Ontem, enquanto eu andava do meu trabalho até em casa, fiquei pensando em como era engraçado o fato de que, quando o caminho se torna orgânico em nossa cabeça, começamos a fazê-lo sem perceber. Quando comecei a andar a pé, morria de preguiça. Hoje em dia, tenho mais preguiça de ficar parada esperando o ônibus. Mesmo assim, tem um pouquinho mais de inclinações do que eu apreciaria, nesse caminho. E passei muito tempo reclamando e pensando que isso cansava. Hoje em dia não reparo mais. Minhas pernas o fazem sozinhas enquanto eu penso na vida. Teve um dia que levei um susto porque já estava na esquina de casa. Quase passei direto, porque estava em outro planeta. Nem sei como virei certinho em todas as esquinas, nem como atravessei todas as ruas. O cérebro é realmente mágico.
E eu ia postar sobre isso, pensei. Mas não daria tanto pano pra manga. Então fiquei pensando em toda a sorte de coisas que eu pensava durante o caminho. Depois, resolvi que faria com o post a mesma coisa que faço com o caminho: Deixo o cérebro levar sozinho, de modo que não faço ainda ideia do que esse texto vai virar.
Ainda ontem, no caminho, estava pensando que meu pai disse que ia me dar um IPod novo, porque vai para Miami em algum momento do ano. Amei a ideia do IPod novo, que não sou hipócrita. Mas acho uma sacanagem ele ir para Miami assim, como quem troca de roupa. Até o ano passado, antes-do-inimaginável-se-fazer-real, ele era casado com mamãe e apaixonado por ela e éramos uma família de comercial de Margarina e nunca viajamos juntos para fora do país. Então ele resolve se separar e começa a viajar. Disse exatamente isso para ele, que achava uma palha assada isso. Ao que ele me respondeu que agora ele podia viajar porque só bancava uma viagem: a dele, enquanto no antigo contexto, que eu juro que pensei que duraria a minha vida inteira, teria que bancar quatro. Fiquei pensando nisso tudo e olha, acho que prefiro passar a vida sem viajar para o exterior e tendo o ninho de uma família. Obviamente ele não saiu de casa para viajar quando bem entender, mas mesmo assim acho essa "vantagem" deveras inconsequente.
Eu acho que eu não devia ter escrito isso aí, mas tem horas também que a gente se resigna. Se as pessoas podem fazer a cagada que querem, eu posso escrever sobre o que eu quiser também. Ah, outra coisa que eu infelizmente sou obrigada a pensar durante o caminho é que o ouvido dói no frio. Primeiro é a mão, que congela. Depois as áreas próximas da orelha começam a doer, e então o ouvido grita. Sorte que isso acontece bem no fim, quando já estou chegando em casa.
No meio do caminho, tem um buffet infantil. Uma quadra antes, uma escolinha. Sempre que eu passo nessa escolinha eu vejo a televisão ligada, passando algum desenho. Pode ser que seja realmente só nesse finalzinho da aula, momento em que alguns pais atrasam e eles colocam as crianças para se distrair. Mesmo assim, meu lado insuportável de ser sempre dá um jeito de pensar que eu nunca colocaria minhas crianças naquela escola. Tenho pavor de criança na frente de televisão e acho que escola não é o lugar para isso. Mas então, falávamos do Buffet. Duas vezes já passei por lá e tinha uma decoração linda do Frozen. Era rosa com roxo e azul, e tinha vários flocos de neve espalhados. Vi apenas um pedaço, mas parecia linda. Esse filme realmente virou a cabeça de todo mundo. Eu amei também.
Perto de casa vi uma varanda de um prédio LOTADA de bandeirinhas do Brasil. Vai ter Copa, comemorei. Tirei o celular da bolsa e tentei, discretamente, fazer uma foto da varanda. Gosto de gente animada. Ultimamente ando com medo de dizer que amo Copa do Mundo. Até de inconsequente já me chamaram. Já ouvi também um sonoro "Ah, você é dessas que vira brasileira só a cada 4 anos?". Não. Não sou. Vamos cancelar a copa porque tá tudo uma merda no mundo mesmo. Inclusive, podemos cancelar também o carnaval, o natal e a sua festa de aniversário. Não temos o direito de nos divertir nem de comemorar porque está tudo errado no mundo. Enquanto você reclama eu encho um balde de pipoca, ponho uma camisa verde e amarela e sento na frente da televisão rezando para gritar gol. E tenho dito.
