- Não, eu nasci em Vitória mas só morei lá até os 7. Aí depois eu morei 10 anos em São Paulo e estou aqui (em Curitiba) há 5.
Eis um diálogo recorrente na minha vida. Geralmente a pessoa só pergunta, já constando, que não, eu não sou daqui, e eu rezo todo esse terço dito aí em cima. O curioso foi que hoje, do nada, eu percebi o quanto a vida é intensa quando a gente tem entre 7 e 17 anos.
Eu sempre falei desses 7 anos em Vitória como se eles tivessem sido somente uma introdução. Quase o prólogo da minha vida, essa temporada capixaba. Quando fui obrigada a sair de lá, aos 7, tive certeza de que o mundo tinha acabado e olha só que coisa, desde então eu já vi o mundo acabar muitas vezes e na manhã seguinte estava tudo bem. 7 anos naquela cidade, a mim parece terem sido muito curtinhos. 5 anos em Curitiba me soam igualmente curtos - vira e mexe me pego pensando que parece que foi ontem que caí aqui de paraquedas.
Já os 10 anos de São Paulo, esses não. Esses parecem configurar uma vida inteira, cheia de detalhes, peculiaridades, vivências. 10 anos que me parecem ter sido 30. Passei, em Vitória, mais da metade do tempo que passei em São Paulo. Já passei, em Curitiba, a metade exata desses 10 anos paulistas. Não tem tanta diferença de tempo quanto eu sempre imaginei, o que só pode explicar que São Paulo sempre teve um peso maior.
10 anos, para quem ainda não chegou aos 25, são sempre muita coisa. Mal consigo acreditar que tenho 23, como posso acreditar que ter passado 10 anos em algum lugar não é um feito de grande importância? Os 10 anos em São Paulo sempre serão maiores que quaisquer 20 que eu passe em algum outro lugar. Acho que é bem nessa fase, dos 7 aos 17, que a gente começa, a duras e deliciosas penas, a entender o que é estar vivo. Tudo nessa fase é forte demais. E São Paulo é forte demais, intenso demais, com opções demais, com vida demais.
Existe amor em São Paulo e muito, por mais que ela possa parecer hostil a muita gente que vê de fora - e por mais que meu atual sonho de vida seja me tornar carioca um dia, esses 10 anos em São Paulo (que eu nunca cansarei de martelar) sempre serão anos importantíssimos e marcantes. Muito mais que 7 em uma cidade ou 5 em outra, por mais que não pareça ser tanto tempo a mais assim.
SÃO PAULO MELHOR CIDADE <3 tá parei, até porque eu sei muito bem como essa cidade pesa nos nossos ombros e às vezes até aterroriza nossos sonhos, mas eu sou tão feliz aqui nessa paulicéia desvairada que não passa pela minha cabeça morar em qualquer outro lugar (talvez Londres, ou Curitiba... Talvez) também fico feliz de ter feito parte desses seus 10 anos aqui em Sampa, mesmo que só um pouquinho hehe mesmo a gente se conhecendo melhor depois dessa distância, você é uma guria que ilumina o caminho de todo mundo que te conhece (: e deveria se orgulhar de poder tocar tantas vidas assim!
ResponderExcluirBeijo Nalu!
<3
Acho tão louco você ser só um ano mais velha que eu e já ter morado em três cidades. Eu, nascida e criada em Brasília, 22 anos no mesmo lugar, e você aí, 23 anos rodando esse Brasil enorme. Eu não conheço São Paulo. Tive uma fase de achar que ela era o melhor lugar do mundo, porque todos os meus amigos de repente moravam lá, e eu ficava presa nesse cidade horrível com cara de roça (risos), mas hoje não consigo me imaginar morando em outro lugar senão aqui. Talvez eu tenha descobrido que, por mais que eu goste do agito de uma cidade grande, dos carros buzinando e das luzes que nunca vão me cegar, da vida noturna que nem conheço e já considero pacas e da quantidade absurda de shows bons em um pequeno espaço de tempo, Brasília é mesmo meu lugar.
ResponderExcluirMas talvez, e só talvez, eu curta muito morar no Rio de Janeiro.
