Sem nenhuma razão específica. Aliás, eu nem sei no que esse texto vai dar, nem sobre o que exatamente eu vou falar, mas é que Copa é o único assunto que ronda na minha cabeça nesses últimos dias e se Antônio Prata que é Antônio Prata e recebe para escrever já deve ter feito, se não me engano, 5 textos sobre o assunto, não sou eu, réles mortal, que vou me privar.
Durante os 3 anos e 11 meses em que somos obrigados a viver sem Copa eu juro que absolutamente não consigo entender o que as pessoas tanto veem em futebol. Gente, 22 homens brigando por uma bola. Sério? Qual é a graça disso? Qual a graça de sentar, todo ano, todo domingo a tarde, na frente da televisão para torcer, sei lá, para o Corinthians? Sim, porque eu digo que sou vascaína (e sou, tenho até camisa) mas se vi metade de 3 jogos na vida foi muito. Dou um sorriso quando ganha e no dia seguinte já esqueci. Agora, acho realmente engraçado galera soltando fogos e ficando mal humorada por causa de jogo. Até por que, uma curiosidade que me faz gastar massa cerebral às vezes é: o que significa torcer para um time?
Porque na Copa é diferente. Você torce para a seleção do seu país, fim de papo. Agora. Time. Você nasce, seu pai coloca em você a camisetinha do Palmeiras e aos 12 anos você tá gritando gol e chorando por causa do time. Acho muito engraçado. Grita que jamais seria São Paulina. E se seu pai tivesse colocado em você a camisa do São Paulo, São Paulina você seria, sem dúvida nenhuma. Fico pensando de onde veio. Será que meu bisavô, um belo dia, olhou a camisa do Vasco e pensou: Que linda essa cruz vermelha, vou torcer para ela! E isso rendeu toda uma linhagem? Não sei. Acho curiosíssimo. Algum antropólogo já defendeu tese sobre isso?
Mas então, o que eu ia dizendo é que por 3 anos e 11 meses eu acho curiosíssima a relação das pessoas com o tal do futebol mas que, durante esse 1 mês que rola entre junho/julho a dada 4 anos eu viro outra pessoa. Viro alguém que fica rouca gritando gol, que xinga juiz, que trata de relembrar o que é a regra do impedimento. Já era divertido nas outras, mas nessa Copa eu não sei o que aconteceu.
Não sei se é porque é aqui, não sei se é porque eu virei adulta (!), não sei. Só sei que eu sei nome de jogadores de outras seleções, sei quais são os mais chatinhos, sei as datas de todos os jogos e, pasmem, pessoas do meu trabalho me ligam para me perguntar se eu acho que o Brasil passa pelo Chile com tranquilidade ou não. Como otimista inveterada, gritei no telefone que passa, claro que passa, e que o Chichichilelele vai cantar a musiquinha chorando sábado a noite, comprando passagem de volta. Otimismo esse que não consegue impedir o pavor que sinto, bem lá no fundo, de sair eu chorando desse jogo e ser obrigada a amargar a dor de ver a minha Copa acabando antes do que devia.
É só 1 mês. Só faltam 20 jogos. VINTE jogos. E eu não faço ideia do que vou fazer quando isso acabar. Não sei sobre o que o twitter vai falar, não sei que tipos de gifs engraçados vão circular pela internet, não sei como vai ser ficar mais 3 anos e 11 meses sem gritar gol ou sem discutir possibilidades de oponentes com os amigos, sem brincar de bolão e errar lindamente quando a Espanha resolve tomar de 5. Não sei. Não quero saber. Tenho raiva de quem sabe. Emburro num canto, cruzo os bracinhos e digo pra mim mesma que ninguém vai acabar com a minha Copa, que ela deve ser eterna (Antônio Prata concorda, aliás) e que nada mais tem graça na vida.
E só para fazer um comentário sobre o post da Anna Vitória (que também não sabe falar de outro assunto): Não decoro casa, porque acho too much. Tem duas bandeirinhas no carro de mamãe e eu já acho demais, preferia uma só. Tenho uma blusa amarela escrito Keep Calm and Love Brasil e usarei em todos os jogos *simpatia*. E achei que estava tudo controlado até aí, mas quando mudei minha foto de perfil do facebook para uma foto com cartola verde de bolinhas amarelas com a bandeira do Brasil no meio… bem… fui obrigada a concluir que a Inês estava mesmo morta. Acho que dia 14 de julho passarei o dia sofrendo de ressaca moral com direito a dor de saudade no peito e tudo o mais. Quem sabe lá pelo dia 20 as coisas voltem ao normal. Ou não.
