domingo, 29 de julho de 2012

“Look to the stars. Look how they shine for us”

Sabe o que é engraçado? Eu morro de saudade do seu abraço. Já imaginei tantas vezes os teus braços em volta dos meus, que eles parecem reais. Não que não sejam. São. Mas ainda não foram reais em volta dos meus. Dá pra sentir saudade do que a gente ainda não viveu? Ah, se dá…

Sinto saudade de você inteirinho. Das conversas que tivemos, mas principalmente, das que ainda não tivemos. Sinto saudade do teu olho no meu, da minha mão na tua, dos nossos corações juntos.

Sinto saudade da sua risada torta na hora de implicar comigo. E também do tom de voz que você faz quando vai dar um argumento em mais uma daquelas discussões bobinhas, sem sentido nenhum, que a gente só insiste em levar adiante porque sabe que “fazer as pazes” vai ser fofo.

E se eu te confessar que, durante as madrugadas, quando todo o resto some e a cabeça fica mais vazia, tudo o que eu faço é pensar em você, olhar para o teto, e pensar nessa saudade enorme de tudo aquilo que ainda não vivemos? Faço o que?

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Ponho a culpa nas estrelas?

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Demasiado humano para ser somente herói.

Sobre os fatos que se sucederam sobre ele até então, lembro apenas de dois. O primeiro foi alguém falando no twitter que não devia estar com nada esse Peter Parker novo com carinha de Crepúsculo. E o segundo foi a Anna Vitória começando um relacionamento bastante sério com o suposto carinha de Crepúsculo.

Pronto. 3 filmes anteriores e essa dualidade vaga eram basicamente a única coisa que eu tinha de bagagem no meu coração quando sentei na cadeira H12 do IMAX e, sem pretensão nenhuma, coloquei aquele óculos gigante no meu rosto e comi pipocas durante o trailer. Durante. O. Trailer. E esse é o primeiro de muitos detalhes que devem ser observados para diagnosticar algum problema bem sério, afinal de contas, eu como pipocas o tempo todo, todo o tempo, e dessa vez, eu as larguei ao fim do trailer.

Quando o menininho Peter Parker apareceu, brincando de esconde-esconde, na primeira cena, eu chorei. Um choro que veio não sei de onde, muito menos sei porquê. E esse é o sintoma fatal da patologia consumada. Eu raramente choro vendo filmes. Eu não chorei em A Espera de um milagre e nem em Um amor para recordar. Mas eu chorei olhando um garotinho brincando de esconde-esconde. Chorei quando os pais o entregaram aos tios, ainda nos primeiros 10 minutos. Mas na hora que ela disse: “Ele só gosta de pão sem casca no sanduíche. E só dorme com a luz do abajur acesa”, eu percebi que tudo o que se seguiria não seria tecnicamente saudável.

Não sou uma fã inveterada de filmes de super heróis. Gosto muito do Super Man, não tenho o menor saco para o Batman, só assisti um dos Quartetos Fantásticos porque meus amigos votaram que seria o filme da vez, nunca vi Thor, nem Hulk, nem os Vingadores. Não tenho paciência pra lutinhas nem explosões, e dormi no ombro do meu amigo quando tentei assistir Transformers (também porque eu fui voto vencido na hora de escolher o filme). Acontece que o meu fraco são… humanos. São as fraquezas. São as dores e o simples fato deles serem quem são, tendo que lidar com tudo isso dentro deles mesmos. Sou apaixonada pelo Super Man desde o momento em que senti a dor da paixão antiga que Lois carregava dentro dela. Sou apaixonada pelo Snape desde aquele always. E agora sou irrevogável e irremediavelmente apaixonada pelo muito-mais-que-somente-Amazing, Spider Man.

E eu chorei. Chorei. Chorei copiosamente. E não foi porque ele saiu pra defender o mundo vestido com um collant, e sim porque ele chegava em casa, tirava somente a máscara, e a câmera vinha de cima, mostrando um menino que mal tinha aprendido a crescer, sentado em um tapete, com roupa de herói e a nuca mais frágil do universo, com o cabelo todo despenteado, e a cabeça certamente bem mais bagunçada que tudo. Eu chorei não porque ele correu riscos lutando com aquela mistura-gigante-de-Godzila-com-Hulk. Chorei porque o monstro jogou na cara dele que ele não tinha mãe nem pai. Eu não chorei porque o mundo estava todo ao contrário e cheio de coisas explodindo e voando pela tela. Eu chorei porque quem estava lutando contra tudo isso era um menino. Um menino magro, nerd, de óculos grossos e com o sorriso mais-errado-e-mais-lindo-que-já-vi. Um menino que se enrolava todo com as palavras tentando chamar a mocinha pra sair. Mas acima de tudo isso: O HERÓI que estava ali o tempo todo não passava do menininho de 5 anos que não comia pão com casca e nem dormia com a luz apagada. E por isso eu chorei. E por isso eu alaguei o óculos e fiquei vendo tudo embaçado. E por isso eu saí completamente apaixonada do cinema.

Porque eu encontrei o verdadeiro Peter Parker.

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E ele é simplesmente demasiado humano para ser somente um herói.
E demasiado dono do meu coração para que eu permanecesse saudável.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

A culpa é da vida.