De noite eu comecei a ler Eleanor & Park. Muito bem acompanhada, diga-se de passagem. E como acabei de começar, não tenho muito a dizer sobre ele. Só que ele começa assim: Ele parou de tentar trazê-la de volta. Ela só voltava quando bem entendia. E que eu acho que uma história que começa assim não tem como não ser boa. E dolorida. Mas boa. Chega.
Analu, eu amo muito posts assim. Gosto de escrever tipo fluxo do pensamento porque no final faz um sentido imenso e acho que agora vou postar mais assim porque antes ficava tão preocupada com os parágrafos que precisa postar e revisar que a coisa se tornou chata e enfadonha pra mim. É, eu não tenho dom pra ser jornalista ou escritora.
ResponderExcluirMas ó, vai ter copa sim e eu tô junto com você. Esse final de semana eu e minha mãe estávamos pensando num jeito de decorar a janela que fica de frente pra rua com bandeirinhas verde e amarelo e já vou atrás de uma roupa apropriada. Vai ter vuvuzela (malditas, mas ok), vai ter pipoca e vai ter grito de "É GOL, PORRAAAAAAAAAA" sim.
Quanto a Eleanor & Park espero que você goste. É uma história singela. E eu queria ter saído na foto com vocês POXA POR QUE NINGUÉM AVISOU QUE IA POSTAR ONTEM EIN? AFF VOCÊS HAHAHAHA
beijos, amiga ♥
Menina! Mas você tem uma frequencia de postagem invejável! É até difícil de acompanhar e comentar. (mas tenho conseguido, acho. Ou perdi algum no caminho?).
ResponderExcluirCostumo dizer, que depois de um tempo fazendo o mesmo caminho, continuamos nele por pura inércia.
Basta uma semana e decoro cada buraquinho da calçada, cada barulhozinho de carros, cada faixa de pedestre. Passado isso, começo a ler. Isso, caminho decorado, próximo passo: usar a caminhada pra ler. :D
Desde o ensino médio, quando morava com meus pais no interior, lia no caminho: de casa para a escola - da escola pra casa da vovó - da casa da vovó para o trabalho - do trabalho pra casa (quando não voltava à noite, obveo.)
No começo dói a cabeça, dá enjôo, mas depois acostuma. hahahhahaha
Hoje ando a pé apenas de um estágio para o outro e do estágio pra faculdade, porque moro um tanto longe da faculdade pra ir a pé, daí, leio no ônibus - em pé ou sentada, tendo espaço pra segurar o livro. ;p
Quando não tô com cabeça pra ler, penso em várias coisas assim também e quando vejo, num piscar de olhos, cheguei. Escrevo mil textos nos caminhos também, quase nunca publico porque esqueço na mesma hora. hahahahaha
Nem imagino como deve ser a situação atual da sua casa, mas que não falte amor, nunca! Você transborda isso no olhar.
E gente! Não ter copa não vai solucionar a vida de ninguém.
Se não tivesse Copa, aquela dinheirama toda não iria pra educação ou saúde gente, muito menos pra minha casa, iria pro bolso dos corruptos que comandam esse país. Infelizmente.
Adoro tuas opiniões sobre tudo! Sempre válidas e incríveis! :D
E sobre o comentário do Pratododia: Vovós são muito amor mesmo. <3
Não tenho mais nenhum, nem vovô (que nunca os conheci, na verdade), mas adotei a avó do maridinho como minha. E ela é muitamô também.
Beijo naluísa. :*
é gostosa a leitura de um fluxo de pensamento... Parece mais uma cronica.É bom quando paramos para notar os nossos passos... é tudo muito automático o dia-a-dia e de vez em quando parecemos robôs.
ResponderExcluirGrato por este Post aqui hoje.