Ana Luísa,
ResponderExcluirEu vim aqui fazer um comentário nadavê com Copa. Tipo jogador de futebol que ao ser entrevistado responde outra coisa nadavê com a pergunta mesmo. Mas eu juro que li o texto todo e até o final (quando no meu blog comentam algo que não tem relação alguma com o que eu escrevi eu acho que a pessoa nem leu o post, mas isso também não tem nadavê com o meu comentário aqui).
Eu vim aqui dizer que te vi no Instagram e depois vi a Ana Paula dizer que também te viu por lá, bisbilhotou o blog e gostou muito. Aí eu vim e, gente, que delícia que você escreve assim. Me deu saudade desse tipo de blog, cheio de opinião, de personalidade e muito pouca (ou nenhuma) pretensão.
Era isso que eu vim dizer.
Um beijo,
Nivea
Não gosto nem de pensar Ana! Quando acabar a Copa, acabou-se o que era doce. Acabou sair mais cedo do trabalho com concessão do chefe. Acabou usar chapéis coloridos sem medo do ridículo. Acabou férias. Voltaram as aulas. Aiaiaiai;
ResponderExcluirPode escrever sobre a Copa todo dia, eu deixo.
(seus recadinhos no Pratododia enchem meu coração de amor. <3 )
HAHAHA, eu amo você escrevendo <3 É tão gostoso, é tão envolvente. Quero um livro seu.
ResponderExcluirE ei, tou num nível beeeeeeeem menor que o seu quanto à Copa, mas compreendo bem o sentimento que estás tendo. Assim como você, não suporto futebol, mas a Copa, essa danada que tá ocorrendo no meu país... Ah, essa me dá uma felicidade extrema nos jogos, a despeito de toda a parte política e a infraestrutura que tivemos que dar pra abarcar um evento desse. Dou gritos, entendo as regras, vibro quando tem o gol e sempre me emociono no hino...
E sem contar na comoção que fica... Saio do trabalho mais cedo, a família se reúne, os amigos marcam os barzinhos, todos ali, unidos. É massa. Mas acabará, né? E ó, vão ficar lembranças incríveis. Vai ser daquele jeito: ONDE VOCÊ TAVA NAQUELE JOGO INCRÍVEL E SUADO? Ficarão as histórias pra contar, até chegar de novo a próxima Copa, hahaha.
Beijão! :**
Só consigo pensar em TÁ TENDO COPA, TÁ TENDO MUITA COPA e eu me empolguei pra caramba também *------------------*
ResponderExcluirO Roberto Damatta, antropólogo, escreve muito sobre futebol e essa relação louca do brasileiro com os seus times. Esse livro aqui é bem interessante: http://tinyurl.com/pdc5uvu
ResponderExcluir: )
Estou evitando pensar que essa maravilhosa euforia vai acabar, amiga. Assim como você, nunca senti uma empolgação desse tamanho com a Copa. Eu, turista de Twitter, estou lá todo o santo dia, dando RT nas piadas geniais e nas notícias sérias. E JÁ TÔ VENDO QUE VOU TER QUE ESCREVER SOBRE ESTA BAGAÇA TAMBÉM.
ResponderExcluirTambém nas somos de decorar casa (mas papai pendurou uma bandeira na janela da frente). Meu vizinho encheu a varanda de bandeirinhas, pintou a calçada e A RUA de verde/amarelo, comprou coleirinha do Brasil pra cachorra. Acho que tem a ver com o fato dele ser jogador de futebol profissional, não é possível, HAHAHA.
Agora, Ana Luísa Bussular, trate de usar esse seu viratempo pra alguma coisa. QUERO LOOPING INFINITO DE COPA!!!!!!!!!!!!!!!!
Amo você <3
Eu amo futebol. Mas, acho que fiz igual ao teu avó hahahaha meus pais não gostam de futebol e, realmente, não consigo entender de que lugar saiu todo esse meu amor pelo Inter.
ResponderExcluirHoje em dia não acompanho tanto por falta de tempo :( Mas era dessas que, se o jogo não passasse na TV, ligava o rádio pra ouvir.
Já chorei com final do Brasileirão, da Libertadores e Mundial. Já chorei porque meu jogador favorito saiu do meu time, pois é.
E o que falar de Copa do Mundo? Só amor <3
Nem me fale em fim de Copa. Vi no jornal que faltou só 20 jogos pra ela acabar e estou sem chão. Aliás, amanhã não tem jogo e eu estou desesperada. Sobre o que vamos cometar? Quem iremos xingar? A favor de quem iremos gritar pulando no sofá da sala? Assino embaixo de verde e amarelo no projeto do Pratinha de Copa Permanente, acho que o Brasil deve esse legado à humanidade.