Eu acabei de começar a ler A culpa é das estrelas, e apesar de não ter ficado tanto tempo esperando por ele, estou vivendo toda uma Felicidade Clandestina acerca dele, porque a única Milena do mundo andou amando tanto o livro que deixou a máfia inteira alucinada pelo assunto. Aí eu estava tentando resistir, mas fui passear inocentemente na livraria Cultura e é óbvio que saí com o livro embaixo do braço.

A capa é linda e eu não consigo parar de olhar. O cheiro dele é uma delícia, e eu vivo enfiando ele no meio do rosto enquanto leio só pra sentir mais de perto. E, confesso, para me auto-enrolar em meio à leitura. Porque ele é daqueles que eu estou começando a ler com calma, parando pra fazer carinho, jogando de lado pra olhar a capa mais um tempinho, só porque ele é pequeno e eu não quero terminar.

Só que essa minha pequena estreia em John Green já me fez ver que temos um caminho maravilhoso pela frente. Eu só li um capítulo e ele já falou coisas lindas, inclusive coisas lindíssimas sobre as metáforas. E todo mundo sabe como eu amo as metáforas.

Vou me conter nos spoilers, prometo. Só vim falar sobre uma coisa que é dita na primeira página, onde ela comenta que tudo que a gente passa, na verdade, é um efeito colateral de se estar morrendo.

Não deixa de ser verdade. Tem quem diga que a gente mal nasce e começa morrer, e que, vendo por esse lado, toda a nossa vida, nada mais é que um caminho até a morte. E é. Mas, tirando o livro dessa discussão (porque lá o contexto é outro), acho essa uma maneira não muito alegre de enxergar a vida.

Prefiro levar as coisas para o lado de que tudo, na verdade, é um efeito colateral de se estar vivendo. Eu tinha um professor de ginástica olímpica que era incrível, dos meus 8 aos 11 anos. Eu amo ele até hoje por tudo o que ele foi pra mim, mas não o vejo tem tempo. Ele era super bravo e super querido ao mesmo tempo, mas a regra oficial dele era a disciplina. E por isso, se no meio do treino a gente tinha, por exemplo, dor na perna e ia reclamar, ele dizia: – Sinal de que você tem perna. Continue a treinar.

Parece cruel, mas eu juro que não era. E com certeza fez a gente crescer. E eu lembrei disso enquanto estava lendo. E sim, eu acho que tudo é um efeito colateral da vida. Primeiro porque eu acho a palavra VIDA uma das mais bonitas de toda a língua portuguesa. E segundo porque não acho que seja porque estamos morrendo que soframos as coisas. E sim porque estamos vivendo. E também porque os efeitos colaterais não precisam ser ruins. Sim, as lágrimas e as dores também são efeitos colaterais da vida. Mas os sorrisos e os abraços, ah, esses também são. No final das contas, pra mim, até a morte é um mero efeito colateral da vida, que é algo muito, muito maior do que tudo isso!

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I plan on living forever.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Obriguei a Helena a vir fazer esse vídeo

Minha irmã vive achando que eu sou retardada por planejar coisas para o blog, gravar eventuais vídeos e coisas do gênero. Aí a Taryne e a Giovanna inventaram um vídeo-meme chamado Tag das Irmãs, onde as irmãs tem que responder juntas a 20 perguntas. Eu disse pra Helena que ela ia gravar e pronto, e ela ensaiou um charme, mas depois quando eu fingi que tinha desistido ela ficou me pedindo pra gravar. Conheço meu gado, se a Giovana gravou, ela também ia querer aparecer. Então ta aí. Também não editei, então tem risadas fora de hora, minutos segundos de silêncio e uma mão aparecendo na frente na hora de desligar a câmera. O cenário é o quarto do meu avô de Vitória (não é o da família gigante, essa casa um dia eu filmo toda pra vocês!).

Pronto. Essa é a Helena! E essas são as nossas bobeiras.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Com açúcar e muito afeto

Eu estava pensando sobre momentos que ficam, sabe? Estava pensando nisso porque minha tia disse que teve uma hora, no casamento de Lalá, que ela parou de dançar e ficou sentada na mesa assistindo a gente se divertir. Ela falou que estava tão bonito que ela poderia ficar assistindo por horas. A festa estava linda, mas nós ali com certeza éramos a melhor parte da decoração. Porque o que enfeita, pra mim, é amor.

E hoje, ainda totalmente inserida na vibe diabética do post anterior, eu estou aqui pra me declarar pra vocês. Porque amor é vivido e sentido, mas também pode ser falado. É bom às vezes. As coisas passam, os momentos mudam, os problemas aparecem e somem, e o que fica, no fim das contas, somos nós. São os sorrisos, os abraços, é a alegria, é o amor.