E Nova York sempre estará lá também.
te amo <3
Achei engraçada e deveras pertinente essa história de você se sentir mais presa a São Paulo do que a outros lugares, ainda que o tempo que você passou lá não tenha sido tão maior que nos outros lugares. Sabe que eu tava entrevistando a Debbie e o Felipe e lembrei de perguntar isso pra eles, qual o lugar que eles tem como referência de casa, ou então qual cidade mais aparece nos sonhos dele. Eu nunca mudei de cidade, mas faço uma referência parecida com escolas. Eu estudei em três, mas sempre que sonho, penso ou faço uma imagem mental de escola na minha cabeça, é só em uma delas que eu penso, sempre. E, realmente, existe um mundo inteiro entre os 7 e os 17 anos. Eu diminuiria um pouco a conta e penso que cabe minha vida inteira dos 10 aos 17. A sensação que eu tenho é que comecei a ser eu mesma com 10 anos, e o que veio antes foi só uma introdução, mesmo sendo 10 anos (!).
ResponderExcluirEsse comentário não fez sentido, mas enfim,
te amo!
beijos
Como um texto tão simples, pode trazer tantos pontos? Eu concordo que da nossa vida, a parte mais significante, pode ser dos 7 aos 17, bem, com 7 anos eu estava na segunda série, e sim, eu me lembro muito bem dessa fase mesmo sendo a tanto tempo, quase como alguém vendo de fora, mas lembro. Confesso que não tenho curiosidade nenhuma de conhecer SP, mas imagino que não seja a cidade em si que te marcou, e sim o que aconteceu lá, então tudo bem, hahah. Eu morei aqui a vida toda, e pela primeira vez vou me mudar, agora, com 17 anos, e só porque vou fazer faculdade. Aqui entre nós, eu queria mesmo é estar indo pra Curitiba estudar n UFPR, ou na UFSC em Florianópolis, mas como não deu, estou indo pra Chapecó. Ainda não sei o que essa mudança vai significar em minha vida, mas acho que a parte mais marcando, fica aqui, em Guaraciaba, a pequena cidade de cerca de 11 mil habitantes. Beijos
ResponderExcluirDesfocando Ideias
Sempre sonhei em morar em São Paulo, mas estou começando a deixar esse sonho de lado conforme a idade vai pesando. Ainda mais agora com o casamento, acho que foi criar raízes de vez na minha pequena cidade do interior.
ResponderExcluirBj e fk c Deus.
Nana
http://www.procurandoamigosvirtuais.blogspot.com
História da minha vida! HAHA! Nasci em Belo Horizonte, mas moro em Curitiba desde meus onze anos. Desde então devo ter uma mistura nos sotaques, e ainda hoje sempre me falam essa famosa frase "você não é daqui, néééé". Não sou, não, rs. No meu caso, vivi mais da metade da minha vida aqui em Cwb, então é aqui que considero meu lar. (:
ResponderExcluirUm beijo!
Acho que o lugar onde você cresceu foi são paulo, fim. Em nenhum lugar do mundo você vai ter passado tantas fases da sua vida quanto lá, e portanto SP um peso que nenhum outro lugar vai ter na sua vida.
ResponderExcluirVitória foram "quase dez" anos, mas quanto dos nossos primeiros sete anos de vida a gente realmente se lembra com precisão?
E depois, a gente vira adulta e os dias parecem basicamente os mesmos. Então um ano, cinco, quinze, não faz a maior diferença do mundo.
Te amo <3
Vem pro Rio Ana Luísa, aqui tem amor também. ♥
ResponderExcluirEu morei em outra cidade até os cinco anos, mas quanta coisa realmente a gente lembra até os cinco anos? Tá. Podem ser várias, mas a expressividade dos 7-17, ou como a Anna disse, dos 10-17 é muito forte. Na verdade, eu até diminuo um pouco e digo que dos 12 aos 17 (ano que saí da escola) foram os anos que meio que me definiram. Me colocaram num rumo mais "eu". Passei por várias fases, tanta coisa aconteceu e é tudo tão intenso, como tu falou. Eu entendo tu se identificar mais com SP do que as outras duas cidades, porque eu provavelmente faria a mesma coisa.
ResponderExcluirBeijos!
Ah falar de Sampa pra mim é sempre complicado! Porque sou dessas que: falo mal, reclamo da violência, reclamo do trânsito....mas não me venha falar mal da MINHA cidade que viro bicho!! Prá mim é igual filho sabe, que só a mãe pode brigar e chamar a atenção? É isso! Eu amo essa cidade e todas suas oportunidades. Amo os restaurantes, as pessoas andando rápido na rua, o povo buzinando, o barulho, a confusão, a Paulista, a 25 de Março, o Mercadão, a Vila das Belezas que é onde moro! Amo e odeio essa cidade com todo meu amor! E gostaria tanto de ter te conhecido quando você morava aqui! Quer voltar? Pode voltar se quiser, estamos sempre dispostos a receber as pessoas de fora! <3
ResponderExcluirTe amo!
beijos