ResponderExcluirE eu gosto de futebol, vejo total sentido nos homens correndo atrás da bola, mesmo fora da época de Copa. Só não tenho muita energia pra acompanhar, mas juro que estou repensando isso depois da Copa, sabia? E acho que essa suposta arbitrariedade que transforma uma pessoa em torcedora de um time é uma das coisas mais bonitas do futebol. Não faz o menor sentido racional, a gente investe tempo, emoção e dinheiro nisso, e nem sabe explicar o motivo da torcida. Acho uma bonita forma de ver o mundo. Sério.
O futebol é lindo e a Copa é mais ainda.
Obrigada por me acompanhar nessa doidera.
Amo você <3
Vocês são uma entidade. Eu lembro que na abertura estava desanimadíssima. Eu nem queria ouvir falar de Copa. Eu e Giu estávamos amargando nossas dores num cantinho. E aí vocês chegaram e gente, socorro, de repente essa realmente é a copa das copas e eu já tô pulando aqui só de imaginar ver o jogo sábado com vocês.
ResponderExcluirEu deveria contar minha história com o Botafogo, porque sinto que não há época melhor. Talvez eu conte num post, mas adiantando: meu pai é vascaíno (toda a família dele), minha mãe e flamenguista e meu irmão gosta mesmo é de basquete e kung fu. Só minha vó e meu tio são botafoguenses, mas só pra dizer que são. Nem uma camisa eles têm, não sabem dos jogos, nadinha. Até que um dia, na sexta série, eu olhei pro escudo do Botafogo e ele olhou pra mim. Eu pensei "esse time é legal". Anos depois estava eu no Maracanã, em pleno domingo, vendo o Botafogo vencer o Fluminense pela Taça Rio. E fiquei louca mesmo. Lembro de um brasileirão em que o Botafogo quase caiu e eu ouvi o jogo final pelo rádio enquanto via o do Flamengo na televisão só pra agourar. Depois de um tempo minha fase futebolística passou, mas vira e mexe coloco minha camisa e vejo um jogo. Não ligo mais pra futebol, mas continuo amando o Botafogo. Explicação? Você vai ter que esperar o antropólogo.
Beijo <3
Gritei MUITO hoje! minha animação estava guardadinha por causa das ultimas provas e entrega de trabalhos mas mesmo tendo passado mal na noite anterior gritei e xinguei muito o JC que boxta de goleiro ele hein? HAHAHA fora a seleção brasileira eu por ter um psinho no RS gosto do clássico greNAL e adoro torcer para o INTER acho que é algo haver com garra mesmo e adoramos sofrer kkkkk
ResponderExcluirEu também não entendo o que determina para que time uma pessoa vai torcer, acho que vai de região/cidade mesmo. EU não tenho paciência pra ver 2 horas de homens correndo atrás da bola, só vi o jogo de hoje pois fui convidada a casa de uma amiga, e a zoeria tava legal, além do jogo ter sido bem tenso, com prorrogação e pênalti. Eu quis que o Brasil ganhasse então senti toda aquela tensão e ansiedade, acho que foi a sensação que mais se aproximou do que a galera que gosta MESMO de futebol sente.
ResponderExcluirÉ divertido torcer, sim. Que você aproveite a sua Copa até o fim e além!
Copa passada, eu fiquei muito desolada com o fim. Porque eu estava de férias. Assisti todos os jogos. Como dessa vez eu não estarei, acho que quando acabar não vou sofrer tanto.
ResponderExcluirMas acredita que ganhar pelo Cruzeiro me deixa bem mais feliz do que a Copa do Mundo, e é pelos mesmos motivos que citou. ahah Pelo meu pai ter me ensinado qual o melhor caminho a seguir.
Incrível que tenho a mesma sensação.
ResponderExcluirFico super tranquila quando tem jogo do Vitória, mas Copa do Mundo é ''outro nível''. Fiz até oração para o jogo de ontem (BraxChi).
Acho bonito como todo brasileiro abraça esse espírito de Copa do Mundo e, principalmente, a hora de cantar o hino nacional. Ali sim vejo que fazemos jus à expressão 'somos um só'.
Não estou preparada psicologicamente para ver o final do evento esportivo sem o Brasil erguer a taça e nos dar o hexa.
Parabéns pelo blog!
Ai, essa Copa tá mesmo maravilhosa. Tanto gol na primeira fase e agora essas prorrogações e pênaltis emocionantes nas oitavas. ♥♥♥
ResponderExcluirEu aprendi a gostar de futebol, principalmente depois que fui no estádio. Nasci palmeirense porque a família toda é mesmo, mas conheço várias pessoas que escolheram seus times sozinhos, na infância ou na adolescência, pelos motivos mais aleatórios e banais (uma amiga ganhou sorvete do tio pra ser santista) e que se tornaram grandes torcedores. Eu não consigo sentir toda a paixão que meu pai, por exemplo, sente, mas surgiu do nada esse sentimento de amor pelo Palmeiras, que me faz ficar contente quando o time ganha e que me fez chorar quando ele foi rebaixado novamente. :)