Sabe o que fica? O que fica somos nós sentados na calçada mais de 2 horas da manhã, tocando violão e rindo de bobeiras enquanto a minha mãe sai de pijamas pra reclamar do barulho e o Léo fala pra ela que ela está ficando velha. O que fica somos nós nos unindo para subir em cadeiras e vigiar se a vovó não vem enquanto roubamos da lata mais alta os brigadeiros reservados para o natal. O que fica são os banhos de chuva e o condicionador da Carol sendo usado pelo Alex para limpar o capô do carro, que obviamente precisa ficar sedoso. O que fica sou eu quebrando copos, é a tia Joana andando de avião e todo mundo na expectativa de saber se ela sobreviveu, é o Daniel imitando o meme, é a Madrinha Rejany fazendo fila pra dançar a música do cachorrinho da guirlanda de natal, é o tio Dênis picando a carne, é a tia Luciene fazendo desenhos sobre o significado das férias, é a Rafaela negoçando, é a síndrome de Peter Pan da tia Lú, é o Rafael sendo chamado de Fofinho, é o sanduíche que eu e Rafaela fazemos do João Augusto em todas as festas, é o Aparício pulando de dentro do vaso enquanto o tio Mário queria fazer xixi, são os homens tomando banho de piscina e bebendo todas até altas horas, quando, por volta das 22h, começou a chover e eles continuaram na piscina bebendo cerveja, dessa vez, erguendo um colchão de ar em cima dos copos pra não molhar a bebida. O que fica é o Vinícius jogando futebol com copo de cerveja na mão, ou o tio Elson dançando na chuva enquanto a tia Carmem falava que ele ia acabar gripado. O que fica são as Bussuletes fazendo show no Natal, a Helena helenando*,Maristela maristelando*, e o Dindo dizendo que a Bianca bebe por 2. O que fica, no fim das contas, é o Tche-tche-re-re-tche-tche Celminha Côrtes e você! O que fica é o fato de ter certeza que ninguém que ler isso aqui vai entender nada, mas vocês vão.

Às vezes primos discutem, um sobrinho pode responder a um tio, pais e filhos se desentendem e o vovô palpita dizendo que não deveríamos tirar o sapato na hora de dançar porque isso é feio. Mas o que fica mesmo é o tio João Carlos anunciando no microfone no meio da festa de casamento que quer os sobrinhos na beirada do palco, e de repente, nós saímos todos correndo, de onde quer que estejamos, desde o de 9 anos até o de quase 30, para ficarmos juntos lá na frente cantando a plenos pulmões e gargantas a música que um dia ele inventou que seria a nossa. O que fica mesmo somos todos juntos beijando a bandeira do Vasco e cantando o hino abraçados. O que fica é cada um de nós ficar um pouco parado observando a família que tem, e certamente, no meio da festa, ter aquele segundinho pra pensar e agradecer por ter vindo parar ali.

Porque sim. Isso é açúcar, é afeto, e é amor. E se alguém um dia vier perguntar pra mim: “E pra você, Ana, o que é amor?” Eu vou responder: “São 7 bilhões de pessoas no mundo e eu fui ter a sorte de nascer na família em que eu nasci. Isso é amor”.

Laís e Rafael 161

Somos mais do que mil, somos um!

* Helenar: Ato se de auto-fotografar em frente ao espelho
** Maristelar: Ato de fotografar os pratos de comida

domingo, 15 de julho de 2012

Um dia.

É aquilo mesmo, sabe. Duas pessoas, amor, um milhão de histórias, um dia. A família mais linda do mundo todo, lágrimas, abraços, curtição, pés doendo e muito, muito amor. Porque o mundo precisa de amor.

O tempo passou que a gente não viu, e se vocês, leitores mais antigos, se assustarem ao perceberem que um ano se passou desde que Laís me fez aquele lindo convite, imaginem o susto que eu não levei, mesmo tendo tempo de digerir a ideia do casamento, ao ver a minha bonequinha entrando naquela igreja vestida de noiva.

Passei o dia pendurada nela, que é o que eu geralmente faço mesmo quando estou por essas bandas capixabas. Me enfiei no dia da noiva, brindamos suco de maracujá, comemos lanchinhos, batemos papo, rimos, obriguei ela a fazer uma porção de poses engraçadas pra eu tirar fotos, vesti o vestido nela, abotoei com todo o carinho do mundo cada um daqueles botões e tudo estava lindo e feliz, até que eu vi a menina prontinha segurando aquele buquê. Sim, ela é 5 anos mais velha que eu, e ela sempre cuidou de mim com o maior zelo do mundo, mas ali ela era a minha menininha, a minha Laís, a Laís das brincadeiras de Barbie. Ali estava a minha menininha com um vestido de noiva e um buquê na mão. Eu olhei pra ela pronta e comecei a chorar. Me recompus, retoquei a maquiagem e saí correndo dali, senão ia dar merda.