ResponderExcluirJá tinha visto sua foto com suas amigas no fb e confesso que fiquei com inveja por não ter amigos blogueiros que gostam de leitura e compartilham de uma amizade assim. Ainda estou em busca deles. Espero que existam, e que eu possa conhecê-los.
Sobre tudo o que você escreveu.. De verdade, concordo com tudo.
O fato é que criamos nossa identidade baseada nas pessoas mais próximas de nós. Na maioria das vezes essas pessoas são nossos pais. Pra nós eles são perfeitos, mas a vida nos mostra que não é bem assim. Pai e mãe também são gente. Poderíamos dizer que são crianças crescidas que sentem saudade da infância quando tinham que cuidasse deles, ao invés de terem alguém de quem deveriam cuidar. Com a gente tbm não é assim? A vida nos obriga a crescer.
Prova disso é a naturalidade com que as pessoas encaram uma família desfeita nos dias de hoje. Eu não sou a favor do mantimento de uma família de faxada, que mantém as aparências, mas que vive uma mentira, mas acredito muito na possibilidade dos recomeços, das reconstruções de relacionamentos. Só que hoje em dia, tudo é descartável (a pós-modernidade nos impõe isso). Não se consertam mais as coisas. A gente joga fora e compra um novo.
Desculpa estar opinando em um tema que é pessoalmente seu, mas só quero dizer que podemos perdoar, podemos dar uma nova chance, podemos escolher amar, abnegar nossa própria vontade em virtude de quem amamos.
E isso nas amizades, nos relacionamentos entre parentes e acima de tudo, entre filhos, pais, marido e mulher..
Não sei como concluir esse comentário, mas sei que o tempo vai te ajudar a compreender um pouco melhor tudo. Somos eternos aprendizes. Que estejamos sempre preparados para o que a vida nos oferece todos os dias.
Bjs =*
O Pierrot Mal Amado
faCHada*
ResponderExcluirdepois de aaanos acompanhando seu blog, hj eu finalmente resolvi comentar pra dizer q eu concordo totalmente com a parte q vc fala da copa!
ResponderExcluirsemana passada eu cheguei na minha escola de inglês e tava tooda enfeitada, com muuita bandeirinha do brasil, fiquei tão feliz, foi o primeiro lugar q eu vi enfeitado pra copa. e esses dias pra trás, chegando em casa, descendo a rua, vi uma bandeira enorme na sacada do vizinho, fiquei feliz de novo e prometi voltar lá pra tirar foto!
e hoje vendo 31 mil pessoas da minha cidade num estádio vendo um amistoso, eu tive certeza: vai ter copa sim! vai ter balde de pipoca, vai ter camisa verde e amarela e se for pra reclamar de alguma coisa, vai ser em outubro, na hora de votar! ;D
adoreei o texto, e essa parte q fala da copa eu vou ter q compartilhar no facebook, pq no twitter eu vou ter q gastar muitos tweets! huaehaueh
Eu nem sei como começar esse comentário, porque eu nem sei o que te dizer. Person, acho que esse é um dos meus textos favoritos daqui. Sabe, você tem mudado bastante. E seus textos também. Mas a sua essência é clara e presente sempre, não é? Bom, é dolorido ouvir umas coisinhas na vida, né? Principalmente quando as nossas certezas escapam das nossas mãos. Sabe, amiga. Sei lá. A vida é engraçada. E dolorida, às vezes. Mas boa. Quero muito ler Eleanor & Park. E vai ter copa, amiga. VAI TER COPA! Te amo!
ResponderExcluirÔ meu amor de Analu. Devaneios assim são necessários para não sobrecarregar a mente. E eu adoro quando tu os coloca aqui. <3 Faz eu me sentir um tantito mais perto de ti.
ResponderExcluirSabe que pode sempre contar comigo para por pra fora essas situações chatas e importunas que (infelizmente) fazem parte da nossa vida.
P.S.: Eu AMO a Copa. Beijinho no ombro e keep calm no recalque para os reacinhas de plantão.
Te amo!
Adoro seus textos sobre amenidades.
ResponderExcluirBjs