaço para você falar sobre o que quiser, da forma que gosta, do seu jeitinho. Não do jeito que deu certo com o vizinho – o vizinho já está fazendo assim, então prefira fazer assado. Seu espaço vai ser conquistado – seja qual ele for. Eu não ganho presentes, nem milhares de fãs, muito menos dinheiro, vejam só. Mas não comecei pensando nisso, meu blog já tem 6 anos e eu ganhei muita coisa que eu nem sonhava ter um dia – e não troco por nada.

11)  O que os blogs que você vai indicar tem em comum?
Então, a tag já tá rolando tem um tempinho e muita gente já foi indicada e já respondeu, de modo que vou quebrar as regras e não vou indicar pra ninguém não. Vou indicar a Luh Smile, que vi que ainda não respondeu, e a dona Passarinha também, que tá com o blog abandonado. E se você que ainda não foi indicado quiser fazer porque viu aqui, só avisar aí que eu vou conferir!