Mais nervosa que ela, rodei igual barata tonta pela sala de vovó até que me levaram pra igreja. Me segurei nas bases não, foi no João Gabriel mesmo pra subir o primeiro degrau e entrar pelo tapete me fazendo de forte com meu vestido roxo e carão de diva. Não podia chorar e borrar a maquiagem ali, antes das milhões de fotos. O noivo entrou, entrou o exército de daminhas dela, e de repente ficou um silêncio, um silêncio, nada acontecia, e quando eu já não estava esperando, tocou. A primeira trombeta da marcha nupcial. Eu tentei. Tentei me fazer de forte, mas olhei pra Rafaela alguns bancos atrás e ela já tinha começado a chorar. Pensei na porta da igreja abrindo e na Laís entrando ali. Linda como só ela estava. A noiva mais linda do mundo, pro meu coração. Aquilo tudo foi demais. Lembrei dela segurando a Barbie e fazendo a marcha nupcial com a boca mesmo. A Barbie dela sempre chamava Camila e sempre casava com um Edu. Laços de Família na veia. Mas ali não eram Camila e Edu, e não era marcha nupcial saindo da boca de uma menininha sonhadora. Era a própria menininha sonhadora, vestida de branco, caminhando no tapete vermelho pra se encontrar com o amor de sua vida, que a propósito, se chama Rafael e não Eduardo. Era a minha menininha sonhadora. Minha cúmplice de tantos momentos. A dona de tantos colos. Olhei pra ela e quis desmontar. Estava desesperada. Mas como ficar desesperada com um sorriso tão lindo naqueles olhos? Como me disse o João, pra me acalmar: “– Ana, calma. Não vai mudar nada! Eles só estão concretizando o que já era a muito tempo!”

Engoli o choro pra não bancar a madrinha cheia de rímel escorrido pelas bochechas. E foi segurando no carão que aguentei de pé o resto da cerimônia, olhando ali, de camarote, do segundo banco da igreja, a bonequinha de porcelana da família se casar com seu príncipe encantado. E foi tão, mas tão lindo.

E eu sei que esse post está puro mel e açúcar, mas me dou o direito de ser diabética hoje. Não estou no meu normal, minha prima casou! Casou e o casamento foi lindo! Ela foi a princesa do seu próprio conto de fadas. Me deixem rasgar seda.

Depois da cerimônia e das trilhões de fotos ‘obrigatórias’, restou-nos o fardo de cair na night, com direito a abertura da pista de dança sendo a música Trem Bala da Colina e noivos entrando embrulhados na bandeira do nosso Vascão! Dançamos no embalo de um time só, um amor só, um coração só. Laís e Rafael se tornaram oficialmente o um que já eram há muito tempo. E nós todos vivemos mais um dia maravilhoso de sermos um, que é o que sempre fomos e sempre haveremos de ser.

Laís e Rafael 333

A madrinha e seu casal.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Mostre-me como escreves e te direi quem és

Poucas coisas são tão pessoais e únicas como a caligrafia. Eu adoro caligrafia. Adoro observar a letra das pessoas, adoro olhar pessoas enquanto elas escrevem. E eu sei que é vintage, mas é uma delícia receber cartinhas, porque as folhas trazem quase a alma das pessoas nela. Eu acho.

É por isso que achei super divertido esse meme, criado (se não me engano) pela Loren, que pedia que respondêssemos algumas simples perguntinhas. Só que dessa vez não direto no blog, e sim, numa folha de papel. Todo aquele trabalho de escrever, fotografar, pegar cabo de câmera e baixar no computador. Eu morri na preguiça e enrolei dias, mas finalmente fiz e metade da blogosfera já fez, então não sei porque perdi tempo explicando o que era. E aqui está meu papelzinho, com minhas respostas, e minha caligrafia. Estou magoada porque cortei o sobrenome da Florbela na pergunta 4, mas não vou procurar o papel, tirar outra foto e baixar de novo, então vai assim mesmo. Ah sim, as perguntas são:

1. Qual é seu nome?
2. URL do seu blog
3. Escreva: “Orgulho de ser mafiosa”
4. Citação favorita
5. Música favorita do momento
6. Banda favorita do momento
7. Nome que quer colocar nos seus filhos
8. Diga o que quiser!

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domingo, 8 de julho de 2012

Aqueles momentos que me fazem em mil pedaços

Esses dias, a Anna Vitória roubou um título da Taryne pra fazer um post ótimo sobre como ela se desfaz em mil pedaços com os dramas da ficção. Ela se joga no chão de chorar e coisas do gênero. Eu fui lá e comentei que dificilmente eu choro com ficção, mas quando acontece de eu chorar, eu choro muito. Mas não necessariamente quando eu choro muito é que eu mais me angustio. E a angústia, pra mim, é o verdadeiro sentimento que me faz em mil pedaços.

Eu chorei bem pouco com ficção nesses meus 20 anos de existência, o que por vezes faz as pessoas acharem que eu tenho coração de pedra. Eu chorei quando a mãe do Bambi morreu, e chorei quando o Simba gritou pelo pai. Também chorei quando a mãe do Dumbo foi presa, mas tudo isso antes dos 12 anos. Depois disso, eu chorei umas 3 vezes assistindo novela. E então chorei assistindo Ponte para Terabítia, Marley & eu, e Uma Prova de Amor. No primeiro porque a situação é muito inesperada. No segundo porque eu ficava imaginando a dor de perder a minha Kimmy. E no terceiro porque… ah, gente. Porque a parada é tensa mesmo. Mas veja bem, eu não chorei em A espera de um milagre e nem em Um amor pra recordar, e também não chorei quando tiraram a Anita de Olga em Olga. Chorei com Harry Potter e as relíquias da morte parte II, é ÓBVIO, mas tenho que assumir que não foi exatamente/somente por causa do filme, mas sim porque eu estava me despedindo deles, me despedindo da minha infância ali, naquela cadeira de cinema, anos depois de ter lido o primeiro livro. Anyway. Eu dificilmente choro com ficção, mas isso não quer dizer que eu não sinta.

Eu me angustio. Eu me angustio bem forte. Aperto as mãos e sinto o peito apertar muito mais forte. Geralmente em situações de saudade desesperadora, desencontros ou dores não-reveladas. Eu tenho exemplos para expressar.

Vamos a 2004. Alguém aqui lembra de Cabocla? Gente, essa novela era fantástica. Eu não perdia nem 1 minuto do capítulo e estou vivendo uma fase de luto pelo fim do casamento da Vanessa com o Daniel. Lembro quando a Zuca estava grávida do Luís e ninguém sabia, mas o Luís estava doente no Rio de Janeiro, e eles estavam forçadamente separados, e ninguém trazia o moço de volta pra ela, e ela estirada sofrendo de saudades em cima de uma cama, ainda por cima, grávida e tendo que esconder, no auge de 1900 e guaraná com rolha. Eu SONHAVA com o momento do reencontro dos dois, porque aquilo me partia o coração em tantos pedaços que eu não conseguiria mais relaxar nessa vida enquanto os dois não ficassem finalmente juntos. O aperto era tão grande, mas tão grande, que todos os dias quando a novela acabava e os dois ainda não tinham se reencontrado eu já sabia que passaria mais um dia da minha vida tentando me desligar do assunto sem obter sucesso. Até que, em um belo capítulo de chuva torrencial em Vila da Mata, Luís chega. Ele encarou, doente, e a cavalo, a tempestade, porque precisava ver Zuca. E então bateram na porta de casa de madrugada, o coronel foi atender, e ele entrou. Todo molhado e tossindo, e a essas alturas, enquanto eu já estava de pé em cima do sofá e a tia mandava ele se secar, Zuca ouviu sua voz e veio correndo, de camisola e com o sorriso mais lindo do mundo, se pendurou nele e eles se beijaram em meio ao abraço mais sincero que eu já vi em toda a ficção. E então eu sentei no sofá e meu coração estava reconstruído. O desespero dos dois teve fim.

Um pouco mais adiante, fui eu ao cinema assistir P.S. Eu te amo. E não, não derramei uma simples lágrima, enquanto minha irmã e minha prima quase inundavam o cinema. Mas entrei em PARAFUSO quando a moça chegou em casa, sem acreditar que o marido tinha morrido, e passou a madrugada encolhida numa cama, chorando de soluçar, enquanto ligava para o celular dele só para ouvir sua voz na caixa de mensagens. Gente, aquilo não partiu meu coração não. Triturou mesmo. Pisou, sapateou, transformou em pó. O desespero daquela mulher me fez tão mal que eu não consegui nem chorar, mas fiquei o resto do filme pensando nisso e não lembro de quase nada mais. E nunca assisti de novo porque não tenho coragem.

Sobre os desencontros, vamos para Friends. E dessa vez, de forma mais sado-masoquista, porque repito a dor sempre que insisto em assistir tudo de novo. Mas é lá no finzinho da primeira temporada, quando a Rachel finalmente descobre que o Ross é apaixonado por ela, e então ela resolve ir ao aeroporto buscá-lo com um buquê de flores e fica lá, feliz, esperando ele sair da sala de desembarque. E então quando ele finalmente sai, nos 5 primeiros minutos da segunda temporada, está com Julie pendurada em seu braço. Gente. DESENCONTROS são doloridos DEMAIS. Porque ele a ama, ela o ama, e ele resolveu desistir dela e namorar outra justamente quando ela descobre que ele a ama e resolve perceber que retribui. Gente. A dor no meu coração é tão grande quando eu olho pra ela com aquelas flores e já sei o que vem depois… Mas é tão grande, que só consigo me aliviar COMPLETAMENTE dessa cena quando penso naquela outra, fatídica, longas 9 temporadas depois, quando ela chega e diz que vai ficar com ele. E é bem nessa hora em que eu também estou de joelhos em cima do sofá batendo palmas, mesmo já tendo visto a cena 19289138 vezes.

Sobre dores não-reveladas, não tinha como falar de outro nessa vida a não ser Snape. Snape, gente. Snape que amou Lilly desde seus 8 anos. Pensar num amor guardado a sete chaves, e nessa dor guardada dentro dele por tanto, tanto tempo, me deixa completamente perdida, achando que o mundo não tem solução. E é por isso que quando ele joga o patrono de corsa pela janela e Dumbledore, tão tolinho, insiste em perguntar: “Lilly?” e ele então responde “always”, eu sinto uma dor que não consigo mensurar. Eu me contorço inteira na cadeira, de tanto desespero. Meu coração sai voando pela janela junto com a corsa e a minha vontade irracional é de matar o Tiago só pra fazer o Snape feliz. Pelo menos o filme me compensa com aquele beijo entre Rony e Hermione, me livrando do desespero que sinto durante todo o quarto filme, onde Rony a ama e é obrigada a vê-la com Krumm, e no sexto, onde ela o ama e é obrigada a vê-lo com Lilá. Eu me parto em pedaços vendo os dois se amarem e sofrerem separados só por serem bestas. No entanto, eles se salvam com aquele beijo no final e com a hora maravilhosa em que ele grita que não é pra ninguém tocar na namorada dele. Aí eu cuspo borboletas e tudo fica bem. Rony e Hermione se salvam, Snape não, e eu sinto a dor daquele “always” desde a hora em que ele foi pronunciado no cinema.

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E é isso. Angústia pela ficção. Ela me faz em mil, dois mil, dez mil pedaços.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Julgar-te-ei pelo teu nome.

A pessoa sabe que chegou no cúmulo do abuso quando é indicada para um meme e o responde antes mesmo de sua criadora postar. Em minha defesa eu tenho a dizer que é tudo culpa dela, que ajoelhou, agarrou na barra da minha calça, e pediu com aquela voz doce e meiga para que eu fizesse esse post agora. Tá, a versão real da história fui eu obrigando ela me obrigar a postar e ainda por cima me dar um tema. Ela jogou esse e eu obedeci. Passada a introdução, vamos aos fatos.

A brincadeira é elencar 13 livros que me ganharam pelo título. Ou 13 livros cujos títulos eu amo. Ou os 13 melhores títulos de livros do mundo, na minha opinião. Ou os 13 primeiros que me vierem à cabeça. E eu estou começando a achar que a criadora deveria realmente ter postado primeiro para explicar a bagaça direito e encher de regras, mas tudo bem.

Difícil né? É. Eu ficaria até amanhã aqui pensando, mas vou escolher a ideia de não pensar! Portanto minha lista vai contar com os 13 títulos mais bonitos que vierem primeiro na minha cabeça. Ao trabalho!

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1. Preciso dizer que te amo
Sim, exatamente isso. Eu sou óbvia e vou começar com o livro que estou lendo nesse momento, e que por sinal, está aberto aqui do meu lado. É uma coletânea maravilhosa de tudo o que o Cazuza escreveu na vida. O livro é grande, a edição é linda, a página é daquelas meio-de-plástico (ah, vocês entenderam) e pra completar é cheio, cheio, cheinho de fotos! Fotos as quais eu faço carinho e olho por horas antes de ter coragem de virar a página. Mas estamos aqui pra falar do título. Gente, o que é esse título? Dispensa explicações. Cazuza, só preciso dizer que te amo.

2. Para sempre teu, Caio F.
De Cazuza pra Caio, porque os dois andam basicamente juntos no meu coração. De uma “biografia” para outra, é lógico que esse título também dominou meu coração. O livro é rosa pink, com uma edição linda também, cheio de fotos e citações maravilhosas, além de scanners de documentos e cartas também. Escrito pela melhor amiga de Caio, ela resolveu colocar no título o modo como ele sempre assinava suas cartas. Caio, só uma coisa a te dizer: Para sempre tua, Ana Luísa.

3. Trocando Olhares
Mas é óbvio que depois de Cazuza e Caio só podia aparecer Florbela. E eu juro, não estou puxando saco dos amores da minha vida. É que os títulos de obras deles/sobre eles matam a pau mesmo! Florbela Espanca me encanta em cada linha com esse livro. E quando digo em cada linha, é realmente desde o título. Porque uma troca de olhares, gente, é tudo.

4. toda Mafalda.
Também está aqui do meu lado, com sua capa laranja esverdeada linda e uma Mafalda toda sorridente ouvindo rádio. Eu acho lindo porque é o livro que contém todas as tirinhas dela. Desde a primeira à última. E o livro podia ter 500 outros nomes mais megalomaníacos e bem pensados, com alguma homenagem e coisas do gênero. Ou podia ser até mesmo somente Mafalda, mas não. O autor mandou muito bem e a coletânea se chama TODA MAFALDA. Que eu acho tão simplesmente belo!

5.Clarice,
Eis outro dos meus preferidinhos. Mas achei que não poderia haver título tão doce para a enorme biografia de Clarice. Ela, que teve a audácia de começar um livro com uma vírgula, recebe então uma biografia grossa, numa edição belíssima, com direito a fitinha preta pra marcar página, somente seu nome no título e uma vírgula. Acho poético, sabe? Da exata forma com a qual sou apaixonada pelo fato de a primeira fala de Friends ser: “There’s nothing to tell”. Porque uma série de 10 anos brincou que não tinha nada pra contar, e contou muito. E em Clarice, nossa! Como existiram coisas depois dessa vírgula. Muita coisa pra contar!

6. Éramos seis.
Lembrei desse agora nem sei porque. Li quando estava na 6ª série, acho! Lembro da história, lembro de flashs da novela homônima que passava no SBT, lembro que a história é dramática e bem bonita. E o nome eu acho extremamente simples e forte ao mesmo tempo.

7. Longe é um lugar que não existe.
Falar desse livro é difícil. Ele é off topic. Ele diz dentro dele que se você quer estar com seu amigo, não precisa ir até lá, pois só de querer estar com ele já se está. É maravilhosamente poético e flutuante, além de ser literalmente flutuante, pois a história é toda entre pássaros. Eu vou ali chorar porque não sei onde está o meu exemplar, que ganhei aos 8 anos, com uma dedicatória maravilhosa da minha tia, quando me mudei para São Paulo aos prantos de desespero e ela me jurou que um dia eu ia entender que longe é um lugar que não existe.

8. Para uma menina com uma flor.
Gente! Dispensa comentários. Um livro desse só precisava do nome. O nome já é uma dedicatória e já é todo o conteúdo dele. Um livro escrito para uma menina com uma flor. Maravilhoso, poético, e extremamente apaixonado, como só Vinícius consegue.

9. Eu sou Alice.
O livro meio ficção meio biografia, que conta a história da verdadeira Alice, aquela que inspirou Lewis Carroll a escrever o país das maravilhas. A capa do livro é linda, e tem fotos da verdadeira Alice, que é morena do cabelo preto! E o título é lindo. Porque me soa como um convite a todas as que lêem serem um pouco Alices. E eu sempre quis ser Alice, gente.

10. Capitães da Areia.
Eu já li o livro e amo. Amo. Amo com força e não sei o que eu estou fazendo da vida até agora que ainda não li outros Jorge Amados. Mas enfim. Sempre que eu vejo/ouço/lembro desse título eu imagino uma pureza sem fim. Meninos de uns 8 a 12 anos, com chapéu de soldado de jornal mesmo, empunhando espadinhas e brincando em cima de dunas. Como verdadeiros capitães da areia.

11. Gabriela, cravo e canela.
Eis o primeiro livro da lista que eu ainda não li. Eu juro que ando tentando ser imparcial ao longo de toda lista, mas esse com certeza ganha prêmio de imparcialidade, porque eu não estou vendo a novela, não sei exatamente do que se trata, e… não gosto desse nome, Gabriela. As Gabrielas que me perdoem, mas gente, eu apanhava de uma Gabriela quando eu estava no ensino fundamental, peguei trauma! Gosto de Isabela, Manuela, Rafaela, mas não consigo gostar de Gabriela. O único lugar em que amo esse nome é nesse título. Acho que ele se encaixa tão perfeitamente ali, com o cravo e a canela, que nenhuma outra Ela funcionaria. Pensem: “Manuela, cravo e canela”. É óbvio que não colou, né?

12. Lolita.
Lo-Li-Ta. O título parece tão brincalhão, cara-de-pau e carregado de falsa-inocência, que, jogando de lado a imparcialidade, apesar de eu gostar do título desde antes de ler o livro, acho que só compreende LOLITA quem leu. Principalmente o comecinho. Não é não, Anna Vitória?

13. A cidade do Sol.
O livro é deslumbrante e doloridíssimo. Virei madrugada com o livro no colo, mas tive que fechar algumas vezes pra poder refletir e dar uma respirada. E aí eu encontrava alívio no título. Porque o título me conforta. Porque as coisas podem ser difíceis, mas ainda assim, a cidade é de Sol. E com Sol, pensando poeticamente e não num calor infernal, de repente, todos os problemas parecem solucionáveis. Serei eu muito infame ao revelar que na hora que fui escrever solucionáveis eu vi que começava com SOL e quase escrevi SOLucionáveis?

Agora preciso fazer pequenas observações: Foram os 13 primeiros que vieram na minha cabeça, e certamente lembrarei de outros assim que postar e chorarei. Portanto, esse post não é passível de ser editado. Além disso, é importante esclarecer que a ordem dos fatores não altera o produto. Se já foi difícil escolher 13, imagina escolher uma ordem entre os 13.

A observação final é sobre as regras. Afinal, regras são divertidíssimas quando podemos criá-las! A Anna criou o meme, me indicou antes de ter postado, e portanto aqui estou eu! Eu, única e exclusiva sim, porque estávamos afim de causar e decidimos numa singela reunião de cúpula que dessa vez a brincadeira é complicada e só pode ser indicado para UMA pessoa. UMA! Não é divertidíssimo? Cada um indica um e somente só! Prevejo tremedeiras na hora de escolher o indicado, e correrias na hora de descobrir quem te indicou. E as postagens serão em fila indiana! Um indica o outro, que indica o outro, que indica o outro, e teremos assim um caminho de meme! Tenho TOC, beijo! Ah, sim, eu vou ser uma pessoa nada óbvia agora e indicar quem vocês nunca desconfiariam que eu indicaria! Rupem os tambores.

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Taryne, flor, a bola é toda tua!

terça-feira, 3 de julho de 2012

Acontece

Que eu não sou lá muito ligada à vida boêmia, isso todo mundo sabe. Mas que vezenquando a coisa é bem necessária e deliciosa, ah, isso todo mundo também sabe. E “a coisa” acaba sempre se tornando um evento, porque em 99,8% eu arrasto alguma amiga pra se arrumar junto comigo e dormir aqui depois. Porque, claro, gente. O melhor da festa é esperar por ela e ficar 2 horas no mínimo conversando sobre ela depois.

Para o programa de domingo, escalei duas para dormirem aqui, sendo que uma, Luana, que nasceu maquiadora e diva, vinha antes, afinal de contas, adoro quando minha maquiagem fica por conta dela. E foi o que fizemos. Andamos a pé no sol, comemos pizza de pão de forma, nos jogamos pelo quarto para conversar trivialidades, ficamos mais de 1 hora nos arrumando e fomos pro barzinho. Eu sai de saia, meia de lã, blusa de manga comprida, lenço no pescoço e bota. Minha tia ainda me ofereceu de levar um sobretudo (!) mas eu recusei. Luana, muito mais esperta, saiu de vestidinho, bem feliz da vida, dizendo que eu ia morrer de calor.

Chegamos lá e encontramos a porção de pessoinhas amadas que imaginávamos encontrar, e papo vai de cá, papo vai de lá, fofocas vão pra lá, fofocas vem de lá, começou a tocar sertanejo no tal do bar, e misericórdia, gente. Lá fomos nós nos atrever a brincar daquilo. Não deu meia hora e eu já tinha arremessado lenço e ido no banheiro tirar a meia calça de lã. Dançamos, pulamos, batemos papo, nos divertimos horrores e no meio do caminho eu descobri uma bebida que eu gosto. Sinos de aleluia ecoam pelo ambiente. Saquê, gente. Esse é o canal! Doce que só ele! Foi paixão ao primeiro gole. E aí nós continuamos fofocando, dividindo o saquê e pulando feito pipocas na pista de dança, até que decidimos ir embora e eu fui caçar a outra amiga que ia dormir lá em casa. E ela estava dando PT. Acontece.

Gente, só resta rir. Ficamos mais 1 hora até conseguirmos ressuscitar minimamente a menina para podermos vir para casa. Eu e Luana não tínhamos força para carregar os quase 2 metros de altura da criatura, então precisamos de recrutas para colocá-la dentro do táxi. Milhões de anos decidindo se iríamos para casa ou para o Pronto Socorro mais próximo, ela ficou consciente e resolvemos vir pra casa. Fui obrigada  a ligar pra minha mãe, no meio da madrugada, pra descer e ajudar a gente a tirar ela do táxi. Mas aí ela já tava andando, tava ficando legal.

Só que a gente chegou com ela e teve que enfiar em baixo do chuveiro, né. E ela não parava em pé sozinha. Resultado, tivemos que entrar junto. Thanks God, o box do meu banheiro é grande. Agora. Pensem na cena. Ou melhor. Não pensem, por favor. Porque eu só estou contando isso aqui porque daqui a 1 ano vou ler, lembrar da cena, e me matar de rir. Porque olha, foi épico. Minha mãe do lado de fora segurando a porta e as toalhas. Eu e Luana segurando a tontinha embaixo do chuveiro. A essa altura a gente também já tinha se molhado e o resto de delineador escorria pela bochecha. A cara da dignidade. A hora que conseguimos parar a menina de pé, eu e Luana só conseguimos olhar uma pra cara da outra e chorar de rir. Porque gente. De todas as formas que poderíamos ter imaginado acabar a nossa noite, aquela ali definitivamente não era. Acontece.

Rimos, rimos, rimos, saímos em fila indiana do chuveiro, e nos revezávamos entre trocar de roupa e cuidar da amiga. Amiga devidamente de pijamas e apagada em seu colchão, com um monte de toalhas em volta caso resolvesse passar mal de novo, só nos restou sentar em volta e dar mais risada. Fofocas sorridentes à parte, resolvemos dormir. 20 minutos depois eu desisti, porque não conseguia. Precisava mudar a minha cabeça de um certo canal, então resolvi perguntar se Luana ainda estava acordada. E ela estava. Chamei pra tomar café, mas ela não quis. Ficamos na fofoca até que o estômago dela também roncou e resolvemos comer bolachas com manteiga e toddy, às quase 5h da manhã. E fomos. Pra cozinha, cada uma enrolada no seu cobertor. E comemos bolachas e divagamos sobre o futuro, porque se sonhar é bom, arranjar uma dupla sonhadora é muito engraçado. Eu e Luana traçamos margens divertidíssimas de futuro para nossas vidas, e as quase 6h da manhã resolvemos voltar pra sala e tentar dormir. Não sei ela, mas eu até que dormi rápido.

Sei que por volta de meio dia eu abri o olho e já fui procurar sinais vitais nos outros 2 colchões. Luana se revirou no colchão, acordou, começamos a fofocar, e de repente, a outra se mexeu. Havia vida naquele corpo! E então, enquanto eu e Luana esperávamos as reações, a criatura abre os 2 braços, olha pra nossa cara e diz: AI MEU DEUS, COMO É BOM SER VIDA LOUCA.

Acontece.

Ficamos as 3 inertes ali no chão da sala, no meio de um monte de edredom e travesseiro, falando da festa. Tá, eu e Luana falamos da festa para o terceiro elemento, que não lembrava de tanta coisa assim. Mas foi divertido. Foi o primeiro PT dela, e eu, como a amiga 2 anos mais velha, fiquei contente de estar presente nesse momento tão especial. Depois que passa e está todo mundo vivo, a gente ri e guarda pra contar pros netos. Eu, que nunca gostei das bebidas e por isso não corria risco nenhum de sair do ar, já avisei a minha mãe que descobri os poderes do saquê e que a próxima sou eu (quem vê até pensa). Ela disse que me manda de presente pros pais da minha amiga, que tá na vez deles. Acontece.

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Ai meu Deus, como é bom ser vida